quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Eficiência energética de forma diferente


Os benefícios da eficiência energética vão além da redução do uso de energia.

No estudo “Capturing the multiple Benefits of Energy Efficiency”, publicado a 9 de Setembro, a AIE propõe aos governos que sigam uma abordagem de múltiplos benefícios à eficiência energética, “assinalando uma viragem da visão tradicional, na qual a eficiência energética se traduz apenas na redução da procura de energia, e reconhece o seu papel importante para melhorias sociais e econômicas concretas”. 

A análise alerta que, dada a atual subvalorização da eficiência energética e mantendo as políticas atuais, dois terços do seu potencial economicamente viável disponível até 2035 ficará bloqueado.

Para além dos benefícios já reconhecidos — poupanças no uso de energia, a redução das emissões de gases com efeito de estufa, a segurança energética, abastecimento energético, redução dos preços da energia —, o estudo enumera outros campos onde os efeitos podem ser positivos, nomeadamente impactos macro-económicos, produtividade industrial, mitigação da pobreza, saúde e bem-estar, emprego, diminuição da poluição ambiental, gestão de recursos, orçamentos públicos, rendimento disponível, valorização de bens.

Tendo como exemplo uma habitação residencial, a implementação de medidas de eficiência energética tornam a casa mais confortável, do ponto de vista térmico e mais saudável, melhorando consequentemente a saúde e bem-estar dos seus ocupantes. 

O resultado irá refletir-se, por exemplo, numa redução das despesas com saúde e do tempo útil de trabalho perdido devido a doença. 

Em termos monetários, de acordo com o estudo, as poupanças podem chegar até quatro dólares (cerca de 9 reais) por cada um investido.

“Este relatório mostra aos governos o caminho para investirem mais tempo na medição do impacto das políticas de eficiência energética, para melhorar o entendimento do seu papel na alavancagem do desenvolvimento econômico e social e para facilitar a concepção de políticas que maximizem os benefícios prioritários de cada país”, explica Maria van Hoeven, diretora-executiva da AIE. 

“Ao adotarem uma abordagem de múltiplos benefícios que a AIE advoga neste estudo, os governos podem ajudar a desbloquear o potencial da eficiência energética”, declarou.

A eficiência energética é muitas vezes referida como o “combustível escondido”, no entanto, a sensibilização para o seu potencial é cada vez maior. 

De acordo com a AIE, o mercado da eficiência energética está a crescer, com um investimento agregado anual de cerca de 300 mil milhões de dólares em 2012, um valor semelhante ao dos investimentos em carvão, petróleo ou gás. Por sua vez, as poupanças resultantes foram largamente superiores às de qualquer outro combustível, o que leva a AIE a apontar a eficiência energética como o “combustível de eleição” para os seus países.


AUTOR: Filipa Cardoso

FONTE: Edifícios e Energia

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Eletropaulo abre chamada pública de projetos de eficiência energética

Interessados devem enviar propostas até o dia 31 de outubro

Da redação



A AES Eletropaulo abriu sua primeira chamada pública para projetos do Programa de Eficiência Energética da distribuidora, que promove o uso eficiente e racional de energia elétrica, estimulando a adesão de novas tecnologias e a criação de hábitos para combater o desperdício. 

Os interessados devem acessar o edital disponível no site www.aeseletropaulo.com.br e entregar suas propostas de projeto até o dia 31 de outubro.

As propostas de projetos de eficiência energética poderão ser apresentadas por clientes dos segmentos: Comércio e Serviço, Condomínios Residenciais, Poder Público, Serviço Público, Industrial e iluminação pública, que estejam dentro da área de concessão da distribuidora e em dia com suas obrigações legais perante AES Eletropaulo.

O processo de chamada pública torna mais transparente, democrático e eficiente o processo de escolha dos projetos. “Sabemos da importância de promover o uso eficiente e racional da energia elétrica em todos os setores da economia. 

Por isso, escolhemos por estimular o desenvolvimento de novas tecnologias e a criação de hábitos e práticas conscientes de uso de energia por meio de um instrumento que possibilita a participação de todos os interessados”, explica Fernando Bacellar, coordenador de Usos Finais de Energia da AES Eletropaulo.

Edifício verde sai do nicho

Brasil - Novos segmentos apostam em construções sustentáveis e movimentam mercado de certificação e eficiência energética


Brasil - As construções sustentáveis já fazem parte da pauta de eficiência energética de diversos segmentos e já estão em execução em lojas comerciais, hotéis, museus, hospitais, plantas industriais e arenas esportivas. 

Para quem aposta no conceito, conta com um leque de novas soluções dentro de uma edificação eficiente. 

Hoje as edificações verdes, se estiverem dentro do padrão exigido, podem ser certificadas pela americana LEED, a francesa Aqua, a inglesa Green e pelo Procel Edifica.

"O conceito de construção sustentável já é uma realidade em alguns nichos, tendo agora uma forte tendência de chegar a outros, como o residencial", aponta Felipe Faria, diretor do GBC Brasil. 

No ranking de concessão do selo LEED no mundo, o Brasil ocupa a terceira posição, atrás somente dos Estados Unidos, com 19.778 certificações, e da China, com 498.

Esse ano o Museu de Arte do Rio foi o primeiro museu da América Latina a ganhar uma certificação. 
Os dois prédios do museu foram construídos com vidros especiais com película para reduzir a incidência de luz e calor, favorecendo a iluminação natural.

A etiquetagem do Procel Edifica, voltada para edificações comerciais, de serviços e públicas e para edifícios residenciais, já supera a marca de 2 mil casos. 

Desse total, 78% dos empreendimentos obtiveram a classificação nível A, a mais eficiente, num processo que, até 2020, terá um caráter voluntário, conforme estabelecido no Programa Nacional de Eficiência Energética (PNEf).

Clique no link abaixo e leia a reportagem na íntegra

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Curso Introdução ao Gerenciamento e Execução de Projetos de Eficiência Energética


eficiencia




PÚBLICO ALVO

O curso destina-se aos profissionais da indústria e do comércio que estejam interessados em coordenar e/ou desenvolver projetos de eficiência energética nas empresas em que trabalham ou profissionais que queiram atuar como consultores.
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OBJETIVO

Desenvolver, nos profissionais técnicos da indústria, a visão necessária que lhes permita antever e aplicar as ações de eficientização energética nas suas instalações, nos equipamentos e em procedimentos existentes.
As eventuais substituições de equipamentos em programas de atualização tecnológica serão sempre bem-vindas porém o que se propõe não se volta para a montagem destes programas e, sim, dirige-se para a estrutura fabril sobre a qual se desenvolve a produção em uso, adicionando-lhes conhecimentos específicos que lhes facilite pré-verificar e, após, implementar ações capazes de melhorar a produtividade desta estrutura fabril existente.
Assim, o foco principal abordará os serviços auxiliares, onde os procedimentos eficientizadores e as correspondentes ações de redução de perdas apresentam condições mais fáceis de aplicação e, também, os conhecimentos sobre os rituais para a efetivação dos projetos, realização de diagnósticos, inclusa a obtenção de recursos financeiros.
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JUSTIFICATIVAS
A ANEEL – Agencia Nacional de Energia Elétrica vem criando, progressivamente, procedimentos e condições para a utilização dos recursos financeiros previstos na legislação brasileira para emprego nos PEEs – Projetos de Eficiência Energética enquanto o BNDES vem expandindo suas fontes de financiamento com a mesma finalidade. Estes procedimentos tornam-se, para a indústria, mais acessíveis à captação dos recursos financeiros necessários à redução da intensidade energética na produção industrial, isto é, a redução da relação “unidade de energia utilizada/unidade produzida”. Consequentemente, a  concretização deste casamento entre a redução da intensidade energética vis-à-vis a oportunidade aberta pelos PEEs gera importante possibilidade de implementá-la minimizando  o seu risco e o emprego de seus recursos financeiros.

PROGRAMA
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1. Introdução às matérias
1.1. Importância do PROCEL: seus principais subprogramas
1.2. Apresentação de cada um dos temas seguintes
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2. Contratação de projetos de eficiência no uso da energia – contrato de performance
2.1. Formas de contratação dos projetos
2.1.1. O modelo internacional
2.1.2. ESCOSs e o contrato de performance
2.1.3. A importância da terceira parte

3. Quantificação dos resultados – Protocolo Internacional para Medição e Verificação de Performance (PIMVP)
3.1. Introdução à M&V; PIMVP; Plano de Medição e Verificação (M&V); Relatório Final
3.2. Validação dos resultados; Custo da M&V
3.3. Guia da M&V do Programa Provincial Energia Eficiente (ProPEE): as possibilidades de redução do custo
3.4. Determinação de metas e controle dos resultados

4. Cálculo do retorno Financeiro segundo o PEE
5. Recursos financeiros disponíveis
5.1. O ProPEE da ANEEL
5.2. O PROESCO e outros do BNDES
5.3. O problema das garantias exigidas
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6. CPPs
6.1 A exigência do ProPEE
6.2 Descrição do processo exigido
6.3 O auxílio das planilhas disponíveis; sua utilização em outros PEEs
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Curso Eficiência Energética

DATAS, LOCAIS E HORÁRIOS
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Carga Horária: 16h 
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Turma 01: São Paulo13 e 14 de novembro | Inscrições Abertas
Rua Maestro Cardim, 1170 – Paraíso – São Paulo – SP
Horário: 9h às 18h
Investimento:
até 23/10: 
R$ 1.689,00 (no cartão em até 4x R$ 422,25)
após 23/10
R$ 1.989,00 (no cartão em até 4x R$ 497,25)
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Inscreva-se aqui
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Turma 02: Curitiba | 24 e 25 de novembro | Inscrições Abertas
FIEP – Av. Cândido de Abreu, 200 – Centro Cívico – Curitiba – PR
Horário: 9h às 18h
Investimento:
até 05/11: 
R$ 1.689,00 (no cartão em até 4x R$ 422,25)
após 05/11
R$ 1.989,00 (no cartão em até 4x R$ 497,25)
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Inscreva-se aqui
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Turma 03: Florianópolis 03 e 04 de dezembro | Inscrições Abertas
FIESC  –  Rodovia Admar Gonzaga, 2765 -  Itacorubi -  Florianópolis – SC
Horário: 9h às 18h
Investimento:
até 12/11: R$ 1.689,00 (no cartão em até 4x R$ 422,25)
após 12/11: 
R$ 1.989,00 (no cartão em até 4x R$ 497,25)
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Inscreva-se aqui
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Turma 04: Rio de Janeiro 10 e 11 de dezembro |  Inscrições Abertas
AV. Rio Branco, 81 – 7o andar – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Horário: 9h às 18h
Investimento:
até 19/11: 
R$ 1.689,00 (no cartão em até 4x R$ 422,25)
após 19/11
R$ 1.989,00 (no cartão em até 4x R$ 497,25)
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Inscreva-se aqui
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Horário: 9h às 18h
Pague sua inscrição com:
Formas-de-pagamento-VISA-MASTER-BOLETO
Outros estados:
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Realização e Contatos
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Ambiente Energia Treinamentos
O Ambiente Energia Treinamentos é unidade de ensino profissional do Portal Ambiente Energia e tem como objetivo capacitar e transmitir conhecimentos visando contribuir com o crescimento de profissionais, preparando-os para rápida atuação no mercado de trabalho. Entre em contato conosco pelo telefone 21 3872-0355 ou pelo email eventos @ ambienteenergia.com.br
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COGENRIO
A COGENRIO é uma instituição formada por empresas do setor de energia ligadas por um objetivo: o fomento da atividade de cogeração e eficiência energética

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Feira de segurança elétrica apresentará as novidades de prevenção

A 20ª edição da Fisp será realizada de 8 a 10 de outubro, no Centro de Exposições Imigrantes (SP)
Da redação


SXC.hu


A 20ª edição da Feira Internacional de Segurança e Proteção (Fisp), será realizada de 8 a 10 de outubro de 2014, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo (SP). 

Cerca de 650 expositores apresentarão o que existe de mais moderno na área de segurança e proteção ao trabalhador. 

Com soluções voltadas à prevenção de acidentes e novidades para trabalho com risco de queda, risco elétrico, risco de corte, entre outros, a feira apresentará também linhas de vestimentas especiais antichama e de ferramentas. 

Consolidando seu objetivo de difundir cada vez mais o conceito prevencionista, tanto no trabalho como fora dele, o evento, realizado a cada dois anos, traz para os profissionais da área uma oportunidade única de atualização em meio às novidades e lançamentos em produtos, serviços e equipamentos. 

Para essa edição são esperados mais de 45 mil visitantes, entre eles, engenheiros e técnicos de segurança do trabalho, inspetores de risco, segurança patrimonial etc. 

O evento é organizado pelo Grupo Cipa Fiera Milano, em parceria com a Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Equipamentos e Produtos de Segurança e Proteção ao Trabalho (Abraseg), a Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg) e o Sindicato da Indústria de Material de Segurança (Sindiseg). 

O público visitante terá uma ampla grade de cursos, workshops e seminários voltados para a atualização profissional como os cursos Agência Brasil de Segurança (ABS), com temas diversos como, periculosidade para eletricistas, segurança nos processos logísticos, implementação de sistema de gestão em segurança, entre outros. 

Ocorrerá também o XVIII Congresso Brasileiro de Engenharia de Incêndio (Cobeni) e outros cursos para instrutores nas áreas de mapeamento, prevenção e combate a incêndio. 

Acidentes de Trabalho no Brasil 

Dados estatísticos de acidentes de trabalho, divulgados em outubro de 2013, pela Previdência Social, indicam uma pequena retração no número de acidentes registrados, em comparação com os anos anteriores. 

O número total de acidentes de trabalho no Brasil passou de 720 mil casos em 2011 para 705 mil em 2012. Os óbitos seguiram a mesma tendência: de 2938 casos registrados em 2011, o número caiu para 2731 em 2012. O número de acidentes típicos também teve redução: de 426 mil registros (2011) para 424 mil (2012). 

A Região Sudeste lidera o número de acidentes de trabalho, com 55% do total nacional, seguido pela Região Sul (21% dos casos). 

Dentre as atividades industriais com o maior número de acidentes estão os setores da construção civil, com 63 mil registros, e produção de alimentos e bebidas, com 54 mil ocorrências. 

O setor da construção é o que está mais vulnerável, já que do total de acidentes registrados no País cerca de 9% afetam trabalhadores da construção. 

A existência de riscos no canteiro de obras deve-se ao caráter dinâmico e natureza da atividade, sendo que a prevenção de acidentes tornou-se fundamental para amenizar esse quadro. 

Mais informações: www.fispvirtual.com.br

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Lâmpadas LED deverão ser certificadas



A iluminação LED tem ganhado espaço, a aceitação antes era maior no segmento comercial e industrial, hoje vem ganhando mais espaço nos ambientes residenciais, com produtos desenvolvidos para suprir a necessidade de cada projeto de decoração.

O consumidor tem encontrado no mercado várias marcas desconhecidas que apresentam produtos muito parecidos mas com preços extremamente diferentes, o que tem ajudado a confundir os clientes na escolha de suas lâmpadas. 

Segundo o engenheiro eletricista e presidente do Instituto Tecnológico de Estudos para a Normalização e Avaliação de Conformidade (Itenac), Mauricio Ferraz de Paiva, essa semelhança e falta de especificação leva, muitas vezes, o consumidor a adquirir um produto que não atenderá as expectativas.

Para regular o mercado de consumo desses produtos, nos próximos meses deve ser publicada a Portaria do Inmetro no 477, que estabelece níveis mínimos de qualidade para lâmpadas de LED

Os prazos para as mudanças chegarem ao consumidor devem ser conhecidos quando publicado o decreto no Diário Oficial.

O regulamento será compulsório e terá diferentes prazos para adequação, como aconteceu nas mudanças recentes da lâmpada fluorescente compacta. 

As exigências técnicas foram baseadas em normas internacionais, reuniões com empresas e entidades representativas do setor, além da consulta pública que terminou em dezembro de 2013.

Segundo o especialista, o consumidor precisa ficar atento para as marcações que necessitam obrigatoriamente constar na lâmpada ou na embalagem, como a marca de origem, a faixa de tensão nominal, potência, frequência e outros. 

“As lâmpadas devem ser projetadas e construídas de forma que, em uso normal, funcionem de forma confiável e não causem qualquer perigo para o usuário ou arredores. 

Em geral, a conformidade é verificada através da realização de todos os ensaios especificados”, finaliza Paiva.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Preço da energia dispara e deixa o país entre os mais caros do mundo

A energia elétrica tem um impacto direto na vida da população e também na competitividade das empresas. 

Custos mais altos costumam pressionar a produção, resultando em aumento de preço dos produtos finais para os consumidores

Donaldson Gomes (donaldson.gomes@redebahia.com.br)

Imagine a situação. O contrato de aluguel venceu e o proprietário do imóvel está cobrando oito vezes mais pelo mesmo espaço. 

O que fazer? Mudar é a resposta natural. A indústria brasileira passa por situação parecida em relação ao custo da energia elétrica, com um agravante: não há para onde ir. 

Em dezembro do ano passado, o custo médio da energia elétrica para a indústria passou de R$ 292,7 por megawatt/hora (MW/h) para R$ 310 em maio e deve encerrar o ano ao preço de R$ 342, de acordo com dados de um estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). 

E a projeção em dezembro de 2015 é que o valor seja aumentado para R$ 420. Ou seja, em dois anos, o custo da energia para a indústria será ampliado em 44%.


reajuste, provocado pela seca prolongada, deve colocar o Brasil no indesejável grupo dos quatro países com a energia mais cara do mundo, atrás apenas de Índia, Itália e Singapura. Atualmente, o país ocupa a oitava colocação em um ranking com 28 países.

Mas o cenário ainda é pior, uma vez que a pesquisa da Firjan leva em conta apenas os consumidores industriais que adquirem energia no chamado mercado cativo de energia, que é o mesmo em que estão os consumidores finais e onde os reajustes de preços são controlados pelo governo, através da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

No caso dos grandes consumidores que optaram pelo chamado mercado livre de energia, onde a negociação é feita diretamente entre empresas e produtores de energia, o céu, que nesse caso nada tem a ver com a ideia de um paraíso, é o limite.

“Imagine a situação de uma empresa, cujo contrato de energia está vencendo, parte para negociar um contrato novo e percebe que vai ter que pagar quatro, seis ou até oito vezes mais do que vinha pagando. Não é o tipo de aumento de custo que é fácil de absorver”, pondera o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres, Paulo Pedrosa.

Alternativa cara
O problema é que o período de seca prolongada no país reduziu o nível dos reservatórios de água, obrigando o governo a lançar mão de alternativas energéticas mais caras que a hidreletricidade para evitar um apagão de produção. Usinas térmicas à base de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, garantem a eletricidade a um custo cada vez mais alto. 

Para quem está no chamado mercado livre, o problema está na Lei de Oferta e Procura: os preços sobem porque há pouca disponibilidade de energia no mercado. 

A terceira parte do problema diz respeito ao grupo de indústrias em que os preços finais dos produtos fabricados dependem de quanto pagam pela energia, tal a quantidade de eletricidade que utilizam. 

São as eletrointensivas. Existem, aproximadamente, 408 no país, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. Na Bahia são oito e enfrentam um cenário de incertezas quanto à renovação dos contratos de fornecimento com a Companhia Hidrelétrica do São Franciso (Chesf), válidos até o mês de junho de 2015. 

Se, no primeito momento, o problema energético parece conjuntural – reflexo apenas da estiagem – na análise mais profunda percebe-se que a situação é fruto de equívocos na política energética, aponta o diretor da Thimos Energia, Ricardo Savoya. “Não se imaginou que em algum momento teríamos uma dependência tão grande das termelétricas. Sempre se pensou nessas usinas para usos mais esporádicos”, explica Savoya. Por conta disso, muitas delas têm custos operacionais extremamente elevados, explica. 

Além disso, lembra, o governo federal contou com uma série de investimentos em energia eólica e muitos foram implantados com atraso. Em outros casos, o atraso foi na ligação dos empreendimentos ao Sistema Integrado Nacional (SIN). “Fizeram falta”, afirma Savoya, assim como investimentos em hidrelétricas que atrasaram.

Impacto negativo
“Acredito que a entrada de algumas hidrelétricas, nos próximos anos, que já deveriam estar gerando energia, vai trazer algum alívio”, diz. 

O coordenador do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Marcos Galindo, define como difícil o cenário energético para a indústria baiana em 2015. “Aumentos de custos acabam tendo um impacto negativo sobre a produção e a expectativa para o próximo ano é de um aumento entre 20% e 35%”, destaca. 

Galindo acredita que a oferta de energia é fundamental para dar competitividade aos negócios. “Existem empreendimentos que precisam se instalar em uma determinada região. 

Nesses casos, o empreendedor se desdobra para conseguir o acesso à infraestrutura necessária naquele local. Acontece que, nos casos em que ele pode escolher, vai para locais onde há uma melhor oferta de infraestrutura”, explica Galindo, lembrando que a região Oeste é uma das que têm potencial para o desenvolvimento industrial, que depende da certeza de oferta de energia.

Segurança
“Nós temos um polo de algodão, que poderia ser beneficiado no Oeste e dar vazão ao estabelecimento de uma cadeia têxtil, mas não é isso o que acontece”, diz. Para ele, o país sofre pela falta de investimentos na diversificação das fontes energéticas e na oferta de um serviço de qualidade. 

“É tão importante ter acesso à eletricidade quanto saber que a oferta é confiável. O empresário precisa ter a certeza de que o risco natural que existe em qualquer tipo de empreendimento não será aumentado pela oferta de energia”, afirma Marcos Galindo. 

Paulo Pedrosa acredita que o país não pode ficar à mercê de intempéries, como a seca. “Nós defendemos que o país tenha uma política energética para a indústria”, diz, explicando que o custo do insumo poderia funcionar como um indutor de desenvolvimento, ou para afugentar, a depender das políticas para o setor.

consumidor final Segundo o diretor da Abrace, os brasileiros consomem três vezes mais energia quando compram produtos que pagando a conta de luz. Isso porque os elevados custos de produção que a indústria tem com a energia acabam embutidos no preço final dos produtos. 

E, no Brasil, a energia custa muito mais do que deveria, acredita Paulo Pedrosa.
 



Países oferecem incentivos de energia elétrica à indústria
Enquanto outros países, muitos em estágios de desenvolvimento mais avançado economicamente que o Brasil, oferecem incentivos no consumo de energia elétrica para as indústrias, o país caminha na contramão, aponta um estudo da Engenho Consultoria. 

Como exemplo, Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão cobram menos de US$ 40 por um megawatt hora (MWh), enquanto a Holanda e a Itália, cobram US$ 50. 

No Brasil, a tarifa média é de US$ 80. Segundo o presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, o governo deveria encarar os contratos com as empresas eletrointensivas como um exemplo e expandir o modelo para o restante do país, em lugar de colocá-lo em risco. 

“Os contratos de fornecimento da antiga Copene (que deu origem à Braskem posteriormente) com a Chesf foram fundamentais para viabilizar o Polo Petroquímico de Camaçari, mas também viabilizaram a Chesf”, lembra Pedrosa, ressaltando tratar-se de uma parceria positiva para a região Nordeste do país. 

Nesse caso, segundo ele, ajudou a viabilizar tanto o que hoje é o Polo Industrial de Camaçari, quanto a Chesf, que ganhou uma destinação para a energia produzida a partir das águas do Rio São Francisco. 

Pedrosa sugere que o custo da energia passe a ser tratado como parte da estratégia para o desenvolvimento do país. “Por que uma grande indústria se implantaria longe do mercado consumidor sem os incentivos?”, questiona, em relação à região Nordeste.

De acordo com os cálculos da consultoria Tendências, o fim do incentivo levaria a uma concentração das atividades das empresas, que proporcionam uma renda de R$ 16 bilhões para os municípios em que estão instaladas, como alguns baianos, em locais mais próximos de grandes mercados consumidores, a exemplos do Sudeste do país.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Maior usina solar do país atinge 85% de geração em um mês de operação

Unidade, inaugurada em agosto, poderá abastecer 2,5 mil casas em 1 ano.
Planta com 19.924 painéis fica localizada em Tubarão, no Sul catarinense.
Do G1 SC



Tubarão, no Sul catarinense, possui a maior usina solar do Brasil em operação, conforme a companhia responsável pela implantação. 

Com 19.424 painéis fotovoltáicos, ela tem capacidade de gerar energia para cerca de 2,5 mil casas em um ano, o equivalente para atender uma cidade entre 10 mil e 15 mil pessoas. 

O Estúdio SC deste domingo (14) visitou o local e mostrou o dia em que ela atingiu 85% da capacidade de geração. 


Inaugurada em 9 de agosto, a usina Cidade Azul possui 10 hectares de área, dos quais 4,5 há são ocupados para as células de captação. Ao todo, 19.424 painéis são responsáveis por captar a irradiação - que até mesmo em dias nublados acabam gerando energia.

Apesar de parecidos, os painéis usam tecnologias diferentes. Duas produzidas no Japão e a terceira na Alemanha. A luz do sol é captada por fotossensores. O sistema é conectado à rede pública para que toda a energia produzida possa ser utilizada pelos consumidores.

Este é o maior conjunto de aproveitamento da luz do sol ja instalado em todo o território brasileiro. O investimento para a construção da usina solar foi de R$ 30 milhões e faz parte de um projeto de pesquisa que vai servir de modelo pra implatação da enegia solar no país.

“Além da usina, nós temos em oito locais do Brasil, sete tecnologias diferentes sendo avaliadas porque cada uma delas tem uma característica que vai ser mais interessante para um clima mais quente, mais seco, com specto solar mais azul, mais vermelho, então tudo isso está sendo avaliado, para estabelecer qual é a tecnologia mais apropriada em cada região”, explica o coordenador do projeto Ricardo Ruther.

Ele explica que Tubarão, em Santa Catarina, não é a melhor região do Brasil para uma usina solar, mas foi estrategicamente escolhida por causa dos dos recursos humanos disponíveis. 

Se comparar com o melhor lugar para geração de energia fotovoltáica da Alemanha, Tubarão, que é um dos piores lugares do Brasil para esta captação, tem 40% mais energia solar do que no país germânico. Lá, este tipo de tecnologia responde a 13 hidrelétricas de Itaipu instaladas.

Apesar do crescimento das fontes alternativas no Brasil, a luz solar ainda responde por menos de 1% de toda a energia produzida no país.Uma situação que aos poucos começa a mudar e tende a crescer ao longo dos anos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

LED: COMEÇA A REGULAMENTAÇÃO DA QUALIDADE

Por Gilberto Grosso*
Gilberto Grosso - CEO da Avant
O Inmetro acaba de publicar a Portaria 389 - que regulamenta e determina especificações técnicas para todas as lâmpadas de LED vendidas no Brasil.
Essa normatização sobre a qualidade das lâmpadas LED chega em boa hora, uma vez que o país foi invadido por centenas de marcas completamente desconhecidas e que vendem produtos de baixíssima qualidade. É uma repetição e uma volta ao passado, ao ano de 2001, quando do apagão brasileiro, momento em que as lâmpadas compactas fluorescentes – as econômicas – foram desoneradas de impostos e surgiram 132 marcas novas, a grande maioria oportunista e sem qualquer qualidade técnica ou respeito ao consumidor.
Empresas como a nossa brasileira Avant, com mais de 16 anos de existência e uma das líderes em iluminação no Brasil, vêm enfrentado dificuldades em combater e competir com as lâmpadas LED de qualidade duvidosa, sem garantia, comercializadas pelos “abutres” de plantão – como são conhecidos no mercado as empresas sem qualquer vínculo com o segmento de iluminação e hoje interessadas apenas em aproveitar oportunidades relâmpago e ganhar dinheiro fácil, renegando os lojistas e consumidores para segundo plano.
Elas se aproveitam de situações onde ainda não existem normas regulamentadoras, com produtos de qualidade muito inferior, pouca segurança e com embalagens que não seguem as mínimas normas de informação. E encontram o seu público consumidor: comerciantes interessados em obter vantagens financeiras rapidamente e com pouco envolvimento com a qualidade dos produtos que vendem. 
As prateleiras estão cheias desses produtos nocivos que, se não acabarem, diminuirão em muito diante das novas especificações dessa Portaria 389.

Entendendo a Portaria 389

Quando o INMETRO cria uma nova regulamentação, ele emite dois documentos diferentes: o RTQ – Regulamento Técnico da Qualidade e o RAC – Requisitos de Avaliação de Conformidade.
O RTQ, que é propriamente a Portaria 389 que acaba de ser publicada, dispõe sobre as condições técnicas, como requisitos mínimos de eficiência, vida útil, segurança, índice de cores, produtos cobertos pela regulamentação, entre outros.
Já o RAC, que ainda entrará em consulta pública, é o que define os mecanismos de análise, datas de implantação da medida compulsória, prazos para comercialização e importação pelos fabricantes e comerciantes, concessão e regras para obter registros, mecanismos de fiscalização etc.
Portanto, todos os lojistas e comerciantes podem ficar tranquilos com as suas lâmpadas atuais de LED, pois a norma que define prazos para a venda no varejo de produtos que não estejam em acordo com os termos da Portaria 389 ainda será discutida e publicada pelo INMETRO. 
O importante aqui é que as especificações técnicas e qualitativas que regularão essas lâmpadas já estão definidas, e os comerciantes podem, de agora em diante, adquirir lâmpadas LED que atendam a legislação, evitando comprar produtos de qualidade e marcas duvidosas. 
Devem ainda redobrar a atenção para as embalagens dos produtos de marcas desconhecidas, pois muitas não trazem informações já previstas por instituições de defesa ao consumidor. 
Ou, testar a rosca das lâmpadas de LED, se for o caso, pois muitas dessas piratas são feitas grosseiramente de ferro, o que é proibido pela legislação brasileira (um imã é suficiente para testar essas bases ilegais).

Lâmpadas de LED regulamentadas

A Portaria 389 determina níveis de qualidade para praticamente todas as lâmpadas de LED comercializadas no Brasil, independente do modelo, formato ou tipo de soquete ou base.
Os produtos de LED que estão fora desta regulamentação são os seguintes:
  • Lâmpadas com LEDs coloridos, com lentes coloridas, que emitem luz colorida;
  • RGBs, que possuem invólucros coloridos e decorativos, e emitem luz colorida;
  • Lâmpadas de LED com dispositivo de controle incorporado, que produzam intencionalmente luz colorida;
  • O LED (Organic Light Emitting Diode);
  • Luminárias, plafons, downlights, painéis, projetores, refletores ou qualquer outro equipamento de LED.
Para ficar mais claro, seguem abaixo as ilustrações das lâmpadas LED que fazem parte desta nova regulamentação e que devem ter qualidade de fabricação assegurada (desenhos constantes da Portaria 389):
Regulamentação de qualidade LED OmnidirecionaisRegulamentação de qualidade LED DirecionaisRegulamentação de qualidade LED Decorativo
* Gilberto Grosso é Lighting Professional, possui ampla experiência na área de iluminação e é atualmente CEO da Avant, referência nacional em soluções para iluminação.

Acordo para logística reversa de lâmpadas entrará em consulta pública

A meta é desenvolver ações de descontaminação das lâmpadas fluorescentes, a vapor de sódio e mercúrio e de luz mista
Clipping/Abilux



Apliquim Brasil Recicle

Estará aberto a partir do dia 15 de setembro de 2014, a consulta pública sobre a proposta do acordo setorial para a implantação da logística reversa de lâmpadas fluorescentes, vapor de sódio e mercúrio e de luz mista. 


O procedimento foi definido pelo Comitê Orientador para implantação de Sistemas de Logística em sua Deliberação no 1, de 21 de maio de 2012, publicada no Diário Oficial da União de 23 de maio de 2012 e na reunião realizada em 1o de julho de 2014.

As contribuições e sugestões fundamentadas e devidamente identificadas deverão ser encaminhadas por meio do formulário eletrônico disponível no endereço www.governoeletronico.gov.br, no período de 15 de setembro de 2014 até o dia 15 de outubro de 2014 (30 dias).

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

PDE estima investimentos de R$301 bilhões até 2023

Expansão termelétrica deverá registrar 7,5 mil MW; participação hidrelétrica de grande porte terá redução de 5,5%
Por Natália Bezutti

Crédito: Getty Images
O Ministério de Minas e Energia (MME) disponibilizou para consulta pública nesta terça-feira (9/9), a íntegra do Plano Decenal de Energia (PDE 2023). 

O documento, que atualiza as projeções energéticas para o horizonte de dez anos, estima que o setor elétrico exigirá investimentos da ordem de R$301 bilhões, sendo R$223 bilhões para geração e R$78 bilhões em transmissão.

As previsões apontam que a carga passará de 65.830 MW médios em 2014, para 92.714 MW médios em 2023. 

A capacidade de geração hidráulica, considerando a estimativa de contratação da UHE Itaipu, aumentará de 86 GW para 117 GW, aproximadamente, de 2014 até 2023.

Na região Norte é onde ocorrerá a maior expansão hidrelétrica, segundo o documento, devido à entrada em operação de grandes empreendimentos, com destaque para a usina de Belo Monte, cuja motorização deve levar três anos com a entrada em operação de 6 máquinas de 611,1 MW por ano.

A expansão termelétrica é considerada entre os anos de 2019 e 2023 totalizando 7,5 mil MW. 

No entanto, a concretização desta expansão deverá ocorrer de acordo com a disponibilidade e competitividade dos projetos, preferencialmente movidas a gás natural, ou, no caso de inviabilidade, usinas como as térmicas a carvão.

No que se refere à geração termonuclear, a expansão no período decenal se dará pela implantação da usina de Angra 3. 

Esta usina, com capacidade instalada de 1.405 MW está prevista para entrar em operação em junho de 2018, aumentando o parque nuclear atualmente existente em 71%, de 1.990 MW para 3.395 MW.

Em relação às outras fontes renováveis de geração (eólicas, PCH e termelétricas a biomassa e solar), nota-se uma expansão média anual de 10,7%, com destaque para as usinas eólicas e a indicação de usinas solares neste horizonte. 

Os projetos que têm seus estudos e processos de construção e licitatórios acompanhados, fiscalizados e sinalizados como “verde” pela ANEEL estão representados na expansão contratada.

Resumo da expansão por tipo de fonte
Observa-se que a expansão de outras fontes renováveis de energia – biomassa, PCH, eólica e solar – faz a sua participação no parque de geração do SIN passar de 20%, no início de 2018, para 24%, em dezembro de 2023, distribuídos basicamente entre as regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Sul.

As usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis mantêm sua participação na matriz, oscilando entre 13,4% e 14,5%, neste período, assim como as usinas nucleares, que variam de 1,3% para 1,7% do parque instalado, devido à entrada de Angra 3.

Com relação à participação de hidrelétricas de grande porte, houve uma nova redução, agora de 5,5% no período, em relação ao montante total de oferta de geração, apesar do aumento significativo da capacidade instalada de, aproximadamente, 15 GW.

O relatório está disponível para consulta pública até o próximo dia 5 de outubro pelo e-mail pde2023@mme.gov.br ou pelo endereço PDE 2023 Consulta Pública - SPE/MME - Esplanada dos Ministérios, Bloco "U", 5o andar, CEP 70065-900, Brasília-DF.