quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Eficiência Energética - Medidas simples, economia certa

Brasil - A Eletrobras Procel, através do Subprograma Procel GEM, incentiva prefeituras e governos estaduais a colocar em prática atitudes para o uso eficiente de energia elétrica. Conta de luz pode ser reduzida em até 30%



Reduzir o consumo de energia elétrica sempre foi o objetivo de vários municípios brasileiros. 

Além de economizar o dinheiro público, que poderá ser investido em outros setores da administração, a medida também ajuda o meio ambiente, além de ser sustentável. 

Porém, a falta de conhecimento técnico e recursos financeiros para colocar essas atividades em prática transformaram-se em uma grande barreira para a difusão do conceito de eficiência energética no país. 

Visando auxiliar as cidades brasileiras a utilizarem de forma eficiente a energia elétrica, a Eletrobras Procel, criou, em 1996, o Procel GEM – Gestão Energética Municipal. 


O subprograma do Procel tem como objetivo colaborar com as prefeituras e governos estaduais na gestão e no uso eficiente da energia, eliminando desperdícios e identificando oportunidades de redução do valor da conta de luz. O GEM possui uma vasta área de atuação, que compreende iluminação pública, prédios públicos, como escolas, hospitais, postos de saúde e sedes de governo, o setor de saneamento e a área educacional. 

O arquiteto Davi Miranda, da Divisão de Eficiência Energética no Setor Público da Eletrobras, explica que medidas simples e muitas vezes de baixo custo podem resultar para o administrador público em grande economia na conta de luz ao final do mês. 

“Há diversas formas de implementar a GEM e reduzir o consumo de energia. Costumamos separar essas formas entre ações de baixo custo ou custo zero e ações que precisam de investimento. No primeiro caso, são, principalmente, ações administrativas e educativas, como adequação contratual, horários de funcionamento das unidades, apagamento de luzes que não estão sendo utilizadas, entre outras. 

Já as ações que precisam de investimento englobam substituição de equipamentos ineficientes por outros que consomem menos energia”, destaca Davi Miranda, que também lembra que a Eletrobras Procel financia com recursos próprios ações de eficiência energética no setor público, assim como a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), por meio do PEE (Programa de Eficiência Energética da ANEEL). 

Por meio desses investimentos, as prefeituras podem ampliar as medidas de eficiência energética em suas cidades. 

Além de contar com apoio de órgãos públicos, parcerias com as companhias distribuidoras podem ser uma nova fonte de receita para a implementação de procedimentos que vão contribuir para uma maior eficiência na utilização da energia elétrica. 

Com o dinheiro na mão e o projeto pronto, uma equipe do Procel GEM entra em ação, indo até o município e fornecendo a capacitação e treinamento para que as medidas sejam implementadas. 

Davi ressalta que o treinamento é uma fase muito importante do Procel GEM, já que esta fase capacita as prefeituras para que tenham sua própria equipe, espalhando e dando continuidade aos ensinamentos do programa. 

“O treinamento é parte de quase todos os nossos projetos, pois entendemos que é importante que a prefeitura tenha sua própria equipe capacitada e apta a dar continuidade ao trabalho que iniciamos. 

De nada adiantaria fazermos uma grande ação e a prefeitura não saber o que fazer posteriormente. Assim, temos treinamentos específicos para cada perfil de prefeitura e cada forma de trabalho que desenvolvemos, sempre considerando suas necessidades”. 

Vencedora, em 2011, do Prêmio Procel Cidade Eficiente em Energia Elétrica, Mogi das Cruzes, município da Grande São Paulo, viu no Procel GEM uma ajuda fundamental para reduzir o consumo de energia elétrica no sistema de iluminação pública da cidade. 

O município, de quase 400 mil habitantes, iniciou no final de 2009 o Programa Ilumina Mogi. Em dois anos, o projeto substituiu 10.204 luminárias de vapor de sódio por lâmpadas mais eficientes. Além disso, também houve a substituição de semáforos antigos, a sua maioria ainda da década de 1970, por um sistema com a tecnologia LED. 

“O grande legado do Procel GEM é o exemplo que os 500 municípios que aderiram ao programa representam para os demais. Muitos outros criaram sistemas próprios de eficiência energética espelhando-se nas cidades vizinhas”, diz Davi do Procel GEM.

A prefeitura investiu R$ 4,5 milhões na modernização do sistema de iluminação pública da cidade. A totalidade dos recursos veio por meio de convênios com a Eletrobras, ANEEL e da distribuidora EDP Bandeirante. 

Segundo o secretário de obras de Mogi das Cruzes, Walter Zago, a economia com a substituição das lâmpadas antigas por modelos mais eficientes foi imediata e praticamente todo o valor investido já foi recuperado. 

“Desde 2010, quando o projeto foi implementado na cidade, a economia na conta de energia elétrica gira em torno de R$ 900 mil por ano. A queda no consumo foi imediata. Em dois anos economizamos perto de R$ 2 milhões. Com a manutenção do projeto, a expectativa é de que esse valor se mantenha”. 

Zago também explica que o sucesso do Ilumina Mogi incentivou a prefeitura a criar novos projetos para aumentar a eficiência energética em outros setores da administração pública. As obras feitas pela prefeitura visam ter o menor consumo de energia possível. 

As novas construções já são erguidas com objetivo de buscar o uso eficiente de energia. 

O secretário também destaca uma iniciativa local, que leva até as escolas públicas do município palestras com dicas sobre o uso eficiente de energia elétrica. 

“Numa parceria entre as secretarias de Educação e Obras, desde 2009, levamos às escolas da cidade informações sobre o uso eficiente de energia e uma campanha de conscientização para evitar desperdícios. 

Com recursos da própria prefeitura, criamos até um campeonato entre as escolas para saber qual delas conseguiria atingir o maior percentual de economia”, revela Zago, que acrescenta que desde a implementação do projeto houve uma redução considerável no valor da conta de luz das escolas do município. 

A cidade mineira de São Lourenço se baseou em um projeto simples para conseguir uma grande economia na conta de luz. Batizado de EducAÇÃO Ambiental, o programa prevê medidas como troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes em todas as repartições públicas. 

Para aumentar a eficiência no uso da energia elétrica, desde maio deste ano a prefeitura criou a UGEM (Unidade de Gestão Energética Municipal de São Lourenço). Em parceria com a Cemig, a prefeitura irá ampliar os projetos de eficiência energética na cidade, não só nos prédios públicos, como também na área de iluminação pública. 

Para Davi Miranda, o grande legado do Procel GEM é o exemplo que as medidas representam para os demais municípios. Apesar de menos de 500 municípios terem aderido formalmente ao programa, muitos outros criaram sistemas próprios de eficiência energética se espelhando nas cidades vizinhas. 

“Mais importante que a quantidade é a representatividade dos municípios, que servem como exemplo para a região em que estão situados. 

Muitas outras prefeituras, com base nesses exemplos, trabalham por conta própria ou em parceria com suas concessionárias, o que significa que o número de prefeituras com a preocupação da GEM é muito maior do que somente os nossos atendimentos”, concluiu o representante da Divisão de Eficiência Energética no Setor Público da Eletrobras.