quinta-feira, 28 de junho de 2012

Instituto analisa eficácia energética em edifícios

Laboratório desenvolve projetos e avaliações com a finalidade de conceder selos de desempenho
Clipping/IPT


SXC.hu

Estudos do Laboratório de Conforto Ambiental (LCA) do Centro Tecnológico do Ambiente Construído (Cetac) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) tem desenvolvido trabalhos relacionados ao conforto ambiental e conservação de energia em edifícios. 

O LCA está preparado para atuar como laboratório de avaliação no âmbito da concessão de selos de desempenho energético, assim como o Procel Edifica para verificar se o projeto possui potencia de eficiência.

A norma ABNT NBR 15.575 – Edifícios Habitacionais de até cinco pavimentos: Desempenho, foi publicada em maio de 2008, entrou em vigor em maio de 2010, porém seu impacto no setor da construção civil ainda não teve o alcance previsto, uma vez que sua exigência abrangerá os projetos que serão protocolados após março de 2013. 

No entanto, é utilizada como referência para a avaliação de desempenho de edifícios no âmbito do Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (Sinat), exigindo que sistemas construtivos inovadores sejam submetidos a avaliações de desempenho.

“O laboratório promove o aprimoramento do desempenho térmico e energético de edifícios, inclusive com sistemas construtivos inovadores”, afirma a pesquisadora Maria Akutsu, responsável pelo LCA. 

Estes trabalhos podem ser desenvolvidos para projetos com e sem ar-condicionado, buscando sempre o melhor resultado em termos de conservação de energia e conforto ao usuário. 

Então, tem sido fundamental a utilização de softwares de simulação, seja para a determinação do comportamento térmico da edificação ou do consumo energético.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Incandescentes saem de cena e LEDs serão o futuro do setor

São Paulo - Começa nesta semana, no dia 30, a primeira etapa da proibição de fabricação e importação de lâmpadas incandescentes comuns, processo que deverá ser concluído até 2016


 
A substituição das lâmpadas menos eficientes é considerada uma das principais oportunidades de negócio para o setor de iluminação, que em 2012 espera crescer 7%. 


Nesta mudança, a grande vitoriosa promete ser a tecnologia LED (light-emitting diode, ou dído emissor de luz), que deverá ter até 80% de participação no mercado mundial em 2020, segundo fabricantes. 

A alemã Osram, última grande fabricante de incandescentes comuns em território nacional — GE e Sylvania fecharam suas fábricas em 2009 e a Philips, no ano seguinte — substituirá gradativamente a fabricação do produto pela manufatura de incandescentes halógenas. É o que relata o presidente da companhia no Brasil, Everton Mello.

Segundo o executivo, três tipos de tecnologias sucederão as incandescentes: as halógenas, 30% mais eficientes e com o dobro da durabilidade; as eletrônicas, que economizam 80% de energia e duram até 15 vezes mais; e as LEDs, que podem reduzir em 90% o uso de energia e duram até 25 vezes mais. 

“Na nossa fábrica, pelo tipo de produção que temos, tem uma indicação de ir para uma linha de halógenas”, afirma o executivo, que não revela o investimento para adaptação da planta. “Não são investimentos significativos, pois é uma adaptação das linhas de produção, não uma nova linha”, diz.

Além das incandescentes comuns, a companhia produz, em sua unidade de Osasco (SP), fluorescentes tubulares T8 e T10, lâmpadas mistas, lâmpadas de vapor de mercúrio, de sódio de alta pressão e de multivapores metálicos. Já as eletrônicas e LED são importadas de outras das 50 fábricas da empresa no mundo, principalmente da Europa e da China.

Apesar da expectativa de predominância das lâmpadas LED no futuro, Mello afirma que não vê nos próximos dois anos a possibilidade de produzir a tecnologia no Brasil. 

“Estudos existem, mas eles somente se transformam em realidade quando a demanda local justifica isso, e nós ainda estamos muito longe disso”, acredita. Segundo ele, quando a demanda justificar o investimento, a fábrica atual poderá ser adaptada para a nova produção.

Para o executivo, hoje a principal barreira à proliferação dos produtos que utilizam LEDs é o preço: uma lâmpada LED é de 10 a 15 vezes mais cara do que uma eletrônica. 

“Mas à medida que a indústria aumentar a produção, os preços vão caindo”, diz. Ele lembra que, quando surgiu, a eletrônica era 35 vezes mais cara do que a incandescente e hoje o valor é apenas seis vezes maior.

A importadora brasileira Lâmpadas Golden não compartilha da avaliação da Osram. Para o diretor da divisão de LED da empresa, Ricardo Cricci, o atual volume de consumo já justificaria uma fábrica no Brasil. 

“Acho que é possível viabilizar no momento atual com uma fábrica menor. Dá para começar com uma montagem mais simples agora e, à medida que a tecnologia vai evoluindo, você vai agregando mais produtos brasileiros”, avalia. 

Segundo ele, hoje a cadeia nacional de fornecedores conseguiria suprir de 40% a 50% dos componentes necessários à fabricação local. Para Cricci, o que inviabiliza o investimento atualmente é o alto custo de produção no Brasil, devido à forte incidência de impostos.

O investimento necessário para uma fábrica voltada principalmente para o setor público e grandes consumidores (como hotéis, hospitais, bancos e fachadas) seria de US$ 10 milhões, segundo o executivo. A empresa dialoga com fornecedores na China, Coreia e Taiwan sobre parcerias para a realização do aporte.

Segundo o diretor, a Golden tem hoje de 10% a 12% do mercado nacional de lâmpadas eficientes e 15% do seu portfólio já voltado para lâmpadas LED. 

“Com a saída de linha das incandescentes em 2016, estamos percebendo que a migração sai da [eletrônica] compacta e entra na LED direto”, diz Cricci. 

Ele projeta crescimento de 20% no faturamento da empresa este ano, apesar de um primeiro semestre com queda do preço de venda, devido à superestocagem do setor, provocada por uma alta em 2011 do preço das terras-raras, minerais utilizados na fabricação de fluorescentes.

A holandesa Philips, que em janeiro do ano passado anunciou a intenção de construir no Brasil, já em 2012, a primeira fábrica de lâmpadas LED da América Latina, adiou indefinidamente este plano. 

“Devido ao cenário econômico isso está sendo reestudado. Não saiu da pauta, mas não temos uma data específica”, diz a diretora de Marketing e Produtos, Marina Steagall.

A fabricante americana General Electric e a importadora brasileira FLC também declararam publicamente intenção de instalar, nos próximos anos, fábricas de lâmpadas LED no Brasil.

A Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux) espera um aumento de 7% do faturamento este ano. Em 2011, o setor faturou R$ 3,7 bilhões. Naquele ano, 90% das lâmpadas consumidas no País foram importadas, segundo a entidade.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Palestra "Iluminação Eficiente a Serviço da Sustentabilidade" na Rio+20



Rio de Janeiro - A “Iluminação Eficiente a Serviço da Sustentabilidade” é o tema da palestra que o diretor técnico da Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação), Isac Roizenblatt, fará sexta-feira, dia 22 de julho, às 17h30, em seminário promovido pela Apex-Brasil, no Pavilhão Brasil (Parque dos Atletas), na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), no Rio de Janeiro.


No evento, o aproveitamento da luz natural e a iluminação elétrica de alta performance com o aumento da eficiência energética dos LEDs serão o foco da palestra. 

Roizenblatt destacará a importância desta nova fonte de luz e a sua constante evolução tecnológica quanto à eficiência, durabilidade e qualidade da luz. 

“Quando as lâmpadas atualmente em uso forem substituídas pelos LEDs consumiremos menos da metade da energia elétrica hoje utilizada na iluminação e contribuiremos de forma destacada para a sustentabilidade”, conclui o diretor técnico da Abilux. 

Serviço:

Evento: Seminário Apex-Brasil – Rio+20

Palestra: Iluminação Eficiente a Serviço da Sustentabilidade

Palestrante: Isac Roizenblatt, diretor técnico da Abilux

Data: 22/06/2012 (sexta-feira) 

Local: Pavilhão Brasil (Parque dos Atletas) 

Horário: 17h30

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ampliação do mercado livre de energia: verdade, riscos e mitos

A defesa do fortalecimento do mercado livre de energia elétrica se tornou prioridade este ano para importantes associações do setor. 

Foi motivo inclusive da criação da campanha "2012 - O Ano do Mercado Livre", lançada em março, na Câmara dos Deputados, em conjunto com a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura.


Entretanto, já é possível identificar, em diversos fóruns e na imprensa, uma campanha paralela, desta vez pela ampliação do mercado livre de energia elétrica. Seu propósito inicialmente sugere algo importante para o Brasil, mas não revela fielmente seu objetivo.

Por trás, escondem-se interesses comerciais que, apregoando uma possível redução de preços, não esclarecem que tal queda seria meramente temporária e que embutiria graves riscos no processo de migração de aquisição de energia elétrica do ambiente regulado para o ambiente livre, afora os impactos negativos na expansão da produção de energia elétrica no país.

Busca por menores tarifas deve se associar ao custo do suprimento e não apenas ao preço de aquisição

Inicialmente, cabe esclarecer que existem hoje na legislação brasileira duas categorias de consumidores que podem adquirir energia no mercado livre. 

O consumidor especial é a unidade consumidora com demanda igual ou superior a 500 quilowatt (kW), o qual tem a opção de atuar no mercado regulado ou adquirir energia no mercado livre do produtor de energia renovável produzida por fonte hídrica, solar, eólica ou biomassa, com potência injetada menor ou igual a 50 megawatt (MW).

O outro é o consumidor livre, a unidade consumidora com demanda igual ou superior a 3 mil kW, que pode adquirir energia de qualquer agente de geração e é formado por grandes consumidores. 

Pretende-se, com a mencionada ampliação do mercado livre, permitir ao produtor de energia elétrica de grande porte atingir e com isso dominar todo o mercado livre brasileiro.

Caso essa tentativa tenha êxito, uma simples elevação nos preços no mercado livre (até provável, por frustração de oferta), ou a redução nos preços do mercado regulado (motivada, por exemplo, pela prorrogação das concessões), fará com que seu retorno à condição de consumidor cativo torne-se imprevisível e dependente da disponibilidade de energia da distribuidora ao qual estiver conectado, podendo ser obrigado a esperar até cinco anos para o retorno.

Nesse ínterim, além de correr os evidentes riscos, se não tiver optado por contratos de energia de longo prazo no mercado livre, poderá ver-se submetido a preços elevados ou à falta de disponibilidade de contratos de compra e venda, o que implicará em consumo de energia a custos imprevisíveis de Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), acrescido de penalidades.

A preconizada ampliação do mercado livre de energia é, na realidade, uma proposta de beneficiamento exclusivo do produtor de energia de grande porte, em detrimento dos consumidores e dos pequenos e médios produtores de energia limpa e renovável, ambientalmente sustentável.

A atual faixa do mercado livre para o consumidor especial teve e tem um papel muito importante na viabilização da construção de Pequenas Centrais Hidrelétrica (PCHs), das termelétricas a biomassa e a resíduos sólidos; além de certamente também desempenhar um papel relevante nos empreendimentos de geração de energia eólica, que assim como as PCHs, passaram a ser construídos em locais antes inexplorados, com pouquíssimos impactos socioambientais.

A geração de energia através de fontes limpas e renováveis, com empreendimentos de pequeno e médio porte, tem sido responsável pela criação permanente de empregos locais, por atender a uma demanda de energia de forma distribuída e próxima aos centros de carga. 

Ela também reduz os custos com a transmissão, pela pulverização de investimentos em pequenas localidades do Brasil, trazendo riqueza e desenvolvimento para os municípios por meio do aumento de sua participação nas transferências de tributo e contribuindo para a realização de programas socioambientais e tecnológicos nas localidades onde atuam.

Por outro lado, esta ampliação do mercado livre, como está sendo proposta, inviabilizará o desenvolvimento dessa indústria de pequenos e médios produtores de energia, que teve forte impulso a partir de 2003 e que se somente se viabilizou através do incentivo ao mercado de fontes renováveis e a existência do Consumidor Livre Especial.

A ampliação do mercado livre para os grandes produtores de energia elétrica, da forma como pretendida, vai ferir o atual modelo do setor elétrico, com substancial redução da clientela das distribuidoras; clientela essa que celebrará contratos no mercado livre com prazos inferiores a cinco anos (tem sido essa a prática), não viabilizando a construção de novas usinas para o mercado livre e, ainda, frustrando a contratação de novas usinas para o mercado regulado, impactando frontalmente a metodologia atualmente utilizada para garantir a expansão do setor.

Com esses esclarecimentos, a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) reitera sua oposição à pretendida ampliação do mercado livre. 

Rechaçamos a proposta por considerá-la equivocada, sem profundidade e não condizente com a postura de estímulo ao desenvolvimento das fontes alternativas comprometidas com a sustentabilidade ambiental.

Os produtores de energia limpa, objetivando preservar e fortalecer o atual modelo do setor de energia elétrica do Brasil, defendem que a busca por menores tarifas deva estar associada ao custo global do suprimento e não apenas ao preço de aquisição. 

Outro pleito é que a segurança energética seja atendida não somente nos aspectos de quantidade de energia, mas de confiabilidade e qualidade; e que a geração distribuída seja um vetor da universalização do uso da eletricidade, como preconiza o marco regulatório de março de 2004. 

Autor; Charles Lenzi é presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel). 

Fonte: (Valor Econômico)

MME não acena com mudanças no mercado livre

Hoje, o mercado livre corresponde a mais de 25% da demanda, de acordo com estimativas da Câmara de Comércio de Energia Elétrica (CCEE). 


Mas comercializadores e geradores, principalmente, pedem a ampliação desse ambiente, com a mudança nos critérios para migração. 

O Ministério de Minas e Energia, porém, não dá sinais de que pode ceder. 

Na quinta-feira (14/6), o secretário-executivo da pasta, Márcio Zimmermann, foi ponderado ao falar sobre a questão. 

Para ele, “o mercado livre passou por um processo de consolidação nos últimos anos”, mas o atual tamanho do segmento "é uma proporção interessante". 

A reportagem também questionou o executivo do governo sobre a possibilidade de o MME autorizar consumidores livres a venderem seus excedentes no mercado, o que tem sido pleiteado pelos agentes há anos. 

A pasta chegou a discutir e preparar uma minuta de resolução sobre o tema, mas o assunto está parado desde 2010. Zimmermann, mais uma vez, não acenou com mudanças. "As comercializadoras têm condições de atender o mercado”, rebateu. 

Zimmermann mediou uma painel sobre energia renovável na Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), na tarde desta quinta-feira (14/6), quando respondeu sobre o assunto. 


MME promove seminários sobre energia limpa e gás natural
O Ministério de Minas e Energia promove nos próximos dias 9 e 10 de julho eventos com a participação do vice-diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), embaixador Richard Jones. Os encontros acontecerão na auditório da sede do MME, em Brasília. 

No dia 9, às 14h30, haverá a apresentação da publicação "Perspectivas tecnológicas de energia 2012: caminhos para um sistema de energia limpa". 

O trabalho aponta como o avanço da tecnologia pode fazer diferença no combate à mudança climática e no aumento da segurança energética. 

Em 10 de julho, a partir das 9h30, será apresentado o relatório especial "Regras de ouro para uma Era de Ouro do gás natural", que discute os esforços e os cuidados para o desenvolvimento da exploração das reservas de gás não-convencional no mundo. 


As vagas são limitadas. (Jornal da Energia)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Máxima eficiência energética é a meta dos data centers brasileiros

Meta é reduzir os custos e ganhar competitividade. Na estratégia, planejamento, alta tecnologia e criatividade fazem a diferença
Solange Calvo

O protótipo do data center do futuro ainda não cabe no bolso, mas tem metragem quadrada reduzida, consolidação de máquinas e densidade de processamento. 

É o que estima o instituto de pesquisas Gartner. Segundo ele, os mais atuais têm 400% a mais de capacidade, usando 60% a menos de espaço e estão cada vez mais modulares, pequenos e construídos por zonas [múltiplas camadas] e escaláveis verticalmente.



Em contrapartida, deverão gerar mais calor e, portanto, consumirão mais energia. O grande desafio dessa nova geração dos centros de dados será construir estratégias em busca da eficiência energética.


Henrique Cecci, diretor de Pesquisas do Gartner, aponta a refrigeração como grande vilã. “Ela representa, hoje, 50% do consumo energético de um data center. Considerando que o custo de energia cresce em torno de 15% a 20% ao ano, encontrar a fórmula para o equilíbrio é vital”, aponta.

O consumo de energia por metro quadrado será maior, em razão da concentração do volume do processamento. Sendo assim, será necessário ter esse processo estruturado, afirma Bruno Arrial dos Anjos, analista sênior de Mercado da Frost & Sullivan.

Segundo Cecci, o mais importante é medir a eficiência e estabelecer metas. Para essa medição, de acordo com o executivo, existe o Power Usage Effectiveness (PUE), índice que avalia a eficiência energética de um data center, e indica se houve consumo em equilíbrio com o que foi gerado.

Criado pelo Green Grid, uma organização norte-americana sem fins lucrativos, dedicada a promover a eficiência dos recursos no data center, o PUE é a razão entre a potência total consumida pela instalação de TI – refrigeração, iluminação etc – dividida pela eletricidade consumida pelos equipamentos de tecnologia. O melhor PUE é o mais próximo possível de 1.0.

“Minha primeira recomendação para os CIOs é realizar uma avaliação do data center para quantificar o que o uso de energia significa para a companhia”, diz John Tucillo, presidente e chairman do conselho do Green Grid. “Você não precisa ser sofisticado para quantificar o consumo de energia básica. Compreender o PUE pode fornecer uma perspectiva sobre como você pode ser mais eficiente”, completa.

Como medir o Pue

Em muitos países, essa equação precisa ser aprimorada. A média no Brasil é 2.4, enquanto nos Estados Unidos e Europa o PUE está entre 1.4 e 1.5. “No Facebook, por exemplo, o índice é 1.07”, garante Ray Paquet, vice-presidente administrativo do Gartner, que esteve pessoalmente no data center, localizado em Washington, nos Estados Unidos.

Hugo Zanon Junior, diretor da Terremak, diz que existem muitas formas de medir o PUE. “No site [Data center Dinamics], tem pelo menos quatro critérios, então é difícil contratar os data centers por meio do PUE”, avisa. Ele explica: “Se dois provedores tiverem PUE diferentes, aquele que tem o maior, terá preço maior. O que possuir PUE mais baixo, terá uma margem maior, e, portanto, preço menor”.

Zanon aponta que o índice varia em função do tipo de data center. Nos de outsourcing ou de e-commerce, prossegue, é possível otimizar a arquitetura e então alcançar ótimo PUE. “Conforme o data center expande, as últimas salas têm desempenho melhor do que as outras. No nosso caso, se fizéssemos uma radiografia, teríamos vários PUEs”, relata e avisa: “Não divulgamos nossa média de PUE”. 

Cecci diz que hoje já existem data centers no Brasil até mais eficientes que 1.6 e 1.8. “Mas acho que ainda vamos percorrer cerca de dois anos para alcançarmos média de 1.6. E, depois disso, poderemos atingir 1.3.”

“Fomos à Europa, Estados Unidos e Ásia para entender as melhores práticas de construção de data center e isso nos ajudou bastante. Optamos por Liquid Cooling Package (LCP), um rack climatizado, por água gelada, próprio para ambientes de alta densidade, com blade, virtualização”, diz Alexandre Siffert, presidente da Ativas.

Siffert comenta que com a densidade, o calor aumentou muito. “Há dez anos, o consumo por metro quadrado no data center era de 500 watts, hoje são 3 mil watts.” Mas com o LCP, da fabricante alemã, Rittal, a empresa pretende atingir PUE de 1.7.

Outro ponto de vantagem da Ativas é ter a concessionária mineira Cemig como acionista. “Sendo assim, somos providos por duas estações de energia distintas, e isso nos proporciona tranquilidade em relação à continuidade”, aponta.

É preciso estar atento às tendências, entende Siffert. “Há três anos, participo da conferência do Gartner, nos Estados Unidos, junto com nossos acionistas para termos certeza de que estamos no caminho certo. Precisamos saber o que o mundo está pensando e querendo. É nossa bússola”, afirma.

A Level 3 prepara-se para ter a energia do futuro. É o que revela Vagner Moraes, diretor da unidade de Data Center da empresa. “Estamos construindo nossa subestação. Vamos transformar a energia de alta tensão [138 mil Megawatts] para a tensão da Eletropaulo, que é de 13 mil Megawatts. Dessa forma, proporcionando capacidade de transformação de energia até 20 Megawatts”, explica.

Com esse investimento, a empresa vai garantir o funcionamento estável da rede de energia e a consequente disponibilidade. “O data center e a rede de alta tensão mantêm-se a uma distância de um quilômetro. E por estarmos nos domínios da Eletropaulo, todo o cabeamento instalado será doado para uso da concessionária”, diz o executivo, acrescentando que a obra teve início no final do ano passado e deverá estar concluída no início de 2013.

Contingência

A modernização do data center da Sonda IT, que inclui construção alinhada ao conceito de Green IT, recursos para eficiência e contingência enérgica e perenidade da estrutura, consumiu cerca de 50% do investimento na operação. É o que afirma Ricardo Barone, vice-presidente da unidade de Serviços de TI da Sonda IT.

O executivo destaca que o sistema de ar-condicionado é a gás, granular e inteligente. “Os equipamentos se revezam, de acordo com a leitura da temperatura do ambiente, o que gera economia significante. O importante é que focamos na melhor plataforma tecnológica e de climatização para nos tornarmos mais competitivos”, diz.

Ele dá a dica: “Em ambientes de alta densidade, é vital o gerenciamento ativo da ocupação, otimizando a operação com a eliminação da ociosidade dos equipamentos e desligando os que já não são mais necessários”.

A iniciativa com maior nível de eficiência energética é o cloud computing, na análise de Marcelo Safatle, diretor-executivo da Hostlocation. A organização, segundo ele, aumentou sensivelmente a densidade com virtualização de servidores e no último ano obteve economia de 66% de energia.

O executivo aposta ainda na evolução da indústria, que tem colocado no mercado máquinas que suportam temperaturas mais elevadas, capazes de baixar muito os gastos com refrigeração. “Trabalhar com dois ou três graus acima pode representar significativa economia. Se eu tenho consumo de 1 KVA [Kilo Volt Amperes] por equipamento, tenho de reservar o mesmo para refrigerá-lo”, diz Safatle, que no momento está modernizando a plataforma com servidores blade.

José Geraldo Coscelli, COO da Globalweb Outsourcing, equaliza os gastos energéticos com operação no Brasil e também nos Estados Unidos. “O custo do KVA daqui é mais alto do que o norte-americano. Dessa forma, consigo oferecer melhor eficiência ao cliente.”

Ele diz que a estratégia da empresa está pautada em soluções baseadas em cloud, virtualização e servidores blade. “Procuramos otimizar ao máximo o ambiente para ter um menor gasto energético”, afirma.

Na Locaweb, o momento é de avaliação. Estudam a possibilidade de cogeração de energia com gás natural, por meio de geradores, aproveitando resíduos para gerar ar frio. E ainda free cooling, que é basicamente usar o ar para resfriamento. “Mas podemos ter a combinação dessas duas alternativas”, revela Marco Fonseca, gerente de Operações da empresa.

A meta da companhia é obter economia de cerca de 30% com energia. “Estamos expandindo, tornando nosso ambiente de alta densidade e, portanto, é fundamental a modernização do sistema de climatização”, explica.

O executivo gaba-se do PUE de 1.6, que foi conquistado, segundo ele, sem muito esforço tecnológico, pois a chave está na combinação de planejamento, tecnologia e criatividade. “É uma questão de melhor distribuição dos servidores, aliada ao confinamento do ar quente. Nenhuma reinvenção da roda”, brinca.

Armando Amaral, diretor de Operações, Engenharia e Infraestrutura da UOL Diveo conta que já na construção do data center, o projeto previu uma arquitetura que favorecesse a eficiência energética. “Porque depois de construído, fica muito complicado implementar um projeto moderno de refrigeração”, avisa.

O PUE de 1.6 [com data center cheio] foi conquistado graças à virtualização, software de gerenciamento de energia, sistema de refrigeração com corredores de ar quente e frio, piso elevado, máquinas modernas de ar-condicionado e recurso de vaporização do ambiente. “A meta é reduzi-lo com o novo sistema de climatização que estamos avaliando e também soluções de cloud.”

Fabiano Droguetti, diretor de Soluções e Tecnologia da Tivit, também concorda ser uma vantagem importante já incluir no planejamento do data center características que promovam eficiência energética. “Nosso sistema de refrigeração é composto por um tanque de água gelada. Se quiséssemos implementá-lo depois, seria uma tarefa complicada”, diz.

Impulso da nuvem

O executivo destaca que um dos grandes apoios para a redução do consumo de energia é cloud computing, que, segundo ele, otimiza a produção de TI por metro quadrado do data center. “Mais de 20% de todos os nossos serviços são prestados por meio de uma plataforma virtualizada, minimizando a dissipação de calor e a necessidade de resfriar servidores.”

Medir o PUE é uma tarefa realizada três vezes ao dia na Logica, afirma Gilberto Encinas, gerente de Data Center da corporação. Em fase de expansão, com estimativa de dobrar a capacidade, o sistema de refrigeração inclui corredores de ar quente e frio, com ar-condicionado. “Mas estamos avaliando o uso do conceito de 
Rack cooling e Row cooling para aumentar nossa eficiência. Temos índice de 1.6 e com a atualização pretendemos baixá-lo”, afirma.

“Hoje, olho para a infraestrutura energética com lupa. A preocupação é muito maior. Trata-se de um investimento significativo e fundamental para o negócio”, revela Flávio Duarte, executivo de Serviços da IBM.

A empresa usa em seus racks porta de troca de calor refrigerada a água. Ela pode retirar até 27 KVA de um rack. “Considerando que eles consomem 27 KVA, temos essa equação zerada e a eficiência aumentada”, diz o executivo.

O PUE da IBM está perto de 2.0, mas o objetivo é cair bastante esse índice, segundo Duarte. A IBM vem buscando redução de custos operacionais para se tornar mais competitiva e a eficiência energética ajuda nessa meta. Soma-se a essa estratégia o forte investimento em virtualização, consolidação e gerenciamento eficiente. “Tudo isso gerou para a IBM na última década uma economia de 1 bilhão de dólares.”

A Alog optou por um projeto que alia a eficiência de energia às características de ocupação do seu data center. “Nosso sistema é modular, composto de equipamentos de alta eficiência energética, com apoio de corredores de ar quente e frio, usando técnica de confinamento e também sistema de climatização a água. E no data center de Tamboré, com ocupação total, nosso PUE deverá variar entre 1.6 e 1.7”, relata Peter Catta Preta, diretor de Infraestrutura da Alog.

A estratégia da HP tem como base três pilares. Desenvolvimento de uma nova geração de infraestrutura que consome menor quantidade de energia, usando na arquitetura os servidores ProLiant Gen8, que, segundo o diretor de Marketing da área de servidores, Alexandre Kazuki, “são totalmente automatizados e de baixíssimo consumo de energia”. 

Consultoria e projetos para a construção de data centers de última geração que conseguem utilizar de forma otimizada os recursos de energia e refrigeração. “E ainda a criação de software de gerenciamento que permitem maior inteligência dos servidores.”

A busca por resfriamento ideal promete esquentar. Todos querem tornar seus ambientes altamente eficientes com consumo menor de energia e um PUE cada vez mais próximo de 1.0. De acordo com consultores, o mais importante nessa arena, é que o mercado nacional está borbulhando, atraindo a atenção internacional e, o que é mais valioso, se tornando mais amadurecido e profissional. Aguarde.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Eletrobras Procel lança livro “Energia Solar para aquecimento de água no Brasil”

Rio de Janeiro - Eletrobras Procel lança obra com panorama do uso de SAS no Brasil e a utilização da energia nos mais diversos segmentos da sociedade



Brenno Marques e Lara Martinho, para o 
Procel Info

Rio de Janeiro - Em evento realizado em um restaurante no Centro do Rio de Janeiro, a Eletrobras Procel lançou, na última terça-feira, o livro “Energia Solar para aquecimento de água no Brasil - Contribuições da Eletrobras Procel e parceiros”. 

A obra é responsável por unir o histórico dos avanços e as principais ações do setor nos últimos 15 anos, com seus benefícios para a sociedade e o meio ambiente.

“O livro organiza todo o conhecimento gerado pelas ações da Eletrobras Procel e disponibiliza para o público de uma maneira organizada e homogênea que permite uma fácil leitura”, afirma o gerente da Divisão de Eficiência Energética na Oferta (DTDO), Emerson Salvador.

Com o apoio da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ), o livro retrata um breve histórico do mercado de sistemas de aquecimento solar (SAS) no Brasil, iniciado em 1970, e um panorama mundial e nacional dessa tecnologia, com informações provenientes da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) e da Pesquisa de Posse de Equipamentos e Hábitos de Uso.

A obra contempla: o controle de qualidade e de eficiência energética dos equipamentos, por meio do Selo Procel Eletrobras de Economia de Energia e da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia Elétrica e, como são avaliados seus impactos energéticos.

Abrange também alguns dos principais estudos na área, como o de Contagem (MG), que acompanhou por 10 anos instalações de aquecimento em uma comunidade; e outro realizado em âmbito nacional, que avaliou in loco a situação real desses sistemas nos mais variados segmentos. 

Ganha destaque também a criação da Rede Eletrobras Procel Solar, que tem o objetivo de disseminar programas de capacitação e fortalecer o mercado e seus agentes.

Plano ambicioso do MMA prevê a instalação de 15 milhões de m² de SAS até 2015

Esses estudos puderam servir de subsídios para elaboração do Plano Nacional do Ministério de Meio Ambiente, o Plano Estratégico Solar, que tem como meta alcançar 15 milhões de m² de sistemas de aquecimento solar instalados no país até 2015. 

“No Brasil, nós temos, por ano, mais de 2 mil horas de sol e, por outro lado, menos de 1% das nossas residências utiliza esta energia para aquecimento de água. 

Temos trabalhado neste sentido de alavancar projetos para difundir o uso e promover projetos piloto”, ressalta Salvador. 

A classe A e B são as que mais vêm utilizando essa tecnologia, o projeto é acabar com o vazio que existe entre essas classes e a classe C e D, que serão mais beneficiadas com esse sistema e as que mais necessitam. 

Em relação à meta do Plano Estratégico Solar, comenta: “Esta meta é muito ambiciosa, pois praticamente irá dobrar toda a área instalada que temos hoje no Brasil e, por isso, permitiu uma sinergia de vários atores, não só da cadeia produtiva, como também da acadêmica. 

Acho que o Brasil tem um potencial grande de exploração e tem condições de cumpri-la”. 

A pesquisadora e professora da UNA (MG), Elizabeth Marques, ressalta que se não fosse o apoio da Eletrobras, não teria sido possível realizar o trabalho de disseminação dessa tecnologia, mudando paradigmas, como foi feito no Brasil. 

Segundo a professora, o aquecimento solar para a baixa renda era considerado um sonho. As pessoas na Europa não conseguem entender como o Brasil faz 600 mil casas com aquecimento solar enquanto na Rússia, por exemplo, faz-se 30 casas. 

Ela afirma que o programa Minha Casa, Minha Vida é considerado um orgulho para os pesquisadores e técnicos, referindo-se à obrigatoriedade, a partir de 2011, da instalação desses sistemas nas residências participantes do Programa, executado pela CAIXA.

O livro está disponível na íntegra para download no link abaixo. 

Lembrando que é preciso possuir registro no portal e estar logado para fazer o download.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Simpósio reúne especialistas brasileiros e estrangeiros para discutir geração de energia elétrica no Brasil

Setor Elétrico Brasileiro e Sustentabilidade no século 21: Oportunidades e Desafios acontecerá no Rio de Janeiro, em 18/6, como parte das atividades paralelas à Rio+20, terá dois painéis e marcará o lançamento de publicação sobre o tema


Em 18 de junho, como parte das atividades paralelas à Rio+20, acontece no Rio de Janeiro o simpósio Setor Elétrico Brasileiro e Sustentabilidade no século 21: Oportunidades e Desafios, com o objetivo de fomentar o diálogo entre especialistas, governo, setor privado e sociedade civil a respeito de experiências inovadoras e novas formas de geração de energia no Brasil. 

O evento marcará, também, o lançamento de uma publicação a respeito do tema e levantará questões como a capacidade de a energia solar e eólica atenderem à crescente demanda por eletricidade; barreiras, oportunidades empresariais e de investimento nos mercados emergentes de energia limpa e estudos de casos internacionais sobre energia renovável que podem ser aplicados ao atual panorama energético brasileiro.

O evento será composto por dois painéis - Planejamento de demanda e eficiência energética e Alternativas para a geração de energia elétrica no Brasil: políticas públicas, investimento e estudos de caso internacionais. 

Entre os palestrantes confirmados estão Célio Bermann, professor-pesquisador, Universidade de São Paulo; Philip Fearnside, professor-pesquisador, Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia; Marcelo Furtado, diretor executivo, Greenpeace Brasil; Danny Kennedy, fundador e presidente, Sungevity; Christine Lins, secretária executiva, REN 21; Élbia Melo, presidente executiva, Associação Brasileira de Energia Eólica; Felício Pontes, procurador do Ministério Público Federal do Pará; Adriana Ramos, secretária executiva adjunta, Instituto Socioambiental; Stefan Schurig, diretor de energia e clima, World Future Council Foundation; Jigar Shah, membro do conselho de administração, Carbon War Room e Altino Ventura Filho, secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia.

O simpósio é uma realização da Amazon Watch, Instituto Humanitare e Prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com TckTckTck, Instituto Socioambiental (ISA), Rios Internacionais e Movimento Gota D´Água. Para participar basta se inscrever pelo site (www.simposioenergia.com.br). 
O evento é gratuito e as vagas, limitadas.

Sobre a publicação

Setor Elétrico Brasileiro e Sustentabilidade no século 21: Oportunidades e Desafios, que conta com prefácio de Marina Silva, marca um processo pioneiro em que diversos segmentos da sociedade se juntaram para somar suas expertises na área de soluções e políticas para o setor elétrico brasileiro. 

É resultado da união de esforços das organizações Instituto Socioambiental (ISA), Greenpeace Brasil, Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, Rios Internacionais, Amazon Watch e Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS).

A publicação reúne artigos de Célio Bermann, professor-pesquisador, Universidade de São Paulo; Oriana Rey, advogada e assessora do Programa Eco-Finanças, Amigos da Terra - Amazônia Brasileira; Philip Fearnside, professor-pesquisador, Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia; Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace Brasil e doutor em planejamento energético pela Escola Politécnica da USP; Brent Millikan, diretor do Programa Amazônia, Rios Internacionais – Brasil (Campanha Amazônia Viva); Roberto Kishinami, consultor em energia elétrica; Raul do Vale, advogado e coordenador do Programa de Políticas Públicas do ISA. 

Exemplares da publicação serão distribuídos gratuitamente.

Serviço

Simpósio Setor Elétrico Brasileiro e Sustentabilidade no século 21: Oportunidades e Desafios

www.simposioenergia.com.br - 18 de junho de 2012

Credenciamento - 8:30 | Duração: 9h – 13h | Almoço: 13h – 14h
Lançamento da publicação e coletiva de imprensa: 14h – 15h
Credenciamento para imprensa pode ser feito pelo e-mail inscricoes@simposioenergia.com.br

Local: Planetário, Rio de Janeiro - Rua Vice-Governador Rubens Berardo, 100 – Gávea

Informações para imprensa
Simpósio:
Maria Ines Zanchetta - ines@socioambiental.org
Karina Miotto - karina@amazonwatch.org
Publicação: Paula Moreira - paulamoreiraconsulting@hotmail.com
ISA, Instituto Socioambiental.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Brasileiros eliminam terras-raras das lâmpadas de estado sólido

Com informações da Agência USP 

Exemplos de possíveis utilizações do nanomaterial luminescente em LEDs. 
Em amarelo, o local onde ficaria o nanopó. 
[Imagem: Antonio Carlos Hernandes]
Sem terras-raras
Cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP desenvolveram um nanomaterial que poderá ser utilizado para fabricação de lâmpadas de estado sólido com elevada eficiência energética.
O nanopó - um pó cujas partículas possuem dimensões na faixa dos nanômetros - apresenta como principal característica o fato de emitir 90% de luz branca quanto exposto à luz ultravioleta - e uma luz com uma temperatura de cor que não incomoda o olho humano.
Isso torna o pó luminescente, feito de aluminato de boro, muito atraente do ponto de vista comercial, com possibilidade de uso imediato.
Outro aspecto importante é que não há em sua composição nenhum elemento químico do grupo das terras-raras - elementos do grupo dos lantanídeos que, embora não sejam assim tão raros, exigem alta tecnologia para seu processamento e, por serem úteis igualmente em produtos de alta tecnologia, já ameaçam ser as causas das guerras minerais.
"Os produtos atuais existentes no mercado mundial levam metais de terras-raras em sua composição e apresentam uma eficiência energética de 60%. O Departamento de Energia do governo dos Estados Unidos tem como meta desenvolver, até 2025, materiais que apresentem eficiência energética de 80%", compara o pesquisador Antônio Carlos Hernandes.
Sensibilidade aos ingredientes
No início do trabalho, os pesquisadores brasileiros obtiveram apenas 40% de eficiência energética.
Com o tempo, descobriram que uma variação mínima na pureza dos componentes utilizados influenciava diretamente muito esses resultados.
"Tínhamos 40% de eficiência energética quando os elementos apresentavam pureza entre 98 e 99%. Ao utilizarmos materiais com pureza entre 99,5% e 99,999%, atingimos o índice de 90% de eficiência energética", conta o pesquisador.
O índice inédito de eficiência foi alcançado durante o trabalho de Vinícius Guimarães, atualmente estudando no instituto francês CNRS.
Uma das aplicações mais imediatas do nanopó luminescente seria montá-lo juntamente com um LED ultravioleta, usando uma resina como substrato.
Isso criaria um LED capaz de emitir a chamada "luz branca quente", mais agradável aos olhos humanos.
Nanomaterial brasileiro elimina terras-raras das lâmpadas de estado sólido
À direita, o nanopó submetido à luz ultravioleta, o que gera uma reemissão de 90% da radiação na forma de luz branca. [Imagem: Antonio Carlos Hernandes]
Comprimentos de onda
O nanopó luminescente foi produzido a partir de uma mistura dos ácidos cítrico e bórico, além de outros compostos, como o etilenoglicol. Após um processo de mistura desses elementos, forma-se uma espécie de resina, de aspecto gelatinoso. A mistura é queimada em um forno com atmosfera com controle dos níveis de oxigênio e nitrogênio.
O resultado é um nanopó que, ao ser exposto à luz ultravioleta, emite 90% de luz branca.
A luz ultravioleta possui um comprimento de onda abaixo dos 400 nanômetros. Quando essas ondas incidem sobre o nanomaterial, elas são reemitidas com comprimentos de onda entre 400 e 700 nanômetros, uma média muito similar à da luz do Sol.


"Aquela luz muito utilizada em faróis de carros, e que incomoda muito o olho humano, está na faixa dos 400 nanômetros", explica o professor Antônio Carlos.

Além do grupo da USP, o trabalho contou ainda com a participação de Alain Ibanez, do CNRS, e de Lauro Maia e Antonio Fernandes, da Universidade Federal de Goiás (UFG).

O nanopó luminescente foi patenteado - a patente é dividida entre as três instituições - e, tão logo a tese de doutoramento de Vinícius seja aprovada, o grupo partirá para procurar parcerias comerciais com vistas à industrialização do material.

Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br

Inscrições abertas para o prêmio Petrobrás de Tecnologia

Até o dia 16 de julho estão abertas as inscrições para o Prêmio Petrobras de Tecnologia Engenheiro Antônio Seabra Moggi 2012












Até o dia 16 de julho estão abertas as inscrições para o Prêmio Petrobras de Tecnologia Engenheiro Antônio Seabra Moggi 2012. 

A iniciativa visa a reconhecer a contribuição de estudantes, pesquisadores e instituições para a superação de desafios tecnológicos nos negócios da Companhia e na indústria nacional de energia, além de incentivar a revelação de talentos e de trabalhos inovadores na área e promover a aproximação entre as universidades brasileiras e a indústria.

Lançado em 2004, o prêmio é voltado para estudantes de graduação, mestrado ou doutorado de qualquer instituição de ensino superior brasileira. 

Nesta edição, os trabalhos devem ser inscritos em nove temas tecnológicos: Tecnologia de Energia e Eficiência Energética; Tecnologia de Exploração;

Tecnologia de Gás; Tecnologia de Logística e de Transporte de Petróleo, gás e derivados; Tecnologia de Perfuração e de Produção; Tecnologia de Preservação Ambiental; Tecnologia de Bioprodutos; Tecnologia de Refino e Petroquímica e Tecnologia de Segurança de Processos. 

Em cinco edições, mais de 2.000 trabalhos foram inscritos e 122 foram premiados.

Os autores dos trabalhos vencedores recebem R$ 20 mil na categoria doutorado, R$ 15 mil na categoria mestrado e R$ 10 mil na categoria graduação, além de uma bolsa de estudos do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) para elaboração de tese de mestrado, doutorado ou pós-doutorado em instituições de ensino superior nacionais, de acordo com sua formação acadêmica. 

Os professores orientadores dos trabalhos premiados de todos os temas e categorias recebem a mesma quantia bruta que o prêmio recebido pelo aluno, como taxa de bancada.

As inscrições devem ser realizadas no site do Prêmio, até as 20h (horário de Brasília) do dia 16 de julho.

Lá também é possível ler o regulamento do Prêmio e conhecer um pouco dos trabalhos vencedores das edições anteriores.

Quem foi Antônio Seabra Moggi

Antônio Seabra Moggi foi o primeiro superintendente do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes). Químico Industrial pela Universidade do Brasil (atual UFRJ) e Engenheiro Químico pela Valderbilt University, no Tennesse, EUA, trabalhou no Conselho Nacional de Petróleo (CNP) e na Petrobras, onde participou da fundação do Centro de Aperfeiçoamento e Pesquisa de Petróleo (Cenap), ponto de partida das atividades de Pesquisa & Desenvolvimento na Companhia. Também participou da criação do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP).

Foto: Petrobrás Fonte: Petrobrás Postador: Surgiu Redação

4 tendências no uso de energia pelas grandes empresas

Pesquisa da Ernst & Young revela preocupação crescente das companhias com a eficiência energética, aumento na utilização de fontes renováveis e de iniciativas de auto geração

Energia solar
Quase metade das maiores companhias do mundo (46%)                                          planeja aumentar o investimento em energia renovável nos                                           cinco anos

São Paulo – O consumo de energia é uma preocupação constante nas grandes empresas e exige estratégias de longo prazo. Afinal, uma boa gestão desse recurso é sinônimo de segurança e também de corte de custos. 

Atentas à questão, as grandes companhias do mundo, para além de investir na eficiência energética, vêm apostando no uso de fontes renováveis e também na geração da própria eletricidade.

É o que revela uma pesquisa da consultoria Ernst & Young, que questionou 100 empresas com faturamento superior a US$ 1 bilhão em todo o mundo a respeito de suas estratégias de uso de energia, principais inciativas e perspectivas sobre a área no futuro. A seguir, quatro tendências apontadas pelo levantamento:

1 – De olho nos altos custos

De acordo com a pesquisa, 73% dos entrevistados prevêm aumento substancial nos custos de energia ao longo dos próximos cinco anos. 

Atualmente, para metade das empresas, o gasto energético representa 5% ou mais dos custos operacionais.

Mas para 22% delas, o consumo energético já representa 20% ou mais dos custos operacionais totais. 

Segundo a pesquisa, em termos absolutos, quase metade das grandes empresas ouvidas gastam anualmente pelo menos US $ 50 milhões com energia.

2 - Foco na eficiência

Para driblar os altos custos, 70% dos inquiridos disseram possuir uma estratégia ou plano para gerenciar melhor o mix de diferentes fontes de energia que utilizam. 

Além do uso de fontes renováveis, entre os métodos adotados ganham destaque a implementação de sistemas operacionais mais ecoeficientes, uso de iluminação inteligente e automação predial.

3 - Mais energia renovável

Quase metade das maiores companhias do mundo (46%) planeja aumentar o investimento em energia renovável nos próximos cinco anos. Hoje, segundo o relatório, 68% delas já compram uma parcela da eletricidade produzida a partir de fontes renováveis. 

Entretanto o uso de energia renovável, atualmente, responde por uma proporção ainda pequena do total consumidos pelas companhias: apenas 11% das empresas pesquisadas disseram ter mais de 5% de suas necessidades energéticas supridas por fontes renováveis.

4 - Gerando a própria eletricidade

Uma série de grandes e conhecidas empresas, como Google, Toyota, Toshiba, Hertz, a FedEx, Renault, Audi e PepsiCo. lançaram iniciativas para gerar sua própria energia, por razões que vão desde reduzir a volatilidade dos preços de energia, aumentando a segurança do abastecimento e diminuindo custos operacionais ao de garantir o cumprimento de metas ambientais, reduzindo emissões de CO2 associadas ao uso intensivo de fontes poluentes.

A Volkswagen por exemplo, está investindo quase 1 bilhão de euros em energia eólica offshore para cumprir os objetivos de energias renováveis. 

A pesquisa, no entanto, sugere que esta prática ainda não é generalizada, mas é provável que aumente. 

Atualmente, apenas 20% das empresas consultadas geram ao menos de 10% de suas necessidades energéticas. 

Além disso, 51% dizem que a geração de eletricidade na propriedade da empresa a partir de fontes renováveis irá aumentar até 2017

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Cerca de 70% dos consumidores livres de energia têm contratos de compra superiores a dois anos

Estudo da campanha do Ano do Mercado Livre revela que o ambiente com opção de compra está maduro na gerência de riscos 


Das 1.175 empresas brasileiras que compram 10.882 Megawatts (MW) médios no mercado livre de energia no Brasil, o que representa cerca da metade da eletricidade gerada por Itaipu, 60% contam com contratos de fornecimento superiores a quatro anos.

Aproximadamente, 10% dessas companhias contam com prazos de pelo menos dois anos. O levantamento deixa claro que a liberdade de escolha no setor energético não significa necessariamente compromisso com o curto prazo.

“Se os consumidores livres pudessem vender seu excedente, os contratos de fornecimento teriam prazos ainda mais longos”, afirma Reginaldo Medeiros, coordenador da campanha Ano do Mercado Livre, que congrega oito entidades de classe do setor elétrico (ver relação abaixo) e produziu o estudo. 

Apenas 24% dos consumidores livres no Brasil têm contratos de entrega de megawatts inferiores a um ano, denominado mercado spot. 

Segundo Medeiros, após 10 anos de existência do mercado livre no País, as empresas estão maduras na administração da energia como insumo produtivo. 

Hoje, existem 353 produtores independentes de megawatts e 129 empresas comercializadoras, o que demonstra o profissionalismo do mercado e o aprimoramento nas técnicas de gestão de riscos. 

Os consumidores livres têm demandas contratadas de 3 MW. Essas companhias podem fazer contratos abertamente no mercado livre, sem importar a fonte de energia. 

Já os consumidores livres especiais têm demandas contratadas de 0,5 MW a 3 MW e podem negociar no mercado livre desde que contratem energia de fontes alternativas, como Pequenas Centrais Elétricas (PCHs), usinas eólicas, solar e de biomassa, pois assim ganham desconto na tarifa de transmissão. 

Hoje, 27% da energia produzida no Brasil é comercializada no mercado livre, que movimentam negócios em torno de R$ 30 bilhões por ano. 

A campanha “2012- Ano do Mercado Livre de Energia”, nasceu com o objetivo de conscientizar autoridades públicas e agentes privados sobre a importância vital da negociação desregulamentada para a competitividade da indústria no País, bem como na blindagem contra a inflação. 

Sobre o Ano do Mercado Livre de Energia

O “Ano do Mercado Livre de Energia” é uma iniciativa das entidades Abeeólica (energia eólica), Abiape (investidores em autoprodução de energia), Abrace, (grandes consumidores industriais de energia e consumidores livres), Abraceel (comercializadores), Abragel (geração de energia limpa), Abragef (geração flexível), Abraget (geração térmica), Anace (consumidores de energia) e Apine (produtores independentes).


Fonte: Retoque