quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Eficiência energética e sustentabilidade


Por José Starosta*, na Sala Infraestrutura do Brasilianas.org
Como sempre, apenas com o nível de água nos reservatórios brasileiros beirando o limite que o alerta da sociedade é ligado. 


Nesse momento, os jornais são inundados de reportagens a respeito dos problemas enfrentados pelo País no setor, seja sobre como e onde investir recursos para evitar o temível apagão, seja sobre o iminente racionamento de energia. Sofrem os cidadãos, sofre a indústria, e um clima de incerteza paira no ar. 

Aí então aparece o mesmo culpado de sempre: São Pedro. 

Para que os fatos acima citados não ocorram novamente, algumas medidas práticas podem colaborar no curto prazo para evitar o clima de desespero que geralmente se instala. 

Aliviar o consumo de energia é uma delas. Para isso, é fundamental fazer o diagnóstico de cada instalação. Tanto em uma indústria, quanto em prédios comerciais, shopping centers ou residências, o primeiro passo é entender quais são as cargas, o consumo maior em função do que se tem instalado. 

A partir do momento em que isso for identificado por meio de diagnóstico, é necessário começar a aplicar técnicas, como novos métodos de consumo e mudanças na forma de trabalhar, bem como investir em tecnologias, como a modernização dos equipamentos em função do tipo de carga que está sendo alimentada.

É importante salientar que o gasto de energia pode ser dividido em duas partes: de um lado a potência dos equipamentos e, de outro, o tempo de uso - como são usados esses equipamentos. 

Trocar lâmpadas ajuda, mas, fundamentalmente, é importante identificar o funcionamento e uso de outros itens: como a roupa é lavada e secada, como a louça é lavada, como o aquecedor funciona, se existe ou não uma ajuda solar. 

A própria rotina de uso ajuda a reduzir a energia e a garantir a manutenção dos equipamentos. Por exemplo, geladeiras com borrachas não adequadas e sistemas não atualizados são grandes vilões em termos de eficiência energética. É preciso ficar atento e periodicamente fazer uma revisão dos componentes. 

Em residências, uma simples mudança de comportamento reduz de 15% a 20% o gasto com energia. Em prédios comerciais varia, podendo ser reduzido 10%, 15% até 20%. Em indústria, é possível atingir uma redução de 10%. 

Essas medidas não resolvem, mas ajudam muito, na medida em que evitam o desperdício de energia enquanto não há um programa conjunto de ações e investimentos em eficiência energética. 

No Brasil, existem programas interessantes, como o Programa de Eficiência Energética (PEE) da ANEEL, que, no início garantia recursos para projetos de eficiência energética, mas acabou se transformando em um programa de viés social, com foco na troca de equipamentos para cidadãos de baixa renda. 

As próprias indústrias e corporações também têm os seus programas. São investimentos isolados que, se bem dimensionados e incentivados, poderiam fazer uma grande diferença. 

Outra forma de incentivar ações de eficiência energética no País é investir em conhecimento técnico. As escolas deveriam formar pessoas e a sociedade deveria estar mais informada sobre o tema, pois no momento em que se começa a entender que eficiência energética está relacionada à sustentabilidade e que deve ser uma ação estrutural nas empresas, os projetos começam a sair. 

Vale destacar que esse é um investimento que se paga muito rapidamente, porque à medida que os custos passam a ser mitigados com a própria conta de energia, o projeto torna-se autofinanciado. 

Além disso, agregam valor, como qualidade de energia, produtividade, redução de insumos, redução de água e aumento de confiabilidade nas indústrias.

*José Starosta, engenheiro, é presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia – ABESCO

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Em fase de teste, bandeira tarifária permite planejar consumo

Em 2013, a Aneel vai introduzir o sistema de Bandeira Tarifária, que vai informar ao consumidor se ele vai pagar mais caro ou mais barato pela energia que consome, de acordo com o custo da geração. Em 2014, será obrigatório


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a partir de 2014, vai implantar um sistema no qual o consumidor vai saber, 


antecipadamente, se vai pagar mais caro ou mais barato pela energia elétrica que vai utilizar, a depender das condições de geração da eletricidade. É a Bandeira Tarifária, que já está em fase de teste, em caráter educativo, até o final de 2013.

Com a novidade, as contas de energia virão indicando as variações de preço com uma bandeira, que poderá ser verde, amarela ou vermelha. As distribuidoras de energia divulgarão, na fatura, a simulação da aplicação das bandeiras para o subsistema de cada região do Sistema Interligado Nacional (SIN).

Atualmente, os custos da geração e as diferenças de demanda da energia já são repassados ao consumidor residencial, no entanto, é feito de uma vez só, no reajuste tarifário anual. Para a indústria, já há uma diferenciação, porém é feita por horário em um período fixo, explica José Starosta, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Conservação de Energia (Abesco).

Para ele, a Bandeira Tarifária poderia ter sido implantada há mais tempo, como forma do consumidor se planejar para equilibrar o consumo, já que teria noção do custo da energia para o mês seguinte.

Apagão“O Brasil consumia cerca de 430 terawaltt-hora por ano (TWh/ano) em 2011. A sociedade aprendeu a economizar no “apagão” de 2001, depois relaxou um pouco. Ao contrário do restante do mundo, estamos muito bem de potencial energético. Tem água no Sul e Sudeste. No Nordeste, tem um vento fantástico. Mas a eficiência energética é muito importante”, analisa Starosta.

Por causa da baixa nos reservatórios e o consequente uso da energia das termelétricas – que é mais cara -, a indicação apresentada seria a bandeira vermelha, o que significa que a tarifa estaria mais cara próximo mês. Conforme o consultor de energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiece), Jurandir Picanço, a alta não seria na mesma proporção do desconto dado pelo Governo Federal às contas de energia, mas certamente, reduziria o corte.

“Esse mecanismo é muito salutar. Na situação que estamos agora, seria a bandeira vermelha, que corresponde o valor da tarifa superior ao da normal. Se começar a chover muito, o preço vai cair e a bandeira muda”, exemplifica Picanço.

O especialista afirma que o novo sistema é bom para a indústria, que pode se planejar para fazer um estoque no caso de energia mais barata ou reduzir a produção em caso de energia mais cara. “Se você tem que pagar, é melhor que você saiba que está pagando do que levar um susto depois. É uma alternativa inteligente, porque o consumidor participa mais efetivamente sua conta”.

ENTENDA A NOTÍCIA

Com a Bandeira Tarifária, as contas de energia irão detalhar o preço que o consumidor paga pela geração. O usuário saberá, por exemplo, se a energia é gerada por hidrelétricas (mais baratas) ou térmicas ( mais caras)

SERVIÇO

Cartilha da Aneel sobre como economizar energia: 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Cartilha fornece dicas de eficiência energética para micro e pequenas empresas

Por Portal EcoD

A energia movimenta o mundo. Para que ela e os demais recursos naturais não acabem de vez, a ordem é consumir apenas o necessário, sem desperdícios. 


Este princípio da economia verde, ou seja, a aplicação da sustentabilidade nos negócios, é uma atitude inteligente e de bom senso de quem pensa no presente e no futuro do planeta, segundo a cartilha Eficiência Energética, da série Ideias de Negócios Sustentáveis do Sebrae.

Uma análise profunda e cuidadosa de todo o processo de produção e gestão de uma empresa mostra claramente onde estão os excessos e permite um planejamento para o uso adequado, de acordo com o guia.

Para reduzir a conta de energia elétrica utilizada no setor industrial, comercial e de serviços, uma sugestão é a substituição por fontes renováveis, como eólica e solar, por exemplo, que estão disponíveis o tempo todo e não correm risco de esgotamento. 

"É necessário um investimento inicial para a compra do sistema de placas fotovoltaicas, que captam e armazenam a luz do Sol. 

A compensação vem com a economia financeira após o pagamento desta despesa e a grande contribuição para a saúde do meio ambiente", pondera o documento.

Entre as opções para redução do custo de energia elétrica nas micro e pequenas empresas está o Programa Sebrae de Eficiência Energética, cujas ações têm foco específico neste segmento. 

O primeiro passo é uma autoavaliação do uso de energia. 

Com o resultado em mãos, um consultor visita a empresa para analisar o que pode ser feito.

Em seguida, implementa um modelo de gestão de energia elétrica acompanhado de orientações necessárias. 

A consultoria em eficiência energética é uma ferramenta do Programa Sebrae de Consultoria Tecnológica (SebraeTec).


Organizações Sustentáveis: Eficiência Energética ISO 50001:2011

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Brasil aumenta uso da energia em sua produção

País segue na contramão da América latina e Caribe, que requerem cada vez menos energia para produzir
Da redação, com informações da Agência Brasil

Crédito: Stock Xchng













Estudo publicado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) revelou que entre 1990 e 2011 a quantidade de energia necessária para produzir uma unidade monetária de produção caiu de 1,42 para 1,28, na região, enquanto que no Brasil, esse indicador subiu de 1,38 para 1,42.

De acordo com a comissão, a relevância do indicador está no fato de que o aumento do consumo energético para alcançar um Produto Interno Bruto (PIB) maior se traduz em mais pressão sobre os recursos naturais.

O diretor da Divisão de Recursos Naturais e Infraestrutura da Cepal, Hugo Altomonte diz que não se pode afirmar concretamente que a intensidade energética do Brasil tenha crescido substancialmente. 

Pode-se afirmar que permaneceu aproximadamente constante, pois os valores encontrados e os supostos crescimentos estão no limite do estatisticamente significativo.

Para Altomonte, deveria se questionar por que a intensidade energética do Brasil não baixou quando isso ocorreu em outros países da região. “É possível apontar alguns fatores como causadores desta situação. 

Por exemplo, embora o setor de transportes e comunicações tenha se mantido quase constante em relação à sua participação econômica no PIB agregado, representando aproximadamente 7,5% do total, a participação deste setor no consumo final de energia, cresceu nos últimos seis anos em torno de 3,6 pontos percentuais, explicou o diretor da Cepal.

Isso significa, de acordo com Hugo Altomonte, que a relação entre o consumo energético do setor e seu nível de atividades cresce em termos relativos, afetando o valor da intensidade energética quando se somam todos os setores.

Outro fator determinante, na opinião do diretor, é o forte crescimento que tiveram nos últimos anos outros setores produtivos energético-intensivos, como o setor de construção, a indústria de manufatura, especialmente as indústrias extrativas e minerais.

“Com o crescimento destes setores altamente consumidores de energia, mais que proporcionalmente em relação ao PIB agregado, é evidente que a demanda energética dos mesmos será equivalentemente maior. 

Por isso, este crescimento deverá se refletir como um incremento na intensidade energética agregada ou ao menos na estabilidade do seu valor, se considerarmos os esforços que o Brasil vem fazendo para promover o uso racional e eficiente da energia”, disse o diretor da Cepal sobre a questão da intensidade energética no Brasil.

Indicador

O indicador do Cepal é calculado com base no coeficiente de consumo total de energia e o Produto Interno Bruto (PIB) em dólares a preços constantes de 2005. O documento também traz outros indicadores sobre desenvolvimento econômico, social e ambiental dos países da América Latina e Caribe.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

EÓLICA - Leilão A-3 pode não ter mais ICG

Ideia é eliminar gargalos da transmissão com planejamento prévio de demanda
Por Fabíola Binas


Crédito: SXC.hu














O governo continua a estudar soluções para os gargalos na transmissão que têm prejudicado a expansão da geração no país. Entre eles, as centrais de conexão responsáveis pela ligação parques eólicos ao sistema interligado (ICGs), devem deixar de existir nos próximos leilões A-3. 

“Nesses certames, as empresas não contariam mais a opção da ICG, tendo buscar áreas com subestações, em operação ou que já tenham sido licitadas”, explicou o diretor de Estudos de Energia Elétrica, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos de Miranda.



Pensadas inicialmente como um meio de reduzir os custos das usinas com transmissão, as ICGs são centrais que foram idealizadas para conectar os parques localizados no interior, eliminando a necessidade da construção de grandes linhas. 

Mas como o estudo para definição de quais subestações seriam construídas foi feito somente após o leilão, parte dos projetos acabou atrasando, sendo que alguns parques ficaram prontos, mas não puderam injetar energia na rede.

O próprio diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, chegou a sugerir que o governo abandonasse a ideia de usar essas estruturas na época em que o problema começou a se agravar. 

“Com isso resolveríamos em parte os problemas das usinas ficarem prontas sem a ICG estar operando”, explicou o diretor da EPE.

Miranda contou que o governo está fazendo ajustes para aprimorar o planejamento da transmissão, como por exemplo, a detecção das regiões que têm potencial para energia eólica, biomassa ou de PCH, por meio dos empreendimentos que foram habilitados para leilões passados, mas que não venderam. 

“Com certeza eles vão estar nos próximos leilões”, disse ao analisar dessa demanda pode dar sinais das regiões que necessitam de capacidade de transmissão, para que a usinas se viabilizem.

A ideia é identificar as regiões que tem mais potencial de prover maior capacidade de transmissão para que as usinas se conectem. Os novos ajustes poderão ser percebidos em menor em escala já nos leilões deste ano, sendo intensificados até 2015. 

“Assim estará tudo mais planejado, com uma capacidade maior”, previu o representanet da EPE.

Investidor
Para assegurar o escoamento da eletricidade gerada para os futuros parques eólicos que erguerá nas cidades maranhenses de Paulino Neves e Tutóia, a Bioenergy, anunciou que investirá R$ 110 milhões na construção de uma linha de transmissão de 230kV com 240 quilômetros de extensão. 

Além disso, a empresa pediu à Aneel, uma autorização para transferir quatro projetos de parques, antes previstos para construídos no Rio Grande do Norte, para serem viabilizados no Maranhão.

“Para estes quatro, estamos em processo de autorização, caso contrário não teríamos condições de conectá-los no prazo”, comentou o presidente da Bioenergy, Sergio Marques, ao lembrar que o planejamento da transmissão, após a realização do leilão tem se mostrado “incoerente”. 

A mudança dos projetos para o Maranhão, onde a companhia construirá os parques, possibilitará que seja mantido os prazos contratuais de 120MW em eólicas.

Marques acredita que será possível manter a lucratividade do negócio mesmo diante do aporte de mais de R$ 100 milhões na linha. “Vamos otimizar os custos, antecipar os projetos”. 

Ele afirma que o planejamento eficiente aliado ao gerenciamento da implantação garantirá os ganhos. “O mix de todos os projetos, com parte da energia comercializada em outro ambientes, me dá uma tarifa média de R$ 107”, contabiliza. 

Ao todo, a linha construída pela Bioenergy atenderá 13 parques.

Outra empresa que está com problemas em relação às ICGs é a Renova Energia, que tem problemas com o complexo Alto Sertão (294,4 MW). 

Matéria veiculada em uma emissora, na última semana, afirmou que a empresa também estaria com planos de construir uma linha de transmissão. Procurada pela reportagem, a empresa não retornou até o fechamento desta matéria.

Fonte: www.jornaldaenergia.com.br

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Governo publica lei que permite baratear conta de luz

Plano prevê que energia fique 20,2% mais barata a partir de fevereiro.
Lei renova concessões e elimina encargos da conta de luz.
Fábio AmatoDo G1, em Brasília


A presidente Dilma Rousseff sancionou a lei 12.783, que renova concessões do setor de energia e permite o barateamento da conta de luz dos brasileiros. A lei foi publicada na edição desta segunda-feira (14) do "Diário Oficial da União".

De acordo com cálculos do governo federal, as medidas previstas na lei vão levar a uma redução média de 20,2% na tarifa de energia a partir de fevereiro.

A lei permite ao governo prorrogar, por até 30 anos, concessões de geração (usinas hidrelétricas e térmicas), transmissão e distribuição de energia que vencem entre 2015 e 2017. 

Em troca, esses concessionários tiveram que aceitar receber, já a partir de 2013, uma remuneração até 70% inferior pelo serviço prestado.

Uma parte da redução na conta de luz vem através dessa medida. A outra vem da eliminação, da conta de luz, de dois dos encargos setoriais incidentes: a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) e a Reserva Geral de Reversão (RGR). Já a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) será reduzida a 25% de seu valor atual, e assume o custeio de programas contidos nos outros dois.

A energia produzida pelas usinas cujas concessões estão sendo prorrogadas, mais barata por conta do corte na remuneração desses agentes, será transformada em cotas e repartida entre todas as distribuidoras do país. 

Dessa maneira, segundo o plano do governo, o barateamento na conta de luz vai poder chegar a todos os brasileiros.

Vetos
O texto publicado nesta segunda-feira apresenta seis vetos em relação ao aprovado pelo Congresso. Os vetos dizem respeitos a assuntos técnicos, que não alteram as regras para o barateamento de energia.

Dois deles são relacionados à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O primeiro previa que a agência definisse padrões de saúde e segurança no trabalho e de respeito aos direitos e garantias dos consumidores a serem submetidos pelas operadoras. 

Outro previa que a Aneel definisse atividades acessórias que poderiam ser executadas com terceiros.

Segundo o governo, a razão do veto, nesses casos, ocorre porque os incisos pretendiam atribuir à Aneel "competência estranha à sua finalidade", além de os assuntos já serem tratados em outras legislações, como a trabalhista e a de defesa do consumidor.

Um terceiro veto é com relação à devolução, às operadoras, de montantes arrecadados com a Taxa de Fiscalização de Serviços de Energia Elétrica que não forem utilizados. 

Na opinião do governo, a devolução da taxa aos empreendedores "desvirtua a vinculação do produto da arrecadação da atividade que deu causa à sua instituição", contrariando a Constituição.

Briga
O plano do governo foi aceito por todas as concessionárias atingidas pela medida, com exceção de usinas hidrelétricas administradas pela Cesp, Cemig e Copel, empresas controladas, respectivamente, pelos governos de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

A recusa das três empresas levou o governo a anunciar, em dezembro, que a redução na conta de luz ficaria em 16,7%, menor que os 20,2% previstos anteriormente. E a acusações de que os governos desses estados, controlados PSDB, partido que faz oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), haviam recusado a proposta para prejudicar o plano.

Cesp, Cemig e Copel negam que a decisão seja política. As empresas alegam que se recusaram a participar do plano porque as remunerações e indenizações oferecidas pelo governo para suas usinas eram muito baixas.

Mais tarde, representantes do governo federal informaram que medidas adicionais seriam adotadas para permitir a redução de 20,2% anunciada pela presidente Dilma.

Revisão e novos leilões
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner, disse nesta segunda que a revisão extraordinária das distribuidoras de energia, para aplicar a redução de 20,2% nas tarifas cobradas dos consumidores, será votada até o final de janeiro. 

Segundo ele, está confirmado o início da cobrança mais barata a partir de 5 de fevereiro.

Junto com a revisão extraordinária, disse Hübner, também será definida a cota de energia para cada uma das distribuidoras. S

Segundo o diretor, antes disso, porém, o governo precisa definir o aporte a ser feito pelo Tesouro para que o barateamento da conta de luz passe de 16,7% para 20,2%.

De acordo com a lei, as concessões que não foram prorrogadas serão licitadas novamente, sob as mesmas regras de agora, ou seja, com remuneração mais baixa pela prestação do serviço.

As atuais concessionárias poderão continuar a frente dos empreendimentos após o vencimento, até que a outra empresa, vencedora do novo leilão, assuma. 

Se não aceitarem, o governo pode contratar agente para administrá-los durante a transição.

Solução para economizar energia e água

A Eletrobras, por meio do Procel Indústria, e o Sebrae lançaram o software Avalie que vai ajudar as pequenas e médias empresas a economizar água e energia. 



O software, que pode ser baixado no site do Sebrae Nacional:


faz o levantamento preliminar dos dados e informações sobre os níveis de eficiência no uso desses recursos, permitindo que os empresários planejem melhor os seus gastos e identifiquem potenciais de conservação de energia, o que aumentará a produtividade e a competitividade das empresas.

O programa de computador é um dos produtos do convênio firmado entre o Sebrae-RJ e a Eletrobras, também por meio do Procel Indústria. 

O objetivo do acordo, que vigorou entre 2007 e 2011, foi desenvolver ações para reduzir o desperdício e estimular o uso racional e eficiente de energia elétrica e água em micro e pequenas empresas

O desenvolvimento do software levou cerca de um ano e recebeu investimentos de R$ 28 mil, sendo quase R$ 20 mil da Eletrobras.

“A Eletrobras, por intermédio do Procel Indústria, considera que esse tipo de iniciativa agrega valor ao produto que oferecemos a sociedade: uma energia limpa e sustentável. 

O uso eficiente de energia faz parte do DNA de nossa companhia desde sua criação, e foi reforçada com o início do Procel na década de 80. 

Acreditamos que o software Avalie vai trazer benefícios para os empresários, mas também para a sociedade, que terá mais energia disponível para o crescimento da economia”, explica Marco Aurélio Moreira, gerente da Divisão de Eficiência Energética no Setor Privado da Eletrobras.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A eficiência energética dos motores a combustão


Enviado por luisnassif
Por Leandro_O
Gostaria de compartilhar algo que me intriga há tempos.
Considerando a multiplicidade de conhecimento dos frequentadores desse espaço, creio que poderão ajudar a esclarecer se a ideia é válida ou não, se tem fundamento ou não.
Trata-se do impacto que os automóveis de hoje causam no meio ambiente. Para os engenheiros mecânicos, é fato que os motores a combustão, como máquina de produzir movimento, são ótimos fornos, a eficiência energética é risível e nunca me conformei com o fato de ninguém levantar a questão a sério.
Fiz umas contas rápidas, estimando alguns valores, vejamos:
1. Frota global: em torno de 1 bilhão de veículos (WardsAuto.com)
2. Estimativa de uso: 500 milhões de veículos (número baseado no Anuário 2011 da Anfavea, onde nos países ricos a taxa é de mais de um veículo por habitante, porém não inclui China, Índia e muitos outros países)
3. Estimativa de uso por dia: 20 km (vamos trabalhar com números baixos)
4. Total de km rodados no mundo inteiro: 10 bilhões
5. Estimativa de consumo médio: 10 km por litro
6. Total de combustível necessário: 1 bilhão de litros.
7. Caloria: energia necessária para se elevar um grama de água em um 1ºC (de 14.5ºC para 15,5ºC)
Caloria aproximada existente em um litro de gasolina: 8.000.000 calorias (algumas fontes dão como 31.000kcal por galão)
8. Total de calorias por dia com gasolina, no mundo: 8 milhões de bilhões de calorias (8x10^15)
9. Perdas do motor a combustão = 62,4%
Total de calorias desperdiçadas transformadas em calor = 5 milhões de bilhões de calorias (5x10^15)
graphic showing energy losses in vehicle described below
10. Massa estimada da atmosfera terrestre = 5x10^21 g
11. Impacto sobre a atmosfera terrestre = se 1 caloria é necessária para aumentar a temperatura de uma grama de água em 1 grau Celsius, podemos simplificar estimando que seriam necessárias 5x10^21 calorias para aumentar a temperatura da atmosfera em 1 grau. 
Com esses cálculos simplificados, teríamos uma quantidade 1 milhão de vezes menor (5x10^15 calorias).
Porém, esse resultado seria por dia, logo, em 1.000 dias, ou 2 anos e 9 meses, teríamos uma milésima parte, o que não é pouco. 
Considerando ainda que alguns dados foram estimados de certa forma a simplificar os cálculos e a análise, o impacto pode ser pior, por exemplo, utilizou-se 1 bilhão de litros de combustível, mas de acordo com US Energy Information Adminsitration (www.eia.gov), o consumo mundial de gasolina, por dia, é de 3,508971 bilhões de litros por dia (22,069 milhões de barris por dia) – para 2010. 
Para destilado de petróleo, onde se inclui o diesel, o valor é de 3,97 bilhões de litros por dia (24,9966 milhões de barris por dia). Já o consumo mundial de petróleo por dia é de 13,89 bilhões (87,36 milhões de barris) – ou 13,99 bilhões de litros de petróleo (88 milhões de barris), segundo dados do BP Statistical Review of World Energy June 2012. 
Ou seja, há muitos tipos de motores que geram grande quantidade de calor que não foram incluídos (embarcações, aeronaves, motores de geradores a diesel, etc.), somente veículos.
Claro que há muitas variáveis que influenciam no cálculo: quantidade rodada por dia, consumo de combustível para os diferentes tipos de motores, diferença de eficiência energética dos diferentes tipos de motores, diferentes tipos de combustível utilizados que resultam diferentes entalpias, etc. 
Mas enfim, um milésimo do que seria necessário para elevar a temperatura de toda a atmosfera, é algo no mínimo preocupante para continuarmos a aceitar esses veículos cujo coração é uma máquina totalmente ineficiente.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Remuneração para investimentos deve ser a pauta principal para transmissão em 2013

Credibilidade do setor foi colocada em xeque em 2012, após as várias ocorrências de grandes proporções
Por Maria Domingues

Crédito: Getty Images













A definição de uma sistemática para remuneração dos investimentos que serão feitos para melhorar o sistema de transmissão brasileiro, cuja confiabilidade foi colocada em xeque em 2012, deve centralizar a pauta do setor de transmissão em 2013, afirmam especialistas do setor elétrico.


Para José Cláudio Cardoso, presidente da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), 2013 será o ano da “consolidação dos efeitos da Medida Provisória 579 no segmento”. 

A MP dispõe sobre a renovação das concessões do setor elétrico vincendas até 2017 e sobre a redução das tarifas de energia elétrica.

Dos nove contratos de transmissão contemplados pela MP579, todos foram renovados. A adesão 100% só foi possível graças à publicação da MP591, que complementou a anterior, e tornou indenizáveis os investimentos não amortizados nos ativos existentes antes de 2000, que não constavam no texto original. 

A divulgação por parte do Governo Federal dos valores referentes à essa indenização também deve movimentar o setor neste início de 2013.

Para Cardoso, um grande “upgrade” nos ativos de transmissão é necessário. Mas antes que as empresas definam como e quando farão esses investimentos, o Governo Federal deve definir como será realizada essa compensação. 

“Como será feita a remuneração desses investimentos? É a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que vai definir isso? Essas são as grandes perguntas do setor de transmissão que devem ser respondidas no próximo ano”, disse.

“A desculpa do raio está ficando cada vez mais difícil de aceitar”, afirmou Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), ressaltando a necessidade da realização de investimentos para melhorar a confiabilidade e lembrando que 2012 foi o ano em que a confiabilidade do sistema elétrico foi colocada em xeque.

Eventos de grande proporção, que aconteceram especialmente de setembro pra cá, provocaram algumas reações por parte do Governo Federal. 

Uma delas foi a constituição de uma força-tarefa, que vai fazer uma espécie de “pente-fino” em todas as subestações, segundo definiu o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Marcio Zimmermann. O resultado dessas inspeções também está prometido para o início do ano.

Pires acredita que uma outro assunto que pode dominar as discussões diz respeito à desburocratização do sistema de licenciamento ambiental, considerado por muitos o grande gargalo do setor e responsável pelo atraso de muitas obras. 

Alexandro Furtado Montes, da consultoria de investimentos Lopes Filho, acredita que todas as cartas já estão na mesa para o setor de transmissão.

“Algo que poderá impactar é a questão do custo médio ponderado de capital (WACC), que deverá fazer parte das discussões sobre a metodologia do quarto ciclo de revisão tarifária das distribuidoras, mas atinge a transmissão”, disse.

www.jornaldaenergia.com.br


Bandeira tarifária vem para mudar a cultura do consumidor de energia brasileiro

Nova sistemática será testada a partir de 2013, refletindo o real custo da energia mês a mês

Por Wagner Freire



A aplicação das chamadas bandeiras tarifárias a partir de 2013 deve contribuir para mudar a cultura do consumidor de energia elétrica no Brasil. Elas funcionarão como um semáforo de trânsito e refletirão a diferença de tarifa para o consumidor a cada mês.


A resolução que regulamenta a nova sistemática foi aprovada no dia (18/12/2012) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

Os testes iniciarão no ano que vem e, a partir das simulações, ajustes poderão ser feitos na metodologia que, de fato, entrar em vigor em definitivo em 2014.

"Isso muda a cultura que o consumidor está acostumado", afirmou o diretor executivo da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Lúcio Reis. Ele disse que a nova sistemática de tarifação é positiva, pois traz de imediato o custo real da energia naquele mês para o consumidor.

Na avaliação de Reis, essa imediata sinalização do custo da energia obriga o consumidor a fazer um trabalho de gestão do uso da energia, promovendo a eficiência energética, o que resultará em economia de energia. 

“É uma novidade que não é muito simples, mas é por isso que nos estamos fazendo um teste”, disse o diretor da Anace. "Independente das dificuldades, precisamos testar."

Serão três tipos de bandeiras. 

A bandeira verde corresponderá aos intervalos de valores do Preço de Liquidação das Siferenças (PLD) e do Encargo de Serviços do Sistema por Segurança Energética (ESS_SE) até R$ 100,00/MWh. 

Já a amarela será caracterizada pela incidência de R$15,00MWh sobre a bandeira verde. 

Seu acionamento de dará para intervalos de valores de PLD e ESS_SE entre 100,00/MWh e 200,00/MWh. 

E a vermelha se caracterizará pela incidência de R$ 30,00/MWh sobre a bandeira tarifária verde. 
Seu acionamento se dará quando a soma do PLD e ESS_SE ultrapassar R$ 200,00/MWh.

As bandeiras poderão se alternar a cada mês, muito a depender do nível dos reservatórios das hidrelétricas, das afluências previstas e da quantidade de usinas térmicas que estão sendo acionadas em determinado período. 

As distribuidoras são obrigadas a informar na conta de luz qual bandeira está sendo aplicada naquele mês. 

Antes das bandeiras, o custo da energia só era refletido na tarifa no ano seguinte ao consumo, após os processo de ajuste tarifário anual das concessionárias.

Energia do futuro

JANEIRO by ABEGAS REDACAO 
Brasil vai testar em 2013 a smart grid, rede inteligente que permite ao consumidor gerenciar o consumo e ganhar descontos na conta caso produza energia por meio de painéis solares ou de turbinas eólicas.



Há mais de um século, o modelo é o mesmo. O relógio marca a energia recebida, um funcionário confere pessoalmente a medição todos os meses, e a companhia distribuidora cobra o consumidor de acordo com a quantidade de eletricidade gasta.

Agora, chegou a hora de dar inteligência à rede elétrica. A chamada smart grid abre uma via de mão dupla na desgastada relação entre concessionária e público, dando ao consumidor o poder de gerenciar o que gasta e de até mesmo produzir a própria energia. 

A medida, já em uso em países como Japão e Estados Unidos, deve ter os primeiros testes no Brasil a partir de 2013. Com a rede inteligente, some a figura do leiturista e entra em cena o medidor digital, que envia informações periódicas diretamente para a distribuidora.

O próprio consumidor pode conferir no novo relógio o consumo registrado até determinado momento e evitar sustos com a conta no fim do mês. O aparelho de última geração também permite a adoção da tarifa branca, que estipula cobranças diferenciadas de acordo com o horário. 

Mudar o banho para a hora de baixa demanda, por exemplo, pode significar uma economia sem a necessidade de cortes no consumo.

“Quando temos o valor da energia, temos a inteligência que vai nos permitir fazer a verificação no uso dela. 

É como a conta do telefone: nós sabemos o quanto estamos pagando porque a conta vem discriminada”, explica Carlos Alerto Fróes Lima, engenheiro mecânico que escolheu a smart grid como tema de sua tese de doutorado na Unicamp.

A companhia também ganha com a rede inteligente, pois os sensores avisam sobre qualquer problema na transmissão em tempo real, e ainda permitem a resolução de alguns deles sem a necessidade de um técnico. 

Entre as novidades trazidas pela nova tecnologia, contudo, a mais significativa talvez seja a integração de milhares de novos produtores ao sistema: os usuários de coletores de energia renovável. 

Hoje, o consumidor já pode instalar células fotovoltaicas ou microgeradores eólicos em casa, mas, se ele gerar mais do que consome, o saldo excedente precisa ser estocado em baterias ou é desperdiçado.

Já com a rede digital, cada morador pode ser também um fornecedor, ao enviar esses watts a mais de volta para a rede. Com isso, o valor da conta pode ser reduzido. 

Além disso, o novo sistema representa uma importante economia para as redes, ao aproximar a fonte produtora de energia dos consumidores. Em vez de investir milhões conectando regiões distantes, o próprio consumidor poderá transmitir a energia para a subestação, que vai alimentar a vizinhança sem necessidade de viagens longas ou conversões da energia. 

A maior quantidade de eletricidade no sistema e a economia dos horários de pico também podem adiar os constantes investimentos nas usinas e transmissores.

Vai e volta

Para saber quanta energia vem e volta da rede, o consumidor pode requisitar um medidor especial para a concessionária. “Ele vai precisar de um medidor especial, que faz a medição tanto do consumo dele quanto do que ele está injetando na rede”, esclarece André Pepitone, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

No Distrito Federal, o público tem direito à mudança desde o último dia 15. Depois que o próprio morador se encarregar de instalar os painéis ou microturbinas em casa, ele só precisa entrar em contato com a fornecedora de energia para pedir a troca do relógio. 

A distribuidora tem um prazo de 82 dias para fazer o parecer e a vistoria e instalar o ponto de conexão. “A conexão em si não requisita a smart grid, mas ela pode potencializar o conhecimento da forma de uso da energia, tanto consumida quanto gerada”, ressalta Luiz Hernandes, coordenador do grupo de smart grid do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). O monitoramento, de acordo com o especialista, poderá ser feito diretamente pelo computador ou pelo smartphone. 

“Acompanhando no dia a dia, ele poderia tomar decisões de desligar os painéis e reduzir a carga, ou até maximizar a venda de energia para a rede, caso haja estímulo de tarifa nesse sentido”, exemplifica Hernandes. Em outros países, essa gestão é fundamental para um saldo positivo na conta mensal. 

Quando o sistema smart foi implantado na Austrália, por exemplo, os clientes recebiam pela energia gerada um pagamento três vezes maior que a tarifa cobrada pelas concessionárias. Já no Brasil, o cálculo deve ser um pouco mais simples — e menos animador. 

“O relógio mede as duas (energia gasta e produzida) e depois faz um encontro de contas. Se der menor, o consumidor só paga a diferença. 

Se ele injetou mais do que consumiu, leva um crédito por três meses”, adianta Pepitone.

Fonte: Correio Braziliense