segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Eficiência energética: caminho sem volta

DANIEL FIGUEIREDO, DIRETOR COMERCIAL DA DALKIA BRASIL - O Estado de S.Paulo

A eficiência energética, a princípio, está presente no nosso dia a dia. Em termos gerais, está ligada à otimização do uso de recursos, ou seja, tornar eficiente o consumo, em especial de energia elétrica, de derivados de petróleo, gás natural e água, com vistas à economia. 
 
Portanto, desde o controle de um banho quente à elaboração de um plano integrado de monitoramento em uma multinacional, tudo passa pela eficiência energética. 
 

No decorrer do nosso dia, temos infinitas possibilidades de praticar a eficiência energética, com uma pequena mudança de comportamento. A simples opção por um chuveiro a gás no lugar de um elétrico pode gerar economia de energia, assim como o apagar das luzes quando se deixa um cômodo.

Em maiores proporções, as empresas também podem adotar medidas para redução do consumo, como dar preferência a plantas nativas nos jardins internos, para redução de água, e utilizar pressurizadores nas torneiras. Com foco em energia, a pintura de telhados na cor branca reflete a luz solar e impacta diretamente na redução da necessidade de ar-condicionado, assim como o uso de sistemas de controle de iluminação e ar-condicionado setorizados e a própria manutenção preventiva dos equipamentos.

Um estudo realizado pela Abesco (Associação Brasileira de Empresas de Serviços de Conservação de Energia), em 2010, aponta que o desperdício energético no Brasil chega a R$ 15 bilhões/ano. Já dados do Banco Mundial indicam que, se aprendêssemos a usar efetivamente nosso potencial de eficiência energética, economizaríamos mais de R$ 4 bilhões/ano, apenas racionalizando o uso de nossos recursos.

Porém, embora sejam inúmeras as vantagens da eficiência energética, como redução de custos, de emissão de poluentes e de recursos naturais, no Brasil ela ainda é pouco praticada. Os esforços, ainda tímidos, surgem, em grande parte, para atender a uma demanda de empresas multinacionais que já têm a preocupação com a sustentabilidade e só se instalam em prédios com tecnologias "verdes".

A solução para o estímulo à eficiência energética pode estar nas mãos do próprio governo que, por meio de mais fiscalização e planejamento, pode atrair o comportamento positivo das pessoas e das empresas. Um bom plano de incentivos à indústria e uma campanha de mídia podem promover os benefícios da eficiência energética.

Paralelamente, o empresariado pode se mobilizar para dar cada vez mais preferência à compra de itens produzidos por empresas que já empreguem medidas "verdes" no processo produtivo, gerando aumento de competitividade.

Neste ano, foi criada a norma ISO 50001 para orientar organizações na elaboração de processos de gestão do uso da energia, para que sejam capazes de avaliar os próprios desempenhos energéticos e reduzir custos.

A área industrial, inicialmente, é onde se concentra uma das maiores possibilidades de redução. Há possibilidades de reaproveitamento de subprodutos para geração de energia e mesmo a produção de energia de biomassa (queima de produtos de origem orgânica para geração de energia).

No entanto, apesar de a indústria responder por mais de 40% do consumo total de energia no Brasil, o setor não é prioridade nos programas governamentais de eficiência energética, que focam os setores público, residencial e comercial, responsáveis por apenas 16% do consumo brasileiro. Paralelamente, cerca de 80% das oportunidades de economia de energia na indústria provêm de processos térmicos, enquanto as ações de eficiência energética do governo focam mais no consumo da energia elétrica.

No Brasil, esse tipo de projeto começa a ganhar força. No Rio Grande do Sul, já operamos uma planta que produz energia elétrica com a queima da casca de arroz, até então rejeitada pelos agricultores locais. O projeto trouxe uma nova renda para as famílias, uma nova utilidade ao que antes era considerado lixo e um enorme benefício ao meio ambiente.

Mas ainda temos muito o que fazer no caminho da sustentabilidade. Buscar inspiração em projetos que dão bons resultados pode ser um início. Nas cidades de Campinas, Guarulhos, São Carlos e Araraquara, em São Paulo e em Vila Velha, no Espírito Santo, por exemplo, foram implantados projetos que oferecem benefícios fiscais para proprietários de imóveis que adotem princípios de sustentabilidade (desconto de até 20% do valor atual do IPTU, por um período de até 5 anos). 
 
Um incentivo ainda tímido, mas com grande potencial de crescimento e replicação para várias outras cidades. A boa intenção é fundamental, mas a realidade é que o comportamento só muda quando há uma relação de benefício.
 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sustentabilidade - Hotel paraibano é exemplo

Hotelaria brasileira já valoriza ações que reduzam impactos ambientais, como no consumo de água

O turismo tem potencial para o desenvolvimento socioeconômico e cultural de um país, se for conduzido com planejamento adequado às características biológicas, físicas, econômicas e sociais locais. 

A atividade turística no Brasil vem trilhando caminhos para maior conscientização e compromisso de parte do setor privado com posturas responsáveis, capazes de contribuir para a sustentabilidade ambiental, econômica e social. Alinhado à vertente da sustentabilidade, o setor hoteleiro nacional está utilizando práticas de gestão responsável, além de medidas concretas no campo da sustentabilidade, como redução no consumo de água e energia elétrica.

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Projeto do Verdegreen, segundo o Guia Quatro Rodas, desde o início, 
desenhava uma obra não poluente, perfil seguido à risca durante a construção 
DIVULGAÇÃO

"Quando comparado à hotelaria de outros países, muitos estabelecimentos hoteleiros no Brasil ainda não atentaram para a importância de suas práticas sustentáveis", avalia Daniel Machado, gerente geral do hotel Verdegreen. Porém, ele ressalta que "uma certa minoria já começa a nos dar exemplos e perceber que simples ações e pequenos investimentos podem contribuir com a diminuição dos impactos ambientais gerados, sem interferir na qualidade da prestação de serviços".

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Aluguel de bicicletas e reúso de água para irrigação são                                                                                           
encontrados no local, eleito como Hotel Sustentável do Ano

No Brasil, como no mundo, o setor de hospedagem é formado majoritariamente de pequenas e médias empresas, principalmente quando se fala de turismo sustentável ou aquele mais associado aos destinos ecológicos. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH), os principais impactos ambientais ocasionados pelo setor são o consumo de água, energia, material de limpeza e geração de resíduos.

Desta forma, os hotéis começaram, já há algumas décadas, a trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes, economizando energia. Depois, a separar o lixo que podia ser reciclado. Mais recentemente, alguns empreendimentos começam a investir na instalação de sistemas e captação de energia solar, no reaproveitamento de água da chuva para regar jardins e até no patrocínio de projetos sociais e de proteção à natureza. Tudo isso para tornar o estabelecimento sustentável, ou seja: aquele que inclui ações de preservação do meio ambiente em seu dia a dia e participa de projetos sociais.

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Peças feitas com madeira de reflorestamento e valorização 
do artesanato local compõem algumas das ações sustentáveis

Destaque nacional

O Verdegreen Hotel, localizado em João Pessoa, capital da Paraíba, pode comemorar a consagração no quesito sustentabilidade na área hoteleira. O empreendimento recebeu o título de Hotel Sustentável do Ano do Guia Quatro Rodas 2012. Além do prêmio, continua mantendo sua posição como Melhor Hotel de João Pessoa e o único na cidade com o "selo verde".

De acordo com o Guia Quatro Rodas, "não seria exagero dizer que o hotel merecia o selo verde antes mesmo de estar completamente pronto". Ainda no seu projeto, o Verdegreen contou com uma obra não poluente, perfil seguido à risca durante a construção - todos os fornecedores de materiais eram da região, a madeira usada foi de reflorestamento e até campanha antitabagista foi realizada entre os operários. "O resultado da empreitada? Uma hospedagem cem por cento comprometida com a sustentabilidade", diz o texto da publicação.

O Verdegreen Hotel pratica muitas ações e atividades sustentáveis, diz Daniel Machado. "Dentre elas, podemos destacar a coleta seletiva dos resíduos; a maioria dos fornecedores a 80 Km de distância; treinamentos para os colaboradores ficarem envolvidos com a causa ambiental; trabalho educativo com os hóspedes; conservação e manutenção de jardins públicos; apoio a iniciativas da WWF e entidades voltadas ao conceito socioambiental; fardamento em tecido eco-eficiente; utilização de produtos de limpeza biodegradável e a implantação da ISO 14001 são algumas das ações sustentáveis", comenta.

O Verdegreen conta com aquecimento solar fototérmico, reutilização de água para irrigação de jardins, descargas e lavagens diversas, revestimento em cerâmicas naturais, madeira de reflorestamento, valorização do artesanato local, reutilização de material de demolição, iluminação natural em toda área social, iluminação de baixo consumo LED, sensores de presença, ar-condicionado menos poluentes e de baixo consumo, elevadores inteligentes, TV de LCD, descargas de duplo acionamento, chuveiros e torneiras com controle de vazão, jardins no entorno e cobertura, horta orgânica, além de muitos outros elementos.

Inaugurado em dezembro de 2008, à beira-mar da praia de Manaíra, o empreendimento dispõe de 140 unidades habitacionais e 299 leitos. Conta com 80 colaboradores. "É frequentado por turistas de negócios individuais, seguido pelo turismo de eventos e posteriormente, o de lazer. "O Verdegreen conta ainda com um setor de sustentabilidade, representado pela assistente Marlone Gonzaga, que auxilia na manutenção do sistema de gestão ambiental". A utilização de tecnologias limpas e ações sustentáveis traz consequências favoráveis, como economia dos recursos naturais, matéria-prima e energia, melhoria nas condições de trabalho, incremento na qualidade dos produtos e serviços, diminuição dos custos e conserva.

SAMIRA DE CASTRO
REPÓRTER

terça-feira, 18 de outubro de 2011

ABESCO realizará o lancamento do 9º COBEE - Congresso Brasileiro Eficiência Energética nas Empresas

São Paulo - No dia 20 de outubro de 2011 (quinta-feira), às 10h00, na FIESP, haverá o lançamento oficial do 9° Congresso Brasileiro Eficiência Energética nas Empresas e da Expo Eficiência Energética (COBEE).

Realizado pela ABESCO - Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia - e organizado pela Método Eventos, o Congresso chega em sua nona edição com grande sucesso. A Expo Eficiência e o COBEE formam o maior evento do setor de Eficiência Energética, tendo como escopo abordar a difusão de conhecimento e de tecnologias para a Eficiência Energética das empresas e organizações.

O evento será realizado no Edifício sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na Av. Paulista, 1.313 – auditório do 4° andar.

Informações e Inscrições: eficiencienergetica@metodoeventos.com.br 
telefone: (11) 3522-1415 e (11) 3522-1416.

ABESCO: Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia- Mudanças nos hábitos de consumo por parte da sociedade e o uso de programas e políticas de conservação e uso racional de energia deveriam fazer parte de nosso dia-a-dia. Para que essas mudanças ocorram nasceu a ABESCO, uma entidade que congrega e fomenta ações para as ESCOS, Empresas de Serviços de Conservação de Energia, que buscam oferecer às empresas e à sociedade em geral, um serviço especializado em projetos de eficiência energética, minimizando custos e maximizando os resultados nos lucros.

Fundada em 1997, por 15 associados, a ABESCO é uma entidade civil, sem fins lucrativos que representa oficialmente o segmento de eficiência energética brasileiro, representando as empresas inseridas no mesmo, fomentando e promovendo ações e projetos para o crescimento do mercado energético, beneficiando não somente seus quase 80 associados, mas também a sociedade brasileira e o País em sua totalidade.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

CEEE estuda ventos para instalar novos parques eólicos no Rio Grande do Sul

Expectativa da companhia é que estudo leve a novas usinas, que estariam aptas para ir a leilões em 2014

Da redação
 


A CEEE concluiu nesta sexta-feira (14/10) a montagem da primeira torre de medição eólica na localidade de Povo Novo, em Rio Grande (RS). 
A estrutura, de 100 metros de altura e duas toneladas, abrigará equipamentos para medir a direção e a velocidade do vento, temperatura, pressão e umidade do ar.

Segundo a empresa, os dados serão coletados nos próximos três anos e servirão de base para o projeto de um futuro parque eólico em Rio Grande, com cerca de 100MW de potência instalada. De acordo com o diretor de Geração da companhia, Ronaldo Vieira, a planta deve estar pronta para entrar nos leilões de energia de 2014. “Nossa expectativa é de que ele possa começar a operar entre 2016 e 2017”, afirma Vieira.

A CCEE explica que a escolha do local se deu a partir de estudos desenvolvidos entre 2009 e 2010, "que o classificam como ideal para a instalação do empreendimento, devido à velocidade média dos ventos na região". Também foram levadas em consideração facilidades como a proximidade da rede de transmissão, a disponibilidade de terras e a inexistência de impedimentos ambientais. 
O investimento da CEEE na estrutura, nos equipamentos e em sua manutenção nos próximos três anos é estimado em R$225 mil. Mais três torres devem ser instaladas em outras regiões do estado do Rio Grande do Sul: uma em Campos Borges e as outras em locais a serem definidos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

ISO 50001: em busca de maior desempenho energético

 
Para Leonardo Martins, da ABNT, recém-lançada norma internacional de gestão de energia trará impactos no custo e no monitoramento energético, além de contribuir para redução das emissões de gases de efeito estufa

Leonardo Martins, da ABNT: consenso
para uma visão global sobre gestão de
energia

Organizações de todos os tipos e tamanhos podem estabelecer planos e metas sobre a melhor forma de consumir energia nas suas rotinas. Após a publicação da ISO 50001, empresas públicas ou privadas poderão, através de uma gestão sistemática de energia, reduzir a emissão de gases de efeito estufa e outros impactos ambientais, o custo da energia, além de monitorar e influenciar todos os aspectos que afetam seu desempenho energético.
O processo de desenvolvimento da norma, de acordo com Leonardo Martins, secretário do ISO/TC 242 Gestão de Energia da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), envolveu 47 países e uma variedade de interesses sobre o tema. Segundo ele, a contribuição desses diversos países fez com que a norma fosse criada a partir de uma visão global sobre gestão da energia. 
 
Alguns países, como China, França, Áustria e Índia, já começaram a utilizar a ISO e relatam ganhos significativos trazidos  com a aplicação da norma. Leia abaixo a entrevista completa que Leonardo Martins concedeu ao Procel Info.

Procel Info - Qual o principal objetivo da ISO 50001?


Leonardo Martins - A ISO 50001:2011, Energy management systems – Requirements with guidance for use, foi desenvolvida com o objetivo de fornecer a organizações de todos os tipos e tamanhos, requisitos para a implantação de um sistema de gestão de energia (SGE) voltado para a melhoria continua do desempenho energético, incluindo eficiência, uso e consumo.

Usuários não têm controle sobre preços, políticas ou economia global, porém, podem estabelecer planos e metas sobre a melhor maneira de consumir energia nas suas rotinas. Com a implementação da ISO 50001, organizações, tanto públicas quanto privadas, poderão, através de uma gestão sistemática de energia, reduzir a emissão de gases de efeito estufa e outros impactos ambientais, o custo de energia, monitorar e influenciar todos os aspectos que afetam seu desempenho energético.

Procel Info - Como foi o processo de produção de uma norma internacional de gestão de energia, levando em conta as diferenças entre os países?

Leonardo Martins - O processo de desenvolvimento da ISO 50001 foi bastante trabalhoso tendo em vista a quantidade de países envolvidos (47) e a variedade de interesses sobre o tema. Apesar dessa pluralidade, os especialistas envolvidos tinham consciência da importância do documento para a sociedade em geral e, por isso, foi possível desenvolver um trabalho conciso, coeso e eficiente, o que possibilitou publicar a norma dentro do prazo estipulado (três anos). 

Procel Info - Brasil e Estados Unidos foram os países que mais contribuíram para a produção da ISO 50001. Quais foram as contribuições do Brasil para o projeto?

Leonardo Martins - Na verdade, a maioria dos países envolvidos contribuiu de maneira efetiva para o desenvolvimento da ISO 50001, com destaque para o Reino Unido, Japão, Irlanda, Argentina, Suécia, Dinamarca e China, além, é claro, de Brasil e Estados Unidos, mencionados na pergunta. Essa diversidade, característica fundamental dos trabalhos na ISO, faz com que a 50001 seja uma norma Internacional criada a partir de uma visão global sobre gestão de energia.

Os especialistas brasileiros participaram ativamente de todas as fases da construção da ISO 50001, contribuindo de maneira bastante produtiva através de comentários, propondo alterações no texto, que foram desenvolvidos através do consenso em debates sobre o documento e na participação em reuniões internacionais.

É fundamental enfatizar a importância do trabalho desses especialistas para o Brasil, pois são eles que, por atuarem na área de energia e terem conhecimento notório sobre o tema, estabeleceram e defenderam a posição e interesses brasileiros em diversos debates realizados ao longo de todo o processo de desenvolvimento do documento.

"O processo de desenvolvimento da ISO 50001 foi bastante trabalhoso tendo em vista a quantidade de países envolvidos (47) e a variedade de interesses sobre o tema".

Procel Info - É possível identificar os setores que serão mais beneficiados com a publicação da norma em termos de eficiência energética?

Leonardo Martins - É difícil identificar setores específicos que serão mais beneficiados, pois a estrutura da ISO 50001 foi desenvolvida com a finalidade de ser utilizada por qualquer tipo de organização que almeje melhorar seu desempenho energético.

É gratificante poder afirmar, em uma análise mais abrangente, que a sociedade em geral será a maior favorecida pela ISO 50001, pois os benefícios gerados por uma gestão mais responsável da energia são incontáveis.

Procel Info - Que mudanças terão que ser realizadas nas organizações no que diz respeito ao gerenciamento da energia?

Leonardo Martins - As mudanças dentro das rotinas de uma organização irão variar bastante de acordo com o tipo, tamanho, área de atuação, dentre outros fatores. Porém, é possível citar alguns pontos fundamentais para a implantação da ISO 50001: política energética apropriada; foco em usos significativos de energia; identificar e tratar requisitos legais; identificar prioridades, selecionar objetivos apropriados; estabelecer estrutura adequada e programa de ações para implementar a política e atender aos objetivos e metas; facilitar o planejamento, controle, monitoramento, ações preventivas e corretivas; e auditar e rever atividades para garantir atendimento à política e adequação do SGE.

Procel Info - A norma já começou a ser utilizada em outros países?

Leonardo Martins - Organizações da China, França, Áustria e Índia já relatam ganhos significativos trazidos pelo uso da norma internacional sobre gestão de energia, como reduções em emissões de carbono, consumo e, consequentemente, no custo de energia, benefícios nas fábricas, comunidades e meio ambiente.

Um bom exemplo das melhorias trazidas pela ISO 50001 é a AU Optronics, fabricante de TVs LCD de Taiwan, China. Segundo representantes da empresa, com a implementação da norma internacional, a empresa espera alcançar uma conservação de energia de 10% na fábrica este ano, economizando assim 55 milhões de kWh de eletricidade e reduzindo emissões de carbono em 35 mil toneladas. A organização agora planeja adotar o sistema de gestão de energia da ISO 50001 em todas as suas fábricas.
 
Formado em Comunicação Social, há dois anos atua como Analista de Normalização Internacional. No momento, é o secretário do ISO/TC 228/WG 07 Turismo de Aventura, co-secretário do ISO/PC 250 Gestão Sustentável de Eventos e ISO/TC 242 Gestão de Energia
 
 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Cartilha incentiva eficiência energética em propriedades rurais

Projeto piloto de eficiência energética em propriedades rurais serve de base para montagem da Cartilha e do Guia de Eficiência Energética no Meio Rural, produzidos pela Eletrobras/Procel e a Fundação Roge
 
 

Sistema de aquecimento solar 
em uma das propriedades estudadas
Tatiana Resende, para o Procel Info

A energia elétrica é um recurso fundamental e indispensável para diversas áreas produtivas da economia nacional e mundial. Uma dessas áreas é a agropecuária, que, devido ao fácil acesso a máquinas e equipamentos e da expansão e modernização do setor, tem se mostrado um grande consumidor de energia elétrica. Por conta disso, um projeto piloto foi desenvolvido visando identificar os principais problemas energéticos e promover as melhorias na economia de energia das propriedades rurais.

O projeto, realizado através de uma parceria entre a Eletrobras/Procel e a Fundação Roge, sediada na cidade de Delfim Moreira, em Minas Gerais, e com apoio do Instituto de Recurso Naturais (IRN) da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), foi aplicado nas propriedades dos municípios das Terras Altas da Mantiqueira, sendo 99 delas com atividade de pecuária leiteira e sete propriedades de avicultura de postura. Com base nas informações coletadas durante o estudo, uma cartilha e um guia, voltados para estudantes, professores, pesquisadores e profissionais dos setores em que o Procel atua e que atuam no meio rural, foram desenvolvidos e lançados hoje, 11 de outubro.

Para chegar aos resultados obtidos, a metodologia do projeto passou por duas etapas. De acordo com o engenheiro da Divisão de Eficiência Energética na Oferta da Eletrobras/Procel, Moisés Antônio dos Santos, "a primeira fase do projeto visou o levantamento dos equipamentos consumidores de energia elétrica, tanto de uso residencial como de uso agrícola, presentes na amostra de propriedade selecionada, assim como a aplicação de um questionário com o objetivo de levantar os hábitos de uso da energia elétrica pelos habitantes daquela região". Segundo ele, na segunda etapa foram realizadas medições elétricas com o objetivo de comparar tais informações com as conclusões obtidas a partir dos dados levantados na etapa anterior.

Através das atividades realizadas, constatou-se que em aproximadamente 80% das propriedades rurais para fins de pecuária está presente o equipamento “picadeira”, que é usado para processar o alimento dos animais. Segundo o engenheiro, tais equipamentos apresentaram, em muitos casos, motores elétricos mal dimensionados, o que pode levar a baixos fatores de carga e potência, além de terem manutenção precária e de serem utilizados de forma incorreta, como, por exemplo, em locais com acúmulo de resíduos e instalações elétricas deficientes. Estas condições, explica ele, deixam evidente a necessidade de melhorar a eficiência energética dos equipamentos, uma vez que eles estão presentes em grande parte das propriedades de pecuária. As análises também revelaram que o consumo médio de energia elétrica em propriedades de pecuária leiteira é de 0,096 kWh por litro de leite produzido, sendo o custo médio da energia por litro de R$ 0,029. Já nas propriedades de avicultura de postura, o consumo ficou em 0,381 kWh por dúzia de ovos coletados, com o custo médio da energia por dúzia de R$ 0,091.

Além das análises técnicas, os agropecuaristas também foram entrevistados pelos pesquisadores em relação ao consumo racional de energia. Dentre os proprietários de pecuária leiteira, 55% conheciam os benefícios da economia de energia, contra 50% dos proprietários de avicultura de postura. Sobre o motivo pelo qual realizar melhorias de eficiência energética, a maioria dos proprietários considera a economia nos gastos o principal motivador, tanto que 83% dos entrevistados, tanto do setor de pecuária de leite quanto de avicultura de postura, revelaram o interesse em tornar suas propriedades mais eficientes.
O projeto, realizado através de uma parceria entre a Eletrobras/Procel e a Fundação Roge, sediada na cidade de Delfim Moreira (MG), e com apoio do Instituto de Recurso Naturais (IRN) da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), foi aplicado nas propriedades dos municípios das Terras Altas da Mantiqueira, sendo 99 delas com atividade de pecuária leiteira e sete propriedades de avicultura de postura

Para Moisés Santos, o investimento em eficiência energética no setor rural é algo que deve ser estimulado. "As políticas públicas para a eficiência energética no meio rural devem ser intensificadas, fortalecendo ações educacionais, de conscientização do produtor, inserindo programas que incentivem o desenvolvimento tecnológico de equipamentos eletrorrurais, a exemplo dos que já existem para os equipamentos de uso residencial, por exemplo", disse o engenheiro.

Através do estudo foi possível identificar algumas medidas de eficiência energética aplicáveis ao meio rural, tais como: evitar emendas de fios, ligações e instalações precárias, que além de aumentar o consumo de energia, podem ocasionar acidentes; manter motores limpos, sem poeira ou outros detritos; substituir lâmpadas incandescentes por lâmpadas mais eficientes e distribuí-las espacialmente de forma que a luz seja direcionada sobre os planos de interesse, no caso as gaiolas, áreas de ordenha e processamento de leito; adquirir equipamentos com dimensões precisas, pois um equipamento maior do que o necessário consome mais energia; manter sistemas de resfriamento e armazenamento de leite abrigados da luz solar e fontes de calor, em ambientes bem ventilados, entre outras.

A atenção com a eficiência energética deve ser incentivada também nas crianças e adolescentes e começar dentro das instituições de ensino. Por conta disso, de acordo com o gestor técnico da Fundação Roge, Roberto de Mattos, a cartilha elaborada será distribuída em escolas municipais da região onde foi realizado o estudo e para os alunos dos cursos técnicos de Controle Ambiental, Agropecuária e Hospedagem da fundação. Além disso, o guia também será distribuído a parceiros do projeto, instituições que se destacam nos estudos da eficiência energética do meio rural, sindicatos rurais da região como a EMATER e o IMA e aproximadamente 1,5 mil pessoas e instituições interessadas. Na internet, o manual está disponível para consulta neste endereço.
 
E, para acessar o caso de sucesso, basta clicar aqui.
 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Eficiência energética

Com R$ 845 mil, construtora alterou projetos, conquistou selo Procel Edifica e propiciará economia de R$ 225 mil anuais para condomínio com 726 unidades

Por GISELE CICHINELLI


 
"A cada ano, cada morador economizaria algo em torno de R$ 310 
em água e gás. Replicando esse número para o condomínio, 
teríamos economia proporcional potencial de R$ 225 mil" Maurício Bernardes

Graduado em engenharia civil pela Universidade Estadual de Campinas, atuou como gestor de obras residenciais e comerciais e como gestor das áreas de assistência técnica, de qualidade e produtividade e de desenvolvimento tecnológico da Tecnisa, com enfoque na racionalização de métodos construtivos e inovações.

Desde quando a Tecnisa visa à obtenção da etiqueta Procel Edifica?

O processo de implantação dos padrões para etiquetagem do Procel Edifica (Programa Nacional de Eficiência­ Energética em Edificações) completa um ano no final de 2011. Nesse processo, nossos projetos funcionaram como protótipos e foram avaliados pelo LabEEE (Laborató­rio de Eficiência Energética em Edificações), da Universidade Federal de Santa Catarina. No final de 2010, a etiqueta foi concedida ao empreendimento Flex Guarulhos, cujas obras já foram iniciadas e se encontram na fase de execução da contenção. Há vários níveis de eficiência energética, que vão de "E" (menos eficiente) a "A" (mais eficiente). No Flex Guarulhos, alcançamos o nível "B".

Há expectativa de que o programa se torne compulsório?

No curto prazo, a etiquetagem de edificações residenciais não será obrigatória. Assim como já acontece no segmento comercial, talvez existam incentivos fiscais para que seja adotada voluntariamente. O programa "Pró-Copa", que financia a construção, reforma, ampliação e modernização de hotéis, oferece taxa de juros menor a edifícios com certificação Procel ou que atendam à NBR 15401 - Meios de hospedagem - Sistema de Gestão da Sustentabilidade.

Como edificações residenciais poderiam ser beneficiadas?

O Estado poderia usar três mecanismos de incentivo: o poder de compra em licitações, condições especiais de financiamento por bancos públicos, com prazos de pagamento e alíquotas diferenciadas, e a velocidade de aprovação de projetos com este diferencial. A cobrança de impostos atrelados ao consumo de energia de empreendimentos etiquetados poderia ser reduzida.

O que muda no projeto?

Em primeiro lugar, o projeto básico deve ser definido a partir do nível de eficiência energética pretendida. Uma das principais intervenções para alcançar o nível "B" foi a substituição dos chuveiros elétricos por sistema de aquecimento de água a gás com aquecedores com nível de eficiência "A". Previmos medidores individuais de água e acrescentamos às coberturas de fibrocimento uma película de alumínio para reduzir a carga térmica nos apartamentos da cobertura. As tubulações de água quente foram isoladas termicamente com polietileno expandido para reduzir perdas de calor e optamos por usar cores claras no revestimento externo para aumentar a refletância da envoltória e reduzir o ganho de calor.

Os projetos desses empreendimentos são mais caros?

Basicamente, precisamos atender a pré-requisitos, como entrega de sistema de aquecimento, de medição individualizada, tratamento térmico na cobertura e pintura externa em cores claras. Isso não encarece o projeto. São apenas diretrizes. O projetista hidráulico não cobrará preços diferenciados para fazer a instalação que prevê aquecimento a gás ou para especificar a medição individualizada.

O isolamento das tubulações representa economia significativa?

Fizemos um estudo em 2007 com um trecho de tubulação isolada com polietileno expandido e um trecho sem isolamento. Cada trecho foi imerso num tanque com água fria e ficou por duas horas com água quente a 80ºC circulando em seu interior. No primeiro caso a temperatura da água do tanque aumentou em cerca de 2ºC e, no segundo caso, sem isolamento, a água do tanque aqueceu cerca de 10ºC.

Qual o potencial de economia conferido por tais soluções?

Comparando com aquecedor nível "C", o cliente economizará 10% a mais de gás usando aquecedor nível "A". Nesse empreendimento, com 726 unidades, isso representa economia potencial de R$ 36 mil por ano para o condomínio. Com relação à água, o estudo "Gestão da água em edificações: utilização de aparelhos economizadores, aproveitamento de água pluvial e reúso de água cinza", realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais, aponta economia potencial de 25% desse item ao usar medidores individuais. Projetamos o mesmo índice para esse empreendimento, considerando que cada morador economizaria R$ 260 de água por ano. Ou seja, a cada ano, no total, cada morador economizaria potencialmente algo em torno de R$ 310 em consumo de água e gás. Replicando esse número para o condomínio, tería­mos economia proporcional potencial de R$ 225 mil (R$ 36 mil por ano em gás e R$ 189 mil em água).

Como essas soluções impactaram no orçamento?

Para o aquecimento de água a gás, oneramos o orçamento em R$ 625,5 mil, a medição individualizada representou acréscimo de R$ 209 mil, o isolamento da cobertura R$ 12,250 mil. Com relação à pintura externa, não houve peso, pois o uso de cores claras já fazia parte da nossa diretriz de projeto. Oneramos o orçamento em cerca de R$ 845 mil para todas as unidades. Ou seja, para esse empreendimento, o custo total da obra sofreu acréscimo de 1,30%. Depois de estudarmos 15 projetos, concluímos que o custo total da obra sofrerá incremento de 0,5% a 1,5% para obtenção do nível "B" da etiqueta.

Qual a razão da variação?

Ocorrem basicamente em função do número de banheiros e da área das unidades. Dependendo das intervenções, a diluição dos custos é maior ou menor. Quanto maior o apartamento, maior a possibilidade de diluir o investimento da medição individualizada, por exemplo. Por outro lado, unidades maiores, por contarem normalmente com mais banheiros, terão custo por metro quadrado mais elevado, já que as áreas úmidas têm custo maior em relação às secas.

E nos empreendimentos que intencionam atingir a classificação "A", qual o impacto?

Nesses casos, o orçamento é onerado de 1,5% a 3%, pois há requisitos mais difíceis de serem atendidos, que são as áreas de ventilação e iluminação, mais restritivos do que os definidos pelos códigos de obra, exigindo maiores áreas de janelas, o que encarece sensivelmente o empreendimento. Especificamente no empreendimento Flex Guarulhos, oneraríamos o custo total em R$ 1 milhão, além dos R$ 845 mil gastos em outras soluções. 
 
Isso porque, além de aumentar a área de janela, teríamos de mudar a tipologia de três folhas por uma janela do tipo integrada. Vale ressaltar que, por mais que se invista em equipamentos e soluções de ponta, é preciso atender sem falta os requisitos do programa. Por exemplo, a maioria dos projetos tem de contar com ventilação cruzada.

É muito difícil entender as regras?

Trata-se de um regulamento bastante denso e complexo. O número de diretrizes e cuidados é muito grande. Por isso, optamos por formar dois profissionais, que estudaram os requisitos e, inclusive, fizeram um curso com a Eletrobrás. Hoje, fazemos as pré-análises dentro da Tecnisa e nossos ajustes são bastante rápidos. É fundamental contar com essa equipe, que pensa as soluções ainda na fase de produto, antes mesmo da fase de projeto.

Como se dá a avaliação do desempenho energético?


A etiqueta Procel Edifica é válida para a torre, para as áreas comuns e para cada unidade. Por conta das variações de nível de insolação, cada unidade recebe uma etiqueta. A etiquetagem do edifício é feita a partir da média de eficiência energética dos apartamentos e das áreas comuns. Se uma suíte máster for projetada, por exemplo, com necessidades de ventilação mínima, será classificada no nível "E". No Procel Edifica, 65% da nota vêm da envoltória da edificação e os outros 35% do sistema de aquecimento de água. Ou seja, não adianta ter peso grande no aquecimento se a envoltória for problemática.

O que dificulta o enquadramento no programa?

A primeira é a riqueza de informações, que demanda estudo aprofundado do regulamento. Chegamos a mandar o escopo de trabalho a alguns consultores e obtivemos números bastante interessantes: uma empresa nos enviou orçamento de R$ 14 mil enquanto outra nos cobraria R$ 108 mil pelo projeto. A grande questão era: com essa disparidade de preços, em qual botar as fichas? Por isso, é muito importante ter dentro de casa profissionais preparados para entender os regulamentos. O segundo entrave é o das aberturas. Em função das grandes janelas exigidas para dormitórios - com portas balcão muito largas que dificultam, inclusive, a colocação de armários - há dificuldade de respeitar os requisitos. O terceiro gargalo é a quantidade de organismos certificadores.

E no canteiro, quais os desafios?


Temos de treinar a mão de obra dentro do escritório, para adotar os conceitos no projeto, mas a relação com os operários em canteiro não muda. Já fazemos medição individualizada em outros empreendimentos e tanto as instalações dos sistemas de aquecimento a gás e de cobertura térmica como a execução de revestimento em cores claras são simples de serem executadas. Já itens de projeto, como a necessidade de ventilação cruzada, também não representam desafio para a mão de obra. Com projeto benfeito, não há dificuldades em canteiro.

Quais os principais cuidados na especificação?

Há pré-requisitos que se referem às propriedades físicas dos materiais como transmitância, absortância e capacidade térmica. Com essas propriedades, é possível verificar se um ambiente está ou não dentro das exigências. Não adianta ter uma boa arquitetura e equipamentos de ponta se os materiais usados são inadequados. Não tivemos dificuldades de compra, pois usamos blocos de concreto convencionais, argamassas e pinturas tradicionais. Há vários fabricantes das subcoberturas de alumínio atuando no mercado.
 

Siemens traz eficiência energética para o mercado brasileiro de energia eólica


A Siemens, nos últimos meses, assinou contratos para instalação 
de 136 aerogeradores em 12 parques eólicos no país e já comemora 
bons resultados do último leilão realizado na segunda semana de agosto. | 
Imagem: Green Energy for Earth
 
A energia eólica vai aumentar sua participação na matriz energética brasileira e a Siemens está levando para o Brazil Wind Power - Congresso e Feira Internacional, sua experiência no setor, aliada às soluções em equipamentos e serviços feitos para o mercado brasileiro. 

Nos últimos meses, a empresa assinou contratos para instalação de 136 aerogeradores em 12 parques eólicos no país e já comemora bons resultados do último leilão realizado na segunda semana de agosto.

De acordo com Eduardo Ângelo, diretor de energias renováveis da Siemens no Brasil, o mercado brasileiro possui enorme potencial para energia eólica, por isso a empresa tem planos de longo prazo no País e pretende aumentar ainda mais sua participação no setor.  

Um dos grandes diferenciais da companhia no Brasil é sua forte presença no setor de energia do País. Há mais de cem anos em terras brasileiras, a Siemens conseguiu participar de forma marcante da infraestrutura local. Hoje, mais de 50% da energia gerada aqui passa por equipamentos Siemens e atualmente a empresa está participando de projetos para modernização dos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia, com destaque para novos projetos em eólica e smart grids

A companhia também fornece equipamentos, tecnologia para cogeração (turbinas), PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) e sistemas de geração solar PV e CSP. A empresa é a fornecedora de turbinas eólicas para aplicação offshore, responsável por mais de 50% destas instalações em todo o mundo e encomendas que já valem € 11 bilhões.

No exercício de 2009, a receita da empresa proveniente do seu portfólio verde alcançou aproximadamente € 28 bilhões, tornando-a a maior fornecedora do mundo em tecnologias que respeitam o meio ambiente. No mesmo período, os produtos e soluções possibilitaram uma redução de 270 milhões de toneladas de emissões de CO2. Este volume é equivalente às emissões somadas de CO2 de
Nova York, Tóquio, Londres e Berlim. 

Também em 2009 a companhia instalou mais de 2.100 megawatts com novas turbinas eólicas, aumentando sua base instalada para cerca de 11 mil megawatts. O conjunto de usinas eólicas com turbinas Siemens atualmente economiza mais de dez milhões de toneladas de emissões de CO2 por ano.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Saneamento: os ganhos da eficiência energética

Parceria entre Cedae e Light para eficientização energética da Estação de Tratamento do Guandu, na Baixada Fluminense (RJ), gera economia de 19 mil MWh/ano e de R$ 3,6 milhões anuais para concessionária de água
 
Pedro Aurélio Teixeira, para o Procel Info
 

Estação de Tratamento do Guandu:
abastecimento de água com mais
eficiência energética


Uma parceria entre a Companhia de Água e Esgoto do Estado do Rio de Janeiro (Cedae) e a Light, distribuidora de energia, possibilitou a realização do programa de eficientização energética na Estação de Tratamento de Água do Guandu. A Light investiu R$ 20 milhões no programa. A ETA Guandu, localizada no município de Nova Iguaçu (RJ), é responsável por 80% do abastecimento da região metropolitana do Rio de Janeiro. A eficientização proporcionou uma economia de energia de 19 mil MWh/ano e uma redução nos gastos anuais com energia da ordem de R$ 3,6 milhões.

O projeto de eficientização da ETA Guandu consistiu em uma série de trocas de equipamentos por um maquinário mais moderno. O presidente da Cedae, Wagner Victer, explica como foi a ação. "Grande parte da energia que era perdida no processo foi reprogramada e ao mesmo tempo houve a troca por equipamentos mais eficientes energeticamente", conta.  Mario Javaroni, gerente de Serviços de Infraestrutura da Light, explica que foi feito um retrofit das válvulas do sistema de retrolavagem do filtro da estação, que eram muito antigas. "Eram 208 válvulas que estavam desde o início da construção da estação e se encontravam muito avariadas, permitindo muita passagem de água", relata. A estação do Guandu, considerada a maior do mundo, foi inaugurada em 1955.

Segundo Victer, a ideia do programa de eficientização das estações surgiu quando ele era secretário de Energia do Rio de Janeiro, cargo que ocupou entre 1999 e 2005. Na época, ele avistou que a Cedae tinha um grande potencial para projetos de eficiência energética e quando foi convidado para assumir a presidência da empresa, em 2006, sugeriu à Light que aplicasse parte dos recursos para eficiência energética que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) determina na concessionária de água e esgoto. "A Cedae possivelmente é o maior consumidor da Light e assim foi aprovado um conjunto de projetos, que começou com o da estação Juramento, mas o do Guandu é um projeto grande", destaca.

Ela é formada pela junção das águas dos rios Ribeirão das Lajes, Piraí e Paraíba do Sul. O sistema funciona da seguinte forma: a água é captada no Guandu, vem barrenta, passa pelo filtro e depois vai ser bombeada para a cidade. Com o passar do tempo, o filtro vai ficando sujo. É bombeada uma água no sentido contrário da água do Guandu para passar dentro do filtro e levar a sujeira para outro canal. O sistema mostrava-se incapaz de fazer a suspensão da sujeira do filtro e a Cedae adotou como alternativa pegar a conexão do reservatório de Marapicu, 110 metros acima da ETA Guandu, e jogar a água de volta para fazer a retrolavagem. "A economia de energia é recorrente justamente do resultado que o projeto trouxe para a instalação, de não ter que pegar a água de Marapicu para fazer a retrolavagem do filtro", conta Javaroni.

O setor de saneamento e abastecimento é um dos maiores mercados para o desenvolvimento de projetos de eficiência energética. Para Wagner Victer, um projeto de eficiência nesse setor não é vantajoso apenas pela economia de energia. "Um projeto de eficiência nessa área tem efeitos colaterais positivos, porque um sistema de esgoto mais eficiente causa menos poluição. Um abastecimento de água energeticamente mais eficiente oferece mais água para a população", afirma.
Um projeto de eficiência nessa área tem efeitos colaterais positivos, porque um sistema de esgoto mais eficiente causa menos poluição. Um abastecimento de água energeticamente mais eficiente oferece mais água para a população, diz presidente da Cedae

Javaroni também concorda com o presidente da Cedae quanto ao potencial de mais projetos de eficiência na área de saneamento e abastecimento. "Esse setor tem muita perda e, por conta disso, um potencial muito grande de redução de consumo de energia. A economia de energia deve ser associada ao processo de bombeamento de água para abastecimento", observa.

O presidente da Cedae aponta que no projeto da estação do Guandu houve um diferencial na comparação aos demais projetos de redução de energia: a reutilização da água. "Não é apenas um projeto de economia de energia, ele teve uma vertente ambiental e social que extrapolou a economia de energia", conta.

A Cedae também tem uma preocupação com energia. A concessionária conta com uma equipe que cuida especificamente da parte de contratos de energia, um dos principais itens de custo da empresa. A equipe tem três engenheiros e é coordenada por Mario Rocha, que já foi vice-presidente da Ampla. Victer conta que a Cedae também desenvolve projetos próprios de eficiência energética, como os de correção de fator de potência e redução de perda. Ele também adianta que a nova sede da Cedae, na rua Presidente Vargas, no Rio de Janeiro, será um prédio sustentável. “É um prédio energeticamente bastante atual, com reaproveitamento de água da chuva e sistema de iluminação de baixo consumo”.

O Programa de Eficientização Energética da Cedae em parceria com a Light contemplou outras quatro estações: a Estação Elevatória de Água (EEA) do Juramento, em Vicente de Carvalho, em que foram investidos R$ 2,7 milhões e houve uma economia de energia de 3.270 MWh/ano; a EEA Acari, um investimento de R$ 2,1 milhões e uma redução de 3.507 MWh/ano; EEA Guaicurus, no Rio Comprido, que demandou R$ 1,9 milhão e economia de 1.600 MWh/ano; e Estação Elevatória de Esgotos (EEE) André Azevedo, em Copacabana, investimento de R$ 2 milhões e 2.400 MWh/ano economizados.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Eficiência Energética - Ajuda Eficiente

Fonte: Eletrobrás
Brasil - O interessado em comprar um imóvel conta com mais um aliado na hora de avaliar o negócio – a etiqueta que aponta o nível de eficiência no uso da energia elétrica das edificações. 
 

 
Fruto da parceria entre o Procel Edifica, subprograma da Eletrobras/Procel, e o Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a etiqueta já foi emitida para 80 edificações, sendo 54 para construções comerciais e 26 residenciais. 
 
Juntos, estabelecimentos comerciais e residências representam 43% do consumo de energia elétrica no Brasil, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A bem sucedida experiência de classificação e etiquetagem de eletrodomésticos, divididos em cinco faixas de consumo, serviu de modelo para a etiqueta das edificações, que começou a ser emitida em 2009 para edifícios públicos e comerciais e em 2010 para residências. Uma construção certificada na faixa A, a mais eficiente, chega a proporcionar ao usuário uma economia de 30% a 50% na conta de luz. “Basta que o arquiteto e o engenheiro façam um projeto eficiente. Se isso não ocorrer, o custo acaba transferido para o usuário”, alerta Fernando Perrone, gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética (DTP) da Eletrobras/Procel.

Bem de maior durabilidade que pode ser adquirido por uma pessoa física, a residência tem seus custos de manutenção cada vez mais levados em conta na hora da compra. Experiências do mercado imobiliário demonstram que o consumidor está, sim, disposto a desembolsar mais agora para economizar no futuro. “Pesquisas no Guarulhos Flex apontaram que 62% dos clientes que conheciam a etiqueta Procel Edifica estavam dispostos a pagar mais pelo apartamento, ou seja, a perspectiva de aceitação é promissora”, avalia Mauricio Bernardes, gerente de Desenvolvimento Tecnológico da construtora Tecnisa. Com imóveis avaliados em mais de R$ 100 mil, o Guarulhos Flex foi o primeiro empreendimento do estado de São Paulo a receber a etiqueta Procel Edifica. O condomínio ficou classificado na faixa B de consumo, o que representa um aumento de 1% a 1,5% nos preços dos apartamentos.

A tendência, de acordo com o gerente da Tecnisa, é que os consumidores exijam cada vez mais imóveis sustentáveis, pois eles estão entendendo claramente – e valorizando – os benefícios de construções com alto padrão em termos de sustentabilidade. Assim, de acordo com Bernardes, “a aderência da sociedade e a credibilidade da etiqueta Procel para eletroeletrônicos foi vista pela Tecnisa como uma oportunidade de adotar o mesmo conceito para edificações”.

Ventilação, iluminação e água

A boa utilização da ventilação e iluminação naturais, a eficiência dos sistemas de aquecimento de água e o desempenho térmico de revestimentos em coberturas e fachadas são alguns dos requisitos técnicos considerados no processo de etiquetagem, segundo os padrões estabelecidos em conjunto pela Secretaria Técnica de Edificações, coordenada pelo Procel Edifica, e o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A ideia é integrar os conceitos de conforto ambiental da arquitetura aos de construção sustentável da engenharia civil.

Para que essa integração seja possível, porém, é essencial que os profissionais que planejam as edificações tenham consciência de que ela não só é possível como desejável. “Atuamos diretamente no processo de formação e capacitação de mão de obra qualificada”, informa Perrone. Nessa frente educacional, a Eletrobras/Procel trabalha em parceria com 14 universidades federais, espalhadas por todas as regiões brasileiras, e uma privada, a PUC do Paraná.

O trabalho do Procel Edifica começa a ser valorizado pela sociedade. Por atuar não só na elaboração de processos de certificação de eficiência energética para edificações, como também na pesquisa acadêmica, capacitação de profissionais, conscientização da população e disseminação de boas práticas no mercado, o programa foi indicado ao prêmio Green Building Brasil na categoria "Políticas Públicas Sustentáveis".