Minas Gerais - De 30 de maio a 2 de junho, a capital mineira sediará o II Fórum de Inovação e Tecnologia promovido pela Cemig em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica. No dia 1º de junho, no entanto, haverá um painel focado em eficiência energética. Estarão presentes como palestrantes Jayme Buarque de Hollanda, do Instituto Nacional de Eficiência Energética, Hamilton Moss, do Ministério de Minas e Energia, Josiah Ives, da Kema, e Jamil Haddad, da Universidade Federal de Itajubá, além de Patrícia Romeiro da Silva Jota, do Cefet-MG, e Paulo Gama, da B&G Pesquisa e Desenvolvimento em Sistemas. Durante o evento, especialistas da Cemig estarão detalhando as demandas do edital da companhia para seu Programa de P&D 2012, para o qual abrirá o processo de captação de recursos no próximo mês de maio. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail fit2011@cemig.com.br. |
O que vem a ser a Eficiência Energética? Quais as vantagens para a sua Empresa? Energias Alternativas - Solar Fotovoltaica - Eólica - Por quê utilizá-las? O que é o Mercado Livre de Energia? Verifique se sua Empresa pode fazer parte e conheça a economia gerada!
sexta-feira, 29 de abril de 2011
II Fórum de Inovação e Tecnologia debate eficiência energética
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Delegação de parlamentares da Baviera chega ao Brasil em busca de oportunidades de negócios
A Comissão Econômica do Parlamento bávaro se encontrará com entidades e autoridades de São Paulo e Rio de Janeiro para debater temas como energia renovável e eficiência energética.
São Paulo– Comissão formada por 22 parlamentares da Baviera, o maior Estado alemão em termos de território e o segundo maior em população, chega ao Brasil no dia 29 deste mês para encontro estratégico com autoridades políticas e representantes de entidades do estado de São Paulo e Rio de Janeiro.
Na cidade do Rio de Janeiro, de 29 de abril a 01 de maio, a comissão de Economia, Infraestrutura, Transporte e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Estado da Baviera, chefiada pelo Sr. Erwin Huber, terá agenda com a Firjan, para discutir a situação da indústria no Estado do Rio. O grupo tem encontro marcado também com autoridades da Agência Alemã GIZ para troca de informações sobre energias renováveis e eficiência energética. Em seguida, visitas à empresa Schott e à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro estão agendadas.
Em São Paulo, dias 02 e 03 de maio, estão previstas reuniões com o Secretário de Energia de Estado, José Aníbal, para intensificar a cooperação São Paulo-Baviera na área de gerenciamento de resíduos sólidos. Os dois governos mantêm uma parceria no âmbito das energias renováveis desde 2004. Ainda na cidade, a delegação visitará a NürnbergMesse Brasil e a Messe München (as maiores empresas organizadoras de feiras na Baviera), o Centro Alemão de Inovação e Ciência, a FIESP e a Allianz Seguros, que tem a sua sede na capital bávara Munique. O encontro na União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) finalizará a presença do grupo em São Paulo.
A Baviera é o segundo maior parceiro comercial do Brasil na Alemanha. Em 2010, o Estado exportou € 1,4 bilhões em produtos para o País e importou € 435 milhões em mercadorias brasileiras. O Estado responde por 13,8% das exportações alemãs para o Brasil. Entre os principais itens comercializados entre a Baviera e o Brasil estão as máquinas, autopeças, semi-manufaturados e manufaturados. Grandes grupos bávaros como Faber-Castell, MTU, MAN, Siemens, Brose, Kathrein ou Scherdel estão instalados no Brasil.
A visita da Delegação do estado da Baviera ao Brasil, que conta com o apoio dos Consulados da Alemanha em São Paulo e Rio de Janeiro, da Câmara Brasil-Alemanha e da Representação do Estado da Baviera no Brasil, encerra-se no próprio dia 03 de maio, data em que o grupo chega ao Uruguai, para analisar o mercado local.
Relações Brasil-Alemanha - A Alemanha é um dos maiores investidores estrangeiros no Brasil. Em 2010, ela investiu US$ 552 milhões no Brasil, o que corresponde a 1% do total de IED feitos no País (US$ 52,6 bilhões). Dentre os maiores investimentos alemães, destacam-se: € 5,2 bilhões na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), projeto da ThyssenKrupp, e € 1,3 bilhão na Volkswagen.
O empresariado alemão tem acompanhado com interesse a evolução positiva da situação econômica do Brasil e a forma como o País superou a crise financeira mundial. A necessidade de investir em grandes obras de infraestrutura para garantir a continuidade do crescimento nacional, assim como os projetos previstos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, têm atraído os investidores alemães que contam nesse aspecto com uma ampla bagagem. Além das obras de modernização que foram realizadas na Alemanha reunificada, coube-lhes também a responsabilidade pelas obras de infraestrutura necessárias à realização da Copa do Mundo de 2006, além da própria organização e segurança do evento.
Hoje 1.200 empresas de capital alemão atuam no Brasil. Elas empregam 250.000 funcionários e são responsáveis por 10% do PIB industrial do País.
Perfil-A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK) é uma entidade que desenvolve um papel essencial no fomento das relações econômicas entre os dois países. Filiada à Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK), a Câmara Brasil-Alemanha atua como base para o fortalecimento e a diversificação dos negócios de seus associados, na atração de investimentos para o Brasil, na ampliação do comércio bilateral e na cooperação entre os países do Mercosul e da União Europeia.
No Brasil há 93 anos, a Câmara Brasil-Alemanha congrega 1.700 associados, entre empresas de capital ou know how alemão instaladas no Brasil e companhias brasileiras e alemãs voltadas ao comércio exterior, e conta com 220 funcionários atuando em 14 cidades brasileiras. Por meio da Câmara Brasil-Alemanha, os associados se beneficiam de uma rede de mais de 114 câmaras alemãs espalhadas em 81 países, além de 83 entidades do gênero na Alemanha. Em 2009, a Câmara Brasil-Alemanha trouxe para o Brasil 40 delegações empresariais e contou com a participação de 11 mil executivos em congressos, seminários e reuniões anuais.
Na cidade do Rio de Janeiro, de 29 de abril a 01 de maio, a comissão de Economia, Infraestrutura, Transporte e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Estado da Baviera, chefiada pelo Sr. Erwin Huber, terá agenda com a Firjan, para discutir a situação da indústria no Estado do Rio. O grupo tem encontro marcado também com autoridades da Agência Alemã GIZ para troca de informações sobre energias renováveis e eficiência energética. Em seguida, visitas à empresa Schott e à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro estão agendadas.
Em São Paulo, dias 02 e 03 de maio, estão previstas reuniões com o Secretário de Energia de Estado, José Aníbal, para intensificar a cooperação São Paulo-Baviera na área de gerenciamento de resíduos sólidos. Os dois governos mantêm uma parceria no âmbito das energias renováveis desde 2004. Ainda na cidade, a delegação visitará a NürnbergMesse Brasil e a Messe München (as maiores empresas organizadoras de feiras na Baviera), o Centro Alemão de Inovação e Ciência, a FIESP e a Allianz Seguros, que tem a sua sede na capital bávara Munique. O encontro na União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) finalizará a presença do grupo em São Paulo.
A Baviera é o segundo maior parceiro comercial do Brasil na Alemanha. Em 2010, o Estado exportou € 1,4 bilhões em produtos para o País e importou € 435 milhões em mercadorias brasileiras. O Estado responde por 13,8% das exportações alemãs para o Brasil. Entre os principais itens comercializados entre a Baviera e o Brasil estão as máquinas, autopeças, semi-manufaturados e manufaturados. Grandes grupos bávaros como Faber-Castell, MTU, MAN, Siemens, Brose, Kathrein ou Scherdel estão instalados no Brasil.
A visita da Delegação do estado da Baviera ao Brasil, que conta com o apoio dos Consulados da Alemanha em São Paulo e Rio de Janeiro, da Câmara Brasil-Alemanha e da Representação do Estado da Baviera no Brasil, encerra-se no próprio dia 03 de maio, data em que o grupo chega ao Uruguai, para analisar o mercado local.
Relações Brasil-Alemanha - A Alemanha é um dos maiores investidores estrangeiros no Brasil. Em 2010, ela investiu US$ 552 milhões no Brasil, o que corresponde a 1% do total de IED feitos no País (US$ 52,6 bilhões). Dentre os maiores investimentos alemães, destacam-se: € 5,2 bilhões na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), projeto da ThyssenKrupp, e € 1,3 bilhão na Volkswagen.
O empresariado alemão tem acompanhado com interesse a evolução positiva da situação econômica do Brasil e a forma como o País superou a crise financeira mundial. A necessidade de investir em grandes obras de infraestrutura para garantir a continuidade do crescimento nacional, assim como os projetos previstos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, têm atraído os investidores alemães que contam nesse aspecto com uma ampla bagagem. Além das obras de modernização que foram realizadas na Alemanha reunificada, coube-lhes também a responsabilidade pelas obras de infraestrutura necessárias à realização da Copa do Mundo de 2006, além da própria organização e segurança do evento.
Hoje 1.200 empresas de capital alemão atuam no Brasil. Elas empregam 250.000 funcionários e são responsáveis por 10% do PIB industrial do País.
Perfil-A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK) é uma entidade que desenvolve um papel essencial no fomento das relações econômicas entre os dois países. Filiada à Confederação Alemã das Câmaras de Comércio e Indústria (DIHK), a Câmara Brasil-Alemanha atua como base para o fortalecimento e a diversificação dos negócios de seus associados, na atração de investimentos para o Brasil, na ampliação do comércio bilateral e na cooperação entre os países do Mercosul e da União Europeia.
No Brasil há 93 anos, a Câmara Brasil-Alemanha congrega 1.700 associados, entre empresas de capital ou know how alemão instaladas no Brasil e companhias brasileiras e alemãs voltadas ao comércio exterior, e conta com 220 funcionários atuando em 14 cidades brasileiras. Por meio da Câmara Brasil-Alemanha, os associados se beneficiam de uma rede de mais de 114 câmaras alemãs espalhadas em 81 países, além de 83 entidades do gênero na Alemanha. Em 2009, a Câmara Brasil-Alemanha trouxe para o Brasil 40 delegações empresariais e contou com a participação de 11 mil executivos em congressos, seminários e reuniões anuais.
Prazo estendido para inscrições no Prêmio Procel Cidade Eficiente
O prazo para inscrições na oitava edição do Prêmio Procel Cidade Eficiente em Energia Elétrica foi prorrogado até o próximo dia 13 de maio.
O objetivo da premiação, concedida pela Eletrobras, através do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) e pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), é reconhecer as melhores experiências em eficiência energética nas categorias Educação, Gestão Energética Municipal, Prédios Públicos Municipais, Iluminação Pública e Sistemas de Saneamento.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Consumidores estão dispostos a adquirir serviços de eletricidade por canais alternativos, revela pesquisa da Accenture
Famílias passam a olhar além do valor da conta e passam a ter experiências com tecnologias móveis para controlar a eletricidade.
São Paulo- Estudo da Accenture revela que a maioria dos consumidores compraria eletricidade, produtos e serviços de eficiência energética de empresas que não são fornecedoras de energia. A pesquisa “Os Valores do Novo Consumidor de Energia”, realizada com mais de 10 mil pessoas em 18 países - incluindo o Brasil - demonstrou que:
Ao menos 90% dos entrevistados no Brasil, China, África da Sul, Coréia do Sul e Singapura comprariam eletricidade, produtos e serviços de eficiência energética de fornecedoras de energia não tradicionais; em comparação com 23% dos consumidores na França, 50% na Bélgica e 59% na Alemanha.
59% dos consumidores comprariam energia, produtos e serviços de eficiência energética de varejistas, 49% comprariam de companhias de telefonia e 45% de sites reconhecidos.
Quando questionados sobre a compra de produtos que economizam energia, como termostato inteligente, 54% optariam por adquirir do próprio fornecedor de eletricidade, 50% comprariam de varejistas, 32% de sites online e 22% de companhias de telefonia.
"Até o momento, os consumidores preferem comprar energia elétrica de empresas públicas, mas estão cada vez mais dispostos a conhecer novos produtos e serviços de fornecedores alternativos. Para fidelizar os clientes atuais, as empresas de eletricidade terão que ampliar os serviços oferecidos, ser inovadoras e modificar a maneira como se relacionam com os clientes. Estas companhias podem capitalizar oportunidades de negócios por meio de parcerias com outras marcas, para levar maior valor agregado a produtos e serviços oferecidos", afirma Greg Guthridge, diretor global de Varejo e Serviços de Negócios para Utilidade Pública da Accenture.
A pesquisa também demonstrou que 57% dos entrevistados adotariam um programa pessoal de gerenciamento de energia, mesmo que não houvesse impacto no valor das contas de eletricidade. Até mesmo 1/3 dos clientes pagaria 5% a mais em suas contas, se fosse necessário, para adotar o programa. Porém, 89% dos entrevistados consideram importante que a interface do programa seja de fácil compreensão e 53% consideram que ela deve ser divertida. Quando questionados sobre características que buscam nesse programa de gerenciamento, 20% disseram que estariam interessados ??em programas que incluam atividades familiares e jogos sobre usabilidade de energia elétrica.
Para os consumidores, tão importante quanto o valor da conta de eletricidade é o desenvolvimento de tecnologias móveis para controlar os programas de gestão de energia elétrica, conforme demonstram os dados abaixo da pesquisa: .60% dos entrevistados estão interessados ??em tecnologias que podem automatizar completamente a gestão da sua eletricidade.
.35% instalariam um dispositivo inteligente que ‘liga e desliga’ automaticamente aparelhos pré-selecionados.
. Mais de 1/3 (36%) dos clientes estão interessados em monitorar e gerenciar o uso do programa de gestão de energia elétrica por aparelhos eletrônicos pessoais.
. 35% têm interesse ??na possibilidade de personalizar o design do programa de gestão em casa ou em algum portal.
. Mais de 1/3 (32%) dos consumidores baixariam aplicativos para medir o consumo de energia em tempo real.
Quando questionados sobre a privacidade de dados, 63% afirmaram que permitiriam a fornecedores terceiros acessarem aos seus dados pessoais caso fosse necessário para o funcionamento do programa de gerenciamento de energia elétrica. Além disso, 48% também permitiriam o acesso a dados pessoais a terceiros se fosse necessário para oferecer serviços adicionais para ajudar a economizar nas contas de eletricidade.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Eficiência Energética
Energia éólica foi a principal matriz na Espanha, em março
Por Eduardo Athayde
Por Eduardo Athayde
A Espanha quebrou um importante recorde em março de 2011 quando, pela primeira vez na história, gerou mais energia eólica do que as demais fontes, separadamente, superando a nuclear.
A geração de 4.738 GWh no mês cobriu 21% da demanda, suficiente para abastecer 13 milhões de lares espanhóis e ainda economizar 250 milhões de euros com importação de combustíveis fósseis e emissões de CO². Mesmo enfrentando momento econômico turbulento a Espanha encerrou o ano de 2010 com uma potência eólica instalada de 20.676 MW. Usando inteligência nova, os espanhóis dão exemplos de resiliência investindo localmente e reativando a rota dos descobrimentos, buscando mercados além mar.
Toda a Europa avança em tecnologias limpas para garantir a independência das energias fósseis. Outro caso que serve como exemplo do que acontece no velho continente é o de Güssing, município austríaco de 27.000 habitantes. Na última década Güssing - antes totalmente dependente de energia fóssil, com custos anuais de US$ 9 milhões - tornou-se auto-suficiente na produção de energia renovável para eletricidade, aquecimento e transporte partir do uso de recursos existentes na região como biomassa e resíduos sólidos urbanos. 60 novas empresas e mais 1.500 novos "empregos verdes" foram criados, especialmente por pequenas empresas inovadoras, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em mais de 80%. Hoje, Güssing gera mais “energia limpa" do que necessita e fatura US$ 28 milhões por ano com a venda da sua energia excedente. Em dezembro de 2008, influenciada por essas exitosas iniciativas locais, a Áustria anunciou a meta de tornar-se independente de energia fóssil até 2050.
Melhorar a eficiência energética em todas as áreas tornou-se uma das maneiras mais rápidas e mais eficazes de gerar empregos reduzindo as emissões de GEE. Na indústria da construção civil, por exemplo, 80% dos custos de um edifício, após a construção, vêem da energia. Diferente dos carros que começam a passar por inspeções para assegurar o cumprimento de normas limpas, os edifícios ainda não são obrigados a passar por check-ups de eficiência energética, o que acontecerá no futuro próximo, feito por consórcios de pequenas empresas capacitadas como produtoras de inovação.
Hoje, mais de 70 países do mundo desenvolvem recursos eólicos fazendo com que entre 2000 e 2010 a capacidade global de geração de energia elétrica a partir do vendo crescesse de 17.000 megawatts para 200.000 megawatts. O estado do Texas, tradicional líder na produção de petróleo é, hoje, líder na geração de eletricidade do vento. Se todas as fazendas de vento ora projetadas forem concluídas, em 2025 o Texas será 38.000 megawatts de capacidade de geração eólica, equivalente a 38 usinas de carvão, e satisfará 90% das necessidades de energia residencial para os 25 milhões de habitantes do estado. Na China, o Programa de Energia Eólica, maior do que qualquer outro do mundo, constrói sete mega complexos de 10 a 38 gigawatts cada, em 30 diferentes províncias, quando prontos terão a capacidade total de 130 gigawatts.
O tempo dos questionamentos intermináveis sobre a adoção da eficiência energética está sendo limitado pelos fatos e dados projetados na tela da realidade. Pesquisas estimam que o potencial eólico no Brasil chegue a 143 gigawatts, mais de dez vezes o que é gerado pela usina de Itaipú. Segundo o Instituto de Pesquisas Energéticas e Ambientais da Alemanha, em 2008 o mercado de bens e serviços da eficiência energética, sozinho, movimentou globalmente uma economia de US$156 bilhões; em 2020 poderá passar para US$ 655 bilhões.
A parcela deste montante que ficará no Brasil, e mais especificamente nas regiões brasileiras que mais avançarem na área, capacitando grandes e pequenas empresas e influenciando diretamente o desenvolvimento social, dependerá da visão, da competência e das ações concretas que governos, academia, corporações e a sociedade organizada consigam, efetivamente, realizar.
Eduardo Athayde é diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil, eduathayde@gmail.com
Toda a Europa avança em tecnologias limpas para garantir a independência das energias fósseis. Outro caso que serve como exemplo do que acontece no velho continente é o de Güssing, município austríaco de 27.000 habitantes. Na última década Güssing - antes totalmente dependente de energia fóssil, com custos anuais de US$ 9 milhões - tornou-se auto-suficiente na produção de energia renovável para eletricidade, aquecimento e transporte partir do uso de recursos existentes na região como biomassa e resíduos sólidos urbanos. 60 novas empresas e mais 1.500 novos "empregos verdes" foram criados, especialmente por pequenas empresas inovadoras, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em mais de 80%. Hoje, Güssing gera mais “energia limpa" do que necessita e fatura US$ 28 milhões por ano com a venda da sua energia excedente. Em dezembro de 2008, influenciada por essas exitosas iniciativas locais, a Áustria anunciou a meta de tornar-se independente de energia fóssil até 2050.
Melhorar a eficiência energética em todas as áreas tornou-se uma das maneiras mais rápidas e mais eficazes de gerar empregos reduzindo as emissões de GEE. Na indústria da construção civil, por exemplo, 80% dos custos de um edifício, após a construção, vêem da energia. Diferente dos carros que começam a passar por inspeções para assegurar o cumprimento de normas limpas, os edifícios ainda não são obrigados a passar por check-ups de eficiência energética, o que acontecerá no futuro próximo, feito por consórcios de pequenas empresas capacitadas como produtoras de inovação.
Hoje, mais de 70 países do mundo desenvolvem recursos eólicos fazendo com que entre 2000 e 2010 a capacidade global de geração de energia elétrica a partir do vendo crescesse de 17.000 megawatts para 200.000 megawatts. O estado do Texas, tradicional líder na produção de petróleo é, hoje, líder na geração de eletricidade do vento. Se todas as fazendas de vento ora projetadas forem concluídas, em 2025 o Texas será 38.000 megawatts de capacidade de geração eólica, equivalente a 38 usinas de carvão, e satisfará 90% das necessidades de energia residencial para os 25 milhões de habitantes do estado. Na China, o Programa de Energia Eólica, maior do que qualquer outro do mundo, constrói sete mega complexos de 10 a 38 gigawatts cada, em 30 diferentes províncias, quando prontos terão a capacidade total de 130 gigawatts.
O tempo dos questionamentos intermináveis sobre a adoção da eficiência energética está sendo limitado pelos fatos e dados projetados na tela da realidade. Pesquisas estimam que o potencial eólico no Brasil chegue a 143 gigawatts, mais de dez vezes o que é gerado pela usina de Itaipú. Segundo o Instituto de Pesquisas Energéticas e Ambientais da Alemanha, em 2008 o mercado de bens e serviços da eficiência energética, sozinho, movimentou globalmente uma economia de US$156 bilhões; em 2020 poderá passar para US$ 655 bilhões.
A parcela deste montante que ficará no Brasil, e mais especificamente nas regiões brasileiras que mais avançarem na área, capacitando grandes e pequenas empresas e influenciando diretamente o desenvolvimento social, dependerá da visão, da competência e das ações concretas que governos, academia, corporações e a sociedade organizada consigam, efetivamente, realizar.
Eduardo Athayde é diretor do WWI-Worldwatch Institute no Brasil, eduathayde@gmail.com
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Medição e Verificação: mais precisão nos resultados com eficiência energética
M&V é um dos fatores que poderão contribuir para alcançar a economia de energia de 10%, até 2030, pretendida pelo Plano Nacional de Eficiência Energética que o governo deve anunciar este ano |
Dayanne Jadjiski, para o Procel Info Nas indústrias, a M&V é um mecanismo decisivo para contabilizar resultados dos projetos de economia de energia Quantificar os resultados dos investimentos em ações de eficiência energética. Este é o objetivo da Medição e Verificação (M&V), um dos instrumentos que integram o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf). A M&V é uma das soluções que poderão contribuir para alcançar a economia de energia de 10% até 2030, pretendida pelo plano que o governo pretende divulgar ainda este ano. De acordo com o especialista em energia do Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), Fernando Milanez, a M&V tem grande importância nos projetos de eficiência energética. "Resultados numéricos para serem confiáveis exigem medições das grandezas envolvidas. Se não houver M&V, os resultados serão sempre estimados e sem precisão definida", afirma. Para o diretor técnico da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Escos), Norberto Duarte, a M&V é o melhor instrumento até o momento para quantificar os resultados efetivos de economia de energia, através de metodologias de medições antes e após ações corretivas. "O que não se mede, não se gerencia", diz. Os resultados dos projetos de eficiência energética são quantificados através das medições antes e após as ações, utilizando o IPMVP (Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance), publicado pela Efficiency Valuation Organization (EVO). O guia descreve práticas usuais na medição, cálculo e reportação de economias de energia obtidas por projetos de uso final. O PNEf destaca que o protocolo não apresenta, propriamente, os procedimentos necessários ao processo de M&V, mas sim um conjunto de recomendações. Quanto mais cedo se começa o monitoramento das medidas de eficiência energética através da M&V, melhores são os resultados conseguidos. Segundo o PNEf, um plano de M&V deve conter em seu escopo, entre outros, uma descrição das ações de eficiência energética e o resultado esperado; a identificação dos limites da determinação das economias; documentação das condições da operação da instalação e os dados de energia do consumo-base; auditoria para reunir as informações do consumo-base e dados de operação do sistema, que sejam relevantes para a medição e verificação; perfis de consumo de energia e demanda; tipo de ocupação, densidade e períodos; condições parciais ou de toda a área da instalação em cada período de operação e estação do ano. A M&V é fundamental para a contabilização dos resultados dos projetos de economia de energia. Sem um bom processo de M&V, o resultado de qualquer ação de eficiência energética é absolutamente invalidado, diz Rodrigo Garcia, da CNI Para Duarte, da Abesco, a não quantificação do retorno financeiro pode ser um obstáculo à implantação de projetos de eficiência energética. "O empresário não se sente confortável quando as reduções de despesas e consumo não são apresentadas claramente. A M&V vem para minimizar estes riscos de projetos e instalações", declara. Para Milanez, do INEE, a quantificação do retorno financeiro é fundamental para os projetos de eficiência energética. "Os projetos de eficiência energética têm de apresentar retorno financeiro ao investimento. É necessário demonstrar que o investimento a ser feito para produzir um 'kWh economizado' seja inferior àquele necessário para gerar um 'kWh novo'”. As Escos, continua Duarte, também têm sua contribuição na realização da M&V dos resultados dos projetos de eficiência energética. "Elas devem difundir esta metodologia ao mercado, pois têm grande experiência na utilização dos procedimentos de M&V na implantação de seus projetos", diz. A contratação de Escos para a realização dos trabalhos de M&V é feita, principalmente, em pequenas e médias empresas ou aquelas que não sejam industriais, como shoppings e supermercados, segundo o analista e especialista na área de energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rodrigo Garcia. "Geralmente as grandes empresas não contratam Escos, porque elas já têm profissionais capacitados", explica. A CNI realizou um estudo em 2009 para conhecer o que já foi feito no Brasil em termos de eficiência energética na indústria e as oportunidades de redução de custos. Foram analisados 217 projetos de eficiência energética industrial em 13 setores, realizados nos últimos 10 anos. O montante total investido neste conjunto de projetos foi de R$ 161 milhões, gerando uma economia de 626 GWh, o que apresenta um custo da energia conservada de R$ 79/MWh. Os maiores e melhores potenciais técnicos de economia de energia observados, declara Garcia, estão nos processos térmicos, que envolvem fornos, caldeiras e aquecedores. Nos projetos para economia de eletricidade estão ações de troca de motores, melhorias em sistemas de iluminação e de ar comprimido. "Apesar de o potencial ser maior na parte de combustíveis, o retorno financeiro na parte elétrica é muito maior porque a nossa energia elétrica é muito cara", destaca. Para Garcia, a M&V é fundamental para a contabilização dos resultados dos projetos de economia de energia. "Sem um bom processo de M&V, o resultado de qualquer ação de eficiência energética é absolutamente invalidado", finaliza o executivo. |
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Segurança e eficiência energética
por Heitor Scalambrini Costa*
A segurança energética é um fator prioritário para o país e somente aumentará com a diversificação da matriz energética e o uso de fontes energéticas renováveis.
Do ponto de vista da produção de energia, segundo a Empresa de Planejamento Energético (EPE), o país tem folga no abastecimento e pode suprir as necessidades de energia elétrica, com as atuais taxas de crescimento previstas para os próximos anos. Portanto, não existe relação direta entre os atuais apagões, que têm ocorrido frequentemente no país todo, com a necessidade da instalação de mega-hidrelétricas e de usinas nucleares para evitá-los. Como se os atuais apagões fossem decorrentes do desabastecimento, e novamente repetiríamos 2001/2002.
O fundamento principal para a construção de novas usinas de geração é de que existe uma previsão de crescimento da economia (sem que se questione a natureza do crescimento) e de que, em função disso, há necessidade de se ofertar mais energia para atender a esta demanda, construindo assim novas usinas.
Projeções do consumo futuro de energia dependem do tipo de desenvolvimento e crescimento econômico que o país terá. Existem vários questionamentos sobre os cálculos oficiais que apontam para taxas extremamente elevadas de expansão do parque elétrico brasileiro para atender a uma dada demanda. O que esta previsão esconde é o fato de praticamente 30% da energia elétrica ofertada pelo país ser consumida por seis setores industriais apenas: cimento, siderurgia, produção de alumínio, química, o ramo da metalurgia que trabalha com ferro, e papel e celulose. São exatamente estes setores que levam o consumo da energia elétrica para cima, os chamados setores eletrointensivos. Precisamos urgentemente discutir dois pontos no planejamento energético: energia para quê e para quem.
Temos de fugir dessa idéia míope de discutir qual a melhor fonte. A melhor fonte de energia é aquela que não é consumida. Não consumir energia significa ter uma política de aumento da eficiência energética, situação da qual estamos muito longe ainda. Os resultados oficiais apresentados nesta área são pífios.
No Brasil, o consumo de energia per capita ainda é pequeno e é indispensável que cresça para promover o desenvolvimento sustentável. No entanto, nada impede que o uso de tecnologias modernas e eficientes sejam introduzidas logo no início do processo de desenvolvimento, acelerando com isso o uso de tecnologias eficientes (aquecimento solar da água, eletricidade solar, geradores eólicos, geração distribuída… ). Contrapondo assim ao pensamento de que, para haver desenvolvimento, é preciso que ocorram impactos ambientais, devido à geração, transporte e uso da energia.
A conservação com o uso eficiente de eletricidade reduz o consumo e posterga a necessidade de investimentos em expansão da capacidade instalada, sem comprometer a qualidade dos serviços prestados aos usuários finais. Exemplos ocorridos em outros países nos anos 1980, particularmente nos Estados Unidos, demonstraram isso.
A eficiência energética é, sem dúvida, a maneira mais efetiva de, ao mesmo tempo, reduzir os custos e os impactos ambientais locais e globais, suportando assim, conjuntamente com as fontes energéticas renováveis solar, eólica e biomassa, a segurança energética do país.
*Heitor Scalambrini Costa é professor associado da Universidade Federal de Pernambuco (hscosta@ufpe.br). (O autor)
O fundamento principal para a construção de novas usinas de geração é de que existe uma previsão de crescimento da economia (sem que se questione a natureza do crescimento) e de que, em função disso, há necessidade de se ofertar mais energia para atender a esta demanda, construindo assim novas usinas.
Projeções do consumo futuro de energia dependem do tipo de desenvolvimento e crescimento econômico que o país terá. Existem vários questionamentos sobre os cálculos oficiais que apontam para taxas extremamente elevadas de expansão do parque elétrico brasileiro para atender a uma dada demanda. O que esta previsão esconde é o fato de praticamente 30% da energia elétrica ofertada pelo país ser consumida por seis setores industriais apenas: cimento, siderurgia, produção de alumínio, química, o ramo da metalurgia que trabalha com ferro, e papel e celulose. São exatamente estes setores que levam o consumo da energia elétrica para cima, os chamados setores eletrointensivos. Precisamos urgentemente discutir dois pontos no planejamento energético: energia para quê e para quem.
Temos de fugir dessa idéia míope de discutir qual a melhor fonte. A melhor fonte de energia é aquela que não é consumida. Não consumir energia significa ter uma política de aumento da eficiência energética, situação da qual estamos muito longe ainda. Os resultados oficiais apresentados nesta área são pífios.
No Brasil, o consumo de energia per capita ainda é pequeno e é indispensável que cresça para promover o desenvolvimento sustentável. No entanto, nada impede que o uso de tecnologias modernas e eficientes sejam introduzidas logo no início do processo de desenvolvimento, acelerando com isso o uso de tecnologias eficientes (aquecimento solar da água, eletricidade solar, geradores eólicos, geração distribuída… ). Contrapondo assim ao pensamento de que, para haver desenvolvimento, é preciso que ocorram impactos ambientais, devido à geração, transporte e uso da energia.
A conservação com o uso eficiente de eletricidade reduz o consumo e posterga a necessidade de investimentos em expansão da capacidade instalada, sem comprometer a qualidade dos serviços prestados aos usuários finais. Exemplos ocorridos em outros países nos anos 1980, particularmente nos Estados Unidos, demonstraram isso.
A eficiência energética é, sem dúvida, a maneira mais efetiva de, ao mesmo tempo, reduzir os custos e os impactos ambientais locais e globais, suportando assim, conjuntamente com as fontes energéticas renováveis solar, eólica e biomassa, a segurança energética do país.
*Heitor Scalambrini Costa é professor associado da Universidade Federal de Pernambuco (hscosta@ufpe.br). (O autor)
quarta-feira, 13 de abril de 2011
O Etanol na Era do Veículo Elétrico Transporte Verde e Eficiente
Inscrições estão abertas para o evento que acontece em 4 de maio, no Auditório Brasil. Serão abordados temas referentes à eficiência do motor projetado para o uso do etanol, a substituição do diesel pelo etanol no transporte urbano e a proposta do Veículo Elétrico Híbrido a Etanol.
O uso do etanol como combustível veicular é uma realidade no Brasil. Em 2010, os carros flex representaram 86% das vendas, ou seja, 2,8 milhões de novos carros podem usar esse bio-combustível, misturado ou não à gasolina. No entanto, em sua maioria, os automóveis flex têm um rendimento inferior àquele observado nos carros a etanol comercializados no fim da década de 80, durante o PROALCOOL.
É neste cenário que o INEE - Instituto Nacional de Eficiência Energética - e a ABVE - Associação Brasileira do Veículo Elétrico – promovem no dia 4 de maio, no Auditório Brasil, em São Paulo, o seminário “O Etanol na Era do Veículo Elétrico”.
O etanol é comumente considerado inferior à gasolina porque é preciso um volume maior daquele combustível para percorrer a mesma distância. Entretanto, o etanol possui qualidades como o alto teor de octanagem que proporciona maior eficiência e desempenho ao veículo. Há vantagens também do ponto de vista ambiental, já que é um combustível neutro do ponto de vista do efeito estufa e sua utilização reduz a poluição urbana, ao contrário da gasolina e do diesel. Além disso, a cadeia de produção do etanol emprega uma grande quantidade de mão-de-obra.
A substituição do diesel pelo etanol no transporte urbano será analisada no seminário. O diesel é atualmente a principal fonte de energia usada no Brasil. Em 2009, o consumo em termos energéticos superou a energia elétrica usada no país. Uma parte importante desse combustível é usada no transporte urbano onde o acionamento elétrico híbrido pode usar o etanol como alternativa, de forma competitiva e com grande ganho ambiental.
“A entrada de veículos elétrico-híbridos abre uma oportunidade para o etanol unir dois mundos. Posso afirmar que esse seria, de longe, o veículo mais verde do mundo”, revela Buarque de Hollanda, diretor geral do INEE.
Os veículos híbridos possuem grande vantagem quando utilizados no trânsito urbano, por se tratar de um regime de arrancar e parar. No veículo convencional, perde-se energia na frenagem. No veículo elétrico híbrido, quando se freia, o motor elétrico comporta-se como gerador e alimenta a bateria. O princípio é tão interessante que foi absorvido pelos automóveis da Fórmula 1 que estão utilizando a tecnologia chamada de frenagem regenerativa.
Experiências com VEH a Etanol
Uma iniciativa importante na utilização de Veículos Elétricos Híbridos (VEH) a Etanol é patrocinada pela Itaipu Binacional. O protótipo projetado e fabricado no Brasil é um veículo plug-in. Ou seja, usa em parte energia da rede elétrica, complementando a energia elétrica produzida a bordo, e usa motor de combustão interna de menor potência. O ônibus foi usado em dezembro do ano passado durante a Reunião de Cúpula do Mercosul. A experiência será apresentada no seminário.
Na Suécia, o conceito é aplicado em 85 ônibus fabricados pela Scania que entraram em operação em 2010 e fazem parte do transporte público de Estocolmo. O Conselho da capital sueca estabeleceu que pelo menos 50% do transporte de passageiros da cidade deverá ser movido a combustível renovável até 2012.
Sobre o seminário
Para o debate sobre a alta eficiência do motor exclusivamente a etanol foram convidados Francisco Nigro, professor da Escola Politécnica da USP; Henry Joseph, Gerente de teste e Emissão da VW e presidente da Comissão de Emissões e Meio Ambiente da ANFAVEA; e Marcos Langeani, diretor da Next Engine Technologies.
Sobre os temas da substituição do diesel pelo etanol no transporte urbano e a alternativa do uso do Veículo Elétrico Híbrido a Etanol, participarão dos debates Antonio Vicente Souza e Silva, consultor e diretor técnico da ABVE; Antonio Otelo Cardoso, diretor técnico executivo da ITAIPU Binacional; e Jayme Buarque de Hollanda, diretor geral do INEE.
Haverá também uma mesa redonda que levantará a discussão sobre o uso do etanol de forma mais eficiente, frente a maior complexidade e competitividade potencial da nova matriz energética do país. Com coordenação de Marcos José Marques, presidente do Conselho Diretor do INEE, e participação de Alfred Swarcz, Consultor UNICA; Werther Annichino, Conselheiro da UNICA e COPERSUCAR; Waldyr Gallo, professor UNICAMP / FEM; e Antonio Calcagnotto, Diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Renault / Nissan.
Sobre o INEE
Criado em 1994, o INEE promove e/ou desenvolve ações para eliminar imperfeições de mercado que levam ao desperdício de energia. Uma das linhas de atuação relevantes foi o aumento da eficiência no uso dos resíduos de biomassa combustíveis e a geração distribuída para aproximar e a geração elétrica da carga. Defende, também, a eletrificação seletiva e inteligente do acionamento veicular para aumentar a eficiência nos transportes, onde se observam hoje os maiores desperdícios de energia de origem fóssil.
Ambos objetivos vão se tornando realidade. A bioletricidade da cana, hoje significativa, venceu resistência, tanto do setor elétrico quanto do canavieiro. O INEE influiu na tomada de decisões importantes tais como a criação do Produtor Independente de energia elétrica (1998), o reconhecimento da geração distribuída no Marco Regulatório de 2004 e a decisão do BNDES (2006) de incentivar o uso de caldeiras de alta pressão no setor sucroalcooleiro.
O INEE liderou a criação da ABVE - Associação Brasileira de Veículos Elétricos em 2006 para reduzir imperfeições de mercado que tolhem o desenvolvimento desta forma de acionamento.
É neste cenário que o INEE - Instituto Nacional de Eficiência Energética - e a ABVE - Associação Brasileira do Veículo Elétrico – promovem no dia 4 de maio, no Auditório Brasil, em São Paulo, o seminário “O Etanol na Era do Veículo Elétrico”.
O etanol é comumente considerado inferior à gasolina porque é preciso um volume maior daquele combustível para percorrer a mesma distância. Entretanto, o etanol possui qualidades como o alto teor de octanagem que proporciona maior eficiência e desempenho ao veículo. Há vantagens também do ponto de vista ambiental, já que é um combustível neutro do ponto de vista do efeito estufa e sua utilização reduz a poluição urbana, ao contrário da gasolina e do diesel. Além disso, a cadeia de produção do etanol emprega uma grande quantidade de mão-de-obra.
A substituição do diesel pelo etanol no transporte urbano será analisada no seminário. O diesel é atualmente a principal fonte de energia usada no Brasil. Em 2009, o consumo em termos energéticos superou a energia elétrica usada no país. Uma parte importante desse combustível é usada no transporte urbano onde o acionamento elétrico híbrido pode usar o etanol como alternativa, de forma competitiva e com grande ganho ambiental.
“A entrada de veículos elétrico-híbridos abre uma oportunidade para o etanol unir dois mundos. Posso afirmar que esse seria, de longe, o veículo mais verde do mundo”, revela Buarque de Hollanda, diretor geral do INEE.
Os veículos híbridos possuem grande vantagem quando utilizados no trânsito urbano, por se tratar de um regime de arrancar e parar. No veículo convencional, perde-se energia na frenagem. No veículo elétrico híbrido, quando se freia, o motor elétrico comporta-se como gerador e alimenta a bateria. O princípio é tão interessante que foi absorvido pelos automóveis da Fórmula 1 que estão utilizando a tecnologia chamada de frenagem regenerativa.
Experiências com VEH a Etanol
Uma iniciativa importante na utilização de Veículos Elétricos Híbridos (VEH) a Etanol é patrocinada pela Itaipu Binacional. O protótipo projetado e fabricado no Brasil é um veículo plug-in. Ou seja, usa em parte energia da rede elétrica, complementando a energia elétrica produzida a bordo, e usa motor de combustão interna de menor potência. O ônibus foi usado em dezembro do ano passado durante a Reunião de Cúpula do Mercosul. A experiência será apresentada no seminário.
Na Suécia, o conceito é aplicado em 85 ônibus fabricados pela Scania que entraram em operação em 2010 e fazem parte do transporte público de Estocolmo. O Conselho da capital sueca estabeleceu que pelo menos 50% do transporte de passageiros da cidade deverá ser movido a combustível renovável até 2012.
Sobre o seminário
Para o debate sobre a alta eficiência do motor exclusivamente a etanol foram convidados Francisco Nigro, professor da Escola Politécnica da USP; Henry Joseph, Gerente de teste e Emissão da VW e presidente da Comissão de Emissões e Meio Ambiente da ANFAVEA; e Marcos Langeani, diretor da Next Engine Technologies.
Sobre os temas da substituição do diesel pelo etanol no transporte urbano e a alternativa do uso do Veículo Elétrico Híbrido a Etanol, participarão dos debates Antonio Vicente Souza e Silva, consultor e diretor técnico da ABVE; Antonio Otelo Cardoso, diretor técnico executivo da ITAIPU Binacional; e Jayme Buarque de Hollanda, diretor geral do INEE.
Haverá também uma mesa redonda que levantará a discussão sobre o uso do etanol de forma mais eficiente, frente a maior complexidade e competitividade potencial da nova matriz energética do país. Com coordenação de Marcos José Marques, presidente do Conselho Diretor do INEE, e participação de Alfred Swarcz, Consultor UNICA; Werther Annichino, Conselheiro da UNICA e COPERSUCAR; Waldyr Gallo, professor UNICAMP / FEM; e Antonio Calcagnotto, Diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Renault / Nissan.
Sobre o INEE
Criado em 1994, o INEE promove e/ou desenvolve ações para eliminar imperfeições de mercado que levam ao desperdício de energia. Uma das linhas de atuação relevantes foi o aumento da eficiência no uso dos resíduos de biomassa combustíveis e a geração distribuída para aproximar e a geração elétrica da carga. Defende, também, a eletrificação seletiva e inteligente do acionamento veicular para aumentar a eficiência nos transportes, onde se observam hoje os maiores desperdícios de energia de origem fóssil.
Ambos objetivos vão se tornando realidade. A bioletricidade da cana, hoje significativa, venceu resistência, tanto do setor elétrico quanto do canavieiro. O INEE influiu na tomada de decisões importantes tais como a criação do Produtor Independente de energia elétrica (1998), o reconhecimento da geração distribuída no Marco Regulatório de 2004 e a decisão do BNDES (2006) de incentivar o uso de caldeiras de alta pressão no setor sucroalcooleiro.
O INEE liderou a criação da ABVE - Associação Brasileira de Veículos Elétricos em 2006 para reduzir imperfeições de mercado que tolhem o desenvolvimento desta forma de acionamento.
Serviço: O Etanol na Era do Veículo Elétrico Transporte Verde e Eficiente Data: 4 de maio de 2011, quarta-feira Horário: 13h30 às 18h Local: Auditório Brasil - Av. Paulista, 1776 – 2º andar, São Paulo – SP Informações pelos telefones (21) 2532-1389 e (21) 8901-0932 ou pelo site www.etanol-ve.inee.org.br Para fazer a sua inscrição clique aqui |
terça-feira, 12 de abril de 2011
Virtualização reduz em 60% custos de energia na Univen
Refinaria começou pelos servidores que rodam ERP, banco de dados e sistema que emite Nota Fiscal Eletrônica.
Por Edileuza Soares, da ComputerworldA maioria das empresas começa a testar a virtualização pelos sistemas que geram menos impacto aos negócios para depois ganhar maturidade e estender a tecnologia para as aplicações de missão crítica. Na Univen Petróleo, uma das mais novas refinarias de derivados de petróleo do Brasil, essa ordem foi invertida. A necessidade de implementação de um novo ambiente TI, em curto espaço de tempo, obrigou a empresa a adotar esse modelo para processamento das soluções que são o coração da operação e que não podem parar.
O projeto na petroquímica começou com a virtualização do sistema de gestão empresarial (ERP) da SAP. Hoje, todas as aplicações que suportam os negócios da empresa estão rodando em servidores virtuais. A iniciativa, segundo a companhia, está trazendo benefícios. Entre os ganhos com adoção da tecnologia estão a redução de 60% dos gastos com energia, aluguel de espaço físico e melhor gerenciamento do parque, que agora funciona com administração centralizada.
A modernização
Sediada na cidade de Itupeva, no interior de São Paulo, a Univen Petróleo atua no mercado desde o final da década de 90. A empresa produz e comercializa derivados de petróleo para diversas finalidades e atende diferentes segmentos de mercado. Seu sócio majoritário era o grupo Vibrapar, dono de outras empresas que atuam no comércio varejista, transporte e logística de combustíveis.
Em 2007, houve uma cisão no grupo e a refinaria saiu debaixo da holding.
“Toda a nossa TI estava na Vibrapar e tivemos de criar uma nova estrutura”, diz o gerente de Tecnologia da Univen Petróleo, Diógenes Gianini Novaes. A companhia precisava construir muito rapidamente um novo ambiente e optou pela virtualização com solução da VMware.
O projeto começou a ser implementado em janeiro de 2010 e em junho, o ambiente já estava pronto, funcionando com 20 servidores virtuais e quatro físicos. A migração do ERP da SAP para a nova estrutura foi dividida em duas etapas, para não paralisar algumas aplicações críticas, como a emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).
A mudança foi feita em um final de semana e na segunda-feira o ERP amanheceu rodando em novo ambiente, sem interromper as operações da refinaria. “Somos pioneiros no Brasil com a virtualização de SAP. Era um risco, mas tínhamos a necessidade de executar o projeto”, relata Novaes.
Atualmente, os quatro ambientes (produção, desenvolvimento, qualidade e solution manager) do SAP rodam em plataforma virtual. Além do ERP, os servidores virtuais estão processando o banco de dados Oracle e o sistema PW-SAT, da Sonda Procwork, que gerencia toda a parte fiscal.
Ganhos com a tecnologia
Quando estava compartilhando a infraestrutura de TI da holding Vibrapar, a Univen Petróleo utilizava 15 servidores para processar suas transações de negócios em um ambiente que era 100% Microsoft. Quando partiu para o modelo de virtualização, o número de máquinas físicas caiu para quatro.
O gerente de TI da petroquímica estima que com a redução da quantidade de servidores físicos, a empresa terá economia anual da ordem de 150 mil reais.
Esse valor é o ganho que a companhia terá por não precisar investir no mesmo volume de máquinas mais modernas. O executivo observa que, a cada três anos, os equipamentos precisam ser substituídos.
Há também os custos com a renovação dos contratos de licenças de software, que caíram de 15 para quatro servidores. Além dessa economia, Novaes avalia que a gestão do ambiente centralizado também se torna menos onerosa. ³Eu preciso de menos gente para manutenção do ambiente. Tenho mais flexibilidade e agilidade na hora de fazer mudanças², diz o executivo de TI da Univen.
Os negócios ganharam com a virtualização, segundo Novaes. A disponibilidade dos sistemas hoje é de 100% em razão de a empresa ter mais agilidade para fazer a troca das soluções. ³Os gestores passaram a ter acesso às aplicações em qualquer lugar e com segurança², garante o executivo.
O tempo de manutenção dos sistemas também caiu. Antes, era necessário fazer paradas de dois a três dias por semana. Agora, esse período reduziu para entre duas e três horas.
Próximos passos
Animada com os resultados, a Univen Petróleo já se prepara para implementar a segunda fase do projeto, que englobará a virtualização das 150 estações de trabalho, que serão substituídas por máquinas thin clients.
Essa etapa está prevista para começar este ano com um piloto para virtualização de 20 desktops, quando serão implementadas licenças do VMware View nas máquinas magras.
Novaes conta que o plano é ter 100% das estações nesse modelo para economizar com a compra de licenças de software. Pretende entregar as máquinas dos usuários mais rapidamente e de acordo com a necessidade de cada um.
Apesar de a virtualização semear caminhos para cloud computing, a Univen Petróleo ainda não tem planos para adotar esse modelo. O gerente de TI acha que a petroquímica ainda não tem estrutura para ter uma rede privada na nuvem. Esse é um projeto futuro.
A modernização
Sediada na cidade de Itupeva, no interior de São Paulo, a Univen Petróleo atua no mercado desde o final da década de 90. A empresa produz e comercializa derivados de petróleo para diversas finalidades e atende diferentes segmentos de mercado. Seu sócio majoritário era o grupo Vibrapar, dono de outras empresas que atuam no comércio varejista, transporte e logística de combustíveis.
Em 2007, houve uma cisão no grupo e a refinaria saiu debaixo da holding.
“Toda a nossa TI estava na Vibrapar e tivemos de criar uma nova estrutura”, diz o gerente de Tecnologia da Univen Petróleo, Diógenes Gianini Novaes. A companhia precisava construir muito rapidamente um novo ambiente e optou pela virtualização com solução da VMware.
O projeto começou a ser implementado em janeiro de 2010 e em junho, o ambiente já estava pronto, funcionando com 20 servidores virtuais e quatro físicos. A migração do ERP da SAP para a nova estrutura foi dividida em duas etapas, para não paralisar algumas aplicações críticas, como a emissão da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).
A mudança foi feita em um final de semana e na segunda-feira o ERP amanheceu rodando em novo ambiente, sem interromper as operações da refinaria. “Somos pioneiros no Brasil com a virtualização de SAP. Era um risco, mas tínhamos a necessidade de executar o projeto”, relata Novaes.
Atualmente, os quatro ambientes (produção, desenvolvimento, qualidade e solution manager) do SAP rodam em plataforma virtual. Além do ERP, os servidores virtuais estão processando o banco de dados Oracle e o sistema PW-SAT, da Sonda Procwork, que gerencia toda a parte fiscal.
Ganhos com a tecnologia
Quando estava compartilhando a infraestrutura de TI da holding Vibrapar, a Univen Petróleo utilizava 15 servidores para processar suas transações de negócios em um ambiente que era 100% Microsoft. Quando partiu para o modelo de virtualização, o número de máquinas físicas caiu para quatro.
O gerente de TI da petroquímica estima que com a redução da quantidade de servidores físicos, a empresa terá economia anual da ordem de 150 mil reais.
Esse valor é o ganho que a companhia terá por não precisar investir no mesmo volume de máquinas mais modernas. O executivo observa que, a cada três anos, os equipamentos precisam ser substituídos.
Há também os custos com a renovação dos contratos de licenças de software, que caíram de 15 para quatro servidores. Além dessa economia, Novaes avalia que a gestão do ambiente centralizado também se torna menos onerosa. ³Eu preciso de menos gente para manutenção do ambiente. Tenho mais flexibilidade e agilidade na hora de fazer mudanças², diz o executivo de TI da Univen.
Os negócios ganharam com a virtualização, segundo Novaes. A disponibilidade dos sistemas hoje é de 100% em razão de a empresa ter mais agilidade para fazer a troca das soluções. ³Os gestores passaram a ter acesso às aplicações em qualquer lugar e com segurança², garante o executivo.
O tempo de manutenção dos sistemas também caiu. Antes, era necessário fazer paradas de dois a três dias por semana. Agora, esse período reduziu para entre duas e três horas.
Próximos passos
Animada com os resultados, a Univen Petróleo já se prepara para implementar a segunda fase do projeto, que englobará a virtualização das 150 estações de trabalho, que serão substituídas por máquinas thin clients.
Essa etapa está prevista para começar este ano com um piloto para virtualização de 20 desktops, quando serão implementadas licenças do VMware View nas máquinas magras.
Novaes conta que o plano é ter 100% das estações nesse modelo para economizar com a compra de licenças de software. Pretende entregar as máquinas dos usuários mais rapidamente e de acordo com a necessidade de cada um.
Apesar de a virtualização semear caminhos para cloud computing, a Univen Petróleo ainda não tem planos para adotar esse modelo. O gerente de TI acha que a petroquímica ainda não tem estrutura para ter uma rede privada na nuvem. Esse é um projeto futuro.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Falta de projetos de eficiência energética gera gargalo na indústria, aponta estudo
Engenheiro vê baixa perfomance do setor como consequência da escassez de investimentos
O setor industrial brasileiro não está crescendo por igual, a taxa de juros praticada é alta e faltam investimentos em projetos de eficiência energética pelas indústrias, sobretudo as pequenas e médias empresas, o que vem gerando uma baixa performance nos programas nacionais de incentivo à melhoria dessa eficiência. A indústria passa por momentos críticos e a importação de bens duráveis parece ser, para muitas empresas, a melhor opção para um câmbio desfavorável. Ocorre que esta é uma solução de curto prazo. Talvez a solução mais viável seja diversificar lançando novos produtos. “Tal processo não é simples, pela falta da cultura de inovação. Mas a sua convergência pode estar em projetos de eficiência energética, pois a simples substituição de um equipamento antigo por um mais eficiente pode motivar a aquisição de outros, além de processos, contratação de pessoal qualificado e aumento de empréstimos bancários”, sustenta o engenheiro eletricista Jim Silva Naturesa. Essa conclusão está na sua tese de doutorado, recentemente defendida à Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) sob orientação do professor Carlos Alberto Mariotoni.
O uso eficiente da energia, explica o pesquisador, consiste em usar menos energia por unidade produzida, levando-se em consideração restrições sociais, econômicas e ambientais. O procedimento diminui a necessidade de expansão do setor elétrico, postergando altíssimos investimentos em grandes obras de geração de energia, como hidrelétricas, termoelétricas, etc.
Jim propôs em seu trabalho a relação entre eficiência energética, política industrial e inovação tecnológica. Este pode ser o ‘caminho das pedras’, segundo o autor da tese. Em sua opinião, contudo, as pequenas e médias empresas desconhecem como inovar, apesar de sentirem necessidade de incluir este item nas suas ações, principalmente para fazer frente à concorrência externa. Por outro lado, entende que o mercado interno não é capaz de absorver tudo o que é produzido. “Sobressairá a empresa que criar um produto de fato novo.”
Uma forma de entrar em contato com a inovação tecnológica é realizando pequenos projetos de eficiência energética, comenta o engenheiro. “Para mim, está claro ainda que eles dependem de incentivos, que atualmente o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) são os seus grandes financiadores e que é fundamental uma política industrial.”
É como se a empresário pegasse a planta de sua empresa para observá-la, substituindo equipamentos obsoletos por novos. De certa forma, elas são habilitadas a ir arriscando mais até chegar à tão esperada inovação. No início, cria-se um processo novo para a empresa e, em seguida, um produto novo para o mercado. A sugestão do engenheiro é que isso seja feito par e passo via eficiência energética.
Mas o que afinal se faz para ter um programa nacional de eficiência energética? Hoje se fala muito nisso e é possível verificar múltiplas obras de geração de energia elétrica, invariavelmente no Norte do país, em regiões próximas às usinas do rio Madeira. Seria preciso produzir tanta energia para conseguir atender a população? Jim garante que somente em parte – não com a voracidade atual, que já dá mostras de esbarrar em gargalos como a falta de mão de obra especializada e de infraestrutura.
De acordo com os cenários para eficiência energética elaborados recentemente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), se apenas mantidos os investimentos nesses programas, o país economizará entre 3,5% e 5,35% do total de energia elétrica destinada à indústria em 2020 e entre 4,71% e 8,68% em 2030.
O pesquisador elenca que esse processo pode ocorrer ou por meio de gestão ou por meio de mudança da cultura da empresa. É possível ainda partir para projetos de eficiência, substituindo iluminação, motores antigos, parte de aquecimento, de refrigeração e de ar-condicionado.
O pesquisador elenca que esse processo pode ocorrer ou por meio de gestão ou por meio de mudança da cultura da empresa. É possível ainda partir para projetos de eficiência, substituindo iluminação, motores antigos, parte de aquecimento, de refrigeração e de ar-condicionado.
O programa de eficiência energética nacional, revela Jim, está alicerçado em duas bases: uma encabeçada pela Eletrobras – mediante o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel); e outra envolvendo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), denominado Programa Anual de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica (PEE), que obriga as distribuidoras de energia a aplicarem 0,5% da sua receita operacional líquida em ações de eficiência energética.
No caso das distribuidoras de energia, suas ações são hoje mais voltadas à classe popular para substituir lâmpadas incandescentes por fluorescentes e geladeiras antigas por novas. Tais ações são limitadas, conforme o pesquisador, porque atingem unicamente uma parcela da população, enquanto a ação do Procel, via Eletrobras, mais desenvolvida, relaciona-se a programas tanto de saneamento, indústria, residencial, entre outros.
Recursos
O engenheiro direcionou seus estudos para as pequenas e médias empresas. Facilmente detectou que as grandes empresas já trazem em sua filosofia a cultura da inovação tecnológica, incentivando projetos de eficiência, contrariamente às pequenas e médias – o que chama atenção é que elas gastam proporcionalmente mais com energia elétrica do que as grandes.
O engenheiro direcionou seus estudos para as pequenas e médias empresas. Facilmente detectou que as grandes empresas já trazem em sua filosofia a cultura da inovação tecnológica, incentivando projetos de eficiência, contrariamente às pequenas e médias – o que chama atenção é que elas gastam proporcionalmente mais com energia elétrica do que as grandes.
Todavia, projetos custeados pelo PEE são encontrados mais pontualmente no Estado da Bahia. Ali são substituídos vários eletrodomésticos, a priori geladeiras. Ocorre que o volume desse recurso é sobremodo elevado. “Obtendo-se 5% da receita bruta, seria preciso trocar muita geladeira para usar todo esse recurso. A ação teria inclusive que se estender a outros segmentos”, aponta o pesquisador.
Ao analisar na FEC projetos ligados a saneamento básico, Jim notou que existem grandes empresas nessa área e, não raro, desperdício – não somente de água, mas também de energia elétrica. Gasta-se muita energia fazendo o bombeamento de água para as estações elevatórias e em horário inadequado, quando o preço é maior. Em geral, os equipamentos – motobombas – estão sobredimensionados, não exigindo toda essa potência.
O racionamento de energia de 2001, retoma ele, colaborou para divulgar conceitos de eficiência energética à população. Não obstante a imposição da iniciativa, criaram-se ações para reduzir o consumo, fazendo-se a substituição de lâmpadas e equipamentos. “A cultura de reduzir não se manteve por muito tempo, e a cada ano o preço do quilowatt-hora aumenta (e as pessoas pagam). Isso é mais comum do que se pensa.”
O pesquisador comenta que, ao comprar lâmpadas, há duas opções: adquirir a incandescente, que custa em torno de R$ 2,00, ou a eletrônica, que custa cerca de R$ 10,00. Acaba-se optando pela compra de R$ 2,00. Acontece que 90% da energia dessa lâmpada incandescente, esclarece o engenheiro, é dissipada na forma de calor, não na forma de luz – que é o que se pretende. Já a lâmpada eletrônica tem um custo elevado – convertendo de 70% a 80% da energia em luz, embora dure mais.
Infelizmente no Brasil não se desenvolveu a cultura de pagar um pouco mais pelo equipamento, mesmo sabendo que ele vai gerar redução do consumo de energia, qualidade e durar mais. No médio e longo prazo, a opção é sempre por um produto com uma eficiência energética maior, ao passo que, no curto prazo, as pequenas e médias empresas escolhem o menor preço e eficiência inferior. Isso porque o tempo de retorno, para o produto mais caro, pode demorar de dois a três anos. Para eles, esse é um prazo muito dilatado.
Nas décadas de 1980 e 1990, relembra o engenheiro, houve inflações impensáveis mês a mês e diversos planos econômicos no Brasil, o que acabou trazendo incertezas e contaminando o pequeno e o médio empresário. Em países como os Estados Unidos, grandes projetos de eficiência energética vogam desde a década de 1990, o mesmo ocorrendo na Europa.
Os relatórios europeus são muito claros em delinear que é preciso investir em projetos de eficiência primeiramente, isso porque no longo prazo os benefícios virão, e segundo porque de certa forma como a matriz deles – como é o caso da França, que tem quase 80% da energia gerada via usinas termonucleares – propaga o tempo de entrada das usinas, caminhando a reboque da economia dos EUA, que já está fazendo isso. O produto deles acaba saindo com um custo de produção menor. Na América Latina, o modelo de eficiência energética é o Brasil, ainda que aquém do esperado, avalia Jim.
Uma de suas propostas é levar às pequenas e médias empresas a importância de projetos como esse pois, além da parte de eficiência energética, elas compreenderiam como trilhar a inovação tecnológica. “Todo investimento que fazem acaba sendo com recurso próprio, fato histórico no Brasil, que demonstra aversão a riscos. Acham mais fácil alocar o recurso delas do que pegar emprestado.”
De outra via, perdem de interiorizar o conceito de inovação, que envolve correr riscos calculados sem deixar de investir. Para o engenheiro, esse investimento teria que ser vinculado à Confederação Nacional da Indústria (CNI) e à Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). “Esses órgãos articulariam um grande projeto, desenvolvido tanto pelas empresas especializadas quanto pelas universidades, fazendo a ponte universidade-empresa”, sugere o pesquisador.
Ele conta que há iniciativas nessa linha sem vínculo com a eficiência energética. “O ideal seria captar recursos alocados em inovação tecnológica para aplicar em projetos de eficiência energética. Deste modo, para o pequeno empresário, qualquer projeto que tivesse como foco o aumento dessa eficiência, para ele seria um projeto de inovação tecnológica. É o jeito dele ter contato com novos equipamentos e tecnologias, e poder criar uma equipe para atuar”, constata.
A proposta de relacionar eficiência energética, política industrial e inovação tecnológica não é inédita, demarca Jim, porém inovadora. As pequenas empresas estão muito distantes do conceito de inovação defendido por ele, como qualquer processo novo ou ação que vá beneficiar a empresa. Sua tese derruba por terra a ideia de projetos monumentais de geração de energia, via Jirau, Belo Monte e as usinas do rio Madeira – aquelas grandes obras como Itaipu.
Para ampliar a geração de energia elétrica, normalmente de 5% ao ano, na verdade bastaria que ela crescesse acompanhando os patamares do Produto Interno Bruto (PIB). Inicialmente, é possível ter algo em torno de 1% decorrente de projeto de eficiência. Não é, todavia, coisa para cinco anos. Talvez para dez anos. Este é um dado curioso. Outro dado é que as políticas industriais brasileiras, avaliando-se a nova política industrial (PDP – Política de Desenvolvimento Produtivo), são mais focadas em setores específicos, como ocorreu com a redução do IPI para os automóveis. Dificilmente se pensa numa linha mestra para abraçar setores diversos, expõe o engenheiro.
................................................Publicação
Tese de doutorado: “Eficiência Energética,
Política Industrial e Inovação Tecnológica”
Autor: Jim Silva Naturesa
Orientador: Carlos Alberto Mariotoni
Unidade: Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC)
Microsoft e Toyota anunciam parceria para desenvolvimento de tecnologia verde
Acordo prevê o desenvolvimento de software de monitoramento do uso de energia em veículos elétricos e híbridos
Steve Ballmer, da Microsoft, e Akio Toyoda, da Toyota
A Microsoft e a Toyota anunciaram uma parceria de US$ 12 mi para o desenvolvimento de uma tecnologia de eficiência energética para automóveis híbridos e elétricos.
O acordo mira a criação de um padrão global para essa tecnologia. Prevê ainda o desenvolvimento de tecnologias conjuntas para comunicações, dados e recursos multimídia para veículos.
Segundo o acordo, o investimento será usado para o desenvolvimento de uma tecnologia smart grid que fará com que a eletricidade dos veículos híbridos e elétricos seja usada de forma mais eficiente e com recursos renováveis. O uso da bateria e a quantidade de energia gerada serão monitorados e gerenciados por um software.
A Microsoft já tem disponível uma tecnologia similar para monitoramento e gerenciamento de energia doméstica chamado HOHM. Espera-se que essa tecnologia seja combinada com a tecnologia veicular já que a parceria prevê que, até 2015, os clientes da Toyota tenham acesso a serviços digitais que incluiriam o monitoramento integrado do uso da eletricidade do indivíduo tanto em casa quanto no carro.
Fontes: Computerworld / PC World
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