Brasil - Tecnologia LED reduz custos na iluminação natalina. A medida, além de sustentável, pode representar uma economia de até 90% nos gastos com energia elétrica
Divulgação
Árvore de Natal do Ibirapuera
Pedro Silva e Tiago Reis, para o Procel Info
Brasil - Final de ano e as ruas das cidades ganham um colorido novo e um brilho especial. Durante esse período, a decoração de Natal encanta, com árvores, enfeites e ornamentos, adornando casas, empresas e espaços públicos por todo o Brasil. Nesse clima, no entanto, nem tudo é festa.
O custo de tanta beleza pode surpreender, e é nessa hora que o consumo de piscas ineficientes e a falta de informação ameaçam transformar a noite feliz em um pesadelo.
Ameaçam, mas não se criam sob a vigilância da tecnologia LED. O Natal iluminado não está em apuros. Assim como existia uma solução para derreter o coração gelado do Grinch – personagem do autor norte-americano Dr. Seuss -, existe, hoje, um salvador de bolsos aflitos: o diodo emissor de luz, ou LED, na sigla em inglês. Essa tecnologia garante o brilho natalino, com uma maior economia.
De acordo com o engenheiro Marcos Leporate, da empresa Efficientia, pertencente ao grupo Cemig, a utilização de LED nos enfeites de árvores de Natal gera um consumo ameno para o cliente residencial que quer trazer a atmosfera de magia para dentro de seu lar.
”O consumo na fatura de energia, para os enfeites de árvore de Natal, será bem pequeno, algo em torno de 6 kWh para utilização de 30 LEDs por 12 horas dia, o que significa um gasto mensal de R$ 3,00 por mês, considerando uma tarifa de 0,50 R$/kWh”, observou.
Se levadas em conta as cifras de piscas incandescentes, com 50W de potência, sob a mesma tarifa, a economia é visível. Para uma jornada de trabalho de 11 horas diárias – o período noturno -, o aumento da fatura fica em torno de R$ 8. Nada bonito.
Já em ambientes externos e projetos de grande escala, o LED continua levando vantagem, mas, agora, é preciso observar as proporções da decoração planejada.
“O uso de 10 mil LEDs gira em torno de 1800 kWh de consumo e um gasto de cerca de R$ 900,00 por mês considerando uma tarifa de 0,50 R$/kW”, analisou Leporate.
A cidade gaúcha de Gramado, que há 27 anos realiza o maior evento natalino do país, é um exemplo do uso em larga escala. De 1º de novembro a 13 de janeiro, o município realiza o Natal Luz, com atrações pagas e gratuitas para todos os públicos.
A comemoração, que surgiu como uma maneira de revitalizar a Festa Hortênsias, hoje tem também uma preocupação com o pensamento verde e, além de implementar o Projeto PET, onde 32 escolas do município reciclam garrafas para a produção de enfeites, adota a iluminação LED há sete anos.
A utilização da tecnologia começou tímida, inicialmente apenas em carros alegóricos para economizar as baterias e ter maior autonomia nos desfiles. Mas com a drástica redução do consumo, associada à eficiência do diodo, as novas luminárias foram introduzidas em outros setores.
Para o eletricista Sidnei Chaulet Gross, um dos responsáveis pelo projeto de iluminação da festa de Gramado, além do alívio ao consumo, a durabilidade é outro ponto forte da iluminação de LED em grandes eventos:
“A economia é enorme. A lâmpada LED dura mais de 20 mil horas enquanto a convencional tem vida útil de no máximo seis mil horas. Sem contar que boa parte do LED pode ser reaproveitado de um ano para o outro. Estimo que desde que passamos a utilizar o LED na decoração de Natal, a redução nos gastos com energia elétrica foi de mais de 70%”, ressaltou Gross.
"...desde que passamos a utilizar o LED na decoração de Natal, a redução nos gastos com energia elétrica foi de mais de 70%”
Em São Paulo, outro exemplo de decoração em grande escala também opta pelas vantagens do diodo emissor de luz e pela preocupação com a sustentabilidade.
Promovida pelo Banco Santander em parceria com a Prefeitura de São Paulo, a árvore de Natal do Parque do Ibirapuera, este ano, possui 58 metros de altura, o que equivale a um prédio de 20 andares, e conta com mais de 500 lâmpadas stroble, 264 mil micro-lâmpadas de LED e 150 refletores para potencializar a iluminação, o triplo do que foi utilizado em 2011.
Para minimizar o impacto energético da decoração, em 2012, toda a energia que mantém a árvore acesa será produzida no local. Foram instalados painéis solares e uma mini usina eólica, que vão garantir 50% da energia necessária para o funcionamento da árvore. No restante do tempo, a iluminação será realizada por geradores movidos a biodiesel de óleo vegetal.
De acordo com Fábio Trevisan, diretor de operações da agência Pepper, que há três anos é responsável pela criação e implantação do projeto, essas medidas provocam uma grande redução no consumo energético, evitando sobrecargas nas rede das concessionárias e ainda colabora como o meio ambiente. ”Com o LED, o consumo é muito baixo.
Por hora, equivale ao consumo de cinco chuveiros. Na comparação com as lâmpadas convencionais, o gasto é de apenas 10%. E com as outras medidas, não utilizamos a energia produzida pelas concessionárias. Toda fonte de energia que utilizamos é limpa e somos nós que produzimos, o que reduz ainda mais os gastos com energia elétrica”, explicou Trevisan.
O diretor de operações também destaca que a árvore de Natal do Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, organizada pela agência e patrocinada pelo banco, seguem as mesmas medidas de sustentabilidade. O símbolo natalino, instalado no alto do Morro do Adeus, tem 18 metros de altura e está decorado com 88 mil microlâmpadas de LED, além de ser movido 100% a biodiesel.
De olho na segurança
A economia é fundamental. Indiscutível. Mas o bem-estar e segurança são os responsáveis por um Natal feliz. Para isso, acidentes provocados por enfeites devem ficar esquecidos em um passado distante, onde a informação era parca. Hoje, diante das novas tecnologias, especialistas orientam a melhor maneira de garantir os piscas natalinos como a única opção de iluminação das festas, sem a adição de luzes de ambulâncias e bombeiros.
De acordo com o engenheiro da Efficientia, Marcos Leporate, o consumidor deve sempre optar por produtos certificados pelo Inmetro. Desta forma, ficam garantidas a qualidade do equipamento e a tranquilidade do lar.
Leporate lista ainda cuidados na hora da instalação, como a separação da árvore de Natal de matérias inflamáveis e colocação do material em locais de difícil acesso às crianças. Segundo o engenheiro, da mesma forma, as adaptações devem ser evitadas mesmo com a baixa potência dos LEDs. “Mesmo com a baixa potência do conjunto de lâmpadas de LED, neste tipo de decoração deve ser avaliada a necessidade de uso de benjamins nas instalações, pois se for necessário o uso de muitos pisca-piscas deverá ser dada preferência ao uso de filtros de linha que possuem mais de uma tomada e fusível de proteção para o casa de sobrecargas”, revela.
Em instalações externas e de grande porte, o acompanhamento de um técnico ou engenheiro, com registro no CREA, é fundamental.