terça-feira, 22 de abril de 2014

A importância do uso mais eficiente da energia

Artigo publicado na edição 255 da Revista DeFato
DIVULGAÇÃO
Rafael Balbino é graduado em Engenharia Hídrica, mestre em Engenharia da Energia e doutor em Engenharia Elétrica pela Unifei
A Eficiência Energética é uma atividade que procura otimizar o uso das diferentes fontes de energia, seja na conversão de uma fonte em outra ou no uso final, como por exemplo, eletricidade ou combustíveis. 

No cenário energético brasileiro atual, esse tema tem ganhado cada vez mais importância, principalmente devido ao aumento do risco de déficit de energia elétrica que o Brasil pode enfrentar, já que os principais reservatórios das usinas hidrelétricas do país (responsáveis por cerca de 80% de toda eletricidade nacional) estão com volumes de água muito abaixo da sua capacidade normal, nessa época do ano.
 
Esse fato leva o Governo brasileiro a promover a operação das usinas termoelétricas, trazendo maiores custos de operação e impactos ao meio ambiente, devido a emissão de gases poluentes emitidos pela queima dos combustíveis fósseis (óleo, gás natural, etc) que fazem essas usinas funcionarem. 

Nesse contexto, o uso eficiente da energia nos diferentes setores consumidores (residencial, industrial, comercial, transporte, etc) tem ganhado destaque no país, já que economizando energia se pode poupar a geração, trazendo benefícios econômicos e ambientais.

 
Existem basicamente duas formas de promoção da Eficiência Energética: 

1) utilização de tecnologia mais eficiente ou 

2) usar adequadamente o equipamento consumidor de energia,sem afetar a finalidade que ele tem a cumprir. 

Para exemplificar essas ações podem-se citar no setor residencial, o uso de lâmpadas fluorescentes ou invés de incandescentes, uso de coletores solares térmicos para aquecimento de água ao invés de chuveiros elétricos, uso de geladeiras, televisores e outros equipamentos elétricos com o Selo PROCEL (que indica o equipamento mais eficiente de sua categoria). 

E, no que diz respeito ao uso adequado do equipamento, abrir e fechar a geladeira somente quando necessário, apagar as lâmpadas quando não tiver ninguém no ambiente, tomar banho em tempo reduzido, etc.
 
Assim, se cada um de nós fizermos nossa parte em nossos domicílios, ou seja, utilizando equipamentos mais eficientes associado ao uso adequado dos mesmos, podemos propiciar significativas reduções de consumo energético e, consequentemente, no valor da nossa conta de luz.
 
Essas ações de eficiência energética também ajudarão o país a utilizar cada vez menos as usinas termoelétricas, que impactam o ambiente e trazem maiores custos para a geração de energia do país. 

Cabe ao Governo Federal promover políticas mais sérias e sustentáveis para a promoção da eficiência energética no país, aplicando maiores investimentos e políticas de médio e longo prazo, já que estamos atrasados nesse assunto em relação a muitos países europeus e Estados Unidos.
 
Rafael Balbino é graduado em Engenharia Hídrica (2005), mestre em Engenharia da Energia com ênfase em planejamento energético (2008), e doutor em Engenharia Elétrica na área de concentração de Sistemas Elétricos de Potência (2012) pela Universidade Federal de Itajubá (Unifei). Atualmente é professor da mesma universidade, campus Itabira, e coordenador de extensão. E-mail: cardosorb@unifei.edu.br

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Com metas de eficiência, emissões podem cair mesmo com frota maior

Conclusão é de estudo da Coppe/UFRJ encomendado pelo Greenpeace
REDAÇÃO AB



Caso o Brasil imponha metas de eficiência energética equivalentes às europeias para os veículos vendidos localmente, as emissões de gases do efeito estufa podem cair substancialmente mesmo se a frota crescer. 

Essa é a conclusão de estudo feito pelo Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) por encomenda do Greenpeace. 

O levantamento aponta que, se o número de carros em circulação no País dobrar até 2030 e a legislação local for tão rigorosa quanto a europeia, as emissões tendem a diminuir 10% na comparação com o registrado em 2010. 

Ao divulgar o estudo, o Greenpeace enfatiza a necessidade de o País adotar legislação ambiental mais rigorosa para os veículos. 

“É hora de as montadoras que operam no Brasil assumirem a responsabilidade pelo impacto que têm no clima e serem coerentes ao adotar padrões similares aos que elas já têm lá fora”, apontou Iran Magno, coordenador da campanha de clima e energia da ONG, em comunicado. 

Os cálculos da Coppe/UFRJ mostram que, caso a indústria siga a meta do Inovar-Auto de aumentar a eficiência energética dos motores em 12% até 2017, as emissões veiculares em 2030 seriam de 88 megatoneladas de CO2 equivalente. 

No entanto, se o País for mais ousado e adotar a mesma legislação definida pela União Europeia – de 1,22 MJ/km até 2021– entre 2010 e 2030 o Brasil deixaria de emitir quase duas vezes o que foi lançado na atmosfera pelos veículos leves em 2012. 

A entidade enfatiza que as emissões nacionais do setor de transporte cresceram substancialmente nos últimos anos. Dados do Observatório do Clima apontam que houve aumento de 143% entre 1990 e 2012.