segunda-feira, 14 de abril de 2014

Com metas de eficiência, emissões podem cair mesmo com frota maior

Conclusão é de estudo da Coppe/UFRJ encomendado pelo Greenpeace
REDAÇÃO AB



Caso o Brasil imponha metas de eficiência energética equivalentes às europeias para os veículos vendidos localmente, as emissões de gases do efeito estufa podem cair substancialmente mesmo se a frota crescer. 

Essa é a conclusão de estudo feito pelo Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) por encomenda do Greenpeace. 

O levantamento aponta que, se o número de carros em circulação no País dobrar até 2030 e a legislação local for tão rigorosa quanto a europeia, as emissões tendem a diminuir 10% na comparação com o registrado em 2010. 

Ao divulgar o estudo, o Greenpeace enfatiza a necessidade de o País adotar legislação ambiental mais rigorosa para os veículos. 

“É hora de as montadoras que operam no Brasil assumirem a responsabilidade pelo impacto que têm no clima e serem coerentes ao adotar padrões similares aos que elas já têm lá fora”, apontou Iran Magno, coordenador da campanha de clima e energia da ONG, em comunicado. 

Os cálculos da Coppe/UFRJ mostram que, caso a indústria siga a meta do Inovar-Auto de aumentar a eficiência energética dos motores em 12% até 2017, as emissões veiculares em 2030 seriam de 88 megatoneladas de CO2 equivalente. 

No entanto, se o País for mais ousado e adotar a mesma legislação definida pela União Europeia – de 1,22 MJ/km até 2021– entre 2010 e 2030 o Brasil deixaria de emitir quase duas vezes o que foi lançado na atmosfera pelos veículos leves em 2012. 

A entidade enfatiza que as emissões nacionais do setor de transporte cresceram substancialmente nos últimos anos. Dados do Observatório do Clima apontam que houve aumento de 143% entre 1990 e 2012.