Falta de planejamento de longo prazo, pouco incentivo e as adversidades climáticas estão ampliando as perdas no setor elétrico
A crise energética apenas ressaltou os prejuízos que o desprezo a programas consistentes de eficiência energética trouxeram ao crescimento do país.
A falta de planejamento de longo prazo, pouco incentivo e as adversidades climáticas estão ampliando as perdas no setor elétrico, haja vista o aumento da divulgação de medidas imediatistas e da necessidade de aportes do Tesouro Nacional a agentes do setor.
Para o diretor do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBIE) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Adriano Pires, palestrante do 11º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (COBEE), a vantagem da eficiência energética em comparação com as fontes primárias de insumos energéticos do país, que perde muito com o incentivo inadequado à diversificação da matriz, é clara.
“O sistema de incentivos equivocado do modelo regulatório do setor elétrico brasileiro já mostra que o resultado é um sistema caro, não necessariamente mais limpo, e incapaz de garantir a segurança no fornecimento”.
No entendimento do professor, como política de desenvolvimento, a intensificação do incentivo às demais fontes energéticas representaria uma mudança no viés imediatista do governo atual para a prioridade ao planejamento de longo prazo.
Consequentemente, o governo reduziria os obstáculos futuros, traria confiabilidade às medidas e propostas implantadas no setor e devolveria ao país segurança institucional e regulatória, recuperando a imagem como destino seguro de investimentos.
“Mais do que associar o termo ao racionamento de energia, a Eficiência Energética precisa ser encarada como política de competitividade, complementariedade e aumento da segurança no sistema elétrico”.
Para Rodrigo Aguiar, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO), o cenário apontado por Pires se consolida ao mesmo tempo em que as ESCOs (empresas de serviço de conservação de energia, registradas e certificadas pelo QualiEsco, da ABESCO) se organizam e demonstram a viabilidade de ampliação de novos programas, enfrentando a resistência em apoiar efetivamente as ações como alternativa de retomada do crescimento do país.
“Ainda que a MPME Inovadora (linha de crédito diferenciada pelo BNDES), tenha sido recentemente conquistada com fundamental interferência da ABESCO, essa é apenas uma das formas de incentivar medidas de eficiência energética”.
É neste contexto que a ABESCO reunirá profissionais e empresas no 11º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (COBEE) e ExpoEficiência 2014.
Serviço
11º Congresso Brasileiro de Eficiência Energética (COBEE) e ExpoEficiência
21 e 22 de julho de 2014
08h30 às 18h00 - Centro de Convenções Frei Caneca - São Paulo
Fonte: Ultimo Instante