segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Indústria terá benefícios para investir em eficiência energética

Côrte sugeriu prioridade a produtos feitos em Santa 
Catarina no plano (foto: Fernando Willadino)

Florianópolis, 17.8.2012 - O governador Raimundo Colombo e o presidente da Celesc, Antonio Gavazzoni, lançaram na sexta-feira (17), na Federação das Indústrias (FIESC), os programas "Indústria + Eficiente" e "Bônus Eficiente", com investimento total de R$40,7 milhões. 

O primeiro é direcionado à indústria e consiste em contratação de projetos, via chamada pública, para eficientização de equipamentos industriais. O segundo vai permitir a aquisição, por parte de 35 mil clientes residenciais, de novos eletrodomésticos com 50% de desconto em rede de varejo vencedora de processo licitatório em andamento. 

Cada substituição de eletrodoméstico efetuada vai gerar uma doação à Federação das Apaes, estimada em R$1 milhão ao final da ação.

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte sugeriu que os produtos catarinenses tenham preferência nos programas e destacou que o Sistema FIESC, por meio do SENAI, está à disposição das indústrias com suas equipes técnicas para realizar os estudos necessários para viabilizar projetos de eficiência. 

"O programa traz um pouco da marca do governo, que tem tido preocupação com a indústria e entende que o setor é uma alavanca da economia. Temos na energia e no gás natural insumos importantes na composição dos custos do setor industrial", afirmou Côrte.

Colombo destacou também a importância da redução do desperdício de energia nas residências. "Freezer e geladeira representam até 28% da conta no final do mês", exemplificou.

Para a indústria - O "Indústria + Eficiente" vai selecionar, via chamada pública, projetos de eficiência energética nos quais serão investidos R$ 20 milhões em 2013, principalmente na substituição de motores elétricos.

A indústria catarinense responde por 42,5% de toda a energia consumida no Estado e, segundo pesquisa da FIESC, enquanto 70% dos industriais possuem metas de redução do consumo de energia, 23% deles apontam a falta de financiamento como a maior dificuldade para a identificação das oportunidades de eficiência energética.

"A força motriz corresponde a 68% do uso final da energia elétrica no setor industrial. Com o projeto vamos promover a renovação do parque fabril catarinense e reduzir os custos das indústrias com energia elétrica", diz Gavazzoni. 

Por meio do "indústria + Eficiente", a Celesc estima a geração de 108 novos empregos diretos e a geração de R$ 1,3 milhão em tributos para o Estado.

De acordo com o diretor de Distribuição da Celesc, Cleverson Siewert, o uso eficiente da energia elétrica permite que a indústria se torne mais competitiva pela redução de custo com o consumo de energia, já que equipamentos modernos são mais eficientes no seu consumo e têm menor custo de manutenção. 

"Quase 70% do parque fabril brasileiro possui idade média maior que 10 anos. 

A eficiência energética é uma alternativa viável para renovar os equipamentos e promover uso racional da energia, o que é benéfico para todos os consumidores", diz.

A chamada pública para o "Indústria + Eficiente", aberta neste dia 17, é destinada a consumidores industriais, livres ou cativos. Para participar, além de estar adimplente com a Celesc, é preciso comprovar patrimônio líquido de ao menos 10% do valor do projeto. 

A Celesc financiará os projetos com os recursos da Eficiência Energética, regulamentados pela ANEEL, sem juros. A recuperação do investimento será parcelada, com número de parcelas limitado ao valor da economia verificada, que será comprovada por processos de medição e verificação ao final da implementação. 

A chamada pública será divulgada no site da Celesc (www.celesc.com.br), definindo a metodologia de apresentação dos projetos, que serão avaliados pela própria empresa.

Para as residências - Os consumidores residenciais respondem por 24,6% de toda a energia consumida no Estado. Com o objetivo de incentivar a substituição de eletrodomésticos antigos e ineficientes por aparelhos reconhecidamente eficientes, com Selo PROCEL, a Celesc vai habilitar uma grande rede de varejo, por meio de licitação, para vender 13 mil condicionadores de ar e 22 mil refrigeradores (incluindo freezers) com 50% de desconto. 

O valor total do projeto é de R$ 39 milhões, sendo que R$ 20,7 milhões serão investidos pela Celesc e R$ 17 milhões pelos clientes.

A partir de outubro os clientes poderão promover a substituição de seus eletrodomésticos, conforme ordem de chegada nas lojas conveniadas, o que inclui vendas pela internet. Para adquirir um equipamento novo, é preciso entregar um usado do mesmo tipo (geladeira por geladeira, por exemplo). 

A rede de varejo ficará responsável pela entrega dos eletros novos e recolhimento dos antigos. Também será responsabilidade da rede vencedora contratar empresa especializada para o descarte dos equipamentos de acordo com as regras da Lei de Resíduos Sólidos (ABNT/NBR 15.833).

O programa inclui ainda a troca de 175 mil lâmpadas: a cada compra de eletrodoméstico, além de entregar o aparelho usado, o consumidor entrega cinco lâmpadas comuns e recebe outras cinco fluorescentes, de maior durabilidade e economia. 

As lâmpadas significam a 22% do consumo residencial e podem ser até 75% mais econômicas se tiverem o Selo A.

A Celesc também informou que nas compras superiores a R$ 1 mil, haverá a doação às Apaes de R$50, e de R$30 para compras abaixo de R$ 1 mil. 

A estimativa é de recolher cerca de R$ 1 milhão para as Apaes em todo o Estado", explica.
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