quinta-feira, 23 de abril de 2015

ALEMANHA REFORMULA POLÍTICA DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Expansão das tarifas de energia elétrica é uma das causas da mudança




A Alemanha ocupou manchetes do mundo todo ao anunciar que abandonaria a energia nuclear em favor de energias renováveis, adotando o programa de transição energética conhecido como energiewende. 

Essa transição, porém, sofreu um freio de arrumação com a entrada em vigor da nova lei de incentivo às fontes de energia renováveis. 

A EEG 2.0 (Erneuerbare Energien Gesetz – Lei das Fontes de Energia Renováveis), que representa um forte ajuste na política energética alemã de apoio a essas fontes, é resultado de intensas pressões advindas principalmente dos setores industrial e elétrico alemão, assim como da própria Comunidade Europeia.

O energiewende, que tem custo estimado de um trilhão de euros até 2030, sofreu abalos principalmente por causa da subida vertiginosa das tarifas de energia elétrica, consequência, entre outros motivos, da forte expansão da energia solar subsidiada por um esquema de tarifação que garante sua rentabilidade pelos próximos 20 anos.

Para se ter uma ideia, os grandes consumidores de energia elétrica pagam, em média, 100 euros por MWh enquanto, nos Estados Unidos, esse custo é de 55 euros. 

Pressionado, o governo alemão decidiu reduzir as subvenções às renováveis para manter a competitividade de sua indústria.

Entre os pontos principais da EEG 2.0, destacam-se a redução do apoio à instalação de novas plantas e dos incentivos a essas tecnologias ao longo do tempo, revisão dos bônus pagos aos geradores de energias renováveis (que, em muitos casos, poderão ser abolição) e fim do privilégio dado à energia verde gerada no país em detrimento da energia vinda de fora.

Para o governo, essas mudanças não visam prejudicar o meio ambiente ao tirar incentivos às energias renováveis, mas sim garantir a competitividade da indústria alemã para não afetar o desempenho econômico do país. 

Isso não significa o abandono das renováveis, cuja expansão, porém, deverá ser coordenada com os demais setores para sanar eventuais desequilíbrios.