segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Energia não precisa ser um custo fixo



Desperdício chega a 2/3 de cada quilowatt produzido

Os CFOs e CEOs enfrentam despesas crescentes atualmente. 

Os custos de energia em elevação estão entre as despesas que crescem mais rapidamente, e podem ser responsáveis por até 80% dos gastos operacionais e de manutenção em uma indústria.

Identificar ineficiências energéticas, assim como oportunidades para melhorar a eficiência operacional, deveriam ser priorizados para reduzir despesas, além de atender padrões regulatórios, se o objetivo é seguir competitivo. 

As organizações teriam inúmeros benefícios ao se concentrarem em entender melhor as demandas de energia e capacidades de conservação, inclusive a mudança de comportamentos, e em desenvolver e comunicar uma estratégia abrangente de sustentabilidade para todo o negócio.

Estudos recentes mostraram que os EUA desperdiçam dois terços de cada quilowatt produzido. No mundo todo, a energia é desperdiçada em uma porcentagem similar. 

Reduzir a demanda e melhorar a eficiência operacional para uma ampla gama de equipamentos usados na operação das instalações e processos de manufatura são as formas mais diretas e econômicas de economizar energia. 

Essa abordagem também é adequada para resolver nossos problemas energéticos e ambientais pelos próximos 40 anos, até que haja um avanço mundial em termos de energia limpa, confiável e escalável.

Para identificar as causas do desperdício de energia, as organizações podem optar por soluções de gerenciamento para ajudar a determinar o uso de energia em seus recursos operacionais como parte integrante do gerenciamento diário dos seus ativos.

A visão tradicional do impacto financeiro acerca do uso de energia era a de um custo fixo dos negócios. Mas essa visão está mudando conforme as empresas cada vez mais percebem o uso da energia como uma função baseada em recursos, focalizando na eficiência individual dos recursos para determinar os custos. 

Já não é suficiente olhar para o estoque excessivo, tempo de inatividade e outros fatores materiais para reduzir o desperdício global sem integrar o desempenho energético nesse mix.

Uma abordagem de boas práticas para o gerenciamento de recursos, chamada de sustentabilidade global de recursos, proporciona uma definição de eficiência clara e abrangente. 

Essa prática ajuda não apenas a gerenciar os recursos para obter um desempenho ótimo, mas também a impulsionar melhores resultados em toda a organização.

A adoção de tecnologias de gerenciamento de recursos empresariais (EAM) nas empresas permite projetar a importante tarefa de sustentabilidade global de recursos de forma mais rápida e eficaz. 

E com muitos dados gerados sobre o uso de energia dos processos comerciais de ponta a ponta, os sistemas de EAM também podem ajudar a reunir, documentar e analisar sistematicamente os dados, assim como identificar não conformidades, comunicar às partes interessadas e contabilizar os dados usando métodos precisos, reproduzíveis e oportunos — uma necessidade crucial.

As organizações podem desenvolver uma abordagem sistemática para investigar o papel do uso da energia, emissão de gases, resíduos e água pelos recursos globais. 

Em vez de aceitar a filosofia tradicional de que o uso de energia é um custo fixo, a norma específica uma forma para desenvolver, implementar, manter e melhorar um sistema de gerenciamento de energia para que a organização possa seguir uma abordagem ordenada para melhorar continuamente a eficiência energética, o uso da energia (qual recurso está consumindo energia) e o consumo (quanta energia está sendo consumida).

A nova Norma Internacional ISO 50001 é baseada no ciclo de Deming (PDCA - Plan-Do- Check-Act) de melhoria contínua, incorporando o gerenciamento de energia nas práticas organizacionais diárias. 

Ela aborda questões de custo de energia como forma de demonstrar os benefícios financeiros e ambientais que as organizações podem obter por meio de um gerenciamento sistemático de energia. 

Usar a norma internacional estabelece a energia como uma “moeda” empresarial para avaliar as despesas operacionais.

A sustentabilidade se concentra na eficiência energética - não somente no quão bom é o desempenho de um recurso e quão bem o recurso usa a energia, mas também em saber quando substituir o recurso por uma alternativa mais eficiente.

Qual a relação da tecnologia com a sustentabilidade energética? 

A plataforma tecnológica é a base de uma política de uso de energia e de um programa para coletar, medir, analisar, apresentar e gerenciar a quantidade extraordinária de dados de forma reproduzível e precisa. 

Sem um sistema para realizar essa tarefa, a organização corre o risco de um retorno de investimento abaixo do ideal em termos de tempo e dinheiro em relação ao esforço para gerenciar seu uso de energia.

As soluções de sustentabilidade de recursos ajudam a identificar ineficiências de energia e apontam áreas nas quais as empresas podem reduzir o desperdício. Para gerenciar o uso de energia e identificar problemas de não conformidade, as empresas precisam tomar as seguintes atitudes:

– Usar a sustentabilidade global de recursos para determinar se um recurso está consumindo mais energia do que o esperado.

– Continuamente monitorar, medir e gerenciar o consumo de energia de cada recurso como parte do gerenciamento operacional diário de recursos da empresa, identificando ineficiências energéticas e áreas de melhoria.

– Desenvolver, implementar, manter e melhorar um sistema de gerenciamento de energia para se concentrar na eficiência energética, incluindo a determinação de quando um recurso deve ser substituído por uma alternativa mais eficiente.

– Desenvolver um programa e política formal de gerenciamento de energia e carbono e comunicá-lo a toda a empresa, incluindo a combinação de responsabilização e responsabilidade em uma única função.

– Usar uma norma reconhecida para medir os esforços de gerenciamento de energia, como a ISO 50001, incluindo o estabelecimento de indicadores de desempenho energético, objetivos, metas e planos de ação - e estabelecer a energia como uma moeda para avaliar as despesas operacionais.

– Adotar soluções de sustentabilidade de recursos, para identificar áreas com uso e consumo excessivo de energia e depois priorizar esses problemas para reduzir o consumo de energia, gases do efeito estufa, resíduos e água. 

A plataforma atende a maioria das metas de gerenciamento da norma ISO e inclui controles físicos e financeiros para gerenciar plenamente a sustentabilidades, consumo de energia e a infraestrutura.


Lisandro Scuitto

Diretor sênior de produtos para a Infor Latam.