Fonte: O Globo |
Brasil - Dados da Organização das Nações Unidas indicam que mais de 1,4 bilhão de pessoas no mundo, um quinto da humanidade, não possui acesso à eletricidade. Outro bilhão de seres humanos recebe luz de forma intermitente, o que provoca danos à saúde, déficit educacional e atraso econômico. Para chamar a atenção para o problema, a ONU proclamou 2012 como o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos. A iniciativa, liderada pelo secretário-geral, Ban Ki-moon, tem três grandes objetivos, nada triviais, que deveriam ser alcançados até 2030. O primeiro é garantir que todos tenham acesso a "serviços modernos de energia". O segundo prevê o aumento da eficiência energética, reduzindo em 40% as diversas formas de desperdício. O terceiro, igualmente difícil, espera que 30% de toda essa energia venham de fontes renováveis. Só na Índia, mais de 400 milhões de pessoas, duas vezes o tamanho de toda a população do Brasil, estão às escuras. Na China, entre 2000 e 2008, o consumo de energia dobrou e a tendência é continuar crescendo. Para alcançar a universalização do serviço, seria necessário um aumento na produção da ordem de 30%. O problema é, garantir que a energia para todos seja também sustentável. Hoje, 81% vêm de combustíveis fósseis: carvão, gás e petróleo. As fontes renováveis representam apenas 13% da conta, ficando a sempre polêmica energia nuclear com o resto. A tendência é de crescimento de alternativas como a eólica, a solar e a biomassa, mas nada que mude muito a dominância dos fósseis. Os especialistas comparam o setor de energia a um grande transatlântico, lento e pesado. Os investimentos são enormes, o tempo de implantação e de retorno também. Será preciso bem mais do que as meritórias campanhas das Nações Unidas para que esse quadro seja realmente mudado. |
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