quarta-feira, 15 de maio de 2013

"Pele inteligente" para revestir edifícios promete aumentar eficiência energética



Se virar realidade, o "eSkin" vai aumentar a eficiência energética dos edifícios

As grandes metrópoles do mundo são recheadas de edifícios que, em sua maioria, são compostos por estruturas estáticas tradicionais. 

Por isso, têm uma capacidade limitada para detecção das condições ambientais em seu entorno e de a elas se adaptarem. 

Por conta dessa deficiência, essas edificações possuem baixa eficiência energética e consomem muitos recursos.

Uma equipe interdisciplinar envolvendo biólogos, arquitetos e engenheiros da Universidade da Pensilvânia está tentando acabar reverter essa limitação. A ideia é criar uma espécie de “pele” para edifícios, para que se adaptem às mudanças do ambiente externo. 

O grupo recebeu da National Science Foundation doação equivalente a R$ 4 milhões para se basear na flexibilidade e sensibilidade das células humanas a fim de construir modelos de “peles”, chamadas de “eSkin”.

Para realizar o projeto, a equipe pretende estudar a arquitetura multiescalar das células humanas e traduzir os resultados em algoritmos. 

Assim, espera tornar-se possível a geração de materiais adaptáveis e que tenham funções como dissipar o calor externo para otimizar o consumo de energia, além de características visuais marcantes. 

Esses novos materiais (que ainda não se sabe efetivamente quais serão), combinados a sensores e mecanismos de reação, serão capazes de aferir as características de temperatura e gasto de energia do edifício.

Para desenvolver o novo material, investigações sobre a flexibilidade, adaptabilidade e capacidade sensorial das células humanas servirão de inspiração ao estudo, uma clara referência à biomimética.

Apenas após a pesquisa na busca pelo material ideal, será possível a realização de testes e, quem sabe, aplicar a "eSkin" à realidade, com isso, ajudando a aumentar a eficiência energética dos edifícios.

Imagem: Ask Nature

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Viracopos terá iluminação por LED no final deste mês

O acesso ao Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), terá o primeiro sistema de iluminação pública de Campinas por LED (da sigla em inglês para Diodo Emissor de Luz).




O sistema começa a funcionar a partir do final de maio. 

Para isto, a Concessionária Aeroportos Brasil Viracopos está investindo R$ 4 milhões na implantação de um sistema de iluminação pública pioneiro em Campinas.

Esse tipo de luz é o considerado o futuro da iluminação pública.

De acordo com a concessionária, a opção por usar LED foi motivada pela economia no consumo, na redução do custo de manutenção e na durabilidade que a tecnologia proporciona.

Os dutos que levarão a rede subterrânea de energia por cerca de 2 quilômetros a partir da Rodovia Santos Dumont até o terminal de passageiros estão instalados e na próxima semana será a vez da instalação dos postes, cabos e luminárias. Serão instalados 63 postes entre a rodovia e o terminal.

"A tecnologia de LED vai tornar a iluminação pública por vapor de sódio ou de mercúrio coisas do passado", disse o presidente da CPFL Serviços, Rubens Bruncek Ferreira. Segundo ele, o sistema não é amplamente usado por causa do custo, ainda muito alto.

A tendência, disse, é que o preço caia na medida em que os componentes eletrônicos tenham redução de preços. Mesmo com o custo de implantação alto, afirmou, a economia na conta de energia e a durabilidade compensam os investimentos iniciais.

As vantagens da iluminação por LED

A tecnologia LED tem durabilidade de 65 mil horas — lâmpadas de sódio duram 10 mil horas.

A eficiência energética é alta: uma lâmpada por LED de 120 watts equivale ao consumo de uma de sódio de 400 watts.

Outras vantagens do uso de LEDs, além da economia de energia, são a redução da emissão de dióxido de carbono na atmosfera e o aumento da segurança para os cidadãos.

Atualmente, já estão disponíveis no mercado modelos de LED para uso residencial que possuem soquete padrão e não necessitam de instalação especial.

Uma lâmpada dessas, porém, pode alcançar um preço até 20 vezes maior do que o de uma incandescente.

Nos casos da iluminação pública o preço fica, em média, de 50% a 60% mais caro do que a iluminação convencional.

A esses sistemas de luminárias somam características positivas como conforto visual, valorização do local, redução nos gastos com manutenção, recuperação de áreas degradadas, atração de novas oportunidades para o comércio, garantia de maior segurança para a sociedade e diminuição do impacto ao meio ambiente.



quarta-feira, 8 de maio de 2013

Inova Energia recebe R$ 12,3 bi em projetos

A demanda por recursos dos projetos inscritos no Inova Energia, linha de financiamento para inovação tecnológica no setor elétrico, totalizou R$ 12,3 bilhões, quantia mais de quatro vezes superior ao orçamento previsto para o programa, de R$ 3 bilhões. 

Ao todo, 373 empresas e instituições científicas e tecnológicas (ICTs) se cadastraram na iniciativa, promovida pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cujas inscrições acabaram sexta-feira. 

"Certamente projetos que estavam na gaveta ou que não estavam sendo pensados foram estimulados com esse plano", afirmou o coordenador técnico do BNDES no Inova Energia, Ricardo Rivera, que considerou o resultado surpreendente, em total de projetos e volume demandado. 

Do total de inscritos, 166 são empresas líderes, 144 empresas parceiras e 63 ICTs. As propostas são originárias de 16 Estados nas cinco regiões brasileiras. A maioria das propostas foi de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. 

Das três linhas temáticas do programa, a de redes inteligentes (smart grid) e transmissão em ultra-alta tensão foi a que despertou o maior interesse das proponentes. Um total de 112 empresas líderes indicaram projetos nessa área. 

Em seguida, 105 empresas líderes propuseram trabalhos em geração de energia de fontes alternativas e 46 inscreveram projetos na área de veículos elétricos e híbridos. Uma mesma empresa líder pode ter indicado mais de um projeto em mais de uma linha temática. 

O próximo passo agora será selecionar os projetos inscritos, de acordo com a aderência às linhas temáticas e o grau de relevância de inovação. A conclusão dessa segunda etapa está prevista para 23 de maio. 

Em seguida, BNDES, Finep e Aneel vão organizar workshops para apresentar os modelos de plano de negócios que deverão ser detalhados pelas empresas e estimular as parcerias entre as participantes. "É um casamento de oferta e demanda tecnológica", ressaltou Rivera. 

A expectativa é que em 14 de novembro os projetos aprovados sejam enquadrados nas linhas de financiamento das três instituições. "A ideia é de ter um guichê único. Nós invertemos a lógica. 

Em vez de a empresa bater na porta do BNDES, da Finep e da Aneel, ela vai em um lugar só e os três indicam qual é o melhor instrumento financeiro para o plano de negócios dela", explicou o coordenador técnico do BNDES. 

(Valor Econômico)

Geração de energia rendeu R$ 172,87 milhões de compensação em abril


Foto por Ilustração/Arquivo Revista Bahia Energia


A compensação financeira pela utilização de recursos hídricos (CFURH) para geração de energia elétrica a municípios, estados e União, incluindo royalties (compensação financeira devida pela Usina de Itaipu) somou R$ 172,87 milhões em abril de 2013 e totalizou R$ 684,86 milhões no acumulado de janeiro a abril.

Ao todo, em abril, 698 municípios de 22 estados, o Distrito Federal e a União receberam R$ 130, 24 milhões a título de CFURH, enquanto a transferência de R$ 42,6 milhões de royalties chegou a 346 municípios de seis estados, DF e União. 
De janeiro a abril, foi distribuído um total de R$ 519,15 milhões por CFURH e R$ 165,71 milhões em royalties.
Municípios ficam com 45% da arrecadação, enquanto outros 45% vão para os estados. 

O dinheiro pode ser aplicado em programas de saúde, educação e segurança, mas não pode ser usado para abater dívidas, a não ser que o credor seja a União, nem para o pagamento de pessoal.

A União recebe os 10% restantes, que são distribuídos à Agência Nacional de Águas (ANA), ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e aos ministérios do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Amazônia Legal (MMA) e Minas e Energia (MME).

A arrecadação e a distribuição da compensação e dos royalties cabem à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

O Brasil está na contramão energética?


EcoD
As fontes de energia renováveis são mesmo a aposta do futuro. O mercado de investimentos na área está tão aquecido que a Bloomberg New Energy Finance revisou as projeções para o setor e chegou a expectativa de um crescimento de 230%. 
Com isso, o investimento anual passaria dos US$ 268,7 bilhões, em 2012, para US$ 630 bilhões por ano em 2030.

Porém, o entusiasmo do mercado com as renováveis não acha eco no governo brasileiro. Embora seja o 10º país do mundo mais atrativo no setor, segundo o Índice de Atratividade de Energias Renováveis, da consultoria Ernst & Young, o Brasil ainda prefere direcionar os investimentos energéticos em projetos como a exploração do pré-sal.

No cenário descrito pelo relatório, a perspectiva é que 70% de todas as novas usinas de geração de energia elétrica serão de fontes renováveis – principalmente solar e eólica, embora o cálculo também considere as grandes hidrelétricas. Apesar da perspectiva positiva, esse crescimento ainda não será suficiente para que as renováveis ultrapassem os combustíveis fósseis em relação às usinas já instaladas, geralmente subsidiadas.

Lançado em novembro de 2012, o relatório O Setor Elétrico Brasileiro e a Sustentabilidade indica que o potencial da energia solar e eólica no Brasil tem sido menosprezado nas políticas públicas do setor energético. 

O documento revelou que, com as tecnologias atuais de energia solar, seria possível atender a 10% da demanda atual de energia elétrica utilizando menos de 5% da área urbanizada do Brasil. No caso da energia eólica, o potencial inexplorado chega a 300 gigawatts (GW), quase três vezes o total da capacidade instalada atualmente no país.

No entanto, não há indicativos de mudança nesse cenário tão cedo. No dia 23 de abril, a presidente Dilma Rousseff afirmou a jornalistas que “não tem milagre”: ou se constrói novas hidrelétricas ou aumenta-se a participação das termelétricas na distribuição de energia. Programas de eficiência energética e redução de demanda ou perspectivas de investimentos em outras fontes renováveis sequer foram citados no discurso.

Marrons


Segundo a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, o desafio do setor é dobrar em dez anos a produção de petróleo e gás natural e as reservas provadas do país, atualmente da ordem de 15 bilhões. A indústria brasileira do petróleo já concentra 63% dos investimentos feitos pelo país no setor energético. Ela afirma que, na próxima década, serão necessários investimentos de cerca de US$ 400 bilhões somente na área de serviços para atender ao setor.

A exploração do pré-sal deve emitir mais de 330 milhões de toneladas de CO2 por ano, quantidade equivalente ao total de emissões da África do Sul. Além disso, há especialistas que acreditam que não seja tão vantojosa assim, uma vez que concorrência no setor petroleiro está mais acirrada com a exploração bem mais barata do gás xisto no Canadá e a provável construção da Keystone XL.

Outras medidas governamentais demonstram que o país ainda não está sintonizado com a necessidade de adoção de uma economia de baixo carbono. É o caso da implantação de medidas como a redução de impostos para automóveis, sem exigir em contrapartida a melhoria da eficiência energética destes. Em agosto do ano passado, a Petrobras chegou a anunciar que iria investir 12% dos US$ 13,5 bilhões destinados à Área de Gás e Energia para expandir sua capacidade de geração termoelétrica.

“Limpas”


Muito embora a energia nuclear esteja em retrocesso em todo mundo devido aos riscos de acidentes radioativos, o Brasil irá investir R$ 850 milhões no setor, que ainda prevê a construção de um reator que produzirá energia limpa para utilização medicinal.

Em meados de abril, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, chegou a declarar que a reativação do programa nuclear brasileiro para fins pacíficos é um dos principais programas da pasta, do qual ele “não abre mão”.

A grande “menina dos olhos” do governo federal na área energética, entretanto, continua sendo as hidrelétricas. De acordo com o Observatório de Investimentos na Amazônia, há 30 usinas hidrelétricas planejadas ou em construção na Amazônia. Além disso, está em discussão a construção de mais 87 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) na Bacia do Alto Paraguai.

Somente no PAC II, estão previstos investimentos da ordem de R$ 94,14 bilhões para construção de hidrelétricas na região – R$ 67,38 bilhões para obras em andamento (Jirau, Santo Antônio, Belo Monte, Santo Antônio do Jari, Colider, Teles Pires, Estreito, Ferreira Gomes) e R$ 26,78 bilhões em novos projetos (São Luiz do Tapajós, Jatobá, São Manoel, Sinop).

Segundo pesquisadores, as pequenas hidrelétricas podem afetar profundamente o sistema hidrológico na América do Sul. A hipótese é que as obras podem ameaçar a conectividade do planalto, onde nasce o Rio Paraguai e seus afluentes, e a planície inundada do Pantanal , por onde as águas desses rios escoam, dificultando o fluxo migratório de peixes e outras espécies aquáticas e semiaquáticas.

Futuro?


Há perspectivas positivas na área energética brasileira, contudo. Os investimentos privados em energia renovável no Brasil cresceram 8% em 2011, saltando para US$ 7 bilhões. Grande parte disso é devido ao vasto potencial da energia eólica, principalmente no Nordeste brasileiro, onde novas avaliações indicam que a força eólica é duas vezes maior que a demonstrada no mapa de vento hoje.

A Bahia lidera os investimentos eólicos no país, com R$6,5 bilhões até 2014 e cinco mil empregos. A tendência é que, até 2020, 10% da energia baiana seja gerada a partir do vento.

No início de abril, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, assinou um termo de cooperação destinando R$3 bilhões para o desenvolvimento de inovações na área energética do país.

O recurso faz parte do Plano Inova Energia, que pretende estimular o setor privado a buscar inovações por meio de quatro linhas: redes inteligentes, que distribuem a energia de maneira mais eficiente; melhoria na transmissão de longa distância em alta tensão; energias alternativas, como a solar e termossolar; e desenvolvimento de dispositivos eficientes para veículos elétricos, que possam contribuir para a redução na emissão de poluentes nas cidades.

A soma ainda é modesta se compararmos aos números envolvidos nos outros setores, mas representa um pontapé inicial em uma área até então menosprezada: a eficiência. De acordo com o engenheiro Walfredo Schindler, coordenador de uma coleção de estudos na área, somente a modernização das hidrelétricas poderiam agregar até 3,2 GW de potência adicionais, “com impacto zero e custo reduzido”, quase a potência média da Usina de Belo Monte (4 GW). “Tal atitude pode garantir uma energia extra a baixo custo e sem nenhum impacto ambiental”, disse.

Segundo estudo da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), cerca de 10% dos 430 terawatt-hora (TWh) consumidos no país a cada ano são desperdiçados, volume superior ao consumido pelo total da população do estado do Rio de Janeiro, que alcança cerca de 36 TWh.

(EcoD)

Via: www.mercadoetico.terra.com.br