A senadora Ana Amélia (PP-RS) cobrou do governo federal, na sexta-feira (10), um programa de estímulo ao uso eficiente de energia elétrica que envolva grandes consumidores, como as indústrias.
Em pronunciamento da tribuna, a parlamentar registrou que as iniciativas atuais se restringem ao programa anual de combate ao desperdício, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que obriga as distribuidoras a aplicarem 0,5% das receitas operacionais líquidas em ações de eficiência energética.
Ao comentar as ameaças do governo do Paraguai de interromper a distribuição de energia de Itaipu para o Brasil e a Argentina, em retaliação à suspensão daquele país do Mercosul e à aprovação do ingresso da Venezuela no bloco, a senadora disse que governo de Assunção pretende, na verdade, nova revisão no preço do insumo cobrado do Brasil.
Além de se preocupar com o possível impacto de uma hipotética nova revisão tarifária, Ana Amélia disse que o consumidor paga impostos e encargos excessivos, embutidos no custo da energia.
Por isso, segundo a senadora, a saída é o uso eficiente da energia em busca da redução do consumo.
Para Ana Amélia, isso pode dar-se pela utilização de técnicas modernas, como troca de dispositivos de iluminação por outros mais eficientes, implantação de sistemas de automação de motores e substituição de energia elétrica por fontes alternativas (energia solar ou eólica).
– Mas ainda temos um caminho longo a percorrer. Faltam investimentos em projetos de eficiência energética no Brasil – acrescentou.
Linhas de Crédito
Segundo Ana Amélia, linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deveriam estimular a eficiência energética, com a substituição de motores e equipamentos antigos.
Iniciativas com esse objetivo, conforme a senadora, dariam início a uma política industrial com visão de futuro, “e não apenas para apagar incêndios, como a redução de impostos para alguns setores”.
Ana Amélia lembrou que está na Câmara dos Deputados, aguardando parecer na Comissão de Minas e Energia, projeto de lei de sua autoria, o PLS 430/2011, já aprovado no Senado, que obriga concessionárias de energia elétrica a aplicarem na indústria nacional os recursos das distribuidoras de energia elétrica destinados a programas de eficiência energética.
A ideia, acrescentou, é estimular a busca da inovação tecnológica e a eficiência energética.