terça-feira, 26 de agosto de 2014

Consumo de eletricidade vai triplicar

A demanda de energia no Brasil vai dobrar até 2050, e a de eletricidade vai triplicar, revela o segundo estudo de cinco que irão compor o PNE 2050 (Plano Nacional de Energia), que desta vez teve como enfoque a demanda. Os dados foram divulgados ontem.




O primeiro estudo, sobre a economia no mesmo período, foi publicado pela Empresa de Pesquisa Energética - EPE na semana passada.

O consumo total de energia, que inclui gasolina, eletricidade, etanol entre outros, vai passar de 267 milhões de TEP (Tonelada Equivalente de Petróleo) para 605 milhões de TEP.

“Apesar do consumo de energia dobrar até 2050, esse crescimento será bem inferior ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o que é positivo do ponto de vista ambiental”, avalia o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim.

Segundo ele, isto é possível graças ao aumento da eficiência energética nas próximas décadas, que permitirá reduzir em 20% o consumo total de energia no país.

“Mesmo o consumo de energia não acompanhando o PIB, o Brasil em 2050 terá o consumo per capita de hoje da Dinamarca e Alemanha”, explica.

Triplicando

O Brasil deverá estar consumindo 1.624 TWh (Terawatt-hora) de eletricidade até 2050, o triplo dos atuais 513 Twh.

De acordo com o estudo, o país deverá alcançar um padrão de consumo de eletricidade por consumidor compatível ao da União Europeia atualmente, em torno de 7.000 kWh/hab/ano.

No período 2013-2050, o consumo total de eletricidade cresce à taxa média de 3,2% ao ano (a.a.) e o consumo de energia (que inclui todas as formas de energia) à 2,2% a.a., enquanto o PIB cresce à 3,6 % a.a. 

Contribuem para esse resultado, o avanço da participação de setores de menor intensidade energética como o comercial/serviços (que aumenta a participação dos 3% em 2013 para quase 7% em 2050), os ganhos de eficiência energética (cerca de 20% em 2050) e o crescente uso de fontes energéticas com matéria prima (que ampliam sua participação de 7% em 2013 para 9% em 2050).

Outra mudança deverá ser a maior penetração de veículos híbridos e elétricos no país. 

Em 2050, estima-se que mais de 50% da frota de veículos leves será composta por carros flex (gasolina/etanol/eletricidade) e outros 10% usarão apenas eletricidade.

Tolmasquim destaca ainda o crescimento da energia distribuída. “Espera-se que a energia solar forneça energia elétrica para aproximadamente 15 milhões de domicílios”, avalia, o que corresponderia a 13% da demanda elétrica brasileira em 2050.

“ Além disso, o aquecimento de água a partir do sol também crescerá, beneficiando provavelmente em torno de 20% dos domicílios brasileiros”, acrescenta.