quinta-feira, 31 de julho de 2014

Setor elétrico analisa alternativas para a expansão e modernização da indústria

FONTE/AUTOR.: TATIANA PAIVA



Empresários das principais empresas de energia e autoridades públicas reúnem-se em setembro para debater planejamento, regulação e operação na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. 

Módulo sobre Gestão e Eficiência Energética reunirá grandes consumidores

Entre os diversos setores da economia brasileira, o elétrico talvez seja hoje o que mais desafios enfrenta. Com uma matriz energética antiquada e custosa e com o consumo de energia do país em plena expansão, o setor experimenta um dos seus momentos mais críticos, uma vez que a discussão aponta para a urgência de uma intervenção nos modelos de geração, de transmissão e distribuição e também de precificação do insumo a curto e médio prazos. 

A depender dos resultados eleitorais deste ano, o setor elétrico pode ou não ganhar mais importância entre as prioridades federais e ser destino de investimentos públicos. Hoje, sabe-se que a previsão é de que nos próximos quatro anos R$ 200 bilhões sejam aplicados.

É com o propósito de elencar soluções para o ganho de eficiência e para o ajustamento entre oferta e demanda da energia elétrica no Brasil que será realizada a 15ª edição do Energy Summit, seminário organizado pelo Informa Group, que reúne empresários das principais companhias de energia, consumidores, fornecedores de soluções, instituições financeiras e órgãos do governo em um encontro de três dias em São Paulo.

Dividido em blocos temáticos, o Energy Summit acontece de 15 a 17 de setembro, no Caesar Park Faria Lima, em São Paulo, e conta com a orientação de um conselho formado por especialistas do porte do diretor presidente da Equatorial Energia, Firmino Ferreira Sampaio, do diretor da E Positiva e Presidente da Abraget, Xisto Vieira Filho, do presidente do Conselho de Administração da Endesa Brasil, Mario Fernando de Melo Santos e da sócia da Dória, Jacobina e Gondinho Advogados, Maria Alice Dória.

“O respaldo conceitual e técnico do nosso conselho nos permitiu formatar uma grade palestras sem precedentes e com total sinergia com o atual momento do setor elétrico no Brasil. Obtivemos uma adesão muito significativa de personagens-chave da iniciativa privada e do poder público que enriquecerão sobremaneira o debate este ano, no Energy Summit”, comenta a gerente do evento, Melissa Dallarosa.

Eficiência Energética e Finanças e Financiamento – No primeiro dia de evento, o Energy Summit organiza o encontro gratuito exclusivo sobre Gestão e Eficiência Energética para grandes consumidores que reúne executivos de empresas como ArcelorMittal Brasil, America Energia, Iguatemi SP, Hospital Albert Einstein, Renault, Pepsico, Votorantin e CSN com o propósito de analisar alternativas para a redução dos custos com energia e a otimização da contratação deste insumo.

Também no dia 15, é organizado o Seminário Estratégico de Finanças e Financiamento no Setor Elétrico, que tratará das perspectivas de investimento no setor elétrico e proporá aos participantes a discussão sobre como alcançar a sustentabilidade econômica das empresas de energia, pontuando as novas alternativas de capital para financiar a expansão da infraestrutura elétrica no país.

Expansão de Oferta, Mercado e Planejamento – No dia 16 de setembro, o Energy Summit dedica-se à análise da demanda e da oferta, com foco na análise do potencial da inserção da mini e micro geração na matriz energética brasileira.

Na parte da tarde, o encontro do setor elétrico volta os olhos para um amplo debate sobre o mercado, com tangências nas projeções econômicas e de preço de energia, os impactos do risco hidrológico para toda a cadeia, e sobre o planejamento, abordando os projetos de infraestrutura elétrica nacional e os leilões com mecanismo para equilibrar a matriz elétrica.

Regulação, Gestão, Operação e Segurança Energética – No último dia de Energy Summit, os temas propostos são focados na regulação – Avaliação dos efeitos do primeiro biênio da MP 579 e da Lei 12.783, a evolução tarifária e o cenário futuro da remuneração das distribuidoras, cases de outro países na definição de seus modelos regulatórios.

No que se refere à gestão, o evento aborda a questão da redução de custos com manutenção do nível de qualidade dos serviços, o consumidor do futuro e suas exigências, investimentos em P&D para agregar maior valor aos serviços, sem deixar de lado temas relativos a aspectos operacionais e de segurança, como os riscos técnicos decorrentes da atual sobrecarga operacionais das usinas.

Sobre o ENERGY SUMMIT 2014
Em sua 15ª edição, o Energy Summit é reconhecidamente o mais tradicional fórum de discussões sobre a indústria elétrica, reunindo especialistas sobre geração, transmissão e distribuição e comercialização do insumo. Em 2014, o Energy Summit acontece de 15 a 17 de setembro, no Caesar Park Faria Lima, em São Paulo. 
Mais informações sobre as palestras, palestrante e inscrições estão disponíveis no site do evento, em: 


Sobre o Informa Group
O Informa group é o maior provedor mundial de informação especializada e serviços para as comunidades acadêmica e científica, profissional e empresarial. O grupo tem sua sede em Londres e outros 150 escritórios em 40 países, empregando 10000 funcionários em todo o mundo. 

As ações do Informa group estão listadas na Bolsa de Valores de Londres, compondo o índice das 250 maiores companhias (FTSE-250:INF). No segmento de eventos, o Informa group é hoje o maior organizador de feiras, conferencias e treinamentos do mundo com capital aberto, com uma agenda de mais de 12 mil eventos por ano. 

Na América Latina, o Informa Group está presente através de várias empresas como IBC, IIR, BTS Informa, AchieveGlobal e InformaEconomics - FNP.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Desperdício de energia equivale a meia Itaipu


Volume perdido pela ineficiência de aparelhos elétricos e processos industriais no país consome R$ 11 bi por ano e poderia aliviar crise provocada pela falta de chuvas

Zulmira Furbino


Em meio à crise desencadeada pelo risco de escassez de energia no país, que elevou o preço das tarifas em 2014 e continuará pressionando o valor as contas de luz no ano que vem, o desperdício do insumo no Brasil chega a 48 milhões de megawatts por hora. 

O montante, calculado pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), equivale à metade de toda a geração anual da hidrelétrica de Itaipu, ou ao consumo de todo o estado de Minas Gerais durante um ano inteiro. 

Funcionários trocam iluminação na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais: ações para cortar consumo geram economia de R$ 450 mil na conta de luz  (Ceasa/Divulgação)
Funcionários trocam iluminação na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais: ações para cortar consumo geram economia de R$ 450 mil na conta de luz

Também é equivalente ao consumo anual de Rio de Janeiro e Sergipe somados. Por não administrar seus gastos com energia e não adotar todo o seu potencial de medidas de eficiência energética, o Brasil perde R$ 11 bilhões ao ano.


As fontes da sangria são principalmente equipamentos obsoletos e processos inadequados nas empresas, além de geladeiras, aparelhos de ar-condicionado e ferros de passar roupa obsoletos nas residências. 

Nos dias 21 e 22 de julho, os desafios do setor foram discutidos no 11º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética e ExpoEficiência 2014, a ser realizado pela Abesco em São Paulo. 

De acordo com Rodrigo Aguiar, presidente da entidade, o Índice de Intensidade Energética (IIE) – que calcula a razão entre o consumo energético e o Produto Interno Bruto (PIB) de um país –, no Brasil é três vezes maior do que o do Japão. Isso significa que para aumentar 1% em seu PIB, os japoneses gastam três vezes menos energia do que os brasileiros. 

“No Brasil, já há planos de eficiência energética, como o selo do Programa Nacional de Energia Elétrica (Procel), criado em 1993, e o Plano de Eficiência Energética das Distribuidoras de Energia. O problema é que o selo Procel avança muito lentamente”, avalia.

Já o plano das concessionárias foi dividido em duas fases. Até 2004, os projetos podiam ser aplicados em todos os segmentos, mas depois disso no mínimo 60% dos recursos passaram a ser destinados à troca de geladeiras e lâmpadas para famílias de baixa renda. 

“Hoje a gente gasta quase três vezes mais para conseguir o mesmo benefício de antes”, calcula Aguiar. De acordo com ele, algumas companhias passaram a destinar 100% dos recursos para essa camada da população, deixando as outras áreas – indústria, comércio, residências de maior padrão e setor público – de lado. 

“Do ponto de vista técnico, e não do social, os projetos passaram a não ter atratividade e os resultados são ruins”, afirma o presidente da Abesco. No ano passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aceitou um pleito para a modificação dessa situação e há um projeto de lei que troca a aplicação mínima na baixa renda de 60% para até 60%.

Na prática

Enquanto isso não ocorre, diante da necessidade de economizar energia, muitas empresas não perdem tempo e já estão implantando programas que reduzem os custos com os insumos. 

É o caso da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). De acordo com Gilson Alves Ferreira, assessor especial da presidência e presidente da comissão de energia elétrica da Ceasa, a conta de energia da empresa chegava a R$ 1 milhão há cerca de três anos e hoje caiu para R$ 550 mil. 

Para isso, a estatal contratou uma empresa especializada em eficiência energética.

Ferreira explica que antes de contratar a QualiLight Energia, a Ceasa Minas tinha um contrato fixo de fornecimento e, mesmo se não consumisse todo o insumo contratado, pagava por ele. 

Caso ultrapassasse a cota era obrigada a arcar com multas que iam de R$ 100 mil a R$ 200 mil. “Resolvemos fazer um trabalho de eficiência energética na empresa. 

Migramos para o mercado livre de energia, modernizamos e mudamos as câmaras de refrigeração e a redução no preço foi substancial”, explica. 

Em seguida, as lâmpadas comuns foram trocadas pelas de LED. Hoje, toda a área pública, a administração e cerca de 50% das lojas já contam com esse tipo de iluminação.

O diretor operacional da QualiLight Energia, Gilson Reis, explica que a demanda pelo serviço de melhoria de eficiência energética nos equipamentos das empresas aumenta a cada dia, principalmente diante do cenário de escasssez de energia no Brasil. “É 50% mais barato investir em conservação de energia do que em geração”, sustenta. 

Seu caso de maior sucesso é o da Ceasa Minas, que conta com 650 concessionários. Nesse caso, parte dos investimentos no projeto – R$ 7 milhões – foi feita pela própria prestadora de serviços. 

O retorno está atrelado à redução do consumo obtida. “A QualiLight recebe pelos resultados. Começaram ganhando 80% da redução que obtiveram, mas hoje o retorno já está entre 40% e 50%”, diz Gilson Ferreira, da Ceasa. Por outro lado, a própria Ceasa Minas conseguiu recursos da Aneel (R$ 6,5 milhões) para a troca das lâmpadas fluorescentes por LED.

Ganho real

Hoje, segundo Ferreira, a Ceasa Minas é a única empresa do tipo no mundo com esse grau de eficiência energética. “Não precisamos mais fazer manutenção nas lâmpadas, porque as de LED duram até 12 anos. 

O ganho que isso traz também precisa ser contabilizado porque é muito representativo”, explica. Assim, o valor da fatura de energia nos galpões foi reduzida em 60%. “Inicialmente, em vez de pagarmos a concessionária, pagamos o projeto. Depois, todos os benefícios voltam para a empresa”, diz. 

Uma das mudanças, segundo ele, é que o calor das lâmpadas já não incide sobre a alimentação. “Aqui havia produtores que ficavam com as lâmpadas ligadas 24 horas. Agora tudo é fiscalizado pela Cemig, seguindo as normas da ABNT. O ganho é para todos os lados”, disse.

enquanto isso...

..o mundo aposta no uso racional

Até 2035, os gastos anuais com eficiência energética deverão aumentar de US$ 130 bilhões de dólares para mais de US$ 550 bilhões, calcula a Agência Internacional de Energia (IEA). 

Os investimentos em eficência energética estarão concentrados nos principais mercados consumidores: União Europeia, América do Norte e China, sendo 90% aplicados no setor de transporte e construção. 

Do total de investimentos esperados para atender à demanda mundial de energia no período, cerca de US$ 40 trilhões deverão ser destinados ao fornecimento de energia e eficiência energética. 

Outros US$ 23 trilhões serão destinados à extração de combustível fóssil, transporte e refino de petróleo, quase US$ 10 trilhões em geração de energia com tecnologias de baixo carbono, sendo US$ 6 trilhões de dólares para energias renováveis e US$ 1 trilhão para nuclear, e mais US$ 7 trilhões para transmissão e distribuição de energia.

Eficiência reduz custos

De acordo com João Carlos Salgueiro Souza, gerente nacional de vendas da área de energia e sustentabilidade da Schneider Electric, o potencial para a expansão da eficiência energética no país é enorme. 

Dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco) apontam que em 2013 o potencial de economia em relação ao consumo era de 13%. Por outro lado, a expectativa é que nas próximas décadas 10% da expansão da demanda de energia no país será suprida por esse meio. 

Nos cálculos dele, enquanto hoje a geração de 1 megawatt de energia custa R$ 120, a mesma quantidade do insumo proveniente dos processos de eficiência energética fica entre 50% a 70% desse preço.

“O mercado busca projetos de retorno rápido, que deve ficar entre um ano e um ano e meio. Dois anos já é considerado o limite”, diz. Já as taxas de retorno giram em torno de 30%. 

Por causa disso, boa parte dessas iniciativas é feita com recursos próprios. Mas nos últimos anos as empresas também têm adotado contratos de performance. 

No Brasil, a maioria das organizações empresarias focam seus investimentos na produção e na logística, com um certo grau de endividamento. Elas buscam pagar o seu capex – dinheiro gasto na aquisição de máquinas cortando custos de opex (manutenção e operação. “Isso abre espaço para contratos de performance”, explica o executivo.

Exemplo disso, segundo ele, ´é uma grande siderúrgica brasileira que contratou os serviços de eficiência energética da Schneider Electric e conseguiu uma redução de 30% no consumo de energia numa central termelétrica. 

A eliminação desse desperdício acabou se convertendo em sobra de energia, que foi vendida para o mercado de curto prazo a R$ 822 o megawatt (MW)/hora. “Foram 6MW médios de economia, o equivalente à produção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) que demandaria investimento de R$ 20 milhões, sem contar os entraves ambientais”, lembra. 

A demanda pelo serviço é tão grande que a Schneider fundou a Energy Univertity, uma universidade on-line gratuita que estuda o assunto. Hoje já são mais de 4.500 inscritos no mundo. De acordo com ele, 20% dos cursos já estão em português.





quinta-feira, 24 de julho de 2014

Unifei oferece Curso de Conservação e Uso Eficiente de Energia

Minas Gerais - Curso a distância se torna uma realidade para alunos assistirem aulas de qualquer lugar




Felipe Lima, para o Procel Info

Minas Gerais - Quem pensa enriquece. Já dizia o americano Napoleon Hill, em um de seus livros, sobre a importância de explorar o raciocínio. Para tanto, nos dias atuais, o aprimoramento acontece pelo investimento em cursos (e não importa se é científico ou complementar, vale a especialização). 

O estudante que acredita neste pensamento encontra o segredo para conseguir sucesso profissional, porque em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, destaca-se o mais preparado.

Profissionais jovens geralmente enfrentam o dilema de manter os estudos ou ingressar no mercado de trabalho, porém, a tentativa consiste em equilibrar esse meio termo, especialização e trabalho. 

Com a aproximação e avanço dos meios tecnológicos aos estudantes, nunca ficou tão fácil estudar, de forma confortável e prática, onde estivermos. O curso a distância é uma realidade que convida os alunos para assistirem aulas em qualquer lugar. 

Pensando em contribuir na formação de profissionais cada vez mais capacitados, a Unifei (Universidade Federal de Itajubá – MG), em parceria com a Eletrobras Procel, oferece o Curso de Conservação de Energia – ENERGE, que apresentará os fundamentos e as tecnologias para o uso eficiente de energia para o setor industrial e de serviços. 

O curso é livre para alunos de quaisquer áreas acadêmicas, porém o público alvo são alunos de graduação ou pós-graduação em Engenharia. 

Segundo Emerson Salvador, responsável pelo Departamento de Desenvolvimento da Eficiência Energética da Eletrobras, que tem parceria no curso, ‘’a prioridade deve-se ao fato da maior parte das disciplinas do curso, que é voltado para a área de eficiência energética em sistemas motrizes, estar relacionado à área de Engenharia. 

Mas isso não exclui a possibilidade de alunos interessados de outras áreas fazerem o curso’’. 

Salvador enxerga com bons olhos o curso a distância: ‘’Uma das vantagens do ensino à distância é que não existem fronteiras, qualquer aluno, seja morador no Rio Grande do Sul ou no Amazonas, poderá fazer o curso utilizando-se apenas de um computador e do acesso à internet. 

A última edição do curso atingiu números incríveis, atraindo interessados de 23 estados do país’’.

Os alunos que se candidatarem devem dispor de, em média, 7 horas semanais para execução de atividades propostas. É importante que tenham disponibilidade para participar das aulas de ‘’Meeting’’, que acontecerá no dia 18 de setembro, às 18h (horário de Brasília). 

Esta atividade será desenvolvida à distância com todos os alunos participando de modo "online". 

’’A eficiência energética é a engenharia bem feita no sentido de se aproveitar ao máximo os recursos, diminuindo as perdas’’.

O professor, Jamil Haddad, da Unifei – MG crê nas expectativas: 
’’Atingir alunos de todo o Brasil fomentando a discussão e disseminando conhecimento técnico sobre um tema tão importante, mas que ainda tem muito a caminhar no Brasil. 

Nossos alunos precisam sair do ambiente acadêmico com uma visão clara e realista das possibilidades da eficiência energética não só para o mercado como também para o setor público’’. 

Haddad ressalta ainda a importância de realizar um curso voltado para eficiência energética: 

’’A eficiência energética é a engenharia bem feita no sentido de se aproveitar ao máximo os recursos, diminuindo as perdas. 
Entendemos que a eficiência deveria ser um dos pontos principais de atenção e estudos já que indica a possibilidade de se ter mais energia sem que haja a necessidade de se construir novas usinas de geração de energia elétrica. 
A eficiência aumenta a energia disponível diminuindo-se o que se joga fora com as perdas’’. 

O professor também cita a importância do conhecimento por parte dos estudantes para as mudanças de hábito: ’’Se tratando do ambiente acadêmico, essa importância ganha corpo porque é com conhecimento que se mudam os hábitos. Para mudar os hábitos de desperdício precisamos mudar a cultura e essa mudança passa, inclusive, pelas salas de aula de nossos cursos de Engenharia’’. 

Mais do que nunca, o conhecimento é um fator de suma importância não só para estudantes e sim para todos. É isso que torna alguém inesquecível, aquele que sabe e ensina o que aprendeu (também precisamos obter sempre o espírito de aprendiz em nossa essência). 

Já dizia Cora Coralina: ‘’feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina’’. 

Para mais informações sobre o curso ENERGE clique aqui














quarta-feira, 9 de julho de 2014

Analistas defendem revolução energética mundial para reduzir emissões de carbono

Mais de vinte instituições científicas convocaram nesta terça-feira os líderes das principais economias a modificarem suas políticas energéticas para reduzir as emissões de carbono a níveis seguros até 2050.


Em um informe publicado pouco antes da cúpula mundial sobre o clima prevista para 23 de setembro em Nova York, foi admitido que falta pouco tempo para alcançar as metas da ONU sobre mudança climática, mas que isso não é motivo para abandoná-las.

"Para a ciência fica claro que uma mudança climática superior aos 2º Celsius eleva o risco de um dano grave e irreversível para o bem-estar da humanidade e as perspectivas de desenvolvimento em todos os países", acrescenta o informe.

A convocação conjunta é obra de aproximadamente 30 instituições de 15 países --incluindo Brasil e México-- que representam mais de 70% das emissões globais.

A Terra se dirige a um aumento de 4ºC ou mais de sua temperatura para 2100, uma hipótese que implica um maior risco de fome, desaparecimento de espécies e de moradias, por causa de uma elevação do nível do mar, alertam os especialistas.

Se a meta dos 2ºC for postergada ou abandonada, advertem, "não há perspectivas realistas" de voltar a fixar outra meta quantitativa. 

"Deve-se preservar o limite dos 2ºC como um instrumento inestimável para conseguir uma mobilização internacional".

O informe interino do DDPP (Deep Decarbonization Pathways Project) tem como objetivo fornecer conselhos práticos antes da reunião de Nova York, que é uma etapa importante antes da conferência de Paris prevista para dezembro de 2015, quando se espera alcançar a meta de 2ºC a nível global.

O documento foi enviado nesta terça-feira ao remitido secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, que presidirá a reunião, e ao governo francês, anfitrião do evento que será realizado sob os auspícios da Convenção marco das Nações Unidas sobre a mudança climática (CMNUCC).

"Uma ação nacional ambiciosa é fundamental para evitar uma perigosa mudança climática", disse Ban em comunicado publicado em Nova York. "Este informe mostra o que é possível fazer".

Para ter a oportunidade de alcançar a meta dos 2ºC, considerando que a população global passará de 7,2 para 9,5 bilhões de habitantes em meados do século, os países deverão reduzir suas emissões médias de dióxido de carbono (CO2) das 5,2 toneladas atuais a 1,6 toneladas para 2050, indica o documento.

Isso implica que as emissões anuais já deveriam alcançar seu máximo e começar a serem reduzidas.

"Já não temos mais tempo para alcançar este limite crucial", disse Jeffrey Sachs, diretor do Instituto da Terra da Universidade Columbia de Nova York, à frente da rede que elaborou o estudo.

O informe indica as energias fósseis como principal responsável das emissões de carbono.

Traça "caminhos" a nível nacional pelos quais as emissões de CO2 vinculadas ao consumo de energia pelos 15 principais emissores de CO2 poderiam ser reduzidas de 22,3 bilhões de toneladas anuais a 12,3 bilhões de agora a 2050.

Entretanto, ainda que se alcance essa meta, a medida só teria dois terços de chance de alcançar a redução esperada de 2ºC.

O informe sugere uma estratégia em três pontos para "descarbonizar" as matrizes energéticas nacionais:

-- Eficiência energética: Transporte, edifícios e escritórios que sejam melhor projetados para reduzir o consumo energético, e processos industriais de reciclagem energética.

-- Eletricidade : Substituir usinas energéticas convencionais que consomem combustíveis fósseis (petróleo, gás ou carvão) por geração de energia hidráulica, eólica, solar, geotérmica ou nuclear. Embora o carvão e o gás continuem presentes como fontes energéticas para gerar eletricidade, deverão ser associadas a técnicas de captura e armazenamento de carbono, uma tecnologia que ainda se encontra em fase experimental.

-- Combustíveis alternativos: Os combustíveis fósseis utilizados para o transporte e para a indústria deverão optar por fontes de baixa emissão de carbono, incluindo biomassa.

Implementar essa estratégia requer um investimento "massivo" em tecnologia limpa, afirmou Sachs em uma teleconferência com jornalistas.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Estudantes do AM desenvolvem projeto com métodos sustentáveis de geração de energia

O fogão solar é um dos projetos apresentados na exposição 'Energia: movendo o futuro', promovida pelo Sesc no Studio 5 Mall até o dia 19 de julho na capital

JÉSSICA VASCONCELOS




Katrini Paiva mostra que usar a energia eólica, gerada pelo vento, tem viabilidade 
(J. Renato Queiroz)

Imagine o ribeirinho, que mora longe dos centros urbanos e encontra dificuldades para comprar itens básicos, conseguir cozinhar sem utilizar gás de cozinha ou energia elétrica? Isso já é possível e a tecnologia empregada é simples e muito utilizada em países pobres da África. 

O fogão solar é um dos projetos apresentados na exposição “Energia: movendo o futuro”, promovida pelo Sesc no Studio 5 Mall até o dia 19 de julho. 

Segundo a bacharel em Física Katrini Paiva, é uma das atrações que mais chamam a atenção dos visitantes, por oferecer uma alternativa simples para um problema tão comum nos beiradões do Amazonas.




O fogão de ferro revestido de papel alumínio utiliza apenas a energia do sol para conseguir cozinhar os alimentos. 

Para Katrini, se o uso dessa tecnologia for disseminado para outras pessoas, especialmente em comunidades isoladas do Estado, será possível economizar muitos recursos e reduzir os impactos ao meio ambiente. 

“O custo é baixo, mas claro que é preciso ensinar a população a utilizar essa forma de energia da maneira correta”, explicou Katrini.

Pedaladas ‘enérgicas’

Outra atração da exposição é a bicicleta geradora de energia, em que o visitante pedala até conseguir acender todas as lâmpadas e gerar 220 volts de energia. Fazem parte da mostra ainda equipamentos como o gerador de Van de Graaff, usina hidrelétrica, usina eólica, painel solar, usina termoelétrica, turbina de Heron, gerador eletromecânico, globo de plasma, circuitos elétricos e a pilha de Volta.

Katrini lembra que a exposição apresenta também formas de economizar energia em casa, com a utilização de lâmpadas de pouco consumo. 

“Quando falamos em economizar dinheiro as pessoas sempre se interessam e querem saber mais”, acrescentou Katrini.

De acordo com o professor de biologia e monitor dos estudantes, Klaus Montenegro, é dessa forma dinâmica que os visitantes da exposição aprendem de onde vem toda a energia utilizada no dia a dia, desde a forma mais tradicional, por meio das hidrelétricas, até a energia produzida por circuitos elétricos. 

“A exposição faz com que a população discuta assuntos do cotidiano e todos tenham a oportunidade de vivenciar experimentos e oficinas que levam a refletir sobre sua realidade e a realidade do planeta”, enfatiza Klaus.

O estudante Pedro Lucas de Lima, 25, que estava no shopping e aproveitou para conhecer a exposição, contou que gostou bastante, pois aprendeu coisas que até então não sabia, como que a água das hidrelétricas não gera energia, e sim produz força para que outros fatores produzam a energia. 

“Se, para mim, essa exposição já é bacana, imagina para as crianças, que podem ligar e desligar e ver na prática de onde vem a energia”, disse Pedro.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

INCENTIVO À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA PODE RECOLOCAR BRASIL NA ROTA DE CRESCIMENTO


Falta de planejamento de longo prazo, pouco incentivo e as adversidades climáticas estão ampliando as perdas no setor elétrico

A crise energética apenas ressaltou os prejuízos que o desprezo a programas consistentes de eficiência energética trouxeram ao crescimento do país. 

A falta de planejamento de longo prazo, pouco incentivo e as adversidades climáticas estão ampliando as perdas no setor elétrico, haja vista o aumento da divulgação de medidas imediatistas e da necessidade de aportes do Tesouro Nacional a agentes do setor. 

Para o diretor do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBIE) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Adriano Pires, palestrante do 11º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (COBEE), a vantagem da eficiência energética em comparação com as fontes primárias de insumos energéticos do país, que perde muito com o incentivo inadequado à diversificação da matriz, é clara. 

“O sistema de incentivos equivocado do modelo regulatório do setor elétrico brasileiro já mostra que o resultado é um sistema caro, não necessariamente mais limpo, e incapaz de garantir a segurança no fornecimento”.

No entendimento do professor, como política de desenvolvimento, a intensificação do incentivo às demais fontes energéticas representaria uma mudança no viés imediatista do governo atual para a prioridade ao planejamento de longo prazo. 

Consequentemente, o governo reduziria os obstáculos futuros, traria confiabilidade às medidas e propostas implantadas no setor e devolveria ao país segurança institucional e regulatória, recuperando a imagem como destino seguro de investimentos. 

“Mais do que associar o termo ao racionamento de energia, a Eficiência Energética precisa ser encarada como política de competitividade, complementariedade e aumento da segurança no sistema elétrico”.

Para Rodrigo Aguiar, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), o cenário apontado por Pires se consolida ao mesmo tempo em que as ESCOs (empresas de serviço de conservação de energia, registradas e certificadas pelo QualiEsco, da ABESCO) se organizam e demonstram a viabilidade de ampliação de novos programas, enfrentando a resistência em apoiar efetivamente as ações como alternativa de retomada do crescimento do país. 

“Ainda que a MPME Inovadora (linha de crédito diferenciada pelo BNDES), tenha sido recentemente conquistada com fundamental interferência da ABESCO, essa é apenas uma das formas de incentivar medidas de eficiência energética”.

É neste contexto que a ABESCO reunirá profissionais e empresas no 11º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (COBEE) e ExpoEficiência 2014.


Serviço
11º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (COBEE) e ExpoEficiência
21 e 22 de julho de 2014
08h30 às 18h00 - Centro de Convenções Frei Caneca - São Paulo

Fonte: Ultimo Instante