segunda-feira, 28 de março de 2011

Estádio do Mineirão: um gol de eficiência energética

Estádio mineiro deve se tornar o primeiro da Copa do Mundo de 2014 a ter uma usina fotovoltaica na sua cobertura. Projeto inclui também eficientização para reduzir consumo de energia

Estádio do Mineirão: uma "tabelinha"
entre energia solar e eficiência energética
Carolina Medeiros, para o Procel Info

O estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, deverá se tornar o primeiro da Copa do Mundo de 2014 a ter uma usina fotovoltaica instalada em sua cobertura. Dos 12 estádios previstos para ocorrerem os jogos do mundial, cinco fazem parte do projeto Estádios Solares, realizado pelo Instituto para o Desenvolvimento das Energias Alternativas na América Latina (Instituto Ideal), em parceria com agências de fomento da Alemanha.

No caso do estádio Governador Magalhães Pinto, em Minas Gerais, mais conhecido como Mineirão, o projeto das usinas solares fotovoltaicas será realizado pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que também fará um planejamento para melhorar a eficiência energética do estádio.

Alexandre Hering, gestor de projetos de energias alternativas da Cemig, disse que a previsão de investimentos no estádio é de 12 milhões de euros, incluindo a instalação dos painéis solares e o projeto de eficientização. Segundo ele, cerca de 80% do projeto ou 10 milhões de euros serão financiados pelo banco alemão KfW e o restante será aportado pela própria Cemig. "As placas que serão colocadas no estádio devem ter uma potência próxima de 500 a 600 kW", contou o gestor. Ele explicou que a energia a ser produzida no estádio será vendida para consumidores livres.

A Cemig está agora fechando o projeto básico conceitual do estádio e o edital para a contratação da empresa que fornecerá as placas solares deverá sair entre agosto e setembro desse ano. A previsão é que o estádio fique pronto em 31 de dezembro de 2012, meses antes da Copa das Confederações.

Quanto ao projeto de eficiência energética, Hering afirmou que a Efficientia, empresa de conservação de energia da Cemig, está elaborando o projeto conceitual e, portanto, ainda não há estimativas de quanto o estádio poderia economizar em energia. "A Efficientia está fazendo um projeto conceitual, que posteriormente será submetido aos concessionários que ganharem a licitação e ao governo do estado", comentou.

O projeto Estádios Solares, no qual o Mineirão está incluído, começou a partir de um desejo do Instituto Ideal de dar visibilidade à energia solar fotovoltaica no Brasil

O projeto Estádios Solares, no qual o Mineirão está incluído, começou a partir de um desejo do Instituto Ideal de dar visibilidade à energia solar fotovoltaica no Brasil. "Embora a energia solar fotovoltaica tenha um potencial muito grande no Brasil, ela é pouco divulgada. Sentimos que precisávamos encontrar projetos de grande visibilidade, que chamassem a atenção para a fonte. Logo pensamos na Copa do Mundo, porque futebol e Sol tem tudo a ver com o Brasil", explicou Mauro Passos, presidente do Instituto Ideal.

De acordo com ele, assim que as 12 cidades-sede do mundial foram estabelecidas, o laboratório solar da Universidade Federal de Santa Catarina fez estudos para os estádios. "Depois fizemos um trabalho de convencimento junto aos escritórios de arquitetura para incorporar no projeto a questão solar", contou Passos.

Ele disse que cinco estádios estão sendo priorizados no projeto. Além do Mineirão, estão o Maracanã, no Rio de Janeiro; o Mané Garrincha, no Distrito Federal; a Fonte Nova em Salvador; e o Arena Amazônica, em Manaus. O projeto Estádios Solares ainda contou com a participação da agência de desenvolvimento alemã GIZ, antiga GTZ.

Passos acredita que os estádios solares podem ser uma vitrine para a utilização da energia solar no país, possibilitando que residências, supermercados, prédios públicos, entre outros, adotem a tecnologia. "Queremos difundir o conceito. Além disso, tem a questão estética. Os estádios solares que existem hoje na Europa são belíssimos", completa o executivo.