'Chuveiro inteligente' também promete economizar 3 litros d'água por banho.
Projeto faz parte da dissertação de mestrado de aluno da UFSC.
Um engenheiro e ex-aluno de mestrado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) passou exatos 16 meses de sua vida totalmente dedicado a um projeto ousado que ele defenderia posteriormente em sua dissertação. Gelson Onir Pasetti criou um protótipo de "chuveiro híbrido inteligente".
O chuveiro chega a economizar até 78% a mais de energia elétrica em relação aos outros aparelhos comuns. Além disso, o estudo conseguiu encontrar uma forma de economizar cerca de 3 litros d'água por banho, o que varia de acordo com a temperatura de onde ele está instalado.
"Meu projeto evita o desperdício de água que fica acumulado no encanamento entre o tanque de armazenamento e o chuveiro. Considerando uma família de quatro pessoas, a quantia de água que poderia ser jogada fora chega a 4526 litros por ano. Esse volume só não era desperdiçado, pois o sistema híbrido construído aquecia a água fria utilizando a resistência elétrica do chuveiro", explica Gelson. O sistema garante uma economia anual de mais de R$ 500.
O projeto foi supervisionado pelo professor e doutor Julio Elias Normey, e foi desenvolvido no Departamento de Automação e Sistemas da UFSC com a ajuda de de dois bolsistas de iniciação científica, dois intercambistas - um francês e outro colombiano, e um servidor técnico-administrativo.
Como funciona
O sistema é abastecido através das energias elétrica e solar. Para a energia solar, três placas planas foram utilizadas.
Elas têm como objetivo aquecer a água que, em sequência, segue para o boiler (ou tanque de armazenamento).
A água chega ao chuveiro já com controle de vazão e temperatura controlada pelo usuário, sistema garantido por um microcontrolador.
O protótipo custou quase R$ 5 mil, levando em conta a instalação dos sensores, caixas d'água e placas solares.
Na conta também foram incluídos valores estimados da mão de obra necessária e de uma média de margem de lucro do fabricante e do comerciante.
Segundo o pesquisador, não há nenhum projeto de comercialização do sistema em vista.
"O protótipo funcionou muito bem e até mesmo superou minhas expectativas, mas para lançar o produto em escala comercial precisariam ser feitos alguns ajustes no produto para facilitar a sua instalação nas residências", conclui.
Gelson tem apenas 28 anos e é graduado em Engenharia de Controle e Automação pela UFSC de Florianópolis. Natural de Marechal Cândido Rondon, Oeste do Paraná, atualmente trabalha com gerenciamento de projetos em uma das maiores empresas fabricante de caminhões, ônibus e motores a diesel do mundo.