A demanda por recursos dos projetos inscritos no Inova Energia, linha de financiamento para inovação tecnológica no setor elétrico, totalizou R$ 12,3 bilhões, quantia mais de quatro vezes superior ao orçamento previsto para o programa, de R$ 3 bilhões.
Ao todo, 373 empresas e instituições científicas e tecnológicas (ICTs) se cadastraram na iniciativa, promovida pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cujas inscrições acabaram sexta-feira.
"Certamente projetos que estavam na gaveta ou que não estavam sendo pensados foram estimulados com esse plano", afirmou o coordenador técnico do BNDES no Inova Energia, Ricardo Rivera, que considerou o resultado surpreendente, em total de projetos e volume demandado.
Do total de inscritos, 166 são empresas líderes, 144 empresas parceiras e 63 ICTs. As propostas são originárias de 16 Estados nas cinco regiões brasileiras. A maioria das propostas foi de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Das três linhas temáticas do programa, a de redes inteligentes (smart grid) e transmissão em ultra-alta tensão foi a que despertou o maior interesse das proponentes. Um total de 112 empresas líderes indicaram projetos nessa área.
Em seguida, 105 empresas líderes propuseram trabalhos em geração de energia de fontes alternativas e 46 inscreveram projetos na área de veículos elétricos e híbridos. Uma mesma empresa líder pode ter indicado mais de um projeto em mais de uma linha temática.
O próximo passo agora será selecionar os projetos inscritos, de acordo com a aderência às linhas temáticas e o grau de relevância de inovação. A conclusão dessa segunda etapa está prevista para 23 de maio.
Em seguida, BNDES, Finep e Aneel vão organizar workshops para apresentar os modelos de plano de negócios que deverão ser detalhados pelas empresas e estimular as parcerias entre as participantes. "É um casamento de oferta e demanda tecnológica", ressaltou Rivera.
A expectativa é que em 14 de novembro os projetos aprovados sejam enquadrados nas linhas de financiamento das três instituições. "A ideia é de ter um guichê único. Nós invertemos a lógica.
Em vez de a empresa bater na porta do BNDES, da Finep e da Aneel, ela vai em um lugar só e os três indicam qual é o melhor instrumento financeiro para o plano de negócios dela", explicou o coordenador técnico do BNDES.
(Valor Econômico)