sexta-feira, 24 de abril de 2015

Seminário discute as propostas da Volvo para eletromobilidade e combustíveis alternativos

Argumentos sustentáveis - Eletromobilidade e combustíveis alternativos são soluções prioritárias da Volvo para o transporte da passageiros e cargas

Em tempos onde o marketing ecológico ganha cada vez mais peso na indústria automotiva mundial, a Volvo escolheu uma meta ousada: ser líder mundial em transporte sustentável. 

Em um seminário realizado na cidade catarinense de Itajaí, nas instalações edificadas para a realização da etapa brasileira da regata transoceânica Volvo Ocean Race, a marca sueca reuniu alguns de seus especialistas para falar sobre suas apostas no transporte coletivo de passageiros e de cargas. 

Nos ônibus, a eletromobilidade busca soluções seguras, rentáveis e amigáveis com o meio ambiente. 

Já em termos de caminhões, a fabricante sediada em Gotemburgo desenvolve motores capazes de ter o máximo de eficiência energética e de rodar com combustíveis alternativos e renováveis.


Volvo Hibribus em Curitiba

Para o transporte de cargas, os combustíveis alternativos são a base da política da Volvo de buscar maior eficiência energética com o menor impacto ambiental possível. 

Atualmente, a Volvo estuda três alternativas especialmente interessantes: Metano – Gás Natural ou GNL –, HVO e DME. 

O caminhão Volvo metano-diesel já foi inclusive introduzido comercialmente no Reino Unido, Suécia e nos Países Baixos. Já o GNL – Gás Natural Liquefeito – é especialmente adequado para tráfego regional e rotas de longa distância. 

No Brasil, a Volvo é a primeira marca a testar um caminhão movido a GNL – Gás Natural Liquefeito – e a diesel. O veículo é movido com cerca de 70% de GNL e o restante a diesel. “Esta é uma tecnologia viável. 

Os primeiros caminhões movidos a GNL fabricados pela Volvo já estão circulando com sucesso na Europa e nos Estados Unidos. 

O gás liquefeito é uma importante alternativa para os atuais combustíveis”, ressalta Nilton Roeder, diretor de estratégia de caminhões do Grupo Volvo América Latina.





Já o HVO é um diesel sintético, que pode ser usado com a tecnologia atual. 

É possível substituir uma proporção de diesel por gás metano, hoje o combustível alternativo mais acessível. 

É relativamente barato em muitos mercados e oferece ganhos em emissões de particulados e de dióxido de carbono. 

Esta é uma grande vantagem, pois as regulamentações ambientais em áreas urbanas, por exemplo, cada vez mais exigem transporte com o menor impacto ambiental possível.





A terceira maior aposta da Volvo em termos de combustíveis alternativos é o DME, o dimetil éter, um gás manuseado em forma líquida sob baixa pressão que é produzido pela gaseificação de biomassa. 

“É a melhor opção do ponto de vista ambiental, proporcionando 95% menos emissões de dióxido de carbono. 

Comparando-o com outros combustíveis, oferece um aumento na eficiência energética com potencial para substituir 50% do diesel atualmente usado no transporte rodoviário pesado até 2030 na Europa. 

Mas existe um limite para a produção de biocombustíveis. No futuro, iremos precisar de mais de um tipo de combustível”, observa o Lars Matensson, diretor de meio ambiente da Volvo Trucks. 

Segundo ele, a produção em escala de biodiesel na Europa substitui apenas 3% do consumo de diesel.





Em termos de transporte de passageiros, o portfólio da Volvo Bus é composto por veículos movidos a diesel, híbridos e elétricos híbridos. 

Os ônibus híbridos começaram a ser comercializados pela Volvo em 2010 e atualmente mais de dois mil híbridos da marca estão em circulação em 21 países, em cidades como Londres, Edimburgo, Viena, Estocolmo, Gotemburgo, Bogotá e Curitiba. 

“O desenvolvimento do transporte urbano eletrificado tem evoluído muito rapidamente”, explica Hakan Agnevall, presidente mundial da Volvo Bus. 

Segundo a Volvo, o sucesso dos modelos híbridos deve-se à segurança operacional, tão alta quanto a dos ônibus com motores diesel, e também por ser economicamente viável. 

Mesmo com um investimento inicial maior, a marca assegura que o custo total do veículo é igual ao de um modelo a diesel operando nas mesmas condições, devido à redução dos gastos com combustível e por oferecer a mesma capacidade de transporte de passageiros.





Já os ônibus elétricos híbridos possuem tecnologia plug-in, que permite recarga rápida nos pontos de embarque e desembarque de passageiros. 

O transporte coletivo com veículos elétrico híbridos já está em operação em Gotemburgo, na Suécia; Hamburgo, na Alemanha; e na cidade de Luxemburgo, em Luxemburgo. 

Lançado comercialmente em agosto do ano passado, na feira IAA em Hannover, na Alemanha, o modelo elétrico híbrido possui tecnologia plug-in. Segundo o fabricante, reduz o consumo de combustível e de emissão de gás carbônico em até 75%, em comparação com o ônibus diesel convencional. O consumo total de energia é reduzido em 60%. 

O elétrico híbrido é oferecido às cidades com um pacote abrangente, que inclui também infraestrutura para recarga da bateria nos pontos de parada e serviços de pós-venda para otimizar a operação. 

Como no modelo híbrido, a bateria não é vendida junto com o veículo, é cedida ao operador de transporte por um custo fixo por quilômetro rodado.





A Volvo desenvolve no Brasil, conjuntamente com a matriz na Suécia, seu ônibus elétrico híbrido articulado. 

O início dos testes com o veículo está previsto para 2016 em Curitiba, no Brasil; e em Bogotá, na Colômbia. 

Há ainda a previsão de avançar o projeto para outras cidades na América Latina, como Rio de Janeiro e São Paulo, no Brasil; e Santiago, no Chile. 

“Estamos customizando um projeto global para atender as necessidades de transporte da América Latina de ônibus de alta capacidade para circular nos corredores do BRT. 

A demanda por ônibus com baixas ou zero emissões está crescendo na América Latina. Bogotá, adotou um ousado plano de redução de emissões no transporte urbano. 

No Brasil, Curitiba e Rio de Janeiro também estão caminhando nesta direção”, aponta Luis Carlos Pimenta, presidente da Volvo Bus Latin America.





Paralelamente aos projetos de eletromobilidade e combustíveis alternativos, a Volvo aposta também em outras alternativas mais a longo prazo, como estradas elétricas e o Platooning, comboios de veículos conectados eletronicamente entre si. 

A nova linha de caminhões da Volvo ampliou consideravelmente a conectividade como uma importante ferramenta para aumentar a eficiência no transporte. 

“Não basta oferecer produtos de ponta. 

É necessário que tenhamos o veículo correto para cada aplicação do transportador”, afirma Nilton Roeder.

Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira (Auto Press)
Fotos: Divulgação