sexta-feira, 29 de agosto de 2014

8 passos para implementar um programa de manutenção preventiva e preditiva!!!

1 – Manutenção Preventiva e Preditiva – Obtenha engajamento da Alta Direção

Manutenção Preventiva e Preditiva - comprometimento da alta direção
Manutenção Preventiva e Preditiva – comprometimento da alta direção
A implementação de um programa de manutenção preventiva e preditiva geralmente é uma quebra de paradigma, é uma mudança na cultura, e para que esta seja aceita, não pode ser uma iniciativa do departamento de Manutenção.
Caberá ao gerente de manutenção convencer a Alta Direção da importância deste programa. Como as decisões gerenciais tem sempre um fortíssimo viés econômico, é importante lembrar que o Custo Total da Manutenção é igual à soma do Custo dos Reparos, mais o Custo dos Programas de Manutenção (PPdM – Preventive and Predictive Maintenance), mais os custos das paralisações.
A Alta Direção deverá ser um forte patrocinador (sponsor) desta iniciativa.

2 – Manutenção Preventiva e Preditiva – Tenha os dados econômicos

Conforme mencionado no item anterior, para efetivamente obter o engajamento da Alta Direção, é preciso que a Manutenção conheça os valores monetários envolvidos. O custo das paralisações (geralmente muito superiores aos custos dos reparos e das manutenções preventivas/preditivas) é geralmente um fator que a Manutenção não registra, mas é fundamental para poder se ter uma visão geral de como as quebras afetam a performance financeira da empresa.

3 – Manutenção Preventiva e Preditiva – Conheça os equipamentos

Manutenção Preventiva e Preditiva - conheça os equipamentos
Manutenção Preventiva e Preditiva – conheça os equipamentos
A Manutenção deve ter registros de suas atividades, conhecer os tempos médios entre falhas (MTBF ou TMEF), os tempos médios para reparos (MTTR ou TMPR), para conhecer a disponibilidade dos equipamentos (leia mais em Confiabilidade e Disponibilidade).
Além disto, deve conhecer bem os parâmetros para acompanhamento de seus equipamentos: faixa admissível de vibração, temperaturas de trabalho, tolerâncias e folgas…não apenas aquelas registradas nos catálogos do fabricante, mas nas suas condições operacionais específicas (lembre-se que equipamentos em situações distintas tem comportamentos distintos…).

4 – Manutenção Preventiva e Preditiva – Obtenha o envolvimento da Operação

Assim como ninguém melhor do que nós para conhecermos os sintomas que nosso corpo apresenta, antes que sejam detectáveis externamente, bem como o motorista de seu próprio carro com relação a pequenas variações (ruídos, vibrações, chiados) que o veículo apresenta, ninguém melhor do que o operador de um equipamento para reconhecer pequenas modificações que podem sinalizar a proximidade de uma falha.
Então, vamos obter o “envolvimento” dos operadores. O ideal seria a implantação de um TPM (Total Productive Maintenance), mas, se pelo menos conseguirmos estabelecer um vínculo entre o Operador e o Mantenedor, já será um grande avanço.

5 – Manutenção Preventiva e Preditiva – Aplique Engenharia de Manutenção

É necessário estudar e treinar a equipe na correta utilização das técnicas de manutenção preditiva: análise de vibrações, termografia, análise de óleos lubrificantes, e muitas outras as quais serão objeto de próximos artigos aqui no Blogtek.
É também importante reconhecer QUANDO a aplicação de alguma técnica preditiva é realmente efetiva. Por exemplo, se fazemos a análise de vibração de um equipamento semanalmente, porém este equipamento quando apresenta uma vibração excessiva falha dentro das próximas 24 horas, esta técnica não será efetiva (leia mais em Manutenção Centrada na Confiabilidade – 3).

6 – Manutenção Preventiva e Preditiva – Tenha disciplina

Antes da implantação da Engenharia de Manutenção, via programas efetivos de Manutenção Preventiva e Preditiva, o dia-a-dia da Manutenção é apagar incêndios, atendendo emergências e urgências. Sair deste modelo mental requer disciplina…
Então, se você tem que fazer alguma manutenção preventiva, ou aplicar alguma técnica de avaliação preditiva, e surge alguma emergência, não vamos deixar de atender a emergência, porém vamos cumprir o programado em nosso programa de Preventiva/Preditiva.

7 – Manutenção Preventiva e Preditiva – Seja seletivo

Não tente atingir o topo de imediato. Avance degrau por degrau. Utilize o sucesso nos poucos casos bem aplicados, para ganhar confiança da estrutura e poder avançar. Avalie os equipamentos a serem incluídos baseado em alguns fatores:
  • Alto custo de Manutenção
  • Excessivas quebras
  • Riscos para SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde)
  • Falhas de Manutenção podem levar a deterioração irreversível do equipamento
  • Falhas afetam fortemente a qualidade do produto gerado
Baseado nestes critérios, priorize-os e trabalhe com o Princípio de Pareto.

8 – Manutenção Preventiva e Preditiva – Estabeleça metas

Se você não pode medir, você não pode gerenciar” é um provérbio antigo sobre gerenciamento, muitas vezes atribuído erroneamente a Peter Drucker.
Então, estabeleça metas, e que sejam mensuráveis. Não coloque metas extremamente desafiadoras, que dificilmente serão atingidas, pois estas apenas servirão como desestímulo. Mas também não coloque metas que NÃO representem desafio algum, que não obriguem a sua equipe a melhorar o desempenho.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Modernização de processos e de equipamentos é arma para redução dos custos de energia

Fonte/Autoria.: Tatiana Paiva


Shopping Iguatemi - SP


Retrofit trouxe resultados positivos e significativa economia para empresas dos segmentos hospitalar e de varejo. 

Cases do Hospital Albert Einstein e Shopping Iguatemi de São Paulo serão tema de seminário na capital paulista

Buscando soluções energéticas que resultem na união entre eficiência e redução de custos, empresas dos segmentos hospitalar e de varejo encontraram no retrofit, o processo de modernização e atualização de equipamentos, uma arma poderosa para reduzir o impacto dos custos de energia e otimizar o plano de eficiência energética.

O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, é um exemplo da economia que a modernização de equipamentos pode resultar. Desde 2012 o sistema de led vem sendo implantado em diversas áreas, assim como setores antigos do hospital estão passando pelo retrofit, substituindo as antigas lâmpadas fluorescentes. 

De acordo com o coordenador de manutenção do hospital, Coroaci dos Santos Júnior, a redução de custos resultantes da mudança chegou a R$ 2,5 milhões em um ano. 

“Além disso, estamos trabalhando com um sistema de banco de capacitores para melhorar a qualidade de energia. Se o retrofit não fosse feito, o consumo seria de 6 megawatts/mês. Hoje, estamos na casa dos 5,2 megawatts/mês”, afirma.

Varejo - Caso semelhante de economia nos custos de energia elétrica graças ao retrofit é do Shopping Iguatemi SP, que investiu na revisão total da automação e do funcionamento correto dos timers do sistema de ar condicionado. 

“O impacto do ar condicionado no consumo de energia elétrica do shopping é de 63%. 

Com o retrofit, conseguimos uma economia significativa de 15%. Além disso, fizemos o balanceamento da rede de água gelada, de modo que seja distribuída somente a quantidade que cada loja precisa, evitando o desperdício e reduzindo custos”, explica o gerente de manutenção do Shopping Iguatemi SP, Fernando Paiva.

Cases como o do Hospital Albert Einstein e do Shopping Iguatemi SP fazem parte da pauta de debates do seminário exclusivo de Gestão e Eficiência Energética oferecido pelo Energy Summit, que reúne empresários das principais companhias de energia, consumidores, fornecedores de soluções, instituições financeiras e órgãos do governo, de 15 a 17 de setembro, no Caesar Park Faria Lima, em São Paulo.

Sobre o ENERGY SUMMIT 2014

Em sua 15ª edição, o Energy Summit é reconhecidamente o mais tradicional fórum de discussões sobre a indústria elétrica, reunindo especialistas sobre geração, transmissão e distribuição e comercialização do insumo. 

Em 2014, o Energy Summit acontece de 15 a 17 de setembro, no Caesar Park Faria Lima, em São Paulo. 

Mais informações sobre as palestras, palestrante e inscrições estão disponíveis no site do evento, em http://www.informagroup.com.br/site/hotsite_ibc.asp?IdEvento=210

Sobre o Informa Group
O Informa group é o maior provedor mundial de informação especializada e serviços para as comunidades acadêmica e científica, profissional e empresarial. O grupo tem sua sede em Londres e outros 150 escritórios em 40 países, empregando 10000 funcionários em todo o mundo. As ações do Informa group estão listadas na Bolsa de Valores de Londres, compondo o índice das 250 maiores companhias (FTSE-250:INF). 

No segmento de eventos, o Informa group é hoje o maior organizador de feiras, conferencias e treinamentos do mundo com capital aberto, com uma agenda de mais de 12 mil eventos por ano. Na América Latina, o Informa Group está presente através de várias empresas como IBC, IIR, BTS Informa, AchieveGlobal e InformaEconomics - FNP.

CONCEITOS BÁSICOS PARA REPENSAR A EXPANSÃO DO SETOR ELÉTRICO



O momento atual do Setor Elétrico exige uma profunda reflexão sobre suas principais questões, com o desenvolvimento de novas alternativas que possam melhor encaminhar soluções para sua expansão. 

Nesta linha, o INEE está desenvolvendo este projeto, coordenado por Marco Aurélio P. Carvalho, onde a clara definição dos conceitos básicos da expansão desse setor vital proporcione uma visão efetiva dos desafios e oportunidades relacionados à utilização do grande potencial energético do país e do aumento da eficiência nas transformações, transporte e uso final da energia.

Não se procura criticar ou discutir decisões tomadas no passado, até porque não se analisa o contexto em que foram tomadas, mas sim focar a melhoria do processo decisório.

Solicitamos encaminhar as observações e críticas, essenciais para o aprimoramento do projeto, para o e-mail do coordenador, mapc@inee.org.br.

Para acessar a íntegra do artigo, clique em "Conceitos Básicos para Repensar a Expansão do Setor Elétrico".

Coordenador: Marco Aurelio Palhas Carvalho

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Mudança no consumo pode representar economia na conta de luz

Estudante conta que cortou luxos para diminuir fatura.

Celpa aponta ar-condicionado como maior vilão da conta de luz.

Do G1 PA
Cobrança na conta de luz deve ficar 34% mais cara para consuidores residenciais após Aneel autorizar reajuste da tarifa no Pará (Foto: Divulgação / Celpa)Cobrança na conta de luz deve ficar 34% mais cara para consuidores residenciais após Aneel autorizar reajuste da tarifa no Pará (Foto: Divulgação / Celpa)



A estudante de farmácia Fernanda Gomes de Souza decidiu fazer várias mudanças em casa após saber que a conta de luz de setembro teria um reajuste superior a 34%: acostumada a pagar uma tarifa doméstica de menos de R$ 100 , a jovem conversou com os pais e com a irmã para que todos encarassem o desafio de reduzir o consumo, mantendo o equilíbrio do orçamento doméstico.

"A primeira providência foi trocar as lâmpadas da casa por modelos mais econômicos. Além disso paramos de ligar o ar-condicionado e diminuímos o uso do ferro elétrico. A gente teve que tirar o que nos dava conforto para a conta não ser absurda. 

A televisão, por exemplo, ficava ligada bastante tempo - hoje, não mais. Secador de cabelo também é usado raramente, só ligo em caso de festa", relata Fernanda, que mudou até hábitos de estudo. "Eu sinto muita falta do computador, que uso para fazer pesquisas. Hoje uso menos, e também pesquiso mais na universidade", conta.



Aparelhoimpacto estimado na conta de luz
Ar condicionadoR$ 95,95
Chuveiro elétricoR$ 33,58
FreezerR$ 23,99
GeladeiraR$ 14,39
Televisor 29''R$ 8,16
Ferro elétricoR$ 5,76
MicroondasR$ 5,76
Lâmpada incandescente 60WR$ 4,32
Lâmpada incandescente 40 WR$ 2,88
TotalR$ 194,79
Consumo consciente


Segundo a Celpa, o uso cuidadoso de aparelhos eletrodomésticos e a mudança nos hábitos diários podem diminuir o valor da fatura mensal. 


De acordo com a gerente de Pesquisa Eficiência e Geração da Celpa, Giorgiana Pinheiro, a primeira medida adotada pela estudante Fernanda - trocar as lâmpadas - é um bom começo.


“Procurar usar lâmpadas fluorescentes compactassem vez de incandescentes é um bom exemplo de economia; na compra de um novo aparelho é importante verificar se ele possui o selo PROCEL de consumo reduzido", disse Giorgiana, que recomenda que o consumidor monitore o uso de aparelhos que consomem muita energia, como ar condicionado, ferro de passar e chuveiro elétrico.


Diferença no bolso

A pedido do G1, a Celpa fez um levantamento sobre o quanto cada aparelho pode impactar na conta de luz. 

Veja o custo de cada eletrodoméstico no seu orçamento, e aprenda a fazer as tarefas domésticas de forma mais eficiente para economizar dinheiro e energia:


Ar condicionado

Segundo a concessionária, o maior consumidor de energia é o ar condicionado: um aparelho de 10 mil Btus (unidade térmica que indica a capacidade de refrigeração), pode consumir 200 kWh - em média, isto corresponde a cobrança de R$ 95,95 na conta de luz.

Para diminuir o consumo de energia, a Celpa recomenda que o aparelho seja instalado em locais com boa circulação de ar, e que portas e janelas sejam mantidas fechadas enquanto o ar estiver ligado. 

O consumidor também precisa tomar cuidado com a manutenção, limpando filtros para remover a sujeira que impede a passagem de ar, forçando o aparelho a consumir mais.



Chuveiro Interatividade Bem Estar (Foto: Sxc.hu)Banhos quentes podem aumentar bastante a conta
de luz (Foto: Sxc.hu)
Banho quente

O chuveiro elétrico com potência de 3.500 watts pode consumir até 70 kWh, se for utilizado por toda família por 40 minutos ao dia durante um mês. 

Na conta de luz, isso representa o acréscimo de R$ 33,58 - valor que pode ser diminuído com banhos mais curtos e potência reduzida: mudar o chuveiro da posição "inverno" para "verão" pode reduzir o consumo em até 30%.





Computador e TV


Um conjunto de computador, estabilizador e impressora, se ligado por 3 horas ao dia, consome em torno de 16h2 kWh, quase a mesma coisa que um televisor de 29 polegadas - o impacto disto na conta é de R$ 8,16 na fatura. além de controlar a utilização, é recomendado desligar o aparelho totalmente quanto ele não estiver sendo utilizado, já que mesmo o modo stand-by consome energia.



Ferro de passar roupa, um dos vilões do consumo de energia (Foto: Reprodução/EPTV)Ferro de passar roupa, um dos vilões do consumo
de energia (Foto: Reprodução/EPTV)
Ferro elétrico

Segundo a Celpa, o ideal é deixar acumular o máximo de roupas possível antes de ligar o ferro elétrico, que pode consumir até 12 kWh por hora de utilização: como o ferro precisa esquentar, esse aquecimento pode representar um gasto de R$ 5,76 por sessão - por isso, o ideal para o bolso toda a roupa de uma vez só, começando sempre pelos tecidos que exigem temperaturas mais baixas.



Microondas

Um aparelho de microondas com capacidade de 25 litros pode consumir até 12 kWh, caso seja usado por 20 minutos todos os dias, durante um mês. 

Na conta de luz, isto representa uma despesa de R$ 5,76.



Linha branca abrange refrigeradores, fogões, lavadoras automática e semi-automáticas, como tanquinhos (Foto: Adriane Souza)Geladeiras e freezers, se usados de forma incorreta,
podem consumir muita energia (Foto: Adriane Souza)
Refrigeradores
Freezers também estão na lista dos aparelhos que mais consomem energia: 50 kWh, o que corresponde a mais R$ 23,99 na conta de luz no final do mês. 

Para diminuir o consumo a Celpa recomenda que o eletrodoméstico não fique encostado em paredes ou móveis, e que seja sempre colocado longe de locais quentes, como o fogão, ou perto de janelas onde possa ser atingido pela luz do sol. Também é preciso evitar abrir o freezer várias vezes: o ideal é retirar tudo o que precisa e fechar o aparelho, sem deixar a porta aberta por muito tempo.


Já as geladeiras, que consomem entre 20 e 30 kWh. Se o eletrodoméstico tiver uma porta, isto pode representar até R$ 14,39 na conta - ou ainda mais, caso o aparelho seja maior. 

Para evitar consumo excessivo de energia, a dica é não colocar roupas para secar atrás do aparelho, limpar a geladeira com frequência e anter a manutenção em dia.


Consumo de eletricidade vai triplicar

A demanda de energia no Brasil vai dobrar até 2050, e a de eletricidade vai triplicar, revela o segundo estudo de cinco que irão compor o PNE 2050 (Plano Nacional de Energia), que desta vez teve como enfoque a demanda. Os dados foram divulgados ontem.




O primeiro estudo, sobre a economia no mesmo período, foi publicado pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE na semana passada.

O consumo total de energia, que inclui gasolina, eletricidade, etanol entre outros, vai passar de 267 milhões de TEP (Tonelada Equivalente de Petróleo) para 605 milhões de TEP.

“Apesar do consumo de energia dobrar até 2050, esse crescimento será bem inferior ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o que é positivo do ponto de vista ambiental”, avalia o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.

Segundo ele, isto é possível graças ao aumento da eficiência energética nas próximas décadas, que permitirá reduzir em 20% o consumo total de energia no país.

“Mesmo o consumo de energia não acompanhando o PIB, o Brasil em 2050 terá o consumo per capita de hoje da Dinamarca e Alemanha”, explica.

Triplicando

O Brasil deverá estar consumindo 1.624 TWh (Terawatt-hora) de eletricidade até 2050, o triplo dos atuais 513 Twh.

De acordo com o estudo, o país deverá alcançar um padrão de consumo de eletricidade por consumidor compatível ao da União Europeia atualmente, em torno de 7.000 kWh/hab/ano.

No período 2013-2050, o consumo total de eletricidade cresce à taxa média de 3,2% ao ano (a.a.) e o consumo de energia (que inclui todas as formas de energia) à 2,2% a.a., enquanto o PIB cresce à 3,6 % a.a. 

Contribuem para esse resultado, o avanço da participação de setores de menor intensidade energética como o comercial/serviços (que aumenta a participação dos 3% em 2013 para quase 7% em 2050), os ganhos de eficiência energética (cerca de 20% em 2050) e o crescente uso de fontes energéticas com matéria prima (que ampliam sua participação de 7% em 2013 para 9% em 2050).

Outra mudança deverá ser a maior penetração de veículos híbridos e elétricos no país. 

Em 2050, estima-se que mais de 50% da frota de veículos leves será composta por carros flex (gasolina/etanol/eletricidade) e outros 10% usarão apenas eletricidade.

Tolmasquim destaca ainda o crescimento da energia distribuída. “Espera-se que a energia solar forneça energia elétrica para aproximadamente 15 milhões de domicílios”, avalia, o que corresponderia a 13% da demanda elétrica brasileira em 2050.

“ Além disso, o aquecimento de água a partir do sol também crescerá, beneficiando provavelmente em torno de 20% dos domicílios brasileiros”, acrescenta.

Governo prevê elevação da oferta de energia térmica

A projeção de alta da matriz termoelétrica passou de 1,5 mil (MW) para 7,5 mil MW
Agência Estado

No momento em que o governo foi obrigado a acionar a pleno vapor as usinas termoelétricas para enfrentar uma das piores secas da história, o planejamento estratégico para a expansão dessa fonte de energia para os próximos dez anos sofreu uma reviravolta. 

Ex. de termoelétrica:



O governo decidiu quintuplicar a expectativa de expansão de energia proveniente de térmicas na próxima década, segundo o novo Plano Decenal de Energia para 2014-2023 obtido pelo Estado.

A projeção para o crescimento da matriz termoelétrica passou de 1,5 mil megawatts (MW), como constava do último plano, para 7,5 mil MW. A seca, que reduziu drasticamente os níveis dos reservatórios das hidrelétricas, reforçou a necessidade de ampliação da oferta de energia térmica, segundo estratégia traçada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).




Na contramão das térmicas e eólicas, a participação de hidrelétricas deve cair de 69% para 61% no período. 

O uso das pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) ficará estável em 4%. Segundo a EPE, a eólica, junto com as hidrelétricas, não trará segurança para o sistema.

O aumento expressivo da energia térmica corresponde a uma capacidade maior de energia do que a que será produzida pelas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau - complexo em construção no rio Madeira, em Rondônia, que prevê geração de 6,5 mil MW. 

Representa também mais da metade do que produz Itaipu, segunda maior usina do mundo e símbolo maior do potencial elétrico brasileiro, com capacidade de geração de 14 mil MW.

As projeções contidas no novo plano traçam uma fotografia da matriz energética no futuro e funcionam como uma espécie de "guia" para os novos investimentos em energia. 

Para agregar essa energia termoelétrica adicional ao sistema até 2023, os leilões para a contratação de novas térmicas terão de ocorrer até 2018.

Apesar do custo e do risco ambiental das térmicas serem mais elevados, o aumento é justificado no governo pela necessidade de segurança energética e pela tendência de redução da participação hidrelétrica na matriz do País.

Neste ano, por causa da seca prolongada que baixou o nível do reservatório das hidrelétricas a padrões inéditos, o parque térmico foi colocado em funcionamento pleno para garantir a geração de energia para todo o sistema interligado, com um custo maior para o consumidor.

No cenário energético brasileiro, as térmicas têm o papel de um bateria, uma espécie de "backup" de energia para o País, explica o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim. 

A tendência, prevê ele, é que as térmicas sejam usadas com mais frequência. 

O que se projeta "preferencialmente" é um aumento das térmicas a gás, mas também estão previstas térmicas movidas a carvão, apesar de mais poluentes.

— Está cada vez mais claro que não podemos ficar dependentes da energia hídrica ou de fontes intermitentes, como eólicas. É preciso ter esse ‘backup’ e, para isso, a térmica é fundamental", diz Tolmasquim.

Racionamento

Sem as térmicas, admite o presidente da EPE, o Brasil teria enfrentado este ano problemas de racionamento de energia, como em 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

As novas projeções, que levam em conta um aumento da demanda de 5% ao ano, indicam que para manter, nos próximos dez anos, a participação térmica atual de 15% na matriz, é preciso crescer mais do que o previsto.

Tolmasquim destaca, no entanto, que a maior expansão virá das eólicas, que saltarão de 2% para 12% na matriz energética. O Brasil, diz, é um dos maiores mercados em expansão do mundo nessa fonte de energia.

Responsável pelo programa energético da campanha à reeleição da presidente Dilma, Tolmasquim argumenta que reduziu o espaço para a construção de usinas com grandes reservatórios, principalmente, por razões socioambientais.

Os projetos hidrelétricos com grandes reservatórios têm sido abandonados por estarem em áreas muito sensíveis, com vasta biodiversidade ou terras indígenas.

A consequência desse cenário é que a geração hidrelétrica na matriz brasileira fica cada vez mais dependente do ciclo de chuvas.

— A água que se estocava nos reservatórios dava para passar por três anos com pouca chuva. 

Agora, não", reconhece. Do potencial de 260 gigawatts (GW) de energia hidrelétrica, o Brasil já utilizou um terço. 

Mas a EPE estima que somente 172 GW desse potencial serão explorados. A grande parte não explorada está na região Norte, onde o movimento de reação a novas empreendimentos é cada vez mais explosivo.

Um dos últimos grandes projetos hidrelétricos que serão montados é o de São Luiz de Tapajós, com potencial de 8 mil MW e leilão previsto para dezembro. Para o presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral, Fernando Luiz Zancan, os projetos para novas térmicas estão prontos aguardando os leilões.

— Temos projetos prontos para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina", afirma. A última usina a carvão do País, Candiota III (RS), entrou em operação em 2011.

Por causa do período eleitoral, a Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas (Abraget) não quis comentar as novas previsões. 

O conselho diretor da entidade decidiu que quaisquer comentários referentes ao atual momento do setor elétrico serão encaminhados diretamente aos órgãos competentes do governo com base em conceitos puramente técnicos, sem cunho político.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Termomecanica investe R$ 5 milhões em eficiência energética

Máquinas mais eficientes, novos sistemas de iluminação e melhorias em equipamentos: medidas que aumentaram a eficiência, reduziram custos e contribuíram para aumento na competividade



Recursos da ordem de R$ 5 milhões foram investidos pela Termomecanica nos últimos anos em inciativas relacionadas às áreas de energia e utilidades, visando ampliar a sua eficiência energética. 

Além da aquisição de máquinas mais eficientes, estes recursos foram empregados também em modificações no sistema de iluminação de todas as plantas e em melhorias efetivas dos equipamentos das linhas de produção. 

Para a empresa líder no setor de transformação de metais não ferrosos (cobre e suas ligas), a questão energética é considerada crucial, fundamental para atingir, por exemplo, a marca de 83 mil toneladas produzidas em 2013, 12% mais que no período anterior.

“A Termomecanica sempre se preocupou em relação aos riscos de escassez energética, com o cenário de grandes mudanças meteorológicas e também alterações nas regras do mercado de energia, estas provocadas principalmente pela elevação dos preços. 

Além de uma utilização mais consciente, paralelamente buscamos outras formas e mecanismos de aquisição ou geração própria de energia, objetivando cada vez mais nos aproximarmos da autossuficiência no que diz respeito à matriz energética”, explica Luiz Henrique Caveagna, Diretor de Operações Industriais da Termomecanica.

A companhia conta com uma equipe dedicada, que atua fortemente no controle, monitoramento e contratação dos insumos energéticos. 

Em meados de 2004, implantou geração própria de energia por meio de grupos geradores que usam gás natural e óleo diesel, possibilitando maior flexibilidade na geração de energia. 

Os investimentos recentes incluem a substituição de equipamentos obsoletos por outros de maior eficiência, como motores, transformadores e fornos.

A Termomecanica também destinou recursos para a transformação de fornos elétricos em fornos a gás, o que não só aumenta a eficiência, como também reduz os custos com energia. 

A troca do grupo de compressores que modula o consumo conforme demanda e a instalação de bancos de capacitores setorizados, capazes de eliminar perdas elétricas no sistema de distribuição, também fizeram parte das modificações realizadas pela área industrial nos últimos anos. 

 Além disso, os antigos transformadores a óleo foram substituídos por transformadores a seco e motores de alto rendimento passaram a ser utilizados.

Essa modernização, além de impactar nos custos da matriz energética e em menor dependência externa, resulta na redução dos tempos de paradas da produção devido a maior disponibilidade dos equipamentos, que requerem menos manutenção; na redução das perdas e taxas de desperdício de energia; e em um melhor controle e monitoramento dos consumos devido a sistema supervisório. 

Do ponto de vista socioambiental, estes investimentos também têm contribuído para a redução de descartes dos resíduos, proporcionando melhor condição de trabalho para a equipe de manutenção e maior segurança para os profissionais, graças à minimização de riscos de acidentes com pessoas, por conta da automatização e da adoção de uma série de técnicas de proteção.

“Todos esses aspectos trazem benefícios para a empresa e contribuíram para o aumento de nossa competitividade. Porém, também são fundamentais para garantir a confiabilidade, compromisso e qualidade no cumprimento dos prazos de entrega de nossos clientes”, complementa o executivo.

Atualmente, a contratação de energia é compartilhada entre as unidades da empresa, possibilitando transferir e direcionar o montante utilizado conforme necessidade de cada uma delas. 

A Termomecanica possui um grupo de geradores que permite exportar energia, pois foi projetado para operar em regime de paralelismo permanente com a concessionária, o que garante, em caso de racionamento ou outro problema externo qualquer, que as demandas internas de energia sejam supridas. 

Além disso, cada uma das unidades da companhia dispõe de uma subestação própria, com transformador reserva que opera em paralelo. 

Este cenário viabiliza a realização de manutenções preventivas ou emergenciais mesmo com a fábrica em operação.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Energia gerada por placa solar reduz conta de luz em até 95%

Estela Marques
  • Matthias Ogonovszky | Divulgação



    Profissionais instalam placas de energia solar em uma casa


    O processo de conversão acontece num aparelho também instalado no imóvel. A energia das placas solares é convertida de corrente contínua para corrente alternada e assume a mesma voltagem da rede distribruidora elétrica. 

    A tecnologia existe há 60 anos, mas seu uso em larga escala é uma novidade no país. A popularização destas placas tem se dado nos últimos dois anos, após a resolução 482/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

    O texto estabelece normas para o sistema de compensação de energia elétrica. Se a energia produzida é maior do que a que foi consumida, o saldo positivo é encaminhado para a distribuidora através de um medidor bidirecional e usado pelo produtor dessa energia como "crédito", com validade de 36 meses. 


    Recurso renovável 

    Além do caráter econômico, uma outra vantagem da geração de energia elétrica a partir de placas solares fotovoltaicas é o seu caráter renovável. A questão ecológica também é levada em consideração, já que não emite gases. 

    O pesquisador português Nuno Ferreira diz que essa fonte de energia é um complemento àquela gerada pelas hidrelétricas. "Se não estiver chovendo, a [fonte] hídrica não funciona, mas a fotovoltaica produz mais, e vice-versa", esclarece. 

    Por outro lado, esse processo de geração tem desvantagens. Uma delas é a baixa produção de energia em dias nublados e chuvosos, quando há menor incidência de luz solar. 

    Outra desvantagem é o elevado custo para instalação. O orçamento é feito a partir do consumo mensal do cliente e o nível de insolação do local, de acordo com Stéphane Pérée, empresário do setor. Estes dados definem o número de placas a serem utilizadas. 

    "Brasileiro que consome R$ 250 mensais, hoje, deveria investir em torno de R$ 20 mil para ter equipamento que zere sua conta de energia", diz Pérée. 

    O preço ainda varia de acordo com o tipo de conversor (monofásico, bifásico ou trifásico) e o tipo de suporte (telhado, solo, cobertura ou fachada), segundo informações da Dya Energia Solar, fabricante brasileira. 

    O excedente pode abater o valor de consumo a ser faturado pela distribuidora. 

México é o último e Estados Unidos está entre os piores em eficiência energética

por Julia Hotz, da IPS



Lâmpadas fluorescentes compactas (CFL) com economia de energia. Foto: Anton Fomkin/cc 

by 2.0

Washington Estados Unidos, 23/7/2014 – O México ocupa o último lugar em uma nova classificação sobre eficiência energética de 16 das maiores economias do mundo, na qual a Alemanha aparece em primeiro lugar e os Estados Unidos em décimo-terceiro. 

Ao divulgar sua classificação, o Conselho Norte-Americano por uma Economia de Energia Eficiente (ACEEE), uma organização sem fins lucrativos, considerou a ineficiência deste país “uma tremenda perda” em recursos e dinheiro.

As 16 economias estudadas são Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Índia, Itália, Japão, México, Rússia e a União Europeia como bloco. 

A qualificação se baseou em 31 indicadores referentes a medidas de eficiência adotadas pela legislação em cada economia, bem como nos setores industrial, do transporte e da construção.

“Um país que utiliza menos energia para obter os mesmos ou melhores resultados reduz seus custos e a contaminação, e gera uma economia mais forte e competitiva”, diz o informe do ACEEE. 

“A eficiência energética desempenha um papel na economia dos países desenvolvidos há décadas, mas a eficiência energética rentável continua sendo um recurso muito subutilizado”, acrescenta o documento.

Embora a Alemanha tenha obtido maior pontuação global, com 65 em 100 pontos possíveis, e ficado em primeiro lugar no setor da “indústria”, a China se destacou na categoria “construção”, a Itália no “transporte”, e França, Itália e União Europeia empataram no item “esforço nacional”. O México ficou em último lugar, seguido por Brasil, Rússia e Estados Unidos, com o 13º lugar.

Rachel Young, analista de pesquisa do ACEEE, reconheceu à IPS que o governo dos Estados Unidos adotou no último período importantes medidas para limitar as emissões de carbono, especialmente das centrais de energia existentes. 

Porém, recomenda que Washington “coloque em prática um objetivo nacional de poupança energética, fortaleça a elaboração de códigos de construção-modelo, apoie a educação e formação no setor industrial, e priorize a eficiência energética no transporte”. Estas medidas reduziriam as emissões, economizariam dinheiro e gerariam postos de trabalho, assegurou.

Historicamente, o ACEEE se dedicou a melhorar a situação da energia nos Estados Unidos. Mas a nova classificação, divulgada no dia 17, insiste que a eficiência energética é um bom investimento ambiental e financeiro, algo que pode ser aplicado a outras economias.

O Worldwatch Institute, um centro de pesquisa com sede em Washington, é uma de muitas organizações dedicadas ao desenvolvimento internacional que adotaram esse enfoque. 

“Acreditamos que a eficiência energética é uma das maneiras mais rápidas de os países aproveitarem ao máximo o consumo de energia”, afirmou Mark Konold, diretor de projetos do Caribe no Worldwatch.

“O quilowatt/hora mais importante é aquele que não precisa ser produzido”, acrescentou Konold, em conversa com a IPS. 

A eficiência energética pode ser um sábio investimento econômico para governos e indivíduos por igual, citando exemplos do Caribe, da África Ocidental, América Central e América do Sul.

“Sobretudo nos países insulares, que têm enormes contas de energia, a eficiência energética pode fazer muito para reduzir a carga financeira” das pessoas, pontuou Konold. 

“Algo tão simples como a instalação de janelas pode melhorar a eficiência dos edifícios” nesses Estados. O Worldwatch Institute e outras organizações consideram que a eficiência energética é um elemento essencial na agenda da sustentabilidade.

Konold, que é coautor de um estudo recente sobre a energia sustentável na Jamaica, considera fundamental examinar o rendimento do investimento nas práticas de eficiência. 

Isto pode ajudar a determinar quais modelos energéticos rentáveis devem ser aplicados nas nações em desenvolvimento. Essas recomendações são particularmente relevantes devido ao crescente interesse da comunidade internacional pela eficiência.

A Organização das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial, por exemplo, incentivaram a iniciativa Energia Sustentável para Todos (SE4ALL), para ajudar a “promover uma mudança de paradigma” para a sustentabilidade no Sul em desenvolvimento. 

Um de seus três objetivos é “duplicar a taxa mundial de melhora da eficiência energética”.

“A eficiência energética é a opção de menor custo quanto à emissão de gases-estufa e de energia”, disse Nate Aden, pesquisador do World Resources Institute, um fórum de estudos com sede em Washington. 

“Isto é especialmente importante para os países em desenvolvimento que procuram ter acesso à energia e ao mesmo tempo enfrentar a mudança climática”, acrescentou.

Parte deste novo enfoque se deve especificamente à SE4ALL, afirmou Aden, acrescentando que os outros dois objetivos da iniciativa, que consistem no acesso universal à energia e em duplicar o uso de energias renováveis, são “compatíveis e complementares” com a eficiência energética.

Embora as ações da comunidade internacional sejam importantes na implantação das estratégias de eficiência energética, outros ressaltam a necessidade da mudança cultural em nível individual. 

“Uma grande parte desse problema é a educação e a sensibilização”, afirmou Konold. “Quando começamos a difundir a mensagem de que as pessoas podem melhorar sua própria situação é quando começamos a ver a mudança”, acrescentou.

Muitos países não estão sensibilizados com relação à energia, um fenômeno que Konold exemplifica com “deixar o ar-condicionado ligado com as janelas abertas”. O pesquisador afirma que as pessoas podem fazer a diferença se adotarem mais condutas de economia de energia em suas casas.

Esse sentimento é compartilhado por Young, do ACEEE, cujo informe diz que os norte-americanos consomem aproximadamente 6,8 toneladas de petróleo por pessoa. 

Isto coloca os Estados Unidos em penúltimo lugar em função do consumo individual de energia, superados apenas pelo Canadá, aonde chega a 7,2 toneladas. 

Fonte: Envolverde/IPS