sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

BID disponibiliza R$ 50 milhões para projetos de eficiência energética

O Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) divulgou projeto que disponibiliza R$ 50 milhões para garantia financeira a ações de Eficiência Energética em edificações privadas no Brasil. 


O principal objetivo da ação é reduzir as emissões de CO2 na atmosfera. 

A iniciativa faz parte do Mecanismo de Garantia de Eficiência Energética (Eegm) ferramenta multilateral de incentivo a projetos ambientais nos países em desenvolvimentos. 

O Eegm possui prazo máximo de sete anos para as garantias e aplica-se a projetos cujas economias de energia sejam garantidas por empresas de serviços de eficiência energética com base em um contrato celebrado com seu cliente. 

A apresentação foi feita à Associação Brasileira das Empresas e Serviços de Conservação de Energia (Abesco) e à Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), durante reunião na sede da Fiesp, em São Paulo, na última semana. 

À garantia compreensiva de riscos, há a cobertura para inadimplências ocasionadas por motivos técnicos e de fiabilidade creditícia disponível para financiadores, empresas de serviços de conservação de energia e seus clientes. 

Já a garantia de risco técnico oferece cobertura para inadimplências causadas por desempenho insuficiente nos termos do contrato de eficiência energética.

SAIBA MAIS
A iniciativa é parte do Mecanismo de Garantia de Eficiência Energética, que oferece garantias parciais de crédito para até 80% do valor do contrato de eficiência energética apresentado ou o até US$ 800 mil na forma de garantia compreensiva de riscos e de desempenho técnico.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Mercado de lâmpadas LED da GE no Brasil deve crescer mais de 50% em 2013

POR EDG.CCOUTO | NEGÓCIOS

Rua Avanhandava, no centro de São Paulo: em 2010, as lâmpadas convencionais, de vapor de sódio, foram substituídas por lâmpadas LED. (Foto: Divulgação/ GE Iluminação)

A americana GE sonha bem alto quando se trata do mercado de iluminação e lâmpadas LED na América Latina. Uma altura, para ser mais precisa, equivalente a um crescimento de mais de 50% por ano só no segmento de LED.

Trata-se de um negócio incipiente, claro. Daí o salto, resultado de um cálculo cuja base ainda é pequena. A GE não divulga o faturamento do segmento de iluminação no Brasil (o faturamento total da empresa na América Latina, em 2011, foi de US$ 8,2 bilhões, dos quais US$ 3,7 bilhões no Brasil), mas o presidente e CEO da GE Iluminação para a América Latina, Lionel Ramirez, diz que a procura por lâmpadas mais eficientes, como a de LED, tem aumentado tanto por parte do consumidor como pelo setor público.

No Brasil, projetos de iluminação pública com lâmpadas LED podem ser vistos no Rio de Janeiro, em Florianópolis e em São Paulo.

Há vários tipos e formatos de lâmpadas LED mas, de forma geral, elas se caracterizam pela maior durabilidade e uma economia de energia que pode variar de 50% a 80% em relação às lâmpadas convencionais.

O Brasil deve experimentar um crescimento ainda maior que os demais países da região. Ramirez diz que enquanto as vendas de toda a área de iluminação da GE deve crescer de 15% a 20% na região, o aumento das vendas no Brasil deve ser o dobro disso, chegando a um crescimento de até 40%.

O que vai puxar esse resultado, segundo Ramirez, será a crescente adesão às novas tecnologias.

Algo que vai acontecer em todas as esferas: na iluminação residencial, comercial, do setor público e de espaços públicos, seguindo uma tendência global de transição para a iluminação eficiente.

Neste ano, a empresa firmou um parceria com a cidade de Las Vegas, nos Estados Unidos, para prover as soluções de iluminação para a reforma (ou retrofit, como têm sido chamadas as reformas focadas na substituição de materiais e tecnologias antigas por outras novas e sustentáveis) de edifícios em toda a cidade.

Fonte: Época Negócios

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Para Abrace, aumento da segurança energética independe de aumento da conta de luz

É possível melhorar a segurança energética brasileira e evitar apagões sem que isso represente aumento na conta de luz. 



A afirmação do presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), Paulo Pedrosa, foi feita nesta quarta-feira (19/12), um dia após o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, ter dito que o país não tem como fazer todas as obras recomendadas para garantir a segurança energética, sob pena de elevar o custo de tarifa.

“Claro que não estamos com o setor elétrico funcionando na sua normalidade e que há fragilidades do sistema que têm de ser resolvidas, mas não podemos cair na armadilha de sair justificando todos os investimentos em função de um problema conjuntural de falta de energia.

No nosso entendimento, podemos melhorar muito [o sistema] e evitar apagões sem que isso resulte em aumento de custo”, disse Pedrosa durante almoço com jornalistas.

A Abrace apresentou algumas sugestões. “Há diversos caminhos e possibilidades sem cairmos no erro de achar que a solução seja, sempre, mais e mais investimentos. 

Em primeiro lugar, se o serviço não foi prestado adequadamente é porque algo não está de acordo com o planejado. Em parte, isso pode ser resolvido com transparência, para identificar os motivos reais, e fiscalização”, disse Pedrosa.

O dirigente inclui, entre as sugestões apresentadas, choques de gestão para todas as partes envolvidas – em especial, grandes consumidores e os setores de geração, transmissão e distribuição de energia. 

“Infelizmente há regras no setor que não estimulam esse movimento. Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] ou ONS poderiam fazer leilões de redução de consumo, prática que é comum em outros mercados, que beneficiassem [grandes] consumidores que se comprometessem a consumir menos [em períodos estratégicos]”, disse.

“Seria interessante também que os industriais que fabricam produtos estocáveis planejassem picos de produção, levando em consideração a disponibilidade de energia em determinados momentos”, disse. 

Dessa forma os picos de energia poderiam ser diminuídos, de forma a evitar o acionamento de “usinas caras” em situações como a atual, onde diversas termelétricas tiveram de ser ligadas.

Outra sugestão apresentada pela Abrace é evitar que os investimentos sejam feitos “em ritmo emergencial”, o que também resulta em aumento de custos. 

“Nós priorizamos a eficiência econômica. O setor de energia é um setor competitivo e deve ser tratado como tal. 

Não podemos aceitar altas tarifas com a desculpa de segurança energética. É possível garantir a segurança e continuar sendo competitivo”.

Fonte: Jornal da Energia

Firjan alerta: Estamos na antessala do apagão


Estamos na antessala do apagão

O sistema Firjan emitiu nesta quarta-feira (19/12) comunicado a indústria em que alerta para o estado crítico em que se encontram os reservatórios das usinas hidrelétricas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste e risco de desabastecimento de energia até o início de 2013. 

“Estamos praticamente na antessala do apagão”, declarou o gerente de competitividade industrial e investimentos da Firjan, Cristiano Prado.

Segundo o executivo, o atual nível dos reservatórios é o pior dos últimos 11 anos e só não perde para o período de racionamento. De acordo com dados da federação, em dezembro de 2011, o nível dos reservatórios estava em 61%, mas hoje representa apenas 29,8%. 

Contrariamente, a geração termelétrica em novembro de 2011 era de 6,91%, saltando para 23,14% no mesmo período deste ano.

“A previsão das chuvas para dezembro está abaixo da média e, ainda que alcançasse a média histórica, não teremos água suficiente para encher os reservatórios. Por outro lado está sendo necessário aumentar a geração de termelétricas num momento em que o País não estava esperando gerar”, declarou Prado.

Preocupada com a situação, a federação solicitou ao Ministério de Minas e Energia que esclareça a situação, dizendo quais as medidas que ainda podem ser adotadas para manter o fornecimento de energia, e também de gás, para a indústria, visando garantir não só a competitividade do setor, mas também o crescimento econômico do Brasil.

“É um cobertor curto dos dois lados. Curto na parte de cima porque o nível dos reservatórios está muito abaixo e, curto na parte de baixo, porque você vai precisar de mais gás para as térmicas, e não tem gás sobrando no País”, apontou o gerente da Firjan.

Ele ainda revela que apesar das previsões de chuva apontarem otimismo, o despacho térmico não deverá cair pelo menos até o primeiro trimestre de 2013. 

Mesmo que ocorresse o aumento da precipitação acima da média histórica, a possibilidade do governo continuar a operação das térmicas é mantida, para que, por questão de segurança, os reservatórios sejam preservados para o próximo ano.

“Se viesse o dilúvio, talvez a gente tivesse alguma chance. É a única chance para salvar essa situação”, comentou. Sobre a alta variação entre as previsões das chuvas e o que tem sido contestado, 

Prado confirma a disparidade, mas diz não ter base para avaliar a qualidade e modelo das previsões.

Para o engenheiro Fábio Resende, diretor do Instituto Ilumina, ainda é precoce falar de racionamento, mas revela que o risco está aumentando à medida que as previsões de chuva não se concretizam. 

“À medida que não tem chuva você vai esvaziando o reservatório... 

Tem que ver se todas essas térmicas que foram contratadas têm condição de gerar. Se houver problema na geração das térmicas também, vai faltar energia, mas por enquanto é precoce dizer”.



Fonte: Jornal da Energia

A hora e a vez da geração distribuída de eletricidade, artigo de Heitor Scalambrini Costa




A geração distribuída (também conhecida como “descentralizada”) caracteriza-se como a produção de eletricidade próxima ao consumo, dispensando a linha de transmissão e os complexos sistemas de distribuição para atender ao consumidor final. 

Trata-se de uma forma de geração que já foi bastante utilizada até o final da década de 40 do século passado. Mas que depois foi substituída pela geração centralizada, com a construção de usinas de grande porte distante do consumidor final.

A geração descentralizada representa uma possibilidade concreta para colaborar com a redução da curva de carga, reduzindo o consumo em horários de pico; e diminuindo a necessidade de investimentos na geração, transmissão e distribuição do sistema elétrico integrado brasileiro. 

Nos países onde houve o desenvolvimento da pequena geração, os consumidores passaram a preocupar-se mais com seu consumo de eletricidade, com aspectos do uso eficiente da energia. Assim, se espera que adotando tal tecnologia, diminua o consumo, sem prejuízo da qualidade dos serviços, do bem-estar, e do conforto do consumidor. 

Ou seja, ter um consumo de energia menor para o mesmo serviço. Também a diversificação das fontes na matriz elétrica, vai contribuir para diminuir a necessidade de construção de novas usinas e, obviamente, diminuir o impacto ambiental.

O setor residencial já é responsável por aproximadamente 26% do consumo de eletricidade do país, e se somarmos o setor púbico e o comercial, existe um grande potencial para a pequena geração (< 1 MW), em particular através da instalação de sistemas fotovoltaicos.

Infelizmente, apesar da grande incidência de luz solar em todo o território brasileiro, o uso da energia solar fotovoltaica como fonte elétrica praticamente é desprezível. Em grande parte devido à insuficiência de incentivos do governo federal e estadual para a disseminação desta tecnologia.

Desde o segundo semestre de 2010 com o lançamento de uma consulta pública, se discute uma regulamentação da geração distribuída utilizando fontes renováveis. 

Finalmente em 19 abril de 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) editou a Resolução Normativa n° 482, regulando a conexão da micro geração (até 100 KW) e mini geração (de 100 KW a 1 MW) aos sistemas de distribuição de energia elétrica e o sistema de compensação de energia elétrica, que permitirá o consumidor-produtor instalar pequenos geradores, em sua unidade consumidora e injetar energia na rede de distribuição em troca de créditos.

A regulamentação é válida para geradores que utilizam fontes incentivadas de energia (hídrica, solar, biomassa, eólica e co-geração), com ênfase para a geração fotovoltaica. As distribuidoras obtiveram um prazo de 240 dias (até 19 de dezembro) para se adaptar a esta nova realidade, publicando as normas de integração à rede e de atendimento à solicitação do consumidor.

Após ter recebido grande destaque e propaganda oficial, como sendo o início do mercado para a disseminação da tecnologia solar fotovoltaica, agora que o prazo para as distribuidoras se pronunciarem sobre como será realizada a integração da micro e mini geração se aproxima, praticamente nada tem se falado a respeito.

Recentemente, a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) pediu adiamento desse prazo, mas a Aneel garantiu que os prazos iniciais serão respeitados. Logo, a partir do inicio de 2013 poderão ser instalados medidores para controlar a quantidade de eletricidade consumida e injetada na rede do distribuidor, desde que solicitado.

Mesmo com um atraso de mais de 20 anos, em comparação a outros países que já incentivavam e promoviam o uso da geração fotovoltaica conectada na rede elétrica, sem dúvida esta medida adotada pela Aneel pode ser considerada como um estímulo para o consumidor investir em tecnologias como a de painéis solares, e também um modelo bom para as empresas distribuidoras.

Todavia, mesmo sendo um bom começo, estas medidas são insuficientes para a adoção em larga escala pela população, devido ao custo do investimento inicial necessário (em torno de R$ 10.000,00 para produzir em média 100 kWh/mês). 

É imperativo que o governo faça mais para que realmente esta fonte de energia, tão abundante, gratuita e renovável, possa ter uma participação mais importante na matriz elétrica nacional.

A Campanha Nacional pela Produção e Uso da Energia Solar Descentralizada lançada pelo Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Ambiental (www. fmclimaticas.org.br) é dirigida nesta direção, reivindicando que haja subsídios e financiamento para os consumidores adquirirem seus geradores fotovoltaicos, e que em certos casos os equipamentos sejam fornecidos a custo zero. 

Porque não? Já que a indústria de petróleo e gás, as hidroelétricas de grande porte e as termelétricas recebem subsídios generosos dos governos estaduais e federal.

Heitor Scalambrini Costa, Articulista do Portal EcoDebate, é Professor da Universidade Federal de Pernambuco

Fonte: EcoDebate,

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Natal de luz, eficiência e durabilidade

Brasil - Tecnologia LED reduz custos na iluminação natalina. A medida, além de sustentável, pode representar uma economia de até 90% nos gastos com energia elétrica


Divulgação

Árvore de Natal do Ibirapuera

Pedro Silva e Tiago Reis, para o Procel Info

Brasil - Final de ano e as ruas das cidades ganham um colorido novo e um brilho especial. Durante esse período, a decoração de Natal encanta, com árvores, enfeites e ornamentos, adornando casas, empresas e espaços públicos por todo o Brasil. Nesse clima, no entanto, nem tudo é festa. 

O custo de tanta beleza pode surpreender, e é nessa hora que o consumo de piscas ineficientes e a falta de informação ameaçam transformar a noite feliz em um pesadelo.

Ameaçam, mas não se criam sob a vigilância da tecnologia LED. O Natal iluminado não está em apuros. Assim como existia uma solução para derreter o coração gelado do Grinch – personagem do autor norte-americano Dr. Seuss -, existe, hoje, um salvador de bolsos aflitos: o diodo emissor de luz, ou LED, na sigla em inglês. Essa tecnologia garante o brilho natalino, com uma maior economia. 

De acordo com o engenheiro Marcos Leporate, da empresa Efficientia, pertencente ao grupo Cemig, a utilização de LED nos enfeites de árvores de Natal gera um consumo ameno para o cliente residencial que quer trazer a atmosfera de magia para dentro de seu lar. 

”O consumo na fatura de energia, para os enfeites de árvore de Natal, será bem pequeno, algo em torno de 6 kWh para utilização de 30 LEDs por 12 horas dia, o que significa um gasto mensal de R$ 3,00 por mês, considerando uma tarifa de 0,50 R$/kWh”, observou. 

Se levadas em conta as cifras de piscas incandescentes, com 50W de potência, sob a mesma tarifa, a economia é visível. Para uma jornada de trabalho de 11 horas diárias – o período noturno -, o aumento da fatura fica em torno de R$ 8. Nada bonito. 

Já em ambientes externos e projetos de grande escala, o LED continua levando vantagem, mas, agora, é preciso observar as proporções da decoração planejada. 

“O uso de 10 mil LEDs gira em torno de 1800 kWh de consumo e um gasto de cerca de R$ 900,00 por mês considerando uma tarifa de 0,50 R$/kW”, analisou Leporate. 

A cidade gaúcha de Gramado, que há 27 anos realiza o maior evento natalino do país, é um exemplo do uso em larga escala. De 1º de novembro a 13 de janeiro, o município realiza o Natal Luz, com atrações pagas e gratuitas para todos os públicos. 

A comemoração, que surgiu como uma maneira de revitalizar a Festa Hortênsias, hoje tem também uma preocupação com o pensamento verde e, além de implementar o Projeto PET, onde 32 escolas do município reciclam garrafas para a produção de enfeites, adota a iluminação LED há sete anos. 

A utilização da tecnologia começou tímida, inicialmente apenas em carros alegóricos para economizar as baterias e ter maior autonomia nos desfiles. Mas com a drástica redução do consumo, associada à eficiência do diodo, as novas luminárias foram introduzidas em outros setores. 

Para o eletricista Sidnei Chaulet Gross, um dos responsáveis pelo projeto de iluminação da festa de Gramado, além do alívio ao consumo, a durabilidade é outro ponto forte da iluminação de LED em grandes eventos: 

“A economia é enorme. A lâmpada LED dura mais de 20 mil horas enquanto a convencional tem vida útil de no máximo seis mil horas. Sem contar que boa parte do LED pode ser reaproveitado de um ano para o outro. Estimo que desde que passamos a utilizar o LED na decoração de Natal, a redução nos gastos com energia elétrica foi de mais de 70%”, ressaltou Gross. 

"...desde que passamos a utilizar o LED na decoração de Natal, a redução nos gastos com energia elétrica foi de mais de 70%”
Em São Paulo, outro exemplo de decoração em grande escala também opta pelas vantagens do diodo emissor de luz e pela preocupação com a sustentabilidade. 

Promovida pelo Banco Santander em parceria com a Prefeitura de São Paulo, a árvore de Natal do Parque do Ibirapuera, este ano, possui 58 metros de altura, o que equivale a um prédio de 20 andares, e conta com mais de 500 lâmpadas stroble, 264 mil micro-lâmpadas de LED e 150 refletores para potencializar a iluminação, o triplo do que foi utilizado em 2011. 

Para minimizar o impacto energético da decoração, em 2012, toda a energia que mantém a árvore acesa será produzida no local. Foram instalados painéis solares e uma mini usina eólica, que vão garantir 50% da energia necessária para o funcionamento da árvore. No restante do tempo, a iluminação será realizada por geradores movidos a biodiesel de óleo vegetal.

De acordo com Fábio Trevisan, diretor de operações da agência Pepper, que há três anos é responsável pela criação e implantação do projeto, essas medidas provocam uma grande redução no consumo energético, evitando sobrecargas nas rede das concessionárias e ainda colabora como o meio ambiente. ”Com o LED, o consumo é muito baixo. 

Por hora, equivale ao consumo de cinco chuveiros. Na comparação com as lâmpadas convencionais, o gasto é de apenas 10%. E com as outras medidas, não utilizamos a energia produzida pelas concessionárias. Toda fonte de energia que utilizamos é limpa e somos nós que produzimos, o que reduz ainda mais os gastos com energia elétrica”, explicou Trevisan. 

O diretor de operações também destaca que a árvore de Natal do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, organizada pela agência e patrocinada pelo banco, seguem as mesmas medidas de sustentabilidade. O símbolo natalino, instalado no alto do Morro do Adeus, tem 18 metros de altura e está decorado com 88 mil microlâmpadas de LED, além de ser movido 100% a biodiesel.

De olho na segurança

A economia é fundamental. Indiscutível. Mas o bem-estar e segurança são os responsáveis por um Natal feliz. Para isso, acidentes provocados por enfeites devem ficar esquecidos em um passado distante, onde a informação era parca. Hoje, diante das novas tecnologias, especialistas orientam a melhor maneira de garantir os piscas natalinos como a única opção de iluminação das festas, sem a adição de luzes de ambulâncias e bombeiros. 

De acordo com o engenheiro da Efficientia, Marcos Leporate, o consumidor deve sempre optar por produtos certificados pelo Inmetro. Desta forma, ficam garantidas a qualidade do equipamento e a tranquilidade do lar. 

Leporate lista ainda cuidados na hora da instalação, como a separação da árvore de Natal de matérias inflamáveis e colocação do material em locais de difícil acesso às crianças. Segundo o engenheiro, da mesma forma, as adaptações devem ser evitadas mesmo com a baixa potência dos LEDs. “Mesmo com a baixa potência do conjunto de lâmpadas de LED, neste tipo de decoração deve ser avaliada a necessidade de uso de benjamins nas instalações, pois se for necessário o uso de muitos pisca-piscas deverá ser dada preferência ao uso de filtros de linha que possuem mais de uma tomada e fusível de proteção para o casa de sobrecargas”, revela. 

Em instalações externas e de grande porte, o acompanhamento de um técnico ou engenheiro, com registro no CREA, é fundamental.

Eficiência Energética - Projeto do IPT traça cenário para mudanças em instalações hidráulicas com melhorias econômicas e ambientais



Para uma empresa dispor de instalações hidráulicas mais eficientes, com custo operacional menor e redução nas emissões de gases de efeito estufa e de carbono, um dos maiores desafios está em solucionar o desperdício de energia em sistemas de bombeamento de fluidos. 

Um estudo recém-concluído no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) aponta as melhorias desses sistemas como uma possibilidade promissora de ganhos em eficiência energética entre todos os instalados nas indústrias, com um potencial maior de economia em comparação ao uso de energias alternativas.

Os resultados do projeto coordenado pelo engenheiro mecânico e pesquisador do Laboratório de Fluidodinâmica e Eficiência Energética do IPT, Marcos Tadeu Pereira, apontaram a necessidade de mudanças em três premissas para que as empresas alcancem bons resultados: acesso à informação e à disseminação de resultados, mudança no comportamento organizacional e adaptação da educação básica dos engenheiros às novas demandas. 

Perda de carga adicional provocada por esclerose de tubulação é um dos problemas enfrentados em instalações hidráulicas. Crédito foto: Braskem
 
A opção pelo estudo foi motivada pela pouca atenção dada ao tema, explica ele: “Quando se fala em eficiência energética, as pesquisas se concentram em processos térmicos para verificar a eficiência de caldeiras e fornalhas, mas sabemos que os processos de bombeamento instalados nas empresas, tanto no Brasil quanto em outros países, são muitas vezes ineficientes”.

O acesso à informação e à disseminação de resultados passa por uma sequência de três etapas: a primeira é conhecer os componentes-chave das instalações de bombeamento, como tubulações, motores e sistemas, e saber as alternativas disponíveis para melhoria de rendimento, enquanto a segunda está focada na caracterização física da instalação, que é necessária para definir o estado real da tubulação, dos acionadores e da operação, a fim de adquirir subsídios para escolher entre o projeto de um novo sistema ou a operação modificada da estrutura existente.

Cerca de 10% da energia total consumida nas operações industriais em países desenvolvidos é empregada em operações de bombeamento e, segundo o pesquisador, é possível melhorar de 20% a 50% a eficiência dos sistemas; os ganhos obtidos com as transformações ficam evidentes quando se considera, por exemplo, o ciclo de vida de uma bomba de 20 anos, durante o qual 95% dos custos referem-se aos gastos com energia, 2,5% ao valor da compra e os 2,5% restantes aos gastos em manutenção. 

“Uma indústria pode comprar um modelo de bomba mais eficiente em comparação a um concorrente e pagar mais caro, mas irá recuperar este valor do investimento com vantagens, pois gastará menos energia durante o seu uso”, completa o pesquisador.

O terceiro e último passo é a adoção de uma abordagem holística para melhorar a eficiência, lançando mão de ferramentas de monitoramento do consumo e dos processos mais atuais de baixa energia e baixa emissão de carbono, por exemplo. 

“Água, qualidade de ar e energia, tudo está interligado: portanto, é necessário projetar instalações eficientes, selecionar componentes adequados e projetar dutos segundo equações e coeficientes atualizados”, afirma ele.

Esta preocupação com o projeto de dutos passa pela mudança de paradigma nos centros de ensino com a reformulação dos conteúdos oferecidos nos cursos de engenharia. 

Além de pesquisador do IPT, Pereira é professor da disciplina de Mecânica dos Fluidos e afirma que a formação atual dos alunos não considera os processos de cálculos para melhorar a eficiência dos bombeamentos, estando distante da realidade brasileira: “As equações usadas nos cursos foram criadas para perda de carga e de energia na década de 1930. 

Foram feitas pequenas revisões em suas fórmulas nas décadas de 1960 e 1990, mas elas são basicamente as mesmas e não são adequadas às tubulações usadas no Brasil”. 

Os resultados são o superdimensionamento das bombas, em função do cálculo de um valor de carga maior do que o real, e a necessidade de instalação de válvulas para restrição da saída, com maior gasto de energia e aumento da ineficiência.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL – Cada vez mais as grandes empresas estão sendo ‘cobradas’ por resultados do chamado triple bottom line, que é a base tripla da integração social, desenvolvimento econômico e renovação ambiental. 

A necessidade de responder por ações além das planilhas de receitas está trazendo a necessidade de investimentos em tecnologias inovadoras a fim de fornecer respostas como o impacto das operações no meio ambiente e os índices de pegada de carbono, mas esta é uma questão recente e ainda de difícil tratamento pelas empresas. 

A maioria das ações governamentais internacionais é posterior a 2002 e grande parte dos estudos só começou a ser feita a partir de 2005; no Brasil, completa Pereira, somente agora é possível perceber a importância crescente do assunto, como a implantação de grupos corporativos que tratam de eficiência energética em empresas como Petrobras, Braskem e Sabesp.

“Um dos maiores desafios, e talvez seja o maior, é convencer os gerentes das instalações de bombeamento da importância da eficiência energética. 

Em uma estação de bombeamento de água, por exemplo, a preocupação maior dos profissionais responsáveis está na manutenção do fornecimento de água e no gerenciamento dos processos”, explica Pereira, justificando a necessidade de convencer primeiro a alta direção para que a decisão da implantação do projeto seja tomada de cima para baixo. 


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Arquiteto grego projeta residência com eficiência energética


| Foto: Digsdigs
Uma casa sustentável e moderna foi construída na cidade de Attica, na Grécia. O modelo é uma inspiração para os que querem projetar uma residência ecológica sem perder o conforto e a aparência de uma construção tradicional.

A arquitetura foi desenvolvida pelo arquiteto Nikos Koukourakis junto a seus associados. Muitos profissionais ao projetarem casas ecológicas colocam no papel muitas ideias interessantes, mas pouco viáveis. Não é o caso deste projeto. Bem similar a uma residência tradicional, o projeto apostou em características sustentáveis aplicáveis.

A casa foi pensada para se conectar com um jardim com grandes aberturas em vários cômodos o que também proporciona uma bela paisagem verde aos moradores. 

Dentro da residência foram colocadas janelas de alumínio com sistema térmico e vidro triplex, impedindo que o calor escape de dentro do ambiente nos dias frios, economizando no aquecimento.

Além disso, cerca de 70% dos aparelhos de iluminação usam LED e ainda contam com sistemas de acendimento automático para economia de energia. 

As janelas também são bem amplas, o que ajuda a aproveitar a luz natural durante o dia.

Toda a seleção de materiais, acessórios e iluminação foram questões pensadas pelo arquiteto Koukourakis. 

Um dos detalhes interessante é a ponte que liga a entrada principal da casa. A preferência pela cor branca do edifício, as linhas simples da casa e as aberturas ajudam a destacar o cenário verde. 

Com informações do Espaço decorado e Yatzer.

Falhas no sistema elétrico provocam interrupção de 8308 MW de carga no final de semana


Cerca de 12 estados foram afetados; CMSE se reúne nessa segunda-feira (17/12) para analisar as causas das ocorrências
Por Wagner Freire, de São Paulo (SP)


Crédito: gettyimages



No último final de semana ocorreram duas interrupções de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN). Somadas, foram 8308 MW de carga não transmitidas, deixando várias regiões do País no escuro. 

Segundo Informativo Preliminar Diário da Operação (IPDO), no sábado (15/12), às 17h55, ocorreram múltiplos desligamentos no SIN nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Naquele dia, "houve a interrupção de 8166 MW de carga”, e além dessas regiões, “afetaram também Acre e Rondônia”. No total, foram 12 estados afetados por essa primeira interrupção de eletricidade, sendo que São Paulo e Paraná foram os mais afetados.

Embora o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) afirme no IPDO que a causa do desligamento ainda não pode ser precisada, o órgão pondera que o tempo estava "chuvoso e tempestuoso na região Centro-Oeste".

"Houve a separação do SIN entre Brasília e Minas Gerais, ficando o Centro-Oeste interligado com as regiões Norte e Nordeste. E a região Sudeste (em Minas Gerais) com a região Sul", detalha o documento. "Também houve a separação do Mato Grosso com a região Acre/Rondônia".

O sistema só foi normalizado por volta das 20h00. "Além dos equipamentos de transmissão, houve perda significativa de geração em todas as regiões do País", completa o informativo.

Ocorrência 2
No domingo (16/12), houve um nova interrupção no sistema elétrico, essa causada pelo desligamento automático das linhas de transmissão Castanhal-Vila do Conde e Castanhal-Utinga, em 230 kV, de responsabilidade da Eletrobras Eletronorte. Assim como na outra interrupção, ainda não foi possível identificar o motivo da falha.

A interrupção causou um corte de 142 MW de carga da Celpa, na zona Bragantina do estado do Pará. A normalização só ocorreu às 20h44, cerca de 40 minutos depois do blecaute.

CMSE

Ainda no domingo, o Ministro Edison Lobão presidiu uma reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para avaliar a perturbação ocorridas no sábado no (SIN).

A reunião, convocada pelo ministro, contou com a participação do Secretário-Executivo do Ministério, Márcio Zimmermann, do Diretor-Geral da Aneel, Nelson Hubner, do Diretor-Geral do ONS, Hermes Chipp, do Diretor Presidente da Eletrobras Furnas, Flávio Decat, além de outros dirigentes.

Segundo o MME, a ocorrência de sábado teve origem nas instalações da hidrelétrica Itumbiara, de propriedade da Eletrobras Furnas, localizada em Goiás.

Ainda no domingo, por determinação do Ministro, uma equipe técnica do Ministério, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ONS se deslocaram para Itumbiara com o objetivo de analisar “in loco” a ocorrência.

Seguindo os procedimentos de rede do SIN, o ONS coordenará reunião nesta segunda-feira (17/12), quando os agentes envolvidos analisarão as causas da ocorrência.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Programa da Celesc vai ajudar empresa à economizar energia em SC

Investimento do programa "Indústria + Eficiente" será de R$ 5,9 milhões

A Tigre, multinacional brasileira na fabricação de tubos, conexões e acessórios, anunciou na sexta-feira (14/12), que vai investir R$ 5,9 milhões em 2013 para implementar um projeto que visa a redução do consumo de energia elétrica na fábrica de Joinville, em Santa Catarina. 


Com isso, a empresa prevê economizar 5 mil MWh por ano, o equivalente a 10,54% do seu consumo anual. 

O projeto, financiado pela Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), distribuidora local de energia elétrica, foi escolhido em primeiro lugar no Estado, por meio da ação “Indústria + Eficiente”, que incentiva a indústria para investir em programas de eficiência energética.

“Ficamos muito satisfeitos com esse anúncio por dois motivos: nosso projeto foi selecionado com uma nota alta seguindo os critérios da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e porque daremos continuidade e até fortaleceremos nossos programas de redução de consumo de energia, iniciados em 2011. 

Com esse projeto, uma das metas é diminuir a demanda em cerca de 600 kW no horário de “pico do uso da energia”, afirma o diretor corporativo de Tecnologia e Qualidade da Tigre, Rogério Kohntopp.

Ao todo, quatro equipamentos serão substituídos e 80 sofrerão alterações tecnológicas. Todos fazem parte do parque fabril de tubos e conexões da Tigre e que, após serem desativados, serão encaminhados para reciclagem pela própria empresa. 

A ação “Indústria + Eficiente” foi lançada pela Celesc e pelo Governo do Estado no dia 17 de agosto para selecionar e financiar, a juro zero, projetos de eficiência energética em instalações industriais. 

Cerca de 25 projetos foram inscritos a um custo total de mais de R$ 38 milhões. 

Os projetos receberam nota com base em cálculo determinado pela Aneel, considerando energia economizada, redução de demanda e relação custo-benefício.

Da redação

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Eficiência Energética - São Paulo ganha táxis híbridos




A prefeitura de São Paulo entregou nesta terça-feira (11) 20 táxis híbridos à cidade. Eles fazem parte do primeiro lote de uma frota inédita no Brasil, que terá 116 automóveis. 

Segundo a prefeitura, os carros têm dois motores, um elétrico e outro a combustão, o que reduziria o consumo de combustível e diminuiria em até 40% a emissão de poluentes.

Os táxis híbridos foram incorporados em frotas de 10 empresas de táxis associadas à Associação das Empresas de Táxis do Município de São Paulo – Adetax. 

Cada veículo, modelo Toyota Prius, custou R$ 120 mil, mas a economia em combustível acaba compensando o valor do automóvel, pois o motor elétrico trabalha sozinho até o veículo atingir a velocidade de 50 km/h. 

A partir dessa velocidade, o próprio carro entende que é necessária mais força para movimentá-lo e, então, o motor à combustão é acionado automaticamente.

“Numa cidade como São Paulo, onde o trânsito é intenso e as velocidades das vias são baixas, acabamos utilizando pouquíssima gasolina com esse carro. 

A economia no bolso aumenta e o lucro no final do mês, consequentemente, também vai crescer. Além disso, o meio ambiente agradece”, disse o taxista Francisco Martins.

Com um tanque de combustível com capacidade para 45 litros, os veículos híbridos chegam a fazer 25,5 quilômetros por litro, e têm autonomia de até 1.150 quilômetros, consumindo 50% menos combustível, dependendo do modo de condução, se comparado a um veículo modelo 1.0. 

Além disso, a bateria do motor elétrico é carregada conforme o veículo roda, e não na tomada, o que não requer investimento em infraestrutura.

(Prefeitura de São Paulo)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Edifício JK 1455 é o primeiro LEED Gold de Operação e Manutenção do Brasil


Prédio recebeu a certificação depois de aprimorar várias técnicas para a redução de seu impacto ambiental
Clipping/ Brasil Engenharia










O Edifício JK 1455, triple A localizado na Avenida Juscelino Kubitscheck, em São Paulo recebeu a certificação LEED Gold EB O&M. 
Esta é a primeira vez no país que um edifício existente, depois de aprimorar várias técnicas para a redução de seu impacto ambiental na fase de uso e manutenção, obtém a certificação nível Gold concedida pelo U.S. Green Building Council.
“O processo, desde a contratação da consultoria até a obtenção da certificação, durou dois anos. 
No primeiro, o trabalho concentrou-se na obtenção de dados, fornecimento de documentos e ajustes para o início das medições. 
No ano seguinte houve o engajamento dos usuários e das equipes e a implementação das políticas”, afirma Hilton Rejman, diretor de Desenvolvimento da CCP – Cyrela Commercial Properties.
O envolvimento e mudança de hábitos dos usuários do edifício foram potencializados por programa educacional de divulgação das ações, visando o baixo impacto ambiental.

Estão em processo de certificação LEED-EB O&M outros dois edifícios triple A da empresa na cidade de São Paulo (Faria Lima Financial Center e JK Financial Center). 
Além de certificar empreendimentos já construídos, a CCP também já obteve a pré-certificação LEED-NC Core & Shell para os edifícios em construção CEO – Corporate Executive Offices, Thera Corporate e Torre Maratazzo, além dos shoppings Cidade São Paulo, Tietê Plaza Shopping e Metropolitano Barra.

Pequenos negócios deveriam ter tratamento diferenciado na política energética nacional


Rio de Janeiro - Ricardo Wargas, gerente de inovação e acesso à tecnologia do Sebrae RJ, é grande conhecedor do tema Eficiência Energética e seu impacto nos pequenos negócios; ele é o novo entrevistado do site CSS


O Sebrae Rio de Janeiro foi uma das primeiras instituições a se dedicar ao tema Eficiência Energética (EE) no país. 

Há 33 anos, começou a desenvolver e aplicar metodologia nessa área com o objetivo de reduzir e otimizar o consumo de energia elétrica nas micro e pequenas empresas. 

Os benefícios da EE acarretam em menos custos aos empresários, melhores preços para os consumidores, ganho de competitividade aos empreendimentos e maior equilíbrio ambiental.

A tarefa pioneira do Sebrae RJ foi desenvolvida por equipe de técnicos, entre eles o engenheiro eletricista Ricardo Wargas, que lá trabalha desde 1983. Há 11 anos, é responsável pela gerência da Unidade de Inovação e Acesso à Tecnologia da instituição.

Ao longo desse período, Wargas atuou em programas e projetos de EE no estado fluminense, acompanhando todos os passos do Sebrae RJ nesse campo, inclusive, quando a instituição se tornou parceira do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Eletrobras Procel) da Eletrobras, da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) e de outras instituições nacionais e internacionais. Participou e desenvolveu diversas ações, entre diagnósticos energéticos, cursos, palestras, missões técnicas, entre outras.

Como participante e protagonista da trajetória percorrida pelo Sebrae RJ no campo de EE, o engenheiro eletricista acumulou experiência, conhecimento e se tornou especialista no tema, sempre voltado aos pequenos negócios. 

Para Wargas, EE é uma das questões mais importantes da atualidade e é fácil entender porque está na pauta de chefes de Estado, dirigentes de grandes corporações mundiais, cientistas, formadores de opinião, entre outros. 

O tema também é fundamental para o Brasil, tanto que, recentemente, o governo criou mecanismos para reduzir as tarifas de energia elétrica. A decisão visa estimular a economia e aliviar custos do setor industrial.

Wargas é de opinião que a política energética nacional deveria instituir tratamento diferenciado (tarifas especiais) para os pequenos negócios, entre outros procedimentos. 

A maioria das micro e pequenas empresas paga tarifa de baixa tensão (BT), mais cara, do que energia de alta tensão, fornecida a empresas e indústrias de grande porte.

Ele representou o Sebrae RJ no processo de elaboração do Plano Nacional de EE (PNEf) e informa, satisfeito, que o resultado foi marcante, pois o terceiro capítulo do documento foi dedicado especificamente à questão da indústria de micro, pequeno e médio portes. 

O conceito de EE e o PNEf foram mencionados no Plano Nacional de Energia 2030, passo importante para o estabelecimento de tratamento diferenciado para os pequenos negócios, segundo Wargas. Confira a entrevista.

CSS : Qual a importância da Eficiência Energética (EE) no século XXI?

RW: A questão energética é um dos principais temas da atualidade, abordada por todos os presidentes de países desenvolvidos e emergentes, pois é estratégica para o desenvolvimento sustentável de todas as nações, envolvendo, inclusive, as grandes produtoras de petróleo. 

Vale lembrar, que, no momento do lançamento de sua primeira candidatura à presidência dos EUA, o então senador Barack Obama estabeleceu como uma de suas prioridades a busca por fontes alternativas de energia e a EE.

Ressalto que, principalmente no caso das micro e pequenas empresas (MPE), a questão energética é vital para o aumento da competitividade e fator crucial para a permanência e crescimento do empreendimento no mercado, ainda mais em um mundo globalizado, que possibilitou um aumento exponencial da concorrência.

CSS: Os pequenos negócios deveriam ter tratamento diferenciado na política energética?

RW: Sim, com certeza, inclusive considero esta questão fundamental, pois devido às diversas particularidades de operação dos pequenos negócios, onde as dificuldades de entendimento de informações técnicas por parte dos empresários dificultam a tomada de decisão, o fator de maior sucesso para a implementação de medidas de EE é a existência de políticas específicas.

Podemos citar alguns exemplos de tratamento diferenciado: a possibilidade de compra de equipamentos eficientes com custos diferenciados; acesso ou canais de interlocução com as concessionárias de energia, especializados no atendimento às MPE; programas continuados de capacitação de prestadores de serviço para atuar com abordagem especifica em EE para os pequenos empreendimentos; incremento de medidas de diferenciação de tarifas de energia. 

Com uma política energética diferenciada, a taxa de implementação das ações de EE seria, com certeza, muito maior.

CSS: - Qual o impacto do custo da energia nas micro e pequenas empresas? Os pequenos negócios pagam mais pela energia elétrica do que as grandes empresas e indústrias?

RW: O impacto do custo da energia elétrica em uma MPE varia de acordo com o segmento no qual está inserida. Em uma confecção de roupas, por exemplo, a energia elétrica representa, em média, 0,5 a 1,5% dos custos operacionais. Já em um pequeno hotel, a média oscila entre 5 a 15%.

Como na grande maioria das vezes as MPE estão enquadradas em um subgrupo tarifário de atendimento em baixa tensão, o preço médio do kWh é mais alto do que em uma grande empresa, que recebe a energia em alta tensão e faz, por conta própria, o rebaixamento da tensão, através de transformadores próprios instalados em subestações.

Vale lembrar que em alguns casos encontramos possibilidades grandes de economia de energia. Em alguns hotéis, por exemplo, encontramos potencial de economia nos sistemas de iluminação de 60 a 70%, Já nos sistemas de refrigeração encontramos potenciais na ordem de 10 a 25% e nos sistemas de climatização este potencial fica entre 10 a 50%.

CSS: É mais complexo para os empresários de pequeno porte adotar medidas de EE?

RW: A EE é uma temática complexa e nosso esforço é grande no sentido de mostrar que, apesar da complexidade, é um trabalho importante para a empresa, pois além do ganho econômico, através de uma possível redução da energia, existem diversos outros ganhos indiretos, que podem ser gerenciais, ambientais, tecnológicos, sociais ou operacionais. 

Nossa experiência tem nos mostrado que, muitas vezes, os ganhos indiretos superam, em importância, os ganhos econômicos. 

No caso de adequações de redes elétricas, por exemplo, o investimento vai além dos resultados de EE, pois incide diretamente na segurança e confiabilidade das instalações.

Para facilitar a adoção de medidas de EE pelo empresário, desenvolvemos um modelo de Diagnóstico Energético onde apresentamos as soluções, inclusive com informações sobre a possível economia de energia, o valor estimado do investimento e prazo de retorno simples. 

Em muitos casos, as medidas de EE têm custos bastante reduzidos, com retorno dos investimentos sendo obtidos em prazo inferior a um ano e, outras vezes, a questão maior é de boas práticas, ou seja, a realização de uma manutenção preventiva ou treinamento dos funcionários.

CSS: - Quais são as principais medidas que os empresários de pequeno porte podem adotar para reduzir o consumo energético?

RW: O primeiro passo é o empresário entender quais os principais aspectos que influenciam o uso da energia em sua empresa. 

Para isso elaboramos uma ferramenta on-line chamada 
Autoavaliação, que pode ser acessada a qualquer hora no site do Sebrae : 

www.sebrae.com.br - Serviços on-line - 

Uso Eficiente de Energia ou entrar no endereço: http://www.autoavaliacao.sebrae.com.br 

Após cerca de 20 minutos, o empresário terá uma noção geral sobre o que pode impactar o uso da energia elétrica em sua empresa.

Querendo entender melhor o que é EE, o empresário pode participar de nossas Clínicas Tecnológicas onde apresentamos, de forma genérica, lúdica e interativa, o que é Eficiência Energética e como ela pode impactar o processo produtivo da empresa.

Para receber informações técnicas mais precisas e específicas de sua empresa, recomendo ao empresário contratar a realização, por pessoal técnico competente, de um diagnóstico energético, onde serão analisadas as instalações do empreendimento, visando identificar possíveis perdas de energia, seja por uso inadequado de equipamentos, aparelhos com baixo rendimento, processos produtivos inadequados, que ocasionam gargalos de produção que trazem, consequentemente, perda energética, entre outros.

O diagnóstico energético apontará um cardápio de medidas para ganhos de EE, sendo que as medidas podem ser de boas práticas, como por exemplo mudança de hábito, manutenção preventiva ou de substituição ou absorção de novas tecnologias, que ocasionam um maior impacto e trazem interferências no processo produtivo.

A Autoavaliação é gratuita e tanto as Clínicas Tecnológicas como o Diagnóstico Energético podem ser realizados através do Sebraetec, que é um programa de subsídio financeiro do Sebrae que, no Rio de Janeiro, arca com 80% dos custos, ou seja, o empresário paga somente 20% do valor total da consultoria.

CSS: O Sebrae RJ desenvolveu, ao longo de 33 anos, uma metodologia de EE para os pequenos negócios, inclusive com diversos parceiros, entre eles a Eletrobras Procel. Quais são as características básicas dessa metodologia? Quantas empresas foram beneficiadas?

RW: Nessas últimas três décadas o Sebrae RJ teve diversos parceiros: 
a Eletrobras Procel (desde 1987); 
a GIZ- Agência Alemã de Cooperação Internacional GIZ (1995 a 2004); 
o Banco Mundial, na questão da Eficiência Energética em Companhias de Saneamento (2002); 
Carl Duisberg Gesellschaft - CDG (1999), no contexto da Cogeração de Energia; 
Grupo EVE do País Basco (1998), na questão de Capacitação Técnica; 
o Conselho Mundial de Energia, nos anos de 1997, 2000 e 2001, na questão de Indicadores de Eficiência Energética; entre outras instituições nacionais e internacionais.

A nossa principal atuação sempre esteve focada na disseminação da temática, ou seja, tornar as informações sobre EE o mais acessível possível ao empresário da MPE com o intuito de auxiliá-lo a tomar as melhores decisões, visando aumentar a eficiência no uso da energia e, com isto, aumentar a competitividade de sua empresa. 

Não é uma tarefa fácil, pois existem diversas barreiras técnicas, econômico-financeiras e culturais.

Em nossa última parceria com a Eletrobras Procel, aprofundamos muito as formas de disseminação das informações: aprimoramos as Clínicas Tecnológicas, incluindo a vertente lúdica e interativa; publicamos manuais setoriais com exemplos e depoimentos de empresas que implementaram a EE; elaboramos um kit de dicas de EE, que serve de apoio aos empresários, sendo que a grande maioria delas pode ser implementada diretamente pelos funcionários; montamos um banco de dados com informações de mais de 13,4 mil empresas; e desenvolvemos uma autoavaliação on-line, que pode ser acessada pelo empresário que queira entender quais os aspectos influenciam o uso da energia elétrica em seu empreendimento.

Sempre que me pedem para explicar a ação do P3E de forma bem sucinta, eu digo que nossa proposta é responder as três perguntas: 

O QUE GANHO COM A EE? QUANTO CUSTA, OU SEJA, QUAL SERÁ MEU INVESTIMENTO? COMO FAÇO?

Nos últimos dois anos, aproximadamente 900 empresas foram beneficiadas pelo P3E.

CSS: O custo da energia elétrica brasileira, fornecida principalmente por hidrelétricas, comparado com outros países, é razoável?

RW: Primeiro gostaria de lembrar que aproximadamente metade da matriz energética brasileira é considerada limpa, pois vem principalmente de hidrelétricas, e isso é excelente!

Já quanto ao custo, posso citar um estudo apresentado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), durante a Rio + 20, que identificou que o brasileiro paga R$ 329 por megawatt-hora (MWh), sendo o preço médio mundial de R$ 215 MWh. 

Nos países do grupo BRIC (Brasil/ Rússia/ índia/ China), o custo cai para R$ 140. Existe, também, uma carga tributária muito grande embutida no MWh brasileiro.

Além disso, o custo varia conforme o tipo de consumidor. No caso das MPE, geralmente a energia é fornecida em baixa tensão (BT) e a tarifa costuma ser mais cara. Considerando um setor típico de MPE, podemos citar como exemplo uma padaria comum de bairro. 

Nesse caso seu principal componente consumidor é o forno de cozimento dos pães, que, em média, representa 60% do consumo total da padaria, e por ser elétrico, tem sua instalação feita em BT, com tarifa comercial comum, ou seja, sem diferenciação de valor.

CSS: O Brasil está trilhando o caminho da Eficiência Energética? Estamos atrasados ou avançados nesse sentido?

RW: Eu diria que estamos na metade do caminho, porém ainda muito atrasados em relação a países como Japão, Alemanha, países escandinavos e os Estados Unidos. 

O Brasil teve seus principais programas de conservação de energia iniciados em meados dos anos 70, focando principalmente a questão de substituição do uso de óleo diesel e aumento da eficiência com uso de óleo combustível em processos térmicos. 

Foi um grande esforço nacional, principalmente traduzido pelo Programa Conserve e pelas diretrizes do Programa de Mobilização Energética - PME, onde o sistema Sebrae desenvolveu o Programa Proene.

Contudo creio que um dos principais marcos para o incremento das ações de EE no Brasil foi a criação, em dezembro de 1985, do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, o Procel, coordenado pela Eletrobrás, que vem consolidando, há mais de 20 anos, uma ampla cultura de EE em todos os segmentos da sociedade. 

O Sebrae/RJ tem realizado parcerias com a Eletrobras Procel, desde o ano de 1987, com resultados expressivos, porém podemos dizer que é um grande desafio, que precisa ser constantemente reforçado.

Outro marco importante e mais recente do país foi a elaboração do Plano Nacional de Energia 2030, que incorpora o tema EE em seus estudos e menciona a elaboração do Plano Nacional de EE (PNEf). 

O Sebrae/RJ participou ativamente da elaboração do PNEf e contribuiu significativamente para a inclusão e desenvolvimento de um capítulo específico sobre a indústria de micro, pequeno e médio portes (Capítulo III). 

Isso, sem sombra de dúvida, foi um passo importante em nossa luta para conseguir indicadores energéticos estratificados e específicos da MPE.

CSS: Qual a sua opinião sobre as fontes renováveis e limpas de energia, tais como a eólica e solar? Elas são viáveis e podem ser vantajosas para os pequenos negócios?

RW: Considerando como fontes energéticas distintas a energia solar e a energia eólica, são vantajosas, porém ainda não totalmente viáveis para as MPE. 

A energia solar para aquecimento de água (uso em banhos, piscinas, etc) tem sido cada vez mais utilizada em hotéis, pousadas e clubes. 

Seu custo inicial é amortizado em torno de quatro anos, por meio de economia na conta de energia elétrica.

No caso da energia fotovoltáica e eólica - já temos, inclusive aqui no Estado do Rio de Janeiro, empresas nacionais fabricando aerogeradores pequenos - ainda precisamos avançar mais na questão da absorção de tecnologias, que sejam viáveis para os pequenos negócios, como já ocorre na Europa. 

Certamente ações de políticas de subsídio para uso dessas tecnologias também vão avançar. Não tenho dúvidas de que as energias renováveis darão uma contribuição cada vez maior e essencial à matriz energética brasileira.

 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Plano de redução de tarifas não se sustenta

Um dos maiores especialistas brasileiros do setor de energia faz sérias críticas ao plano da presidente Dilma Rousseff para baixar as tarifas de eletricidade. Para Ildo Sauer, diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e ex-diretor da Petrobras, que concedeu entrevista para a CBN, a medida não se sustenta porque o País não desmontou “a máquina de fazer aumentos” no setor energético.


“Em uma década seguida conseguimos a proeza de fazer com que 60 milhões de brasileiros paguem uma das maiores tarifas do mundo”, afirma Sauer. 

Ele cita os recentes aumentos autorizados para consumidores do Rio de Janeiro e Espírito Santo, de 13% e 11% respectivamente. “Só estes exemplos mostram que não haverá queda de 18% nas tarifas”.

Para ele, um dos grandes males do País é a tarifa de energia. “A situação é bem mais complexa do que esta vontade do governo federal de, depois de dez anos de explosão tarifária, procurar uma solução parcial para o problema”.

Sauer elogia a decisão de empresas como a Copel, Cesp e Cemig de não aderirem ao plano. 

“É uma decisão lúcida, pois este é um processo improvisado, mal discutido, gestado em gabinete e proclamado como solução nacional”, afirmou, lembrando que, de qualquer maneira, a ideia da redução nas tarifas será bancada por recursos públicos.

O especialista explica que faltou planejamento ao País para lidar com as dificuldades no setor energético e hoje é preciso gastar R$ 1 bilhão por mês para manter a operação de termoelétricas. “Continuamos com um problema seriíssimo, convivendo com apagões e apaguinhos. A segurança energética está ameaçada”.

Sauer afirma que é lamentável que um governo presidido por uma pessoa que se credenciou ao cargo por sua atuação na área “conduza o Brasil para um novo atoleiro no setor de energia elétrica”. “Se chover muito pouco em 2013, nem o racionamento pode afastado”.

A reação de quem entende do assunto não se resumiu às considerações de Sauer. Um grupo de especialistas em energia, liderados pelo ex-presidente da Eletrobras no governo Lula, Luiz Pinguelli Rosa, enviou carta para Dilma pedindo que recue em relação às mudanças previstas. 

O texto diz que há “grande apreensão sobre consequências que, com grande probabilidade, pode decorrer das alterações”.

Entre as consequências estão riscos regulatórios (contratos que poderiam ser contestados) e sistêmicos (como a ocorrência de apagões). O grupo pede que Dilma revogue as medidas já anunciadas.

O Paraná vai perder R$ 450 milhões em receitas tributárias se forem aplicadas as medidas impostas pelo governo federal. Além disso, o prejuízo para a Copel deve chegar a R$ 200 milhões. 

“Isso mostra que o governo federal agiu de maneira precipitada, impondo grandes sacrifícios aos Estados e às empresas de energia”, afirma o governador Beto Richa.

De acordo como ele, os alertas feitos pelos especialistas são a prova cabal de que a iniciativa do governo federal não tem sustentação e pode provocar graves problemas ao desenvolvimento do Brasil.